31 de outubro de 2004

Doçuras ou travessuras

O Halloween é uma tradição importada muito recentemente para os Açores. Sem querer ser maçador, permitam-me uma pequena e atrevida história desta festa de abóboras bruxas e "rabeçados".
A palavra halloween tem origem no dia que amanhã a comunidade Cristã dedica a todos os Santos. Na verdade, a palavra Halloween tem origem numa corruptela das palavras "All Hollows Day" ou "All Saints Day" que era desde o século V ac e de acordo com a comunidade Celta Irlandesa comemorado no dia 31 de Outubro, dia este que também marcava o fim do verão e o inicio de um novo ano.
No século primeiro depois do nascimento de Cristo, os romanos adoptaram as práticas Celtas como suas e faziam neste dia uma festa em honra de Pomona, Deusa da fruta e das árvores.
Hoje o Halloween não passa de um dia de festa com abóboras e bruxas e "doçuras ou travessuras".
Amanhã a Igreja católica celebra o dia de todos os Santos. É também dia de Pão por Deus. Em Ponta Delgada existe a tradição de oferecer aos ardinas, uma certa quantia em dinheiro em troco de uma mão cheia de quadras.
Na minha infância, no Nordeste, organizávamos grupos de rapazes, com boinas na cabeça e uma saca de pano, normalmente feita de retalhos, íamos pelas ruas, de porta em porta pedindo o Pão por Deus. Ao final do dia, trazíamos de tudo, desde algumas moedas a chocolates e "candiles".
Tradições que se vão perdendo e que vão sendo substituídas por esses novos fenómenos da cosmocultura.

Nova grelha

A nova grelha de programação da RTP-Açores, promete mais produção Regional. Isto pode ser uma boa noticia. Na verdade, a nossa televisão é o único meio de fazer chegar a todas as Ilhas dos Açores aquilo que se passa nas outras. Noticias, divulgação cultural, desporto e debate são algumas das propostas. Ficamos assim, mais uma vez, expectantes. Para já, o programa dirigido por Joel Neto e que vai para o ar à Terça Feira promete muito debate e muita novidade sobre uma nova geração de Açorianos que nem todos os Açorianos conhecem. À Quarta feira Rui Ferreira volta com o seu Máquinas e Lazer, que mantinha os açorianos informados sobre os desportos motorizados e radicais.

30 de outubro de 2004

"Carne para canhão"

Este não será o local apropriado para tratar dos problemas do PSD. Contudo, por ser um lugar de opinião e debate, admite-se que algumas discussões sobre assuntos de interesse regional se façam aqui. Parece-me que algumas franjas da opinião pública Regional continuam obcecadas com o PSD e com o seu futuro. Para mim o PSD a 17 de Outubro passou a ser, outra vez, um dos meus adversários políticos, senão mesmo o mais importante. Bem quero é que encontrem um poste com qual esbarrem com bastante força.
Sem querer meter foice em seara alheia, parece-me que se vai passar no PSD o que se tem passado desde a saída do Dr. Mota Amaral, substituem o líder e depois o aparelho é o mesmo. Os mesmos que perderam agora com Victor Cruz, são os que perderam com Álvaro Dâmaso, Manuel Arruda, e Carlos Costa Neves. O Actual aparelho do PSD queimou dois dos seus mais promissores políticos da actualidade, em minha opinião claro, Costa Neves e Victor Cruz. Não queimarão Berta Cabral (que é bem pior do que qualquer um dos outros dois) porque esta não lhes dará oportunidade.
O próximo líder do PSD-A, será assim, uma espécie de "carne para canhão".

Esta é a minha visão das coisas neste momento em que me encontro longe, bem longe mas com o sentido nos destinos da minha terra.

25 de outubro de 2004

Expectante

Não estou virado para as "postas". Não me apetece escrever, mas estou deveras expectante em relação a notícias sobre o novo Governo de Carlos César. Há novidades? Parece que não. Será que vamos ter Governo ainda esta semana? Ou a remodelação prometida não passará de uma miragem. Estou deveras expectante.

23 de outubro de 2004

Palau de la Música Catalana


O movimento modernista de Barcelona atingiu o seu auge nesta magnifica sala de concertos construída entre 1905 e 1908. Esta foi uma criação do Arquitecto Lluís Doménech i Mantaner. A fachada trabalhada, cercada de colunas com mosaicos e arcos de tijolo, sugere o que nos espera lá dentro. O Jardim da música como Doménech lhe chamava, estende-se para além das portas da frente, com cada superfície decorada com motivos florais. A sala de concertos, tão alta quanto comprida, é um verdadeiro hino à luz e às formas naturais repleta de vitrais e clarabóias que deixam atravessar o sol, abundante por estas paragens.

22 de outubro de 2004

Park Güel

A arquitectura "rócoco" modernista de António Gaudí feita Jardim. Nenhuma outra obra do famoso arquitecto catalão se integra tão bem com a Natureza, a sua fonte inspiradora mais frequente.

O parque pretendia ser uma cidade-jardim residencial ao estilo inglês, dai a terminologia "park". Contudo, o projecto falhou, tendo-se apenas construído uma casa, onde Gaudí viveu e que é hoje a sua casa museu, que é conhecida pelo formigueiro gigante que adorna as suas paredes exteriores.

