31 de outubro de 2009

O regresso de Marcelo.

Em política, a mesma água passa muitas vezes debaixo da mesma ponte, parece-me uma verdade insofismável.
Porém, também me parece claro que, sempre que a mesma água passa a segunda vez debaixo da mesma ponte, já vem cheirando a lodo.

30 de outubro de 2009

Um erro a desvanecer-se

Eu também gosto de poucas pessoas e gosto do João Gonçalves que gosta do Paulo Rangel e do Pedro Santana Lopes. Por isso eu também gosto do Paulo Rangel e do Pedro Santana Lopes a quem a historiografia portuguesa haverá de fazer justiça sobre o que o “traliteirismo” socialista provocou não só à sua carreira politica como ao País.
O problema é que essas pessoas e mais uma boa maquia de seus iguais, militam no partido errado. São conservadores, católicos, ou pelo menos cristãos e defendem teorias do Estado mínimo entre o liberalismo e o neo-liberalismo. Essa gente, afinal, está no PSD por um equívoco, o que tratando-se de gente culta e inteligente, assusta. O PSD é, na verdade, um partido socialista, proletário e estaticista, na forma, no conteúdo e nas bases. Essa é que é essa.

Corrupção



Corrupção: acordem, acordem! E recordem...
O resultados conhecidos da operação face oculta são inequívocos e a abstenção comentarista dos políticos, como ainda ontem foi demonstrado pelo formal oposicionista José Luís Arnaut, permitem que esse vazio seja ocupado pelos grandes jornalistas de investigação que ainda temos. Seria uma boa oportunidade para o novo ministro da justiça mostrar que voltou a haver ministro no sector.
O tipo de corrupção que marca Portugal e grande parte dos países da nossa área não consegue ser detectado pelas melhores polícias. A parte visível do "iceberg", isto é, passível de provas, é bem mais ínfima do que as profundezas tentaculares de uma cultura laxista que nos entorpece. O combate é árduo, mas vale a pena e todas as forças políticas, morais e económicas não podem continuar a afastar-se do povo.
(...)
Leitura integral obrigatória do Professor José Adelino Maltez, hoje do incontornável Sobre o Tempo que Passa.

27 de outubro de 2009

Das Autonomias à Autonomia e à Independência.

Colóquio “Das Autonomias à Autonomia e à Independência: o Atlântico político entre os séculos XV e XXI”, que se realiza nos próximos dias 29 a 31 de Outubro, na Câmara Municipal de Ponta Delgada e na Universidade dos Açores
PROGRAMA

Quinta-feira, 29 de Outubro
Salão Nobre da Câmara Municipal de Ponta Delgada – 21h 00m
- Conferência de Abertura:
Avelino de Freitas de Meneses, O Governo dos Açores: das autonomias do passado à autonomia do presente


Sexta-feira, 30 de Outubro
Anfiteatro C, Universidade dos Açores – 9h 30m – 12h 30m
- ­­Vítor Ruas, Modelos de política autonómica na Antiguidade
- Pedro Cardim, Os representantes das cidades ultramarinas nas Cortes de Portugal da época moderna
- Debate

Coffee break

- José Damião Rodrigues, História de um motim: Nordeste, 1758
- Ricardo Madruga da Costa, Finanças municipais de Angra entre 1800-1805: coexistência de jurisdições e conflitualidade com o capitão-general
- Debate

14h 30m -18h 30m
- Arlindo Caldeira, Elite local, poder municipal e conflitualidade social e política na ilha de São Tomé nos séculos XVI a XVIII
- Teresa Lacerda, Os “discursos” da Insurreição Pernambucana
- Jelmer Vos, Portugal e o Reino do Congo, 1860-1913. Uma tragédia inevitável?
- Debate

Coffee break
- Paulo Miguel Rodrigues, Da Autonomia na Madeira: uma proposta de reapreciação da sua génese e desenvolvimento durante a primeira metade do século XIX
- Margarida Vaz do Rego Machado, Urbano de Mendonça Dias e as Autonomias
- Susana Goulart Costa e Wellington Nascimento, A Autonomia no Museu: divagações sobre uma proposta museológica
- Debate

Sábado, 31 de Outubro
Anfiteatro C, Universidade dos Açores – 9h 30m – 10h 30m
- Carlos Cordeiro, Da proclamação da República à instauração do Estado Novo: Regionalismo e Autonomia na imprensa açoriana
- Susana Serpa Silva, A autonomia no discurso das primeiras gerações republicanas dos Açores. Breve contributo
- Debate

11h 00m – 13h 00m
- Debate / mesa-redonda: O novo Estatuto dos Açores e o futuro da Autonomia
Moderadora: Carmo Rodeia (jornalista)
Intervenientes:
- Jorge Miranda (Universidade de Lisboa)
- Carlos Amaral (Universidade dos Açores)
- Ricardo Rodrigues (Assembleia da República)

22 de outubro de 2009

Coisas que importa saber...

