22 de setembro de 2015

Que vergonha

"Este editorial do Diário Insular é uma vergonha," diz o Nuno Mendes no Facebook  acerca do texto abaixo transcrito e que vem  hoje publicado no matutino Terceirense. Reafirmo Eu aqui que além de ser uma vergonha explica muito o que vai nas cabeças ( ou o que não vai) das supostas elites da Ilha Terceira de Nosso Senhor Jesus Cristo . Não, a culpa não é dos políticos, é precisamente dessas supostas elites  que pensam dessa maneira e que vivem numa cegueira contra São Miguel que nem percebem que cavam as suas covas que depois clamam que alguém as venha fechar  e ateiam os seus fogos clamando que outrem os venha apagar.

Um editorial deste teor roça a xenofobia. Tenho pena de não ter lido um único cidadão da Ilha Terceira se insurgir contra tal bestialidade.

Por fim quero deixar aqui uma nota  apenas. As forças politicas e a sociedade Micaelenses nada fizeram para que os seus reclusos fossem enviados para uma outra Ilha ou para o Continente. Bem pelo contrário. Vimos, nos últimos 30 anos, a nossa cadeia superlotada e sem condições e vimos  os investimentos nessa área em São Miguel preteridos em favor de outros, pelo visto, pouco desejados. Há mais de 30 anos que os Micaelenses clamam por uma nova cadeia, já foram cedidos terrenos e edifícios para o efeito e o Ministério da Justiça e a Direcção Geral dos Serviços Prisionais nunca deram ouvidos a essas pretensões.

Por outro lado, ao primeiro clamor de reclamação vindo da Terceira, Zás! aqui vai um novo estabelecimento prisional para a Terra Chã. Até nisso a Terceira está dependente de São Miguel, não fora o sacrifício redobrado dos prisioneiros micaelenses terem de ir para longe das suas famílias e “ecossistemas” ter servido de fundamento para a construção de uma nova cadeia em Angra e a cadeia da Terceira estaria a menos de metade da sua ocupação ou nem teria sido construída. As “elites” da Terra Chã insurgiram-se contra essa construção mas a restante “inteligência” da Ilha queria uma cadeia nova primeiro do que em São Miguel. Conseguiram.

Aliás, como disse o Dr. Moreira das Neves, um daqueles que não precisou de aqui nascer para aqui viver e saber aqui morrer, “a cadeia da ilha Terceira não pode substituir a construção de um novo estabelecimento prisional na ilha de São Miguel”, foi o primeiro micaelense (com sotaque continental é certo mas com alma Micaelense) a dizê-lo.

A seguir transcrevo o referido editorial (eufemismo)  com as necessárias anotações entre parêntesis, a negrito  e a azul.

Dormir na forma dá nisto... (e não andaram sempre a dormir à sombra dos feitos das tropas de D. António o Prior do Crato?)
Enquanto a Terceira anda entretida a discutir o sexo dos anjos - por exemplo, transformar uma base militar norte-americana numa alavanca de desenvolvimento da ilha...( sempre na esperança que alguém resolva os problemas com pós de perlimpimpim) -, São Miguel vai aproveitando para exportar para a cadeia situada na Terra-Chã, arredores de Angra do Heroísmo, alguns dos seus piores criminosos. Com cerca de oitenta por cento de toda a população criminal açoriana e com uma cadeia a abarrotar, São Miguel não coloca os seus presos no continente, aproveitando as boas condições da cadeia da Terceira para aqui concentrar os indesejáveis. (São Miguel não coloca presos, essa é uma competência do Governo Central, da justiça e dos serviços prisionais e até de alguns serviços como é o caso da reinserção social que tem muitíssimo mais peso na Terceira)
Faz uma enorme diferença colocar os presos de São Miguel na Terceira ou no continente - sendo, porém, certo que os reclusos micaelenses deveriam ficar em São Miguel, junto das famílias e do ecossistema (ecossistema?)que tão bem conhecem e do qual são produto. Mas acabando por sair de São Miguel - o que não deveria acontecer, note-se -, tais reclusos só poderiam ir para o continente. Porquê? A questão tem a ver, em boa parte, com as saídas da cadeia. Os reclusos saem por pequenos períodos, por liberdade condicional e por fim da pena. Já está percebido que os reclusos micaelenses que aportam à Terceira vão ficando por cá, sem famílias, habitando bairros sociais que por si só já são um problema. Perceba-se que eles já representam outro tanto dos criminosos locais condenados (uma rotulagem inadmissível, depois de ordem de soltura o individuo, civilmente, é um cidadão de plenos direitos e requer apoio da sociedade para a sua reinserção, e regresso à vida cívica, não precisa de rótulos para tal). Ou seja, o potencial de crime na ilha duplica quando eles são postos em liberdade provisória ou definitiva. Já no continente, se eles decidirem por lá ficar a sua presença diluir-se-á em dez milhões e não nas cinquenta e poucas mil pessoas que vivem na Terceira. O impacto nem sequer é comparável. É a diferença entre zero e uma colónia penal e pós-penal.

Tudo isto ocorre com silêncios cúmplices. Aliás, só nos começamos a aperceber da dimensão do problema quando - imagine-se! - um amigo norte-americano, militar, nos telefonou avisando que um avião militar que estava nas Lajes com prisioneiros era português, o destino era a Terceira e não Guantánamo. (Claro que percebemos a piada...) (que não tem piada nenhuma). Até os nossos inquilinos dão pelo que se passa, mas os nossos políticos, esses estão a leste do paraíso. A Terceira pode ser transformada numa colónia penal; os bairros sociais podem transformar-se no apêndice da cadeia; a ilha pode arder... Eles continuam a viver no seu estranho mundo. Nem sequer se lembraram de levantar a voz. De perguntar "Porquê?" e de dizer "Não!, nós não queremos!", "Isto não pode acontecer!"

6 de setembro de 2015

O inverno no Verão.

Era eu ainda uma criança quando num chuvoso dia de agosto no edílico Vale das Furnas ouvi, pela primeira vez, da boca da D. Rosa Quental que as Furnas encanta de tal maneira que até o Inverno vem passar o Verão para o Vale.

Pois, parece que o Verão quer continuar o seu Inverno nos Açores.

4 de julho de 2015

É preciso ter muita lata...

O Costa de Lisboa ( já devem ter reparado que não engulo o sujeito nem coberto de mel) disse hoje num evento para "rapazinhos" do PS que  "Portugal só não está como a Grécia por causa do PS". É que é preciso ter mesmo muita lata para um tipo que fez parte do "Pântano Guterrista" e do "Lodaçal Socrático" vir dizer uma coisa destas. É que é mesmo preciso não ter vergonha nenhuma na p**a da cara.

3 de julho de 2015

Como aos costumes...

Hoje, como é costumeiro à sexta-feira de há uns tempos a esta parte, li o Açoriano Oriental da ultima para a primeira páginas.