Os Olhos também comem

21 de outubro de 2004

Férias e mais qualquer coisa

Este blog está em período de descanso, curto mas intenso, que esta coisa de ser empresário não dá para gozar grandes férias.
Hoje estivemos todo o dia aqui, amanhã também.

20 de outubro de 2004

Deserto Verde

Concurso para a privatização da Veredegolf SA ficou deserto.
Havia alguém capaz de imaginar que fosse acontecer outra coisa que não isso?
A Verdegolf é um bom exemplo de como não se devem fazer as coisas. Nasceu torta no tempo do amaralismo e oito anos de governação socialista não lhe viraram a orientação. Não basta substituir administradores ou substituir empregados. São necessárias medidas de fundo para alterar a situação daquela empresa que se revela de interesse estratégico para o desenvolvimento do Turismo nos Açores.
Ao construir mais 9 buracos na Achada das Furnas e 27 buracos na Batalha sem desenvolver projectos imobiliários paralelos capazes de suportarem o financiamento da construção e manutenção dos campos, os políticos e gestores públicos de então cometeram um erro colossal. Demorar oito anos insistindo no mesmo modelo foi outro erro colossal. Em gestão, na política ou na economia, seja ela macro, micro ou doméstica, não se podem esperar resultados diferentes se mantivermos o "modus operandi".
Provavelmente, os políticos de agora, ficaram admirados com o facto do concurso ficar deserto. Nunca pensaram que uma das contrapartidas pedidas era um enorme fardo para quem comprasse a empresa.
Nos moldes em que está estruturada a empresa e mesmo retirando do caderno de encargos a contra-partida de construir um campo de golfe no Faial, não sei se existirão muitos empresários capazes de aceitar aquela empresa dada, quanto mais por 9 milhões de euros.

19 de outubro de 2004

Epitáfio

Nunca fui bom epitafista, aliás nunca fui bom em nada, só a trabalhar. Acho que venço os outros por ter esta capacidade enorme de me alhear do que me está à volta e pôr-me a trabalhar sem sossego até acabar a gesta a que me proponho. Mas cá vai o meu epitáfio ao Não M'Acredito. Eu gosto dele, gosto do autor dele, gosto do autor há muitos anos mesmo quando discordo e nos últimos tempos isso foi uma constante. Domingo foi um dos vencedores e um dos vencidos. O nosso Benfica perdeu. Roubado mas perdeu. Eu gosto de ganhar roubado ao FCP, dá-me um gozo dos diabos mas, detesto perder roubado seja com quem for.
Na festa de 1º aniversário do Foguetabraze fiquei com pena de não lhe ter dado um prémio, ele merecia e o lobby para que isso acontecesse foi bastante forte. Prometi-lhe um prémio no ano seguinte mas ele infelizmente morreu. Deixou-me, portanto duplamente de luto.
No seu comentário de parabéns deixou, porém, uma porta aberta. Só espero que ressuscite com o novo blog prometido. Desculpa, amigo, as minhas ofensas mas sabes bem que não me aguento, é de mim. E POR FAVOR, NÃO GRITES MAIS COMIGO!

Vaga de fundo

Caro Ezequiel.
Obrigado pelos elogios que me deixaste subentendidos em comentários no "post" abaixo. Vou intervir em forma de post, já que existe assunto que merece ser desenvolvido e assim saltar para outro nível de discussão.

Tal como disse o nosso amigo Pedro Arruda e bem, é pena que esta "vaga de fundo" venha de fora do partido e não de dentro. Também o Abel tem razão. Ele melhor do que ninguém sabe como se trabalha no terreno para ganhar votos e consolidar ideias sem ser cinzento, sem tentar agradar a tudo e a todos. Mas também sabe que criar uma máquina partidária é muito mais difícil do que isso e dominá-la ainda é mais complicado. O CDS/PP não é um partido tipo União Nacional, para agradar a tudo e a todos. É um partido com uma ideologia vincada e com ligações muito próprias a um eleitorado conservador no que é bom e nem sempre, liberal no que pé preciso. Eu já disse várias vezes que a nossa principal afirmação deve fazer-se pelo pragmatismo e pela discussão dos conceitos económicos mais liberais. O Modelo de desenvolvimento dos Açores que o Partido Socialista leva a vante, é um complemento directo do modelo Amaralista, é um modelo esgotado e com provas dadas deste mesmo esgotamento. Esse é também o modelo defendido por Alvarino Pinheiro. Não raras vezes o ouvimos fazer apelos à intervenção do Estado/Região, em sectores da vida económica Regional que deveria estar destinados a privados.