... sobre o novo Governo da República.

Fotografia SAPO.PT

Quem é que vai ser o/a novo/a Director/a Regional da Cultura?

Quando é que vai haver governo?

O Governo desta choldra a que alguns teimam a chamar Portugal, regressou da sua silly season directamente par a campanha eleitoral das autárquicas. Digamos que para lá de 2 meses que não temos governo. Fez falta? Nenhuma.
Post Scriptum: "Governa melhor quem governa menos".

21 de outubro de 2009

INCOMPETÊNCIA

Já lá vão 3 anos deste quadro comunitário de apoios e no que concerne ao programa PRORURAL estamos com 0% de execução. Nunca, em nenhum quadro comun itário de apoio, a Região foi tão incompetente na análise, aprovação e execução de projectos como agora. Nunca.
Foi inventada uma nova estrutura, criada uma Direcção Regional para o efeito (ou terá sido para empregar os amigos e formar clientelas políticas?), foram descartados os serviços do IFAP e a experiência dos seus técnicos e o resultado é esta vergonha nacional.
Onde param as Corporações que as não ouço? Deviam estar brandando permanetemente, ficam-se por uns meros "latidos" institucionais. Vão podres as coisas nesta amostra de região governada por politicos de terceira categoria.
Post Scriptum: "Governa melhor quem governa menos".

20 de outubro de 2009

O Lugar de Baco.



Conheço o Rui Teixeira quase desde que tenho a noção da minha própria existência. Companheiro, amigo, partilhamos uma paixão, os cavalos. No meio equestre, marialva, o vinho tinto e as castanhas estão sempre presentes.
Há 17 anos que me tornei abstémio, quase fui um fundamentalista anti álcool, mas nem por isso deixei de apreciar conversar e ouvir quem aprecia os vinhos e a gastronomia. Há caçadores, pescadores, enólogos e aqueles que gostam de falar com eles, é nessa última classe que me incluo. Quando recebo em casa amigos gosto de lhes proporcionar uma “boa pinga”, recorro assim aos amigos que sabem da poda e estão em cima do acontecimento.
Depois do +Lapas do Paulo Pacheco, aqui vos trago este O Lugar de Baco, do Rui Ribeiro Teixeira que, sendo um enólogo amador, mete toda a sua paixão e empenho o que nos traz garantias de qualidade nas escolhas e boas pistas para as nossas idas ao mercado em dia de festa.
Parabéns ao Rui e votos de muitas visitas ao blogue.

Depois do Isaltino...já acredito em tudo.


Foto Público online

Segundo o jornal Público de hoje que cita ao Jornal Nacional da TVI, aquela estação de televisão divulgou a existência de um fax trocado entre administradores do Freeport, no qual é feita uma referência explícita a um suborno de dois milhões de libras (três milhões e duzentos mil euros). A linhas tantas pode ler-se: “Os efeitos dos acontecimentos do fim-de-semana, com os revezes sofridos pelo PS, nomeadamente nas eleições autárquicas, incluindo Lisboa, e a demissão do Governo de Guterres significam que Sócrates deixou de ser Ministro do Ambiente e que vai haver um compasso de espera de quatro ou cinco meses até que for eleito um novo Governo e nomeado um novo Ministro”, escreve Payne a Rick Dattani, que, por sua vez, reenvia o texto para um outro administrador, Jonathan Rawnsley.

19 de outubro de 2009

Eleição do “lambe botas” do ano 2009


Uma iniciativa do O Sono Luso
São elegíveis figuras mais ou menos públicas, maiores de 18 anos, e não reconhecidas como portadores de cartão de militância PS. Esta figura deverá ter dado apoio mais ou menos directo ao governo PS e utilizado os meios ao seu dispor (jornais, internet, pombos-correio, etc.) que permitam inequivocamente entender o apoio a José Sócrates.

O Povo é que sabe.