Hoje, como de costume, o grande, o enorme, João Nuno Almeida e Sousa acertou na mosca no seu texto elogioso à peça de Dinarte Branco e Nuno Costa Santos " I don't belong here". Não vi a peça, nem sei como o assunto foi tratado. No entanto, vivi muitos anos perto desta triste realidade que a peça teve, segundo o JNAS, a virtude de fazer muita gente reflectir. Ele próprio foi desperto para esta realidade.
Nos Açores, como no resto do país, a desgraça e a miséria têm servido para resolver os problemas de emprego de muita gente que está instalada à volta desta "indústria" mas pouco tem resolvido dos problemas de quem é vitima desses flagelos. Salvo raros projectos de sucesso, quase todos os que conheço e já tive o cuidado de investigar  consomem grande parte (a maior parte)dos recursos que lhes são alocados para manter as suas máquinas administrativas e em recurso humanos que nem chegam a reflectir sobre o assunto. Muita gente fez carreira da solidariedade e da inserção social e pouca gente fez alguma coisa por essa gente cuja miséria lhes garante o emprego e o rendimento para levarem um vida acima da média das almas boas desta terra que fazem alguma coisa por quem mais precisa.

Mais uma vez a formação na doutrina social da Igreja e a minha matriz democrata cristã me obriga a atirar pedradas a este charco que o JNAS também tentou agitar depois do mote da peça em questão.

Para quem não teve oportunidade de ler aqui fica o texto do João Nuno.

Desterrados
São personagens da vida real que povoam a peça “I don’t belong here” de Dinarte Branco e Nuno Costa Santos. No palco estão “repatriados” que nos confrontam com as suas vidas e a trindade atávica de abuso-violência-alcoolismo que os perseguiu até ao outro lado do Atlântico. Gente que cedo viu o sonho americano transformar-se num pesadelo sem fim. Descarregados em S. Miguel como mercadoria, vivem na ilha não uma segunda oportunidade, mas uma segunda pena de prisão. Estigmatizados, confinados a esta espécie de “Alcatraz”, cercados pela neblina e pelo preconceito, circulam à margem da sociedade numa agonizante rotunda cujas voltas se repetem em eterno retorno. A peça não branqueia o passado dos protagonistas, mas exibe a dimensão desumana da “deportação”. Em 1996, o Congresso dos EUA aprovou uma lei de deportação retroactiva, automática, sem mediação judicial, implicando que milhares de imigrantes legais sem a cidadania americana fossem recambiados para a sua terra natal por crimes pelos quais já tinham cumprido pena. Essa desumanidade está em carne viva numa peça que incomoda tanto quanto emociona. Com episódios comoventes e outros do absurdo da vida, humaniza a pessoa que se esconde na palavra “repatriado”. Esta é a verdadeira função da arte: convocar-nos a reflectir.


João Nuno Almeida e Sousa



PS: O João Nuno Almeida e Sousa está filiado no partido errado, um desperdício.

26 de junho de 2015

Não à Europa?

O Governo (eufemismo) Grego caminha hirsuto rumo (ou á vista) a fazer  vingar a sua matriz ideológica apoiada por tantos e tantos Portuguesas  como o Costa de Lisboa e a sua trupe (se  lá  não estivessem  3 ou 4 pessoas que muito considero chamaria de “cáfila”).

 O trilho seguido por Tsipras & Companhia Ldª é contrário ao que as restantes democracias europeias delinearam desde a fundação da CECA até ao Tratado de Lisboa (Porreiro Pá!). Obviamente, o programa do Syriza, pelo menos o que foi apresentado ao eleitorado Grego e propalado pela integral rosa-dos-ventos, é incompatível com o projecto de moeda única e com o liberalismo democrático que tem servido de base à construção dos tão  desejados Estados Unidos da Europa. 
A Grécia não quer e não pode estar no Euro. Assumamos.
No entanto, do ponto de vista das instituições europeias, não faz sentido ter um governo descrente com projecto europeu, sustentado democraticamente por um Povo igualmente descrente desse projecto, envolvido no processo de integração mais abrangente que a União tem entre mãos, a moeda única. A Comissão, o BCE e o FMI não querem a Grécia no Euro. Também temos que o assumir

A questão mesmo é saber quem consegue sair deste impasse negocial com o ónus da saída da Grécia do Euro. 
O Governo de Tsipras? 
A troika?


Para já Alexis Tsipras ganha e leva a vantagem na corrida feita na imprensa, não leva, claramente, a vantagem de quem pensa a Europa.

Seria uma grande irresponsabilidade.

(...)Seria uma enorme irresponsabilidade eleger em Portugal um “Presidente Syriza”. E há uma grande diferença entre a candidatura de Mário Soares em 1985 e a candidatura de Sampaio da Nóvoa em 2015. Há trinta anos, o PS impôs o seu candidato ao PCP. Trinta anos mais tarde, a extrema-esquerda está a impor o seu candidato ao PS. (...)

João Marque De Almeida in  O Observador.

Seria uma grande irresponsabilidade, obviamente. E não vai acontecer precisamente porque é uma imposição da extrema esquerda ao socialismo moderado do Partido Socialista.

O ADN de Alexis Tsipras é anti europeu.

(...) O primeiro-ministro grego não tem as mesmas motivações nem o mesmo quadro de referências não apenas de Juncker, mas de todos os que, da direita democrática à esquerda social-democrata, construíram a Europa nos últimos 60 anos. O seu mundo é outro, e não apenas por ser grego, pois o que Tsipras fez toda a vida foi combater o modelo económico, social e político da União Europeia. (...)

José Manuel Fernandes, in O Observador, 2015.06.20

23 de junho de 2015

Não se pagam as contas com Cascas de Lapas.


Era tudo um mar de rosas, o Rosas o Fazenda & Companhia Ldº mais a Drago e o Galamba e o Costa de Lisboa e outros tantos  da esquerda mais "esquerdalha" e da suposta direita que não passa de uma esquerda mais disfarçada e os social-democratas das oligarquias Cavaquistas que foram, e bem, "corridos" do arco da governação defendiam, com unhas, dentes e ferros, o fim da austeridade. Alexis, o visionário, vence as eleições na Grécia há menos de meio ano e todos se congratulam com as soluções mágicas para o Povo Grego e para a Europa. Todos sem excepção. Passados estes meses, com a Grécia lançada numa das maiores crises sociais dos últimos anos, o Syriza  confessa-se incapaz de fazer diferente do que fizeram Espanha e Portugal e acaba apresentando ao Eurogrupo e aos credores internacionais um plano de reformas quase igual ao de Victor Gaspar:  2.692 milhões de euros de cortes até ao final deste ano com 665 milhões de euros de cortes nas pensões e 5.207 milhões de euros de austeridade, pura e dura até ao final 2016.


Em 2015, serão 665 milhões de euros de cortes em pensões e em 2016 as pensões sofrerão um corte de 1.860 milhões de euros. Os reformados deixarão de o ser aos 59 anos e passarão para os 67 como na maioria dos países da Europa.

O Syriza foi incapaz de cumprir as suas promessas eleitorais mas certamente não haverá um único jornalista de esquerda (puro eufemismo), um Deputado canhoto ou um opinativo cidadão anti Passos/Portas que venha a terreiro pedir a demissão de Alexis Tsipras.
O Syriza não é claramente o partido dos reformados e pensionistas o que não quer dizer que seja um partido contra os mais fracos, bem pelo contrário.