É certo que sou o único que, (na senda de outros pensadores da direita liberal portuguesas,) pensa a economia global como um caminho sem retorno e sem lugar a proteccionismos e intervencionismos. Este discurso não é suficiente para tomar conta do partido. Na noite eleitoral, aproveitando uma deixa do Luciano Barcelos, tive o cuidado de tocar neste assunto embora muito pela rama. A criação de um Fundo de Coesão Regional, uma das poucas ideias lançadas por César no decorrer da campanha eleitoral, é continuar numa linha de investimento público onde o que é necessário é criar condições para o investimento privado proliferar. Isto só não acontece porque o Estado/Região, está minado por medíocres. Na verdade, há gente com grande capacidade de análise e de trabalho nas diversas secretarias mas a grande parte dos serviços estão minados por funcionários medíocres que não fazem nem deixam fazer.

Este discurso agrada a grande parte do eleitorado do CDS/PP mas nem sempre funciona internamente. O discurso interno é mais eficaz quando se podem contar espingardas. Além disso, esta vaga de fundo que, me apraz registar, foi me manifestada não só ao longo da campanha mas também e principalmente, ao longo dos dias de ontem e hoje. Infelizmente esta é uma vaga externa e demasiado "flat". O mar está so "crawdli", não me parece que seja eu, um surfista amador, a apanhar essa vaga.

18 de outubro de 2004

Antes que me digam...

..deixem-me dizer que o Foguetabraze também foi um dos derrotados da noite, embora sem grandes responsabilidades, como disse o Pedro Arruda, o Foguetabraze fez mais pela coligação do que muitos dos dirigentes do CDS/PP.
Uma reunião de emergência entre os seus membros, (consciência, dever cívico e bicho carpinteiro) foi decidido manter no cargo de director, sub director, chefe de redacção e reserva moral, o seu fundador.
A todos os meu muito obrigado

Vitória de César

Carlos César havia anunciado em meios restritos e públicos que não seria candidato nestas eleições. O Partido Socialista, temendo a orfandade, empurrou César para o que seria o mais difícil combate político da sua carreira, enfrentar o delfim de Mota Amaral, numa conjuntura que se julgava de desgaste. César é, por isso, o grande vencedor da noite eleitoral de ontem. Fica-lhe bem, politicamente correcto, dizer que ganharam os Açorianos, mas no íntimo sabe, melhor do que ninguém que é a ele que se deve a vitória.
Também Victor Cruz assumiu a sua quota-parte da derrota. Não podia fazer outra coisa. Falta aos outros protagonistas da coligação, os que se empenharam mais e principalmente os que se empenharam pouco, fazerem o mesmo, tomarem por sua a derrota de ontem.
Victor Cruz não perdeu sozinho, perdeu porque estava com os mesmos que perderam com Álvaro Dâmaso e com os mesmos que perderam com Manuel Arruda. Victor Cruz perdeu, também, por um fenómeno de rejeição da Coligação Açores. Esta, não conseguiu sequer fidelizar a soma dos votos que os dois partidos alcançaram há quatro anos, perdeu em toda a linha.
Em São Miguel, onde a derrota é mais estrondosa já que em Santa Maria não foi novidade, nem a estratégia seguida por Paulo Gusmão de fazer campanha sozinho serviu de muito. Por isso, perdeu também, O Jovem líder dos Populares de São Miguel que não conseguiu assim segurar o eleitorado do seu partido perdendo a possibilidade histórica de eleger um segundo deputado pela Ilha, o seu compadre Frederico Sampaio, é também um derrotado de ontem. É caso para dizer que a politica não se faz só com os amigos e com os compadres, faz-se com todos os que querem participar nos processos e ouvindo todas as sensibilidades.
Daqui envio a Carlos César os meus sinceros parabéns e votos de que opere as mudanças necessárias no seu executivo e opere as reformas esperadas nas áreas onde a governação socialista foi mais penalizadora, Agricultura, Pescas e Ambiente.

17 de outubro de 2004

Fonte de tudo

Eu amo tudo o que foi...

Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa, 1931.