Eu bem vos digo que o Povo é sábio. Demora, há vezes em que demora muito tempo, a perceber o que é a "boa e a má moeda" mas chega sempre lá.

Nossa Senhora de Fátima ilumine Paulo Portas.

Nem me parecia uma ideia do Paulo Pinto de Mascarenhas. Mas, “pois alevá”. Vejo que numa certa direita que gostou de passar pelo poder, resiste uma nostalgia do salamaleque.
Ao contrario de alguns “think thankers”, próximos de Portas que vêem com olhos benévolos uma aproximação do CDS ao PSD ou pior, ao PPD/PSD (distingam-se os partidos), eu penso e julgo pensar como a maioria do eleitorado0 do CDS, que a última frase do post do Paulo é bem mais interessante para o partido do Largo do Caldas, do que uma coligação ou acordo com o saco de gatos em que se transformou o partido da São Caetano à Lapa.
O CDS não tem que ser muleta de ninguém, muito menos de um PSD que uns dias é liberal a seguir defende o estatismo, no outro social-democrata, mais tarde é conservador para depois ser socialista. O PSD é, na verdade, um partido de matriz ideológica socialista, construído no pós 25 de Abril com inspiração nos países social-democratas do Norte da Europa, não é, por isso, um partido de direita.
A direita, ou as direitas se quisermos seguir o raciocino de Jaime Nogueira Pinto, em Portugal, é protagonizada, única e simplesmente, pelo CDS e por Paulo Portas. Ponto. Agora chegamos aos dois dígitos amanhã as duas dezenas depois os 30% que nos permitam ser poder sem ser muleta de seja quem for.
Neste sentido, ao CDS, só interessa uma coisa, caríssimo Paulo, que o PSD continue de líder em líder, passo a passo até à derrota final.

18 de outubro de 2009

17 de outubro de 2009

Escolha ética.

Tenho andado, nos últimos dias, embrenhado em livros e apontamentos que me relacionem a ética com o exercício do poder. Na minha mais pura ingenuidade, poder é uma sucessão de escolhas e, escolhas em poder, são uma sucessão de decisões baseadas em valores éticos e morais. Obviamente não sou assim tão ingênio para acreditar que do outro lado vou encontrar alguém que pensa da mesma forma do que eu. Mas, contudo, tenho esse vício de forma de partir do principio, que me parece bom, de que toda a gente tem boas intenções (tenho me enganado tanto).
Seguindo a máxima popular de que a verdade vem sempre ao de cima e que, tal como nos filmes, os vilões acabam sempre por perder, sigo tranquilo à espera de que o “peru tenha o seu natal”.
Infelizmente, nem sempre tenho tido razão. Mas, nem por isso deixo de decidir e de fazer as minhas escolhas éticas.
A esse respeito, vale a pena ler o Miguel Soares de Albergaria no seu O nó do problema ocidental, especialmente este post que a linhas tantas reza: (...) Assim são as escolhas: umas levam a uns resultados, outras levam a outros, no fim nunca tudo se dissolve como se a escolha afinal fosse só aparente! Daí a necessidade da ética - a disciplina que visa assinalar os valores que orientam as escolhas cujos resultados se revelam em geral os melhores; ainda que para lá chegar a médio prazo seja preciso pagar um preço a curto prazo.(...)

16 de outubro de 2009

Na selva?

Sexta Feira Nem Que Chova

Carlos Tê / Rui Veloso


São oito menos cinco
Já piquei o cartão
Para começar o dia
Entro na oficina
São oito menos cinco
De mais uma bela matina

Ao toque da sirene
Ponho as mãos no aço
Saltam as limalhas
Ficam no cachaço
Ao toque da sirene
Marco o meu compasso

A manhã vai lenta
Do meio-dia nem sinais
Tenho a boca amarga
Com o sabor dos metais
A manhã vai lenta
E as horas duram mais

Vou fumar um cigarro
Até ao w.c.
Sabe-me pela vida
E sempre dá alento
Vou fumar um cigarro
Aproveito e queimo o tempo

O que vale é sexta-feira
Depois é dia de alcova
Cuidado com a soneira
Cuidado com a escova
O que vale é sexta - feira
Sexta - feira nem que chova

Vou indo devagar
Não ligo a louvores
Não me vou esfolar
Também não sou um sorna
Mas para a obra acabar
Há tempo até à reforma.

Pelo beicinho.

Mais um excelente post de um excelente blogger que dá pelo nome de Fernando Freitas.