O Keynesianismo é "porreiro pá" mas é preciso aquilo com que se mandam cantar os cegos. O crescimento é uma alternativa à austeridade? Claro que é, mas investindo e pagando esse investimento com quê? Com cascas de lapas?

Estamos conversados. 

19 de junho de 2015

As eleições são uma maçada.

As eleições e essa coisa do Povo votar por escrutínio secreto é uma maçada. Não é companheiro António Costa?

Isto é a Democracia, Estúpido!



Obviamente que o Povo sabe bem o que está a fazer, soube sempre, até mesmo quando escolheu ser governado por um "bandalho bem-falante". Atenção! Esse tal bandalho, por mim, até pode estar totalmente inocente dos crimes pelos quais está a ser investigado e detido preventivamente. Espero mesmo que esteja, muito sinceramente custa-me ver o meu país nas bocas do Mundo por ter um  ex-primeiro.ministro acusado seja de que crime for. No entanto, o inominável  não deixa de  ser um bandalho pelos casos conhecidos e provados e nunca desmentidos, da licenciatura fora de horas, dos projectos assinados pelos amigos e até pela falta de honestidade intelectual do seu discurso enquanto candidato e Primeiro-ministro. Porém, na verdade, o povo soberano, democrata e secretamente escolheu-o para governar Portugal por duas vezes. 

O Povo, na hora da verdade, sabe escolher e nunca se engana mesmo quando se vem a provar mais tarde que as coisas não correram bem. As eleições livres e democráticas são sempre um dia de festa da liberdade e das escolhas individuais que se conjugam numa escolha do colectivo. Mas naquela hora, por traz do biombo, com a caneta na mão e o "papelinho" com os símbolos e os quadradinhos à nossa frente, somos, cada um de nós, livres de lá por o que bem entendermos.
Daqui até às eleições ainda vai correr muita água por debaixo das pontes. A crise Grega ainda vai mostrar melhor aos Portugueses o que uma certa esquerda pretende para a Europa. O Caos.
De acordo com esta sondagem essa esquerda pode, se se entender, formar uma maioria absoluta de votos e de mandatos e o facto de CDU e BE terem aproximadamente 18% dos votos pode ser um sinal de que o Povo quer um governo de esquerda, liderado pelo PS mas com dois "fusíveis" que possam garantir que os Partido Socialista não embarca, de novo, em "desmandos  de tensão".
Ainda falta muito tempo para as eleições e ainda falta muito caminho para percorrer. Uma coisa é certa, Costa está muito aquém do que Seguro já tinha conseguido e isso demonstra que Costa está muito aquém das expectativas que o Povo Português e em particular a esquerda portuguesa tinha do ex-ministro do "Pântano Guterrista"  e do "Lodaçal Socrático".

16 de junho de 2015

Syrizando...


O Governo Grego do Syriza, liderado por Aléxis Tsípras e com Yanis Varoufakis como responsável máximo pelas finanças, principal problema da Grécia, parece um daqueles maus alunos que vai adiando o estudo até às últimas horas antes do exame até porque "enquanto o pau vai e vem as costas aliviam”. A saída do Euro é agora inevitável e irá ser extremamente dolorosa para o Povo Grego. Varoufakis é talvez o único, num Governo de gente louca, que sabe o quanto irá ser penoso para a Grécia sustentar os níveis de despesa corrente que ainda tem e o quanto mais penoso será ainda a redução dessa despesa, ou seja, aquilo a que agora se chama , perniciosamente, austeridade. No entanto, o Ministro Grego das finanças pouco mais faz do que jogar ao gato e ao rato  e está simplesmente a adiar o inadiável e a tentar transferir para a União Europeia o ónus do descalabro da política económica e financeira da Grécia nos últimos anos. Já se sabe.



O Costa de Lisboa, que foi Ministro no "Pântano Guterrista" e no "Lodaçal Socrático", congratulava-se há uns meses com a vitória de Tsípras dizendo mesmo que  a "vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha". Costa está, clara e redondamente enganado. Na verdade,  a via escolhida pela dupla Tsípras/Varoufakis não é o caminho da saída dos problemas Gregos mas sim uma auto-estrada para os agravar ainda mais , como aliás está à vista.

Espero que o Povo Português não se engane.

28 de maio de 2015

Onde está o nº 4?

O lugar mais desejado na lista do PS-Açores à Assembleia da República nas próximas eleições legislativas é o nº 4.
 Alguns incautos acreditam no  4-1, o que faria do 5º lugar outro alvo de cobiça. Outros, um pouco mais cautelosos, fazem as contas à saída de Cesar para o Governo da República. Por isso ou por aquilo o quarto lugar da lista terá de ser ocupado por um "figurão".
Quem?
Sairá das hostes do PS ou de uma corporação qualquer dessas que têm muito peso eleitoral?
Será só um engodo ou é mesmo para cumprir mandato?

As perguntas que se impõem e que carecem das respectivas respostas.

24 de março de 2015

19 de março de 2015

Ficção na economia dos encaminhamentos.

Na história que se segue todos os personagens são pura ficção mas as contas são reais.
Raquel (nome fictício) Engª Aeronáutica pelo IST é controladora de Tráfego Aéreo em Santa Maria tem um bom ordenado. José e Maria, pais de Raquel (serrana bela) são naturais e vivem na ilha das  Flores, ele é técnico da PT reformado antecipadamente mas bem remediado. Ela é reformada dos CTT, tiveram sorte estes dois, vivem desafogadamente. A sua grande preocupação  é a filha única do casal estar tão longe. De vez em quando lá vão passar uns dias a Santa Maria, matam as saudades da "Raquelinha", alugam um "carrito"  numa rent'a car local que a pequena precisa do seu para ir trabalhar fora de horas que aquela gente trabalha por turnos. Dão uma volta pela Ilha.
A Maria encontra sempre alguma coisa para comprar apesar do comércio local estar cada vez mais pobre e ter cada vez menos o que vender. Comem umas alheiras, abastecem-se de biscoitos de orelha que o Inverno há-de consumir com chá de erva cidreira da Fajã Grande e regressam à sua ocidental Ilha das Flores já com saudades da sua "Raquelinha".

Outras vezes é Raquel que, aproveitando umas folgas acumuladas, vai de viajem até às Flores com o Tiago, namorado que é de Beja e também é controlador em Santa Maria, conheceram-se no técnico. Nas Flores, para não incomodar o Pai que pode precisar do carro para ir até ao Porto das Poças ver os pescadores a descarregarem o resultado da faina, Raquel aluga uma "carrito", dão as suas voltas pela Ilha, vão todos Jantar ao Por-do-sol degustar um belo repasto e vão à festa que o José Rogério preparou para o serão de Sábado. regressam a Santa Maria com a saudade  na mala, queijo da Uniflores e aquela deliciosa manteiga que não há outra igual.
José, não fossem essas passagens tanto caras e podíamos fazer uma visita à nossa à Raquel, recuperar o stock de biscoitos e comer aquela bomba calórica das alheiras fritas com ovo a cavalo no restaurante do Ângelo, disse a Maria enquanto "corria" um lençol, alvo,com um olho no ferro outro na novela da SIC.