15 de outubro de 2004

Autonomia Progressiva

Deixando de parte o ruído da campanha eleitoral, tenho andado a debater com o Guilherme, no seu chá verde (puro),( já que aqui parece que o Guilherme não anda com grande vontade de vir por causa do tal ruído) a questão autonómica. Chegamos a algumas conclusões e a situações de comum acordo.
Desde logo a questão do financiamento das Regiões autónomas foi assunto em que concordamos, na forma e na essência. Contudo, este debate sobre as autonomias insulares atlânticas que, no meu entender deverá ter como nossos privilegiados aliados, não só a Região Autónoma da Madeira mas também a "Región Autonómica de Canarias". Esta última, por ser uma região autónoma de um outro estado membro e com problemas similares aos dos Açores e da Madeira, nomeadamente no concernente às questões dos transportes e comunicações mas, sobre tudo, relativamente ao seu estatuto de autonomia, deve fazer parte de um "task force" a criar em Bruxelas, no sentido do alargamento das competências e das responsabilidades da União no processo de desenvolvimento económico específico das suas parcelas atlânticas e ultraperiféricas.
Uma maior autonomia financeira relativamente ao Estado, mesmo que transferindo esta responsabilidade para Bruxelas, que permita aos Açores uma gestão dos seus recursos menos dependente dos interesses do poder instituindo em Lisboa é desde logo uma solução que me agradaria e muito.
Para os defensores da Independência dos Açores. Eu, pessoalmente, não acredito na conquista da Independência e na "livre administração dos Açores pelos Açorianos", pela via revolucionária. Está provado que os grandes movimentos e sublevações populares que aconteceram nas nossas Ilhas, tiveram sempre motivações de ordem económica e nunca do campo das ideias. Ou seja, com a barriguinha cheia o Açoriano não se mexe.
A caminho do federalismo europeu, pode muito bem, vir a ser o caminho para a independência dos Açores e de muitas outras regiões europeias. Na verdade, desenterrando o vetusto conceito de autonomia progressiva que, nunca foi devidamente desenvolvido, nem aprofundado, por via da falta de empenha na solução da questão financeira, acredito que, no quadro da União europeia e da pouco desejada por alguns mas inevitável economia à escala da "Aldeia Global", se caminhe no sentido da criação de micro estados sendo os Açores um deles a par da Madeira, Canárias, País Basco, Catalunha, Martinica, Reunião, Córsega e muitas outras regiões periféricas e não periféricas da Europa incluindo as que constituem pequenas federações dentro da União Europeia.
Ao fim e ao cabo, o que temos hoje é uma Região gerida à escala de um micro estado mas com uma total dependência financeira de outro Estado/nação. Reparem que quando me refiro aos Açores independentes me refiro a um micro Estado e não micro estado/nação.
O conceito de nação tal como o encaramos e não como os dicionários o classificam, pode até não fazer sentido para muitos do Açorianos que se sentem Portuguesas dos quatro costados mas isso não implica a negação do conceito de estado independente e soberano.

"Santana quase brilhava"

Segundo A Capital, jornal tido como de esquerda onde, no entanto, existem alguns jornalistas da área da social-democracia, Santana Lopes quase brilhava no debate mensal na Assembleia da República. Quem se ficou mesmo pelo populismo e baixa politica foi, o também estreante, José Sócrates. Afinal são os dois da mesma escola.

Too much noise

Ontem estive na rua, tinha acabado de fazer o meu balanço da campanha eleitoral para um jornal nacional, passei pela Calheta Pêro de Teive à hora em que estava marcado o comício do Partido Socialista e não havia condições de público para o realizar mesmo sendo uma Festa Comício com os grupos Santamaria e GNR.
Em contra-ponto, fui até à Ribeira Grande onde o largo da cascata e a escadaria da Matriz, meia hora antes da hora marcada, estavam cheios de gente até por cima das paredes à espera de Victor Cruz, um sucesso que eu não imaginava ser possível nos dias de hoje.
Voltei a sair da Ribeira Grande debaixo de chuva e ninguém arredava pé do recinto. Voltando a Ponta Delgada, não chovia, e ainda os artistas actuavam no palco e já os populares se estavam a ir embora. Se eu fosse Carlos César estava preocupado, a coisa não parece estar a correr bem para os lados da Rua Margarida de Chaves.
Das gravações que ouvi dos discursos dos dois principais candidatos a deputados e presumíveis presidenciáveis, só posso dizer uma coisa. Too much noise

14 de outubro de 2004

Felizmente são só promessas vãs 2

Em versão Coligação Açores, Victor Cruz anunciou ontem que se for governo irá construir uma via rápida para o Nordeste. Eu só espero que também essa seja uma promessa vã, que não se arranje o dinheiro para a fazer, que os ambientalistas se movimentem, que a sociedade civil se organize que o Povo ao qual me orgulho de pertencer não embarque na cantiga do progresso do betão e do aço. Eu cá vou começar já hoje a minha ruidosa campanha contra essa alarvidade ambiental. Espero ouvir os outros.
Já aqui dexei o alerta a quando do anúncio por parte de Carlos César, não ficaria bem com a minha consciência se não o fizesse também agora.

13 de outubro de 2004

Hoje ha 8 anos

O Partido Socialista ganhou pela primeira vez Eleições Regionais

NO COMMENTS!!!!!!!!!!!!!!!

Escandaleira

Eu bem sei que me vão dizer que eu ando a fazer o meu Blog usando o sensacionalismo dos Jornais do Continente e que isto é só uma árvore na Floresta e que não é bem assim e que até vão comparar as obras da reconstrução de agora com as de há 20 anos e o preço das lagoas de agora com as do tempo do Adolfo Lima e tudo o mais. Mas eu não posso deixar de chamar a vossa atenção para essa notícia do Publico de Hoje, um Jornal que não tem sido nada meigo com o Governo de Santana Lopes e que é tido como uma referência no Jornalismo diário Português.
O Governo Regional fez um acordo com a empresa que construiu a lagoa do Faial, combinando uma segunda empreitada quatro meses antes do decreto de adjudicação que estipulava a consulta a cinco empresas. No acordo, a empresa comprometeu-se a desistir de uma queixa contra o Governo Regional. O preço da obra, inicialmente estimado em 39 mil contos, disparou para quase 309 mil.

