30 de novembro de 2004

Hoje na RTP-A

Ah! Quase me olvidava de tão importante noticia. Hoje há Choque de Gerações às 21h30m na nossa televisão.
Com o Francisco José Viegas que dispensa apresentações e com a Graça Silveira. Ela é óptima, desasombrada, fresca, alegre e ...

Herói ou Vilão

O País está transformado num autêntico lamaçal ( onde foi que eu já li isso). É verdade, isto é um tal fazer Bosta com (M) e pôr água por cima. Depois? Bem. Depois os porcos chafurdam em busca de um a coisa qualquer que lhes alimente as redacções, e de tanto chafurdarem, tudo se torna ainda mais lamacento. Só faltam mesmo umas meninas de fio dental a rebolarem na lama e o Conde de "White Castel" a clamar: Que horror!!! Detesto "zabelas". Não! Não tem nada a ver com a homossexualidade, cada um faz o que quer com aquilo que eu uso para "cagar". Estou me "cagando"(gerundio tipicamente micaelense) de alto e de repuxo para sujar o mais possível. Agora andarem a pavonear-se em atitudes provocatórias e afeminadas? Não, para isso é que não há pachorra. Ou seja eu não me importo com os paneleiros, só não gosta é de "zabelas".
Este ultimo parágrafo foi censurado pelo meu lápis azul. Contudo, para que não me apelidem de anti-democrata, vai ser, na mesma, publicado.
Ia eu dizendo que o país está um lamaçal. É verdade! Só me irrita é que os "bloquistas", os "súcias" e até alguns comunistas disfarçados de social-democratas que abundam no interior do PSD, estejam em êxtase com a atitude que classificam de grande dignidade do tal Dr. Henrique Chaves.
De facto, devo viver num Mundo muito diferente, feito de valores diferentes, de principios diferentes.
Para que não restem dúvidas, eu até nem gosto do estilo de Pedro Santana Lopes, nem vou à bola com o Paulinho das feiras. Já disse isso tanta vez. Por isso, estou muito à vontade para escrever o que aí vem.
O Sr. Chaves não tomou nenhuma atitude de grande dignidade. Não! O Sr. Chaves, foi um "escroque" em todo este processo, o Sr. Chaves é o Vilão desta história e só com muita boa vontade e deshonestidade politica se pode achar aquela atitude digna e transformar o Vilão em Herói.
O Sr. Chaves queixa-se agora de não ter podido ser Vice-primeiro-ministro durante quatro meses. Mas aceitou ser ministro do desporto para se demitir quatro dias depois informando o primeiro-ministro pela comunicação social.
O Sr. Chaves pode até ter razão nas suas queixas acerca do primeiro-ministro. Pois então, tivesse dito isso mesmo antes de tomar posse como ministro do desporto, tivesse informado Pedro Santana Lopes e tivesse dito aos jornalistas que não aceitava o cargo por razão de lealdade e todas aquelas outras que aduziu agora. Mas não, o Sr, Chaves o que vez foi, premeditadamente servir uma vingançazinha fria, próprio de gente mesquinha que obviamente não serve para governar, talvez sirva para fazer uma brilhante carreira de advocacia, mas não serve para servir os interesses do Estado.
O Vilão, feito herói por conveniência, não passará aos anais da história do nosso país, ele próprio confessa que nunca fez o trabalho de vice-primeiro-ministro, assume a sua incompetência. Henrique Chaves será um caso para esquecer muito brevemente.
Será, no entanto, caso para se dizer. "Quem tem amigos destes não precisa de inimigos".

29 de novembro de 2004

Estranha sensação

Eis ao que chegou o nosso País.
Não vejo, contudo, no espectro político português, alternativa. Vejo um Sócrates quase igual a um Santana.
Detesto ter que dar razão àquele senhor que nunca se engana e raramente tem dúvidas. Mas, desta feita, lá terá que ser, o Homem tem mesmo razão.
Ouço uma esquerda ruidosa e ouço um PS cauteloso. Já não querem antecipadas?

26 de novembro de 2004

"Restart"

Uma sopa fria
Uma peça de carne da vazia
Passada em demasia
Um gerente mal disposto
Uma letra vencida
Muita estrada pela frente
A secretária cheia de papeis inúteis
Um manga de alpaca competente
Não há direito, um "filha da puta" destes com razão!
Um fiscal das finanças incompetente
Um cônsul geral de Portugal que não sabe o que está a fazer
Três engenheiros gabarolas
Um advogado comilão
Dez minutos para tomar um café
E eu todo o dia a tentar safar-me deste enredo.
Olhe! Por favor! Pare a porra da camioneta que eu quero sair!
Já!
Não! Eu não quero sair da camioneta!
Eu quero é sair deste país! Onde cada vez mais se fala em desburocratizar e onde é cada vez mais difícil fazer seja o que for.
Parem! Parem o País do Paulinho das feiras e do Santana das "Lady's night".
Parem! Parem as máquinas por favor.
Ou então, façam "restart".