Qual quê Maria, retorquiu José, "a gente vamos" mas é a Lisboa com a pequena, é mais barato, compramos 4 passagens numa dessas companhias novas por 30 ou 40 euros, vamos à borla todos até São Miguel onde nos encontramos e vamos passar esses 4 dias a Lisboa, aproveito para ir ao Sporting pagar as cotas e ver um jogo e tu vais mais a tua filha para as compras na baixa e no Colombo enquanto o Tiago vai a Beja ver a família, coitado vai gastar mais no comboio do que no avião.
Pagamos todos para o dinheiro ser gasto na Capital do Império. Sim que o José não passa sem ver o Terreiro do Paço para se recordar dos tempos em que Portugal era um Império.

Feliciano, outro nome fictício, trabalha na Junta da Fazenda de Santa Cruz, até não ganha mal se comparado com outros. Feliciano tinha o sonho de conhecer o estádio da Luz, mas com o ordenado que tem e com os impostos que paga, ainda agora recebeu o aviso do IMI da casa que ainda está a pagar com muito poupar  ao banco que foi resgatado com dinheiro desses mesmos impostos, dois rapazes para estudar e a sua Odilia que nem sempre tem casa onde servir, mesmo com essas coisas das passagens baratas não pode sonhar sequer com avionetas quanto mais com aviões, para o Feliciano até de borla é caro. 

O mesmo se passa com o Hélio, oriundo da Bretanha na Ilha de São Miguel, emigrado na "cagarrolândia" onde é condutor de pesados na Câmara de Vila do Porto  e cuja mulher, a Odete, trabalha no Bar do Aeroporto, ambos empregados portanto, mas a pagar a casa e o automóvel que à hora que a sua Odete entra e  sai do serviço ou ainda não há ou já não há transportes públicos,  rapaz mais velho vai para a Universidade em São Miguel e a bolsa mal dá para os gastos, o que vale é que a tia que vive por lá e está empregada a fazer limpezas  numa repartição de finanças vai ajudar. Além disso, ainda teve que pagar para registar a casa que herdou do pai na Bretanha  e paga o IMI daquela coisa sem préstimo que apenas serviu para que visse negado o apoio social à aquisição de casa própria, tanto malandro que teve uma casinha e o Hélio só porque o pai lhe deixou aquela porcaria que nem consegue vender por causa da crise que os ricos provocaram, "nicles batatoides". Mas para irem a São Miguel estar com a rapaz e tratar de limpar as ervas do beirado da casa da Bretanha,  vai custar, para os dois mais de 180 "aéreos". Vão de barco quando começar a época, sempre são apenas 120 euros a diferença já dá para a comida.

Os impostos dos muitos Felicianos e Hélios  desta terra vão pagar as Viagens de lazer das Raquel, dos Josés e das Marias e dos Tiagos.
As suas Santa Cruz e Vila do Porto ficam cada vez mais pobres porque  quem ainda pode gastar algum, chamam-lhe consumir, vai  gastar agora o dinheiro todo em Lisboa.

Há quem chame a isto um contributo para maior justiça social, direitos das ilhas mais pequenas e outras "boutades". Eu nem sei bem o que lhe chame, acho é que está tudo doido.

18 de março de 2015

O Hiper Estado.

Eu não esperava que esta gente que nos governa tivesse lido Hobbes, Rousseau ,Helvétius, Fichte, Hegel ou Saint-Simon. Mas pelo menos que lessem Locke e Max Weber, uns bons resumos  era bastante para essa gente perceber para que serve o Estado e os seus recursos. Já agora podem ler umas coisinhas mais caseiras, Agostinho da Silva ajuda bastante e Eduardo Lourenço dá-lhe "sempre em quente".
Ainda há gente em lista de espera para cirurgias importantes, faltam médicos de família, há escolas sem computadores, há tanta coisa importante para fazer na saúde, faltam 77 médicos no Serviço Regional de Saúde, na  educação, entre a paixão e a desilusão, ainda há turmas de 30 alunos na mesma escola onde no mesmo ano os filhos dos escolhidos pelo regime estão em turmas de 15 para garantir as boas notas. Na  justiça social falta fazer tanta coisa, falta segurança e protecção de  pessoas e bens, falta uma verdadeira preservação da propriedade privada e de elementares  direitos humanos. Há fome, há muita gente ainda a passar fome. 
Enquanto assim for eu não entendo que o Estado/Região gaste os seus escassos recursos em passagens aéreas para o bem-estar de alguns.
É a total confusão entre bem-comum e o bem de alguns.

17 de março de 2015

Nunca tantos desejaram viajar para São Miguel.

 Andam todos (nas outras ilhas) eufóricos com os encaminhamentos gratuitos. Eu percebo a euforia, afinal alguém (talvez a troika) vai pagar, ainda mais,  para os mais favorecidos viajarem ainda mais barato. Essa gente só não percebeu é que essa intervenção estatal além de anular todos os ganhos que se poderiam ter obtido com a liberalização, ajuda a enterrar a companhia aérea regional ainda mais do que já está por via de decisões "politiqueiras" sucessivas e contraditórias que já levaram ao afastamento de dois bons presidentes de CA, o Eng. Manuel António Cansado e o Prof. Doutor António Gomes de Menezes. O fim da SATA, pelo menos da Internacional, só pode ser o objectivo de curto prazo. Caso contrário, não se compreende que o accionista único promova a concorrência com a sua própria empresa.
O que essa gente, das outras ilhas, esquece é que, com essa euforia toda,  está a contribuir  para o mais vil dos centralismos "uma placa giratória"  em São Miguel. A TAP já abandonou o Faial e Pico, a Internacional vai à insolvência e pronto, fica naturalmente resolvida a questão da chamada "Hub Aérea do Atlântico". 
Desde que seja à borla, qualquer centralismo se suporta. Ou como dizia o meu querido e saudoso amigo Alceu Cabido Carneino. "Puta já temos só nos falta o dinheiro". Esse será dos Alemães, esses maus-de-fita de sempre. Claro.

16 de março de 2015

Uma ficção com direitos.

A Easyjet  está  a vender Lisboa/Genebra por 21€.
Se eu quiser apanhar um voo desses na Portela de Sacavém acham que tenho direito a ir até Lisboa gratuitamente?

15 de março de 2015

Socialismo nos rótulos da "Farinha Amparo"

Só para que conste e para memória futura deixo aqui a minha opinião sobre o novo modelo de transportes que prevê o encaminhamento gratuito de passageiros. Esta coisa  (encaminhamentos a custo zero) é tremendamente injusta socialmente ( dizem que eles que são socialistas, eu acho que eles nem sabem o que isso é) e constitui uma descriminação social  incomparável a qualquer outra coisa que tenha sido feita nos Açores nos últimos 50 anos. Além disso irá provocar ainda mais desertificação e empobrecimento nas Ilhas mais pequenas do Arquipélago. Não faz sentido uma Região pagar para exportar capital. Disse!

Post scriptum: Essas passagens vão ser pagas pelos impostos de muita gente que nem pode sonhar com aviões.