Nem de propósito.

Um post do Professor José Adelino Maltez no seu incontornável Sobre o tempo que passa.

15 de outubro de 2009

Quem quer um chocolate regina?

Se o resultado em eleições autárquicas fosse indicador de fim de ciclo ou de liderança enfraquecida ou até de fim de liderança como por aí se exige a Berta Cabral, Cesar só tinha estado no Governo 1 ano. Na verdade, Carlos Cesar perdeu as autárquicas de 1997 em toda a linha, voltou a perder em 2001 e em 2005. Dá-se um chocolate Regina a quem indicar um líder regional que tenha averbado tantas derrotas eleitorais como Carlos Cesar averbou até hoje.

O regime no seu melhor.

FotoDN oneline
O regime, em crise, insiste nas suas venerandas figuras para o continuar a dirigir. De consenso em consenso até ao fundo do abismo. O regime é aquilo que o seu povo entende que ele seja. O regime é o espelho do Povo. E o resultado para os efeitos do que esse mesmo Povo deseja? Será o que o regime prepara? Já todos, Povo, sabemos que não mas continuamos a assobiar para o lado. Todos não, haverá sempre irredutíveis que teimarão em pensar e repensar o regime. Que mais não seja para gozo próprio. Vai-se lá entender este Povo e este regime.

Triste sina ter nascido português.



Pobre país que anda a discutir as declarações mais ou mesnos felizes, mais ou menos verdadeiras de uma estrela da TV brasileira. Até nos blogues de referênci o tema é debatido. Pbre país que, até na direcção do abismo, te arrastas.

Antes que me esqueça.

A vitória do Partido Socialista em Vila Franca do Campo soube-me quase tão bem como a sua derrota em Vila do Porto.
Também na Vila, foi a democracia que venceu o nepotismo e o caciquismo. Também na Vila, o golpe foi de misericórdia.
Importa, no entanto, ressalvar duas situações:
Em Vila do Porto, a principal vítima foi a Presidente da Câmara Dr. Nélia Figueiredo. Contudo, não era ela o cacique nem era ela a autora moral e material dos nepotismos, diga-se em abono da verdade.
Em Vila Franca, pelo contrário, o cacique mor era o Presidente da Câmara Rui Melo.
Em Santa Maria, a derrota foi, essencialmente dos caciques locias, do Governo Regional, de José Contente e de Carlos César. Na Vila Franca a derrota foi, essencialmente de Rui Melo.

14 de outubro de 2009

Até alguns socialistas aplaudiram a derrota do PS.

Águas calmas
Por aqui, nesta Ilha de Gonçalo Velho, respira-se liberdade. O caciquismo levou o golpe de misericórdia, valha-nos Santa Maria Madalena. Recolham-se SFF.

Post Scriptum: Para bom entendedor meia palavra basta.

13 de outubro de 2009

Pelo cano.

Não é preciso vir o Professor Hernâni Lopes dizer que é um grande disparate, no momento presente, o investimento no TGV, e baseado em grandes obras públicas.
Já muito leigo havia alvitrado esse erro estratégico.
Já aqui afirmei muitas vezes mas nunca é demais e para memória futura (essa é a grande vantagem do blogue) voltar a frisar. Esta não é uma crise de confiança nem uma simples crise financeira seguida de recessão económica como foi a 1929. Esta é, antes de mais, uma crise de regime e estamos em 2009. Keynes morreu, Hayek também.
O muro de Berlim caiu há 20 anos e o socialismo morreu com ele.
Insistir no estado todo poderoso, no proteccionismo e na regulação é atirar o Estado para o cano do esgoto. Portugal está prestes a entrar em insolvência, as despesas com as prestações sociais (subsidio de desemprego e RSI) sobem enquanto que a receita fiscal baixa sem que os governantes tomem medidas fiscais de reanimação da economia.
As empresas atrasam-se, cada vez mais nos seus compromissos. O desemprego aumenta exponencialmente, paralelamente cresce o pequeno e o grande crime (afinal toda a gente precisa de comer), a revolta instala-se (veja-se o episódio de ontem em Rabo-de-Peixe) o desconforto manifesta-se, a desconfiança anda à vontade entre nós. O Homem, aos poucos, vai se animalizando, é o regresso ao estado natureza.
Em breve não haverá dinheiro para pagar aos funcionários públicos e as prestações sociais.
Esse dia é o primeiro dia da guerra civil.

Há coisas que o Povo não perdoa.