12 de outubro de 2004

Democracia sem lastro

Teresa de Sousa traz-nos hoje no Público um artigo de opinião bastante interessante, infelizmente indisponível on-line por isso sem link.
O Francisco dizia ontem no seu ENTRAMULA que, "Todos gostamos de ouvir ou ler alguém que diz aquilo que também dissemos e dizemos tantas vezes".
Pois a tese de Teresa de Sousa hoje vem ao encontro daquilo que defendi sobre a falta de lastro da nossa democracia. Dizia eu, há uns dias atraz, a respeito do episódio Gomes da Silva/Marcelo R.Sousa/TVI, que "A haver caso, repito a haver caso, então a nossa democracia está completamente deslastrada e sem um dos seus principais garantes o 4º poder, o poder dos média".
Hoje parece já ninguém ter dúvidas sobre o facto de ter existido caso. Embora me custe propalar aos sete ventos a existência de um novo "Lápis Azul" em Portugal, não me custa absolutamente nada admitir que Marcelo Rebelo de Sousa foi pressionado pelo poder económico que de uma forma muito directa tutela a informação da TVI. O grave desta situação é o facto de poderem existir pressões do estado sobre os média. Isso não deveria ser possível e apenas o é porque, como já disse, existe uma omnipresença do estado na vida económica nacional e na gestão da coisa privada, situação essa que muito agrada à esquerda tanto tradicional como moderna. Todos dependemos um pouco do bom ou mau humor de um qualquer funcionário. Isso é lamentável e pernicioso numa democracia, que se pretende cada vez mais aberta e arejada, onde os direitos de cada um não colidam com os direitos de cada outro e onde os deveres de cada um não estejam em contraponto com a impunidade de cada outro.
Diz Teresa de Sousa, no seu artigo de hoje: "Há manifestamente um défice de cultura democrática em Portugal". Não é isso o mesmo do que dizer que a nossa democracia é uma democracia deslastrada?

Encontro de "Bloggers" Açorianos

Sábado 21 de Agosto de 2004, Casa de Pasto O Avião. Esteve lá quem quis, foi um encontro de "bloggers" cujo registo fotográfico da autoria do Luís Monte aqui fica para a posteridade retratado.

O Próximo será no aniversário do :ILHAS?

Será simultâneo com o lançamento da revista nº15?

A ver vamos.
Para ver a reportagem fotográfica completa é só clicar aqui

11 de outubro de 2004

Sociedade Anónima para a Agricultura

O candidato do PS à presidência do Governo açoriano nas regionais de 17 Outubro, Carlos César, foi a S. Jorge anunciar a criação nas ilhas de uma sociedade anónima para promover investimentos na área das infra-estruturas agrícolas. Domingo no comício com que fechou o oitavo dia de campanha, Carlos César adiantou que a nova sociedade vai substituir o Instituto Regional de Ordenamento Agrário (IROA), entrando para o respectivo capital o património florestal da região.

Fotografia de Francico Botelho
Mesmo sem conhecer o projecto, até porque ainda não existe, bem se pode imaginar o que vai acontecer.
Em primeiro lugar, vai ser a criação de mais uma Sociedade Anónima de capitais maioritariamente, senão totalmente públicos, só isso já é pernicioso. Para gerar receita, encontraram um meio muito fácil, desbaratar as matas regionais, grande parte delas plantadas no tempo do Sr. Possidónio e do grande déspota Adolfo Lima.
O nosso património Florestal, algum dele conquistado, infelizmente, à custa da floresta endémica, é das poucas coisas em que não devemos mexer. Desde logo por via do equilíbrio ambiental e depois por razões de ordem económica. Assim que uma empresa de capitais públicos entrar no negócio da madeira, deixará de fazer sentido os privados investirem nessa área e se já existem muitos terrenos de altitude abandonados mais aparecerão. Nenhum empresário gosta e tem capacidade financeira, para competir com uma empresa de capitais públicos.
Estruturalmente, mexer no património Florestal dos Açores é destruir um sector que, apesar da sua debilidade, ainda dá trabalho a muita gente e onde o mercado funciona. Esta é mais uma tentativa de destruir o tecido empresarial dos Açores em nome da criação de um "aparachik". São mais três administradores, umas quantas secretárias e mais uns quantos assessores, conselheiros chefes e mais chefes e mais índios e mais e mais e mais. E assim se vai criando o aparelho que César diz o seu partido não ter.

Post Scriptum: Para melhor documentar este texto, recorri à página WEB da Direcção Regional dos Recursos Florestais. Que tristeza! É isso que anda a fazer a tal Direcção Regional da Ciência e Tecnologia?

Enigma?

17=26/26
18=26/23/3

10 de outubro de 2004

Crise! Silêncios comprados!

A crise na lavoura açoriana já causa baixas: os lavradores falidos regressam à emigração como forma de pagar as dívidas a que as vacas os obrigam
Esta crise não é exclusiva do sector agrícola. Na construção civil passa-se o mesmo, o sector está em grande regressão, apesar de estarmos em ano de eleições. Nas Pescas as preocupações não são menores, com uma larga redução do volume de capturas, felizmente compensado pelo aumento dos preços do pescado, talvez seja o único sector onde o mercado tem funcionado, apesar de, ao nive do investimento haver grande diferenciação entre os filhos e os enteados. Até ao Turismo chegou a crise. O aumento do número de camas vai ser largamente compensado com o encerramento de algumas unidades. O Hotel de São Pedro está "encerrado", ao serviço do Governo Regional dos Açores e o Hotel Açores Atlântico vai encerrar durante dois anos quando abrir o Hotel Marina Atlântico.
Porque estão tão caladas as associações de classe, as da Agricultura, das Pescas, as Câmaras de Comércio, as Associações de Industriais, a Associação dos Construtores Civis?
Estão calados porque é o Governo Regional que lhes paga as despesas de funcionamento!
Isto é ou não é um esquema de pressão e de silenciamento?