13 de março de 2015

O idiota clássico é o anti-politico.

Pelo que ouvi hoje por aí, sim eu ando por aí, houve interpretações duvidosas sobre as minhas palavras de ontem. Na verdade, quando falo de idiotas no sentido clássico do termo, estou a referir-me à antiga Grécia de onde é originária a palavra que servia para designar aqueles que não faziam parte das decisões politicas, que não estavam integrados na polis e que apenas se ocupavam dos seus apetites e dos seus interesses pessoais. A participação  e envolvimento nos assuntos políticos, na antiguidade clássica grega, revestia-se, tal como hoje,  de enorme importância.

12 de março de 2015

Uma pedrada num charco de águas podres

O  Senhor Secretário Regional da Educação disse no plenários dos Jovens. que "(...) “A política e os políticos definem o essencial do nosso futuro, por isso, se todos vocês pretendem um futuro melhor, possuem então a obrigação de fazer política e de serem políticos”. Ora aí está uma coisa sensata dita por um individuo que, ora na academia ora no poder executivo esteve sempre ao serviço da polis ou seja fazendo politica, algo que deve ser ressalvado e motivo de orgulho para o próprio. Disse ainda uma  verdade "lapaliciana",  e cito: “os mais novos não acreditam quase nada nos políticos”, assumindo em seguida que  a “culpa é necessariamente nossa".

"A culpa é, por exemplo, de todos aqueles que mensalmente, eu também, se sentam neste hemiciclo e que, não raras vezes, servem a todos vocês o mais triste dos espectáculos, ou seja, o espectáculo da vitória do interesse pessoal sobre a conveniência colectiva, do insulto sobre a decência, da estupidez sobre a inteligência”.
“Por tudo isto, paira hoje um grande desencanto sobre o funcionamento da Democracia, contudo, na História da Humanidade, a Democracia é a melhor forma de governar seres humanos”. Disse parafraseando Winston Churchil.

Ora fiquei sabendo pela Mariana Matos, de quem tirei algumas das palavras acima transcritas, que o PSD se ofendeu com as palavras sábias de Avelino Menezes e que o PS e restantes bancadas, como se diz agora, se ficaram. Pois eu acho que o Professor de História da Universidade dos Açores que desempenha as funções publicas de Secretário Regional ao serviço da polis, além de atirar uma grande pedrada num charco de lamas podres e mal cheirosas acabou explicando aos seus pares que a politica é mais do que o hemiciclo e que políticos somos todos nós sendo que é esse o nosso dever,  sermos cidadãos, seres da polis e não nos resignarmos à condição de idiotas no sentido clássico ( cultura da antiguidade clássica) do termo. 

16 de novembro de 2014

É D'Homem.

"Saio para defender a autoridade do Estado"

Ministro explicou em três minutos as razões da sua saída. Diz "não ser responsável por nada do que está em causa nos vistos gold". Mas politicamente considera que a sua autoridade "ficou diminuída".





14 de novembro de 2014

A minha memória atormenta-me.


Manuel Palos, agora detido por suspeitas de corrupção no caso dos "Vistos Gold", foi nomeado para o SEF por António Costa no tempo do governo de José Sócrates em 24.04.2005.

Na verdade,  na véspera de estarmos a comemorar 30 anos sobre o 25 Abril e depois do então Ministro da Administração Interna e agora Presidente da Câmara de Lisboa a tempo parcial e candidato a Primeiro-ministro a tempo inteiro ter pressionado Gabriel Catarino a demitir-se., o Secretário de Estado de então José Magalhães, considerou a nomeação de Manuel Palos como "a melhor opção que o Governo podia ter tomado para evitar uma situação de ruptura e desgaste dentro do SEF, nomeadamente no que respeita à programação e projectos para o futuro já estabelecidos, em especial no âmbito da União Europeia e Espaço Shenguen. "
Mais uma "socretina" figura no centro de um furacão de corrupção.
Alguns dos que se deveriam recordar destas ligações de longa data e que agora anda a tentar encontrar ligações directas nas mais do que indirectas relações, deveriam fazer melhor o seu "trabalhinho".

Na altura não havia legislação sobre os referidos vistos dourados, apenas foram aprovados pelo Governo actual, com especial relevo para o empenho do Ministro Paulo Portas. Como tal,   é caso para dizer que  " a ocasião faz o ladrão".
António Figueiredo, presidente do Instituto do Registo e Notariado foi também nomeado para o cargo que agora ocupava pelo então ministro da Administração Interna António Costa.

Toda essa "gentinha" foi reconduzida com base em critério de "competência" e com base nos parâmetros definidos pela CRESAP-Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública, o que vem, mais uma vez, atestar da inutilidade dessa instituição.


8 de novembro de 2014

Estribos.

Os políticos Açorianos, alcandorados defensores da autonomia destas Ilhas, usam-na e abusam-na como estribo para se sentarem nas cadeiras da república.

30 de outubro de 2014

Há dias assim.

Há postas expostas e postas adiadas. Postas de pescada, também. Aposto que não postas as postas que já postaste. Há postas adiadas...sine die.

28 de outubro de 2014

Lido e ouvido e confirmado.

Eu li e ouvi o que se disse e escreveu sobre a visita do Primeiro-ministro a 4 Ilhas dos Açores. Pelo que leio, Carlos Cesar também leu e ouviu, embora aqui e ali com algum veneno, o que disse o chefe do Governo. No entanto, pelo que li e ouvi, nem todos os Açorianos em especial alguns dos que nos governam, talvez apanhados nas voltas dos enredos que eles próprios criaram, ouviram o Primeiro-ministro da mesma forma.

26 de outubro de 2014

Porquê tanta pressa?



“ A pressa é inimiga da competência” diz o ditado e muito  bem dito. No caso de António Costa e apesar da chamada “boa imprensa”, a pressa é para não dar tempo de se falar muito da incompetência enquanto ministro dos XIII e XIV Governos Constitucionais com António Guterres  ( a reforma da acção executiva é um excelente exemplo) e enquanto ministro de José Sócrates no XVII Governo Constitucional. Costa só não esteve presente num governo de Mário Soares, de resto esteve sempre ligado aos governos que afundaram o País.


Sobre o candidato do Partido Socialista a primeiro-ministro ainda vai correr muita tinta até Outubro de 2015.

25 de outubro de 2014

Eu acredito na Europa.