Pelo menos aqui é assim, em Oeiras e em Gondomar nem por isso.
Há coisas que o Povo não perdoa e os partidos políticos (parte desse Povo mas às vezes alheios) também não deviam perdoar. Sara Santos, nomeou o marido Chefe de gabinete da Câmara das Lajes do Pico. Perdeu as eleições. Rui Melo, nomeou o filho para a administração da empresa que gere a Açor Arena em Vila Franca do Campo. Perdeu as eleições. Isto por cá, até se perdoa a inoperância e a incompetência, ( em Santa Maria durou anos) o que não se perdoa é a desonestidade, seja ela material ou intelectual.
“Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”, Berta Cabral que atente neste dito popular. Não basta ter carisma, ser sério e competente, é preciso escolher as companhias certas. O cheiro a bafio “amaralista” que incensa a sede do PSD-Açores, não é bom conselheiro. Todos nós, Açorianos da esquerda à direita com passagem pelo grande “centrão” admiramos e respeitamos o Dr. Mota Amaral pela sua entrega e dedicação à causa autonómica e ao desenvolvimento dos Açores. Reconhecemo-lo, respeitamo-lo. Contudo, mesmo muitos dos que sempre o fizeram, já não votam nele. O recurso sistemático à figura de Mota Amaral para encabeçar a lista do PSD à Assembleia da República foi um erro capital para o PSD, Berta Cabral foi recorrente nesse erro. A solução estava mesmo ali ao pé, Duarte Freitas, acabado de sair de Bruxelas por artes de paridade, enquadrava-se lindamente no lugar. Dir-me-ão que Mota Amaral não queria ir-se embora. Paciência, ou como se diz na minha terra, ele que se amanhasse.
Berta Cabral também perdeu Votos em Ponta Delgada para uma lista de um inenarrável Paulo Casaca. Na verdade, basta olhar à volta da lista e apoios de Berta Cabral e os arrepios de espinha logo se fazem sentir. Outra vez o recurso aos bafientos do costume, gente que antes de chegar a velho já o é, gente que se julga gente mas que nunca o será. Gente sem estrutura ética e moral para desempenhar cargos públicos ou sequer de chefia.
A renovação não pode nem deve ser pura retórica, tem que ser efectiva, clara, inequívoca, de entre os melhores e para os melhores. César está a fazer isso ao PS-Açores, contra a vontade de muitos dos históricos, é verdade, com a resistência dos que sempre foram socialistas, também é verdade, mas, com um resultado que está à vista e que apenas fica manchado pelo “incidente” do desempenho eleitoral nas europeias de Junho passado.
O discurso de vitória envergonhado na noite de Domingo, é um bom exemplo de maus conselhos que Berta Cabral terá recebido nos bastidores da sede do PSD. A sua obrigação era assumir a derrota do PSD, salvaguardando sempre, para uma parte do discurso, a sua vitória pessoal em Ponta Delgada, sem dúvida, é-lhe devida e é justa, mas assumindo a derrota do Partido a nível regional e lembrando que também Cesar já tinha perdido muitas eleições autárquicas e europeias e não se tinha demitido dos cargos de Presidente do PS-Açores e Presidente do Governo regional. Essa honestidade intelectual ser-lhe-ia reconhecida. O discurso da vitória não.
A justa e fantástica vitória em Vila do Porto não apaga a duríssima realidade, antes a pôe em evidência, em Santa Maria houve renovação e envolvimento da população, coisa que faltou na maioria das candidaturas.
Saiba Berta Cabral varrer e arrumar a casa, (tem dois anos para o fazer) e 2012 será uma possibilidade, não o fazendo, já e agora, 2012 não passará de uma luzinha ténue no fundo de um túnel de ilusões. Infelizmente.

12 de outubro de 2009

Elementar Justiça.


Estou, desde a noite de 27 de Setembro, para escrever sobre a estrondosa subida do CDS nas eleições legislativas. Esse texto que, anda aos trambolhões na minha cabeça, torna-se ainda mais premente depois do resultado das autárquicas. Contudo, não quero precipitar-me pois não quero correr o risco de ser injusto nem com Portas nem com Artur Lima, os dois indiscutíveis obreiros, nacional e regional, dessas vitórias.

Piadinha de ocasião.

O BANIF vai ter um novo chefe dos extratos de conta.

Um pormaior.

Hoje ninguém me disse que a culpa era do CDS.

E porque não?