Blogaólico

Estava a sentir um frio na barriga, abri o frigorifica um par de vezes, fui duas vezes ao jardim, voltei com uma sensação de vazio, tremi. Aquela sensação esquisita não passava.
Desci rapidamente a rua da Canada, entrei o Largo 2 de Março a fundo, sorvi um café na Tabacaria Açoriana com a sofreguidão de quem tem alguém a correr a traz de si. Vim para o escritório, sentei-me na secretária abri o Internet Explorer e, finalmente, aquela sensação de alívio tomou conta de mim.

Boa nota para Domingo. Uma leitura retrospectiva do João Nuno no Ilhas sobre aquilo que fomos dizendo ao longo da Semana. Esperemos que este "Vox Populi" seja para continuar semana após semana.

8 de outubro de 2004

Ainda o "Caso" Marcelo

A haver caso, repito, a haver caso, ele só é possível porque o Estado interfere demasiado na iniciativa privada, ao invés de termos menos Estado e melhor Estado, caminhamos para uma solução Estalinista de mais Estado e pior Estado.
Só por isso se pode acreditar que possam existir pressões de um Governo sobre um canal de televisão.
A haver caso, repito a haver caso, então a nossa democracia está completamente deslastrada e sem um dos seus principais garantes o 4º poder, o poder dos média.

7 de outubro de 2004

Felizmente são só promessas vãs

Eu não quero uma estrada nova, rompida por escavadoras e bulldozers a roncar ao longo da mais imaculada floresta de endemismos açóricos, talhada a pá e pica por entre os mais antigos aglomerados de rocha basáltica, vulcânica e sedimentar, esculpida em monstros de betão e aço por entre os mais belos vales e ribeiras da minha Ilha. Eu não quero ver o meu berço esvaziado só por ficar mais perto do Hiper Modelo ou do Centro Comercial. Eu não quero. E pronto. Sou e sempre fui contra a estrada nova para o Nordeste. As acessibilidades são um pau de dois bicos, um caminho com dois sentidos. No caso em apreço, tanto permite a chegada de mais gente ao Nordeste como facilita a saída de mais gente de lá. Não é liquido que a melhoria da acessibilidade ao concelho o torne mais desenvolvido, pelo contrário pode, muito rapidamente, esvaziar a sua economia promovendo uma migração do poder de compra para os meios que lhe vão ficar mais próximos.
Seja como for, a minha esperança é que César perca as eleições do próximo dia 17 e que, mesmo que ganhe, faça com este projecto o que fez nos últimos anos. Arrume-o na gaveta. Este foi uma bandeira eleitoral de 1996, foi bandeira eleitoral nas autárquicas de 1997 e foi bandeira eleitoral nas Regionais de 2000. Promessas, só promessas. Valha-nos isso.

5 de outubro de 2004

Sem máscaras

De facto merecíamos políticos melhores. A verdade, porém, é que temos que escolher entre uma maioria parlamentar que sustente um governo chefiado por Carlos César em contra-ponto com uma outra que garanta um executivo dirigido por Vítor Cruz.
Ao contrário do que é costume a maioria das pessoas dizerem, eu gosto de campanhas eleitorais. Nelas, caem as máscaras dos politiqueiros, caem a poses de Estado dos falsos estadistas, aparecem os interesseiros politiqueiros em busca de "tacho". Contudo, também há daqueles que fazem política por convicção, por estarem sempre prontos a prestar um serviço público, que apresentam ideias e soluções.
Esta campanha, também por culpa da imprensa, tem se pontuado por um nível demasiado baixo. Arregimentam-se as tropas para "comer dado" ou para ouvir um qualquer grupo musical ou cantor popular. Dão-se sopas a pobres e a velhos e chamam-se-lhes idosos e desfavorecidos. Enfim, não é a blogosfera que atravessa uma fase mais hipócrita, é a Região, são os seus políticos, os de sempre e os de agora, os que encaram a política como um serviço e os que dela se usam para subsistir. Esquecem-se, alguns, que o poder é efémero e a politica é um lugar onde apenas se vai de passagem.
Na minha opinião, quem começou da pior maneira possível a pré campanha foi o PS do Sr. César e do seu inseparável amigo e eminência parda "Happy Jo", com o comício do Pinhal da Paz, uma inspiração Jardinista do tipo Chão da Lagoa, onde levantou a questão das queixas a Bruxelas. Foi execrável. A coligação, em vez de agir, reagiu e fê-lo da pior forma, fazendo do mesmo e mais forte ou seja, mais baixa politica como resposta a baixa politica.
Não morro de amores pela coligação, não vou à missa com o Dr. Gusmão nem gosto de políticos sem sal como Vítor Cruz ou demasiado cerebrais como Alvarino Pinheiro, mas prefiro que ganhem estes do que se repita a vitória dos outros. Em nome da alternância e da moralização do sistema, para que não se entre naquilo que os Açores entraram com Mota Amaral, Natalino de Viveiros e Adolfo Lima a partir de 1992.
Oito anos é tempo mais do que suficiente para se levar um projecto ao fim e passar o testemunho a outros. Bem sei que ficaram alguns projectos por acabar, não obstante as dividas pagas pelo amigo Guterres e a lei de finanças regionais. Contudo, mais do que oito anos no poder, numa democracia feita, ainda, de medos e com o poder económico e financeiro praticamente centrado no Governo Regional e nas empresas públicas, onde em algumas Ilhas não há alternativa de emprego estável que não sejam esses mesmos serviços públicos, empresas públicas e câmaras municipais, começa a ser perigoso.