Ontem, no rescaldo do lançamento do livro do Professor Eduardo Paz Ferreira, " Da Europa de Shuman à Não Europa de Merkel",  trazido aos escaparates pelos bons ofícios da Quetzal do meu bom amigo Francisco José Viegas senti haver entre os palestrantes e plateia um certo rancor ou pelo menos um certo desconforto relativamente à Alemanha hoje governada pela Srª Angela Merkel na esteira dos governos de Schroder, Khol e Schnmidt.
Dou por mim perdido em cogitações sobre se valerá a pena gastar latim lembrando aos mais incautos os dias e a pobreza deste Portugal de antes da adesão à então CEE. 
Neste exercício de critica e autocrítica, foco-me no centralismo de Lisboa e nos assomos autonómicos de alguns lideres regionais. Foco-me nas guerrilhas entre Ilhas, nas "tricas" entre concelhos , nos bairrismos saloios e nas pelejas entre ruas, e até no culto que nos une " o Senhor Espírito Santo da Rua D'Arquinha está-se cagando para o Senhor Espírito Santo da Rua do Passal".
Na verdade, se não houver uma entidade que nos aglutine em volta daquilo que é preciso  que nos unamos sem que cada um perca a sua identidade como nação. Se os Estados, à semelhança dos cidadãos para com eles, não forem cedendo alguns dos seus poderes para a União. Então não seremos nunca capazes de construir uma Europa nem de nações nem de estados nem de regiões nem de povos. Continuaremos, só e apenas, uma "bela adormecida" que com o passar dos anos será menos bela e mais adormecida senão mesmo em estado comatoso.
Fui um "eurocético", passei por uma fase de "eurocrente", hoje, pode dizer-se, sou um "euromilitante", no Mundo globalizado não há lugar para os pequenos estados, para fronteiras fechadas, para politicas monetárias e financeiras expostas à volúpia da instabilidade dos mercados, para birras nacionalistas nem para politicas de clausura.
Masstricht não foi até onde poderia e deveria ter ido deixando, apesar da criação do denominado Fundo de Coesão,  prevalecer sobre o principio da solidariedade entre estados o  principio da subsidiaridade que se configura como um "inimigo" do federalismo. 
De 1993 em diante os tratados são retalhos em mantas curtas que ora cobrem os pés ora cobrem a cabeça de uma Europa constituída por 28 Estados ditos soberanos, com 24 idiomas oficiais, cerca de 500 milhões de cidadãos e algumas 90 nações.

24 de outubro de 2014

Não vá ao médico, vá à SATA



Os políticos locais, uns por convicção (o que é triste), outros por mero eleitoralismo (o que ainda é
mais triste) passam a vida a exigir mais médicos e mais valências nas unidades de saúde de Ilha. Depois? Bem, depois acontecem coisas como esta que recentemente veio ao nosso conhecimento com uma doente oncológica de 41 anos da Ilha Graciosa.


Há anos que digo que a melhor receita para os doentes das ilhas mais pequenas é o balcão de reservas
da SATA. Continuo com a mesma opinião. 

23 de outubro de 2014

Há dias assim e outros assado.

"Alberto João Jardim vai encontrar-se com o Presidente da República para discutir a sua sucessão". Leio estas palavras nos OCS deste pobre país e julgo não ser deste mundo. Então o Homem das Ilhas, o defensor das autonomias, o guerreiro contra o centralismo de Lisboa, vai discutir o sua sucessão com o "Sr. Silva" esse símbolo do centralismo?
Há dias em que dá jeito ser centralista.

1 de outubro de 2014

António Costa 2012 vs António Costa 2014

Esta "gentinha" é, de facto, demasiado previsível. António Costa hoje, ao invés do que dizia há cerca de ano e meio,  não encontra qualquer incompatibilidade de agenda e qualquer inconveniente  na cumulação dos cargos de  Presidente da Câmara de Lisboa e Secretário Geral do Partido Socialista.
De facto, Lisboa não deu pela sua presença nos últimos 4 meses embora o País todo tenha ficado enfartado de o ver e ouvir por tudo quanto foi lugar.










29 de setembro de 2014

Da agenda 2020 à TROIKA.

Chegando a Primeiro-ministro  (coisa pela qual ainda vai ter que labutar) António Costa vai ter pela frente a gestão de um dos maiores sistemas de incentivos alguma vez disponibilizado pelas União Europeia  aos seus Estado-membros.
O fim do próximo QREN (nem sei se agora se chama assim) entra de novo uma qualquer TROIKA. 
Então será a vez de Rui Rio fazer os Portugueses apertarem, de novo o cinto.

27 de setembro de 2014

Da importância da separação de poderes.

Assunto realmente importante é o caso da suspensão do estado de direito e a supressão de um dos mais importantes poderes do Estado (os tribunais estão a 10%) por influência direta, com dolo ou sem dolo, com intenção ou sem intenção, isso não interessa, mas é uma suspensão de um dos poderes do Estado por influência direta de outro poder do estado o que representa o estilhaçar  do salutar principio da separação de poderes.

“Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de Magistratura, o Poder Legislativo é reunido ao Executivo, não há liberdade. Porque pode temer-se que o mesmo Monarca ou mesmo o Senado faça leis tirânicas para executá-las tiranicamente. 
Também não haverá liberdade se o Poder de Julgar não estiver separado do Legislativo e do Executivo. Se estivesse junto com o Legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário: pois o Juiz seria o Legislador. Se estivesse junto com o Executivo, o Juiz poderia ter a força de um opressor. Estaria tudo perdido se um mesmo homem, ou um mesmo corpo de principais ou nobres, ou do Povo, exercesse estes três poderes: o de fazer as leis; o de executar as resoluções públicas; e o de julgar os crimes ou as demandas dos particulares.”


Montesquieu, Charles-Louis de , Do espírito das leis, São Paulo, Saraiva, 2000, p.167-168).

26 de setembro de 2014

Demita-se Sr. Primeiro-ministro.


“Dois males não fazem um bem” e não é pelo facto de José Sócrates ter assinado de cruz projetos de engenharia ou até mesmo ter  violado o regime legal de dedicação exclusiva que, agora, devemos relevar o caso em que está envolvido o Primeiro-ministro desta “choldra” a que teimamos, pelo menos alguns de nós, em transformar num país para os nossos filhos poderem viver em paz e melhor.

Demita-se Sr. Primeiro-ministro, não chute para a norma o que é da moral, foi isso que fez o cidadão Pinto de Sou e outros de todos os partidos quando confrontados com questões éticas. A moral vai para lá da norma e é de ética deontológica, que se trata neste momento.

18 de março de 2014

José Medeiros Ferreira.

Encontra-mo-nos, por um acaso, numa tabacaria de Ponta Delgada, eu conhecia-o como qualquer bom cidadão tinha obrigação de o conhecer, ele conhecia-me dos meus andares por aí, pelos apelidos dos dois costados, pelos amigos comuns, etc. 
Por volta de 1997 trocamos alguma correspondência agri-doce, pejada de ironias e de alfinetadas como só ele sabia fazer espicaçado  e reagindo às minhas provocações de político imberbe . Depois veio a Blogosfera, por volta de 2003, que nos aproximou ainda mais, passamos a trocar deliciosos e-mails que guardo para um dia que me decida a escrever uma auto-biografia não autorizada, ou seja em que eu escreva tudo aquilo que tenho guardado só para mim.
Num  certo dia de Junho de 2005 encontra-mo-nos, por mero acaso, numa esplanada da nossa cidade e estivemos à conversa uns quantos quartos de hora ( não era difícil ficar à conversa com o Medeiros). perguntou-me se eu conhecia o poema "Amigos" de Vinicius de Morais, disse-lhe, do alto da minha ignorância que não. recomendou-me que o procurasse na internet. Fi-lo de seguida, na primeira oportunidade que tive, foi então que fiquei a saber que a estima que tinha por ele, apesar das nossas enormes divergências políticas, era reciproca.
Não sei que poema te poderei dedicar agora, certamente o de Vinicius não é pois há muito que sabemos que somos amigos.
Descansa em Paz.