Carlos César admite recandidatar-se ao Governo Regional.
Afinal seria só voltar com a palavra atrás mais uma vez, a terceira vez, mais precisamente.

Curiosidades da Ilha do Sol.

Carlos Rodrigues (400) é o 3º Terceirense candidato à Autarquia de Vila do Porto e o segundo a conseguir ser eleito.
Carlos Rodrigues, nos últimos anos, tem passado mais tempo na Ribeira Grande e em Ponta Delgada onde desenvolve intensa actividade empresarial, do que em Vila do Porto.

Santos da Casa não fazem milagres?

11 de outubro de 2009

Interessa responder.

Porque interessava aqui saber, intressa agora responder às peguntas que deixei no ar a 28 de Setembro.

Importa saber se o PS aguenta a Câmara da Horta, com ou sem CDU?
Aguentou e sem CDU
Importa saber por quantos ganhará a Drª Berta Cabral em Ponta Delgada?
Ganhou por menos do que há 4 anos
Conseguirá o PS aguentar o "ridiculo" resultado de há 4 anos ou ainda perderá mais?
Não só aguentou, como recuperou e bastante
Importa saber, depois de ter perdido 14000 votos nas europeias e 11000 nas legislativas, quantos votos vai perder Cesar nas Autárquicas?
Não perdeu nenhum e recuperou bastantes
Eu, como voto na Ribeira Grande, não serei tido nem achado nessas "guerras" mas se fosse, sei bem em quem não votaria, nem que o Islão me obrigasse.
Votei e não foi no vencedor.

Piada de ocasião

Havia 400 razões para votar PSD em Vila do Porto.

Parabéns Carlos Rodrigues.

Se eu votasse em Santa Maria, terias o meu voto como muito bem sabes. A vitória do PSD em Vila do Porto é muito importante e não é uma vitória do PSD apenas, é em primeiro lugar do Carlos Rodrigues (400) e de uma equipa jovem, dinâmica, eclética e multi-color no sentido partidário. Santa Maria ganhou hoje um novo alento, saibam os marienses tomar este resultado não como um patamar de chegada mas como um ponto de partida para uma nova atitute de luta pela Ilha, pelas suas gentes, pelas suas ambições, pelas suas aspirações e pelo devir de um tempo melhor.

Parabéns ao PS Açores

O PS é o grande vencedor das Autárquicas nos Açores.
Ao PSD, importa fazer um alvitre. Cuidem os caciques locais que o Povo acordou. Ninguém é dono de ninguém nem, muito menos é dono dos votos ou da consciência.

10 de outubro de 2009

Ao cuidado da CNE

Alguma esquerda que, pior do que maniqueísta acha acima da lei e que pode fazer o que não pode simplesmente porque sim, resolveu esquecer a lei e não cumpriu o dia de reflexão. Aqui, aqui e aqui com a agravante de se tratar de um aprendiz de jurista e de chico-esperto por ter usado o fuso horário como alibi. Por mim tanto se me dá como se me deu, mas costumo medir a dimensão ética e moral das pessoas por estas pequenas coisas. A escola de Cesar fez pupilos. Bons pupilos. Da CNE espera-se que averigúe e sancione os prevaricadores, ao tribunal exige-se um tratamento diferente do que recebeu o Sr. Presidente do Governo.

9 de outubro de 2009

opinião insuspeitamente assumida.

“Mom!” my 12-year-old yelled from the kitchen. “President Obama won the Nobel Peace Prize!” I told her she had to be mistaken.
This is ridiculous -- embarrassing, even. I admire President Obama. I like President Obama. I voted for President Obama. But the peace prize? This is supposed to be for doing, not being -- and it’s no disrespect to the president to suggest he hasn’t done much yet. Certainly not enough to justify the peace prize.
(...)

Ruth Marcus no The Washington Post

Nobel que não interessa nada.

Ao longo da história da Academia Norueguesa, o Nobel da Paz tem sido, provavelmente, o prémio que maior polémica tem suscitado. Basta lembrar Arafat. Talvez, seja esse mesmo o propósito da academia. Contudo, as idiossincrasias da “real politik” não explicam tudo.
A atribuição do Nobel da Paz a Barack Obama é, no mínimo, precipitada. Admito que “in a near future” Obama venha a desempenhar um papel importante na construção da Paz mundial, afinal sou um crente na Humanidade e na construção de uma paz democrática na perspectiva “wilsoniana” da mesma. No entanto, as provas dadas pela administração Obama ainda não foram suficientes para garantir esse desígnio. Desde logo, pelo reforço do esforço de Guerra no Afeganistão e o recente episódio aqui relatado sobre o envolvimento do líder Tibetano e o Presidente da República (capitalista selvagem) Popular da China. A ver vamos.