4 de outubro de 2004

Pausa na Blogosfera

Não. Não atirem já as "roquêras" e os "bombans" que eu não vou fazer pausa alguma. Não. Refiro-me à pausa que a "Blogosfera" Açoriana, seguindo o ritmo nacional da "silly season", efectuou. Agosto foi um mês quase sem textos. Na verdade, a pausa terá começado em Julho e está a prolongar-se até este mês de Outubro.
Felizmente algumas aberrações, que eu tinha previsto durassem só até 17 de Outubro, desapareceram prematuramente. Outros é pena que tenha feito tão prolongadas pausas. Até o Ilhas, que está bem recheado de escribas e pensadores, andou a ritmos mais calmos. O Francisco permaneceu na nossa companhia desde os mares do Norte e a Indispensável Ana não perdeu oportunidade de nos mostrar um pouco de si, ou melhor das suas férias. Esperamos a retoma.

3 de outubro de 2004

Ambiente-Saber consumir

As questões ambientais são sempre grandes questões. Contudo as suas soluções podem passar por pequenos gestos, tão pequenos como dividir em casa o lixo e colocá-lo no sitio certo. Gesto simples que o consumidor desenfreado devia fazer, até porque lhe devia pesar a consciência pela forma como compra.
Comprar com preocupações ambientais é muito mais difícil, por isso não tenho a esperança que venha a ser uma realidade a curto prazo.
Acredito, porém, que é pela compra que podemos começar a ser amigos do ambiente. Se escolhermos as embalagens, se soubermos quais a menos poluentes ou quais as biodegradáveis. Há uns anos comprava umas esferográficas feitas de fécula de milho, desapareceram do mercado.
Se nos transformar-mos em consumidores exigentes, as indústrias farão um esforço por mudarem os seus métodos de produção.
A Bumble Bee inc. e a Starkist-seefood inc, são dois dos gigantes mundiais de produção de conservas de peixe. Só uma da fábricas da Bumble bee em Megans Bay em Porto Rico, labora por dia mais do que a totalidade da capacidade da indústria instalada nos Açores.
A Starkist, que agora pertence ao grupo Heinz, tem o seu braço europeu em África onde labora cerca de 12.000 toneladas por dia o equivalente à capacidade anual da fábrica da Cofaco de rabo de Peixe. Contudo essa sua fábrica do Ghana é tão insignificante para a empresa que nem consta das suas web pages .
Há cerca de 10 anos os consumidores Americanos deixaram de comprar conservas da Bumble bee e da Starkist porque o atum era capturado com redes nocivas para os Golfinhos. Em dois anos aquelas empresas entraram em processo de falência. A Bumble bee foi adquirida pela Starkist depois do seu chairman, Rex Ito, ter sido encontrado morto em circunstâncias suspeitas num quarto de Hotel em Singapura.
A Starkist, assim transformada num super gigante foi adquirida pela Heinz e as duas empresas com o apoio do Earth and Island Institute, desenvolveram um programa chamado "Dolphin Safe", integrada num outro ptrograma mais vasto chamado International Marine Mammal Project.
Hoje todo o atum transformado pela Starkist tem um certificado "Dolphin safe" de origem passado pelo EII e todas as latas têm um selo com essa referência. As empresas recuperaram a confiança dos consumidores e já saíram do vermelho.
Há pouco tempo houve um pequeno revés nas obrigações das indústrias e um diferendo entre a administração Bush, o EII e as indústrias. Contudo as mais importantes não abandonaram o projecto por completo com receio da reacção do mercado.
Se os consumidores não tivessem sido exigentes, continuava-se a pescar atum com redes nocivas para os mamíferos marinhos e a vender. Assim, ainda acontece em França, na Itália, nas Filipinas, na Samoa, em Espanha e em Portugal.