11 de março de 2014

Nunca é demais lembrar

Pra se ser Açoriano
É preciso aqui nascer
Ou então viver a vida
Pra saber aqui morrer
 



Maria da Graça Câmara 

28 de fevereiro de 2014

"Povo Açoriano - Isso não dá Pão".


Longe vão os tempos da indignação com as palavras de Ricardo Rodrigues que repesquei para título desta minha reflexão. 
Hoje, passada a polémica com a Assembleia  e com o Presidente da República, importa apenas olhar o umbigo de cada um.
Por este dias tem andado o debate animado nas redes sociais e nos "pasquins" da urbe por via de assomo de bairrismos exacerbados por causa de coisa nenhuma. Ora é uma associação de promoção dos botes baleeiros ora é a sede de uma empresa pública ora é  por via dos subsídios à agricultura pagos a mais numa certa Ilha do que em outra. Esta última foi a questão que terá servido de espoleta a todas as outras. 
Embora sejam conhecidos e públicos textos onde sempre defendi a existência de um Povo Açoriano e seja essa o meu desejo intimo (agora usa dizer-se wishful thinking), a verdade é que nestas alturas me interrogo se estarei no caminho certo.
Não. Não existe um "ser-se Açoriano". Cada vez mais os  Açores não passam de uma referência geográfica, cada vez menos somos uma comunidade politica mas sim um amontoado de comunidades  políticas, "umbiguistas" e sem qualquer preocupação com o futuro da nossa autonomia e por conseguinte da nossa existência futura como nação (já nem falo de Estado). O caso da associação dos botes, que nem devia ser caso, está com promessas públicas de ser levado às 3 assembleias municipais dos 3 concelhos do Pico onde nem entre si se põem de acordo. Está em causa um direito adquirido com a conquista da democracia em 1974, o direito de associação. A sede da tal empresa vai para a Horta mas deveria era ir para o Pico porque estatisticamente aquela Ilha tem mais 18 mil utentes. E nisso se perde essa gente e nisso se gastam as energias desse amontoado de ossos e músculos. 

E até aquilo que mais nos une nos separa. Sim porque nunca se esqueçam, "o Senhor Espírito Santo da Rua D'Arquinha está-se cagando para o Senhor Espírito Santo da Rua do Passal.

27 de fevereiro de 2014

Resumo...

A última frase do excelente post do JMF  no blasfémias resume tudo com que nos devemos preocupar neste momento em relação à Ucrânia. "Nem todos os “amigos da Europa” de Kiev são amigos nos quais possamos confiar".

E Depois?

Os Jornais de Portugal, nomeadamente o semanário Sol, descobriram que Carlos César tem um emprego. Bem pior seria se não tivesse. Há, de facto, na generalidade dos media portugueses,  uma obsessão com o que ganham e fazem os cidadãos que desempenham cargos públicos que é transportada para uma dimensão igualmente obsessiva  antipolíticos que chega a ser repugnante.
Políticos são todos os cidadãos e não apenas os que auferem vencimento por cargos públicos. Políticos, mais do que quaisquer outros, são os jornalistas e fazedores de opinião e bom seria que fosse clara a relação entre essa classe (para não lhe chamar casta) e os poderes ocultos.

Notícia, mesmo notícia seria se o ex-presidente do Governo Regional ainda não tivesse conseguido arranjar emprego, isso sim era preocupante e motivo de parangonas.

20 de fevereiro de 2014

O drama da nova emigração.

Eu não tenho medo que os meus filhos emigrem. Eu tenho é medo que eles não tenham coragem para emigrar.

18 de dezembro de 2013

Ave César

Acabo de ouvir a entrevista de Carlos César à TVI 24, se dúvidas existissem elas dissipar-se-iam hoje. César é um dos melhores políticos portugueses da actualidade. Seria, de facto, um desperdício enviá-lo para Bruxelas.

17 de dezembro de 2013

Na prática...

...porque razão o Banco Central Europeu nos quer impor um programa cautelar? Por isso mesmo, literalmente, por cautela. Para nos poupar aos previsíveis desmandos desta gente.

11 de dezembro de 2013

E de que maneira...

André Abrantes Amaral no incontornável Insurgente.



Pois é, esta crise ensinou-nos e da forma mais dolorosa, com desemprego, fome, instabilidade social, mais empobrecimento dos mais pobres em prol do enriquecimento dos que já eram privilegiados, da perda de liberdades individuais, da perda de direitos adquiridos e de respeito pelas instituições constitucionais. O degradar-se  da democracia, o descrédito na política . Enfim, um sem número de coisas ruins que estamos a pagar e ainda vamos continuar a fazê-lo por longos anos.

Temo, porém, que este Povo que agora paga caro as suas próprias escolhas politicas, volte, num futuro próximo, a apostar nas mesmas "figurinhas" que nos trouxeram até este longo túnel de trevas.

10 de dezembro de 2013

Quase sempre concordo, mas...

"Carlos César revela que não vai ser candidato nas Europeias e diz esperar nessas eleições um sinal claro dessa abertura, por parte de António José Seguro.
Nesta conversa com Pedro Adão e Silva e Pedro Marques Lopes, Carlos César defende abertamente um governo de bloco central liderado pelo PS, com uma outra liderança no PSD, e sem o CDS de Paulo Portas, que considera ser um elemento «inesperado e enigmático nas decisões», representando o lado «ludo-maníaco» do Governo." 


Chega a irritar-me as vezes que concordo com o que diz e escreve Carlos César apesar de discordar frontalmente de algumas das opções técnicas e politicas dos seus  3 governos nos Açores.
Porém, neste particular, temo discordar na medida em que, deixar Paulo Portas de fora é o que melhor serve os interesses daquele e da esquerda radical. 
Na verdade, temo que esse governo de bloco central não durará mais do que uma legislatura  o que será o tempo mais do que suficiente para que, na senda das tácticas  eleitoralistas do passado, a esquerda radical acentuará o seu discurso de que o PS não é esquerda porque está a aplicar politicas de direita com o PSD. O que, não sendo absolutamente verdade até porque o PSD, o PS e até o CDS são partidos do grande "centrão" com muitas inclinações de esquerda (o que Paulo Portas tem mais à direita é a mecha de cabelo e a boina aos quadradinhos), cai no goto dos portugueses como ginjas.
Deixar de fora o "macaquinho na loja de loiças" é permitir que esse faça o discurso contrário à esquerda dizendo que afinal o PSD não quis reformar nada porque é de esquerda tal como o PS e como a esquerda radical não é de confiança é ele que se apresenta como única alternativa.
No entanto, admito, um governo de bloco central pode muito bem ser um governo de salvação nacional, assim o queiram os dois partidos do centro esquerda.

PS. Gostei do lado "ludo-maníaco" do Governo.

4 de dezembro de 2013

Foi há 33 anos


Para alguns a Democracia é uma coisa “fodida”.