8 de outubro de 2009

Nobel que interessam.


Herta Müller, de quem nunca li uma única palavra, foi a vencedora do Nobel da literatura. Perdi, estou já habituado a perder nessa coisa das escolhas da Academia Sueca.
A minha aposta ia para Claudio Magris e o seu Danúbio, vencedor do Prémio Príncipe das Astúrias das Artes em 2004, um Livro classificado como literatura de viagens mas carregado de reflexões e coisas que nos atormentam nos dias que correm.
Confesso, dou quase nenhuma importância à atribuição dos prémios Nobel, cada vez ligo menos. Contudo, é sempre com alguma ânsiedade que espero pelo Nobel da literatura e p+elo Nobel da medicina.

7 de outubro de 2009

Realismo Político

Bush, o "malvado" a 17 de Outubro de 2007 agaciou o líder Tibetano com a Congressional Gold Medal e instigou Paquim a receber o Monge Tibetano.
Agora, o bonzinho do Obama, adiou receber o líder espiritual Tibetano.
O encontro entre Barack Obama e Dalai Lama foi adiado para depois da reunião do chefe da Casa Branca com o Presidente chinês, Hu Jintao, esse democrata.

O mundo inteiro, o mundo que se acha o único civilizado e que depositou as suas esperanças em Barack Obama, deve estar, agora, muito desiludido com o líder norte americano.
Eu já não me desiludo. Não me chego a iludir.
A Real Politik de Kissinger, volta a estar na ordem do dia. De Tucídides aos nossos dias, da Guerra do Peloponeso à tomada de Bagdad.
Em relações internacionais não há lugar a ideologias nem a utopias, é a chamada “real politik” que conta. Os valores éticos e morais do ambiente interno não condicionam o comportamento dos estados em ambiente externo. A única coisa que condiciona as relações entre os Estados são os interesses desses mesmos Estados.
Quem insiste em não perceber isto, então não percebe nada de política.

Pobre cidade de Angra do Heroísmo.

Sem herois, sem baía de pitratas sem comércio das indias e cm gente dessa nos seus mandos. Pobre de ti que foste, de todas, a mais cidade das cidades das nossas Ilhas.

6 de outubro de 2009

Com o mal dos outros posso eu bem.

Valentina Pasquali, uma Italiana de nascimento, residente nos Estados Unidos da América onde é repórter do Washington Prism, escreve no nº 10 da revista Foreign Policy o seguinte: A Itália está transformar-se num Estado falhado da Europa Ocidental, mas será que os Italianos estão preocupados com a forma como a máfia está infiltrada em todo o lado?
Leio o artigo até ao fim. Valentina, desiludida com o seu Povo acaba concluindo que os Italianos, ou pelo menos uma boa maquia deles, “por causa da sua desconfiança em relação ao corrupto e ineficiente Estado” aceitam algumas propostas e “mudanças propostas pela máfia nas suas comunidades” chegando mesmo a criticar os esforços de alguns funcionários na luta pelo desmantelamento das redes criminosas.
Cabe ao Estado, aos seus agentes, imprimir um ritmo crescente de confiança nas instituições por forma a que o cidadão se sinta seguro e protegido para além daquilo que ele próprio pode fazer por si a pela sua família.
Adepto que sou da velha máxima liberal de que “governa melhor quem governa menos” reservo, no entanto, para o Estado a função de combate ao crime seja ele grande, pequeno, violento ou pacifico, do colarinho branco o do colarinho verde (novo conceito de crime ambiental). Caso contrário, caímos na anarquia da justiça popular, risco que corremos já há bastante tempo.
Ora, cabe no entanto ao cidadão, no pleno exercício dos seus direitos cívicos escolher quem nos governa. Essa escolha deve recair, em primeiro lugar sobre quem nos dê garantias de honestidade. Não entendo por isso que, candidatos ao desempenho de cargos públicos indiciados por crimes ou com condenações a penas efectivas de prisão, recolham a maioria dos votos dos seus concidadãos.
Vem esta minha reflexão a propósito das sondagens que por aí pululam sobre o resultado de Isaltino Morais em Oeiras.
Tal como a Itália “retratada” por Pasquali, Portugal caminha para o precipício, para o abismo talvez? Oeiras é, segundo um estudo publicado recentemente, o Concelho de Portugal com maior percentagem de licenciados, presumir-se-ia, gente culta. Qual falácia. Gente esperta, talvez. Esperta mas saloia, mais saloia do que aquela que num passado ainda recente aclamou Salazar e Carmona.
A passividade dos Portugueses em relação às questões éticas e morais no exercício de cargos públicos é tão grave quanto é a passividade dos Italianos em relação à Máfia. A diferença é que a nossa “Máfia” ainda se submete a votos e, por isso, temos a possibilidade de a banir e arredar do poder decisório.
Então, porque não o fazemos?