1 de outubro de 2004

César merece perder

Não resisti. Fui de corrida à sede do Santa Clara e voltei rapidamente para casa para ver o debate entre os dois principais candidatos a deputados à ALRA e pressupostos futuros presidentes do GRA.
Victor Cruz esteve ao seu melhor nível, debateu com calma e com segurança quase todos os temas. Cruz ganhou na saúde, na educação, no turismo. Perdeu na agricultura. Carlos César insistiu em comparar a sua governação com o que se passa no Continente e na Madeira, e como se fosse importante e comparável. Lisboa e o Funchal não são chamadas para este assunto. Victor Cruz nunca pertenceu a nenhum Governo da República ou da RAM ou da RAA. Carlos César insistiu permanentemente nos investimentos nas Ilhas pequenas. Merece perder as eleições em São Miguel e na Terceira.
Na sua intervenção final Cruz abriu a porta a independentes para o Governo, não gosto de independentes do tipo "cheira bufas". Por isso, não gostei.
César teve a sorte de encerrar o debate, já a tinha tido no debate a 7 e mesmo assim não a aproveitou, gostei da Sub-Secretaria das pescas. Há anos que a defendo.

"rámente"

Paulino Pavão averbou uma grande vitória nas eleições para os órgãos sociais do CDSC. O barómetro do Golfinho Vermelho enganou-se redondamente.
Essa coisa de comer vidros empurrados por laranjada sempre vai dando resultados.
José Carlos Pacheco errou na sua estratégia, uma lista de consensos que parecia mais de continuidade do que a de Paulino Pavão. Nem os votos dos empregados da FTE lhe valeram.
É caso para dizer não há nada como "rámente".
Caro João Pacheco de Melo, lá terás que lutar mais uns anos para veres os teus inimigos de estimação fora dos órgãos sociais do nosso Clube. E o Lugar da Ponta Delgada vai ter de ficar para segundo plano. Desculpar-me-ás mas não resisti em divulgar o mais genuinamente blog de santa Clara.

Quero lá saber...

... do debate entre César e Cruz. Durante anos considerei-o um duelo de titãs adiando sine die. Hoje. Bem, hoje tenho a prefeita convicção de ter ofendido os verdadeiros Titãs. Prefiro, por isso, ir para a Sede do meu Clube Desportivo Santa Clara e acompanhar o mais de perto possível as horas decisivas do meu Clube.

Futebol sentado à mesa do Orçamento

Via Sol na Eira cheguei a esta notícia.
O Decreto Legislativo Regional, criado por Álamo de Menezes e melhorado pela Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, e que foi aprovado em sessão plenária com o meu voto, é um óptimo exemplo de como a má utilização de uma lei que, de inicio parecia muito boa e com um grau de justeza impar, se transformou rapidamente num enorme peso para Administração Regional e perniciosa no seu objectivo.
Na verdade, até então, os apoios aos clubes desportivos e às actividades desportivas e culturais não estavam abrangidos por qualquer legislação ou regulamentação. Eram, por isso, do livre arbítrio de qualquer Director Regional.
Criada a legislação, todo o sistema de apoios ficou moralizado. A lei teve, pelo menos, essa virtude.
No entanto, veio a transformar-se num pau de dois bicos. Na realidade, a táctica dos clubes passou a ser investir nos escalões inferiores, tentando assim, a subida de divisão que lhes dá acesso a um prémio, decorrente da lei, por essa subida. Alguns desses clubes, vivem exclusivamente das verbas do orçamento regional e dos apoios camarários.
Nos Açores, e não só, o negócio do futebol está sentado à mesa do orçamento. O que mais impressiona é o facto de alguns dos dirigentes desportivos, serem arrogantes e muito críticos em relação a outro tipo de subvenções existentes para outros sectores mais reprodutivos.
Não obstante os inconvenientes, continuo convicto de que, mais vale ter uma lei que defina as ajudas Regionais a esse tipo de actividades do que os subsídios dependerem do facto de um qualquer Director Regional gostar mais deste clube do que daquele outro. Assim, ao menos, não pode existir qualquer tipo de suspeição.

Boas Notícias

o projecto é o que se pode chamar uma boa noticia para o Ambiente nos Açores, nomeadamente na Ilha de São Miguel

Priôlo Pyrrhula murina.
No século XIX, uma ave de cabeça, asas e cauda pretas e com plumagem cinzento-acastanhada atraiu a atenção de agricultores, coleccionadores e naturalistas. Os agricultores viram os seus pomares de laranjeiras, cultura então dominante na costa sul da ilha de S. Miguel, serem atacados pelas aves, as quais devoravam rapidamente as flores daquela árvore de fruto. Foi então instituído um prémio por cada cabeça apresentada nos Serviços Agrícolas (Agricultor Micaelense, 1843 e 1848; Chaves, 1923). Os coleccionadores atraídos por aquela ave enigmática procuravam espécimes para museus. Na segunda metade do século XIX e no início do século XX foram capturados espécimes para museus americanos, ingleses, austríacos e alemães (Hartert e Ogilvie-Grant, 1905; Murphy e Chapin, 1929). Em 1903 um coleccionador austríaco capturou 53 aves em 60 dias (Bannerman e Bannerman, 1966).

Os naturalistas obtiveram as primeiras informações sobre a distribuição, hábitos e classificação da espécie. Recolheram, igualmente, espécimes para museus. Godman (1866), o primeiro a classificar a espécie correctamente, constatou que, apesar de invadir os pomares durante a floração, a ave predominava nas áreas montanhosas.

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