O Daniel Gonçalves, pessoa por quem nutro particular simpatia e de cuja poesia gosto particularmente, tem porém um “pitafe” daqueles que me fazem arreganhar as unhas dos dedos dos pés.
Ontem, num artigo (post) publicadono Comparar Santa Maria, o ilustre professor/pensador/poeta discorre sobre a sua experiência democrática enquanto representante de uma determinada força política no seio de uma determinada coligação eleito para a Assembleia Municipal de Vila do Porto. O Prof. Daniel Gonçalves ilustra esse seu artigo com a imagem (ver abaixo) de um símio pensativo que se pergunta exclamativo: o que fazer?
O que se passou nessa Assembleia Municipal que tanto desiludiu o Daniel Gonçalves pouco ou nada me importa, afinal os que lá estão foram eleitos e como tal são o resultado da vontade da maioria e essa escolha popular, por mais que me custe e custe ao Daniel Gonçalves, é o máximo expoente da democracia.

Se Santa Maria fica a perder ou não com o excesso de retórica e com as guerrilhas político-partidárias dos seus representantes eleitos, isso é coisa que importa reflectir mas importa sobre tudo respeitar. Talvez por isso não sejamos todos símios sem saber o que fazer. Temos pena.

26 de novembro de 2013

É a andar que se faz o caminho...

Perdi o meu tempo, não o tempo cronológico  esse bastardo inimigo que nos ataca fugindo, perdi o meu tempo de existir, o meu estado de alma, o tempos dos amores perfeitos e imperfeitos das venturas e desventuras. Há um tempo, esse sim cronológico, que não volta, sim esse não volta nunca por mais que o poeta o cante, que o prosador o evoque que o filósofo o ensaie. O tempo cronológico em que estou a escrever estas linhas vai passando e não fica. Ficam as linhas, ali no papel amontoadas como as pegadas que fazem no terreiro o trilho por onde vão passar outras pegadas. São as nossas palavras que nos fazem assim nesse outro tempo como as nossas pegadas fazem o nosso caminho.
De quando em vez é preciso, torna-se premente mesmo,  mudar-mos as nossas palavras, mudar-mos o nosso caminho, negar-mos a nossa própria existência para assim podermos continuar a existir como dizia Goethe. Fazer-mo-nos, refazer-mo-nos qual Fenix das cinzas renascida. 
De um monte de nervos, músculos e ossos, frágil como uma orquídea em noite de vendaval, brota um animal horrível, mau, hostil, capaz de matar por prazer, capaz infligir no próximo as maiores atrocidades, aquelas que sabe seria incapaz de suportar. O Homem, de facto, não é grande coisa.

25 de novembro de 2013

Hoje sim, é o dia!

Hoje importa lembrar e lembrarei enquanto forças tiver e a razão mo permitir, a madrugada de 25 de Novembro de 1975, o "Grupo dos 9" e esse grande vulto da democracia portuguesa que deu e dará pelo nome de Ernesto Melo Antunes. Lembrarei a esses democratas de pacotilha que enchem a boca e salas de livrarias e anfiteatros e mesas redondas e vendem livros e outras coisas tais, usando e abusando do nome desse grande Homem da história de democracia deste triste, pobre e inculto país que sem o grupo dos 9 tínha transitado automaticamente de um regime musculado de direita  para uma ditadura da esquerda radical.


Recordo Melo Antunes com a saudade de quem apenas privou com ele uma ou duas vezes. Era eu então um puto intrometido e obcecado com as conversas dos adultos sobre a coisa pública. Recordo a sua serenidade a falar com paixão de tempos que não vivi, de figuras que não conheci. De cigarro entre os dedos indicador e grande e polegar encostado à fronte como que a segurá-la para que nunca se curvasse e, não se curvou, o Tenente Coronel divagava, com inteligência,  durante horas, apenas interrompido, quase sempre de forma  impetuosa, por um ou outro amigo/conviva.

Nunca me viram numa sessão pública de homenagem ao "Sonhador Pragmático", ( mesmo sendo amigo pessoal dos seus filhos, principalmente do Ernesto por quem nutro especial  admiração e amizade que nunca me perguntou ou manifestou qualquer admiração por eu não ter estado presente neste ou naquele evento sabendo ele o quanto admiro o Pai). Não suportaria a hipocrisia dos presentes.

Com já aqui escrevi, num passado  mais ou menos  recente,  é ao papel desempenhado por Melo Antunes no seio do chamado grupo dos nove que se deve a teorização do contra-golpe militar que, liderado por Ramalho Eanes com o apoio de Jaime Neves e dos seus Comandos, havia de libertar Portugal da tendência de esquerda radical do MFA que pretendia fazer do país uma "Cuba da Europa".


8 de novembro de 2013

Cuida-te Pedro

Quem tem amigos como o Morais Sarmento e o Marques Mendes, nem precisa de inimigos.

6 de novembro de 2013

3 de outubro de 2013

No rescaldo das autárquicas IV

Dá para perceber um pouco o que se passou em Oeiras como dá para perceber, aqui à escala regional  e na razão inversa, muitas coisas que aconteceram, nas Velas, na Calheta, na Ribeira Brande e em  muitas outras autarquias .
(...)
Daniel Oliveira não compreende porque é que Isaltino ganhou as eleições, sendo Oeiras “o concelho com maior percentagem de licenciados de Portugal”.  Na televisão, na noite das eleições, um comentador dizia não compreender como é que isto podia acontecer no concelho com maior nível de vida do país. Um outro bloguer mostra-se confuso com a vitória, até porque “rezam as estatísticas que Oeiras é o concelho do país com maior literacia… “ E há o apoiante de Moita Flores que dizia na noite de Domingo, “isto é uma vergonha, num concelho que foi o primeiro do país a eliminar as barracas e onde o nível de vida é maior”. Ou um grande amigo que vive em Almada e que argumentou algo como “Pois, pois, têm as Quintas das Fonte, os Lagoas Parque, os Arquiparque, os Tagus Park, tem essas empresas ricas todas, mas depois escolhem a lista de um presidiário.” Ou um partido que dizia na campanha que seria uma uma contradição eleger Isaltino no concelho com maior ‘derrama’ no país.

2 de outubro de 2013

No rescaldo das autárquicas III

Aliás a esquerda também já tem um presidenciável, António Costa.

No rescaldo das autárquicas II

A direita já tem candidato para as presidenciais de 2016, Rui Rio um dos grandes vencedores da noite do passado dia 29 de Setembro.

1 de outubro de 2013

No rescaldo das autárquicas.

As votações obtidas pelos principais transumantes, Menezes no Porto e Seara em Lisboa, demonstram que o Povo, sábio, soube fazer muito bem aquilo que a Assembleia da República não quis fazer, interpretar devidamente a lei de limitação dos mandatos dos autarcas. Fica apenas por esclarecer se o Povo castigou a transumância ou se, pelo contrário, Menezes e Seara ganhariam em Gaia e Sintra respetivamente.

Com já aqui afirmei, sou contra qualquer lei que limite os mandatos dos eleitos por entender que é castradora da vontade popular e portanto antidemocrática. A prova está à vista nestas autárquicas, o Povo sabe bem o que faz e como faz.

Arquivo do blogue