Já não há condições.

Se quiserem saber a minha opinião sobre o Professor Cavaco Silva, basta fazerem uma busca neste V. blogue. Por isso, não é, para mim, novidade alguma o que se está a passar entre o Presidente da República, as Instituições e entre elas a mais importante das Instituições, a Nação.
Cavaco Silva, na minha modesta opinião, nunca teve condições para ser Presidente da República e, só o foi, porque Sócrates insistiu na “baboseirada” de se opor a Manuel Alegre apoiando uma candidatura requentada de Mário Soares.
Agora, quase findo o mandato e depois de ter tropeçado nos seus próprios pés, Cavaco perdeu as poucas condições que tinha para uma recandidatura. A não ser que o Povo Português, a tal Nação, esteja num estado de “bovinidade” tal que não se tenha ainda apercebido quem é o verdadeiro Cavaco, bem retratado na expressão que percorreu hoje a blogosfera escrita em português, de lés a lés e que abaixo transcrevo.
"Cavaco Silva parece bafejado pelos deuses: conseguiu criar uma imagem de rigor por ser hirto, uma imagem de seriedade política por não ter sentido de humor e uma imagem de prudência por se exprimir com o laconismo de um jogador de futebol."

José Vitor Malheiros no Público

5 de outubro de 2009

Horta e Angra do Heroísmo.

Paços de Conselho-Horta-Faial-Açores
Os debates com os candidatos a autarcas que a RTP-Açores, a bom tempo, se lembrou de nos presentear, têm desempenhado o papel de nos reavivar a memória sobre a qualidade, ou falta dela, dos nossos políticos.
Desde a pobreza de ideias, ao mau gosto no vestir e na escolha das gravatas até á boçalidade. De tudo um pouco se tem visto por esses Açores fora.
Espero, ansioso e por razões diferentes, dois desses debates. Horta e Angra do Heroísmo.
Horta porque há muito que acho que, embora hábil, João Castro não tem estrutura moral e intelectual para pôr a mais central das cidades Açorianas no lugar onde já esteve e merece estar no panorama geopolítico e geoestratégico.
Fachadas em Angra do Heroismo

Angra do Heroísmo, porque acredito que o CDS pode fazer história. Artur Lima foi corajoso ao concorrer a Angra, dando assim, o mote para que outros dirigentes se chegassem à frente. Artur Lima é um bom candidato e uma escolha muito forte mas pertence a um partido que apenas consegue 10% dos votos, precisa chegar aos 30% o que não será fácil. Contudo, conta com a ponderável dos candidatos do PS e PSD serem abaixo do nível desejado para uma Autarquia como a da Cidade Património da Humanidade.
A ver vamos, já só falta uma semana, aproximadamente.

O Último Rei.

3 de outubro de 2009

Está tudo inventado.

No âmbito da filosofia política, está, de facto, tudo inventado.
O texto do meu post de ontem (onde não referi o autor propositadamente) que, reflecte a realidade actual em quase todas senão todas as democracias parlamentares, foi escrito por Rousseau, no seu “contrato social”, trazido aos escaparates no terceiro quartel do século XVIII. Está, de facto, tudo inventado e nada mudou. As liberdades são outras, exercidas também de forma e circunstância diferentes. Mas, também a peias e as correntes são outras. Contudo, essas, não deixaram de existir.

2 de outubro de 2009

Um texto sobre eleições. Reflexões.

“O povo de (...) considera-se livre, mas está redondamente enganado: só é livre durante as eleições parlamentares. Mal os deputados são eleitos, a escravatura passa a vigorar e o povo fica reduzido a nada . A utilização que faz dos escassos momentos de liberdade de que goza mostra bem que merece perdê-los”.

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