25 de novembro de 2004

Sentidos Ocultos

Que belas sensações tomaram conta do meu ser ao visitar estes Sentidos Ocultos. Depois venham os velhos do Restelo dizer que não é na blogosfera que melhor se pensa e escreve em português no momento. Esta menina devia ir ao Choque de Gerações. Não sei ela quem é. Descobri-a por um feliz acaso quando andava à procura de blogues feitos por residentes nos Açores. Foi uma agradável surpresa. Já agora ficam a saber que descobri mais uns 6 ou 7 no activo em várias Ilhas, vou fazer uma noitada a actualizar os links. Alguns deles, como é o caso em apreço, merecem especial destaque. Muitos dos textos de prosa e poesia desta Senhora terão lugar no Corsário das Ilhas e no novíssimo Blogue do Pedro de Mendoza

O Golpe

Estava previsto, programado. Os militares de esquerda conseguem sublevar, os Pára-quedistas, policia militar, Ralis o COPCON e alguns civis armados.
Estava tudo preparado para consolidar definitivamente uma ditadura de esquerda em Portugal.
Contudo, os militares do chamado "Grupo dos Nove" de onde se destacava Melo Antunes, tinham já preparada uma manobra de contenção, visando a instalação de uma nova ordem que permitisse prosseguir com a descolonizarão e administrar calmamente as conquistas de Abril de 1974.
A 25 de Novembro de manhã fazem hoje 29 anos, Costa Gomes não sabia ainda de que lado estava, se com a esquerda radical se com o grupo dos nove. Para Costa Gomes, o grupo carecia de um inequívoco apoio popular. Mas também não se opôs ao grupo, tomou o lugar do chefe equidistante, do árbitro. A partir das quatro da tarde Costa Gomes decidiu pôr-se do lado do Grupo dos Nove. O Partido Comunista havia retirado o apoio à sublevação.
E assim se cumpriu o grande ideal de Abril. A verdadeira conquista da Liberdade deu-se a 25 de Novembro de 1975 e não a 25 de Abril de 1974.

PS: Há dias ocorreu em Lisboa uma singela homenagem a Ernesto Melo Antunes, uma dos mais influentes do chamado "Grupo dos Nove" e um dos mais brilhantes políticos portugueses a quem a Pátria/Nação não tratou convenientemente

24 de novembro de 2004

A palavra e o canto


Anibal Raposo está desde 28 de Outubro na nossa blogosfera. Sê bem-vindo, poeta, musico, escritor, cantor, engenheiro da Açorianidade.

23 de novembro de 2004

O mais badalado

Hoje pelas 21 horas na RTP-Açores, "Choque de Gerações", o programa mais badalado da nova grelha da televisão regional. Bem! Hoje a coisa já está um bocadinho melhor, à semelhança do programa da semana passada, este já foi gravado com os seus protagonistas um pouco mais à vontade.
Ainda bem que o programa é tão falado e que as pessoas se andam a preocupar em fazer criticas construtivas. É sinal de que vale a pena. É sinal de que o programa foi visto e tocou as mais diversas sensibilidades.
Uma das críticas que me fizeram, mais recentemente, é que o programa deveria dedicar mais tempo aos temas regionais. Quase concordava. Contudo, uma das filosofias daquele espaço televisivo é precisamente pôr os Açorianos a debaterem temas Nacionais e Internacionais, os temas regionais, na sua maioria, são debatidos em outros programas da RTP-Açores.

22 de novembro de 2004

1 ano de Causa...

Parabéns ao Causa Nossa pela passagem do seu 1º ano de existência. Num país onde cada vez mais o que conta é o ruído e o "panem et circensis",é bom ter a possibilidade de ler, quase diariamente, as reflexões do Professor Vital Moreira e dos seus companheiros de Blogue. Mesmo quando não se concorda totalmente com as ideias ou com a forma, é sempre bom ler bom português. Este é um dos blogues que vem confirmar que "a blogosfera é o sitio onde melhor se escreve e pensa em português no momento".

Bricolage

O fim-de-semana não foi muito farto em "posts". O estado do tempo propiciava uma maior permanência junto ao teclado e ao monitor, aos jornais e à televisão. Contudo, ao contrário do que seria de esperar não me apeteceu. Nem comprei os jornais, nem ouvi os noticiários das Tvs ou das rádios. Fiz um retiro espiritual, duas latas de tinta quatro pincéis, um rolo e muita paciência. O quarto de hóspedes ficou praticamente pronto. Falta o lavar dos cestos. Fui, enfim, pintor de construção civil por dois dias, não ficou nada mau, aos poucos a minha nova casa vai tomando a forma desejada. É tão bom saber fazer qualquer coisinha.

21 de novembro de 2004

Choque de gerações Blogue

O Programa da RTP-Açores que mais tem incomodado a Blogosfera Açoriana tem agora um Blog. Ainda em fase de testes, o Choque de Gerações em formato blogue, pretende divulgar o programa e o seu alinhamento, os seus intervenientes, os temas debatidos, e as suas repercussões.
Não tem espaço para comentários, por enquanto, mas podem sempre mandar um e-mail para choquedegeracoes@rtp.pt que o mesmo será publicado. Já agora desafio os leitores que têm acompanhado o programa a comentarem o mesmo, a fazerem a sua critica e a darem sugestões. O choque de gerações agradece.

19 de novembro de 2004

inimputável

Acabei de ouvir o Dr. Mário Soares. O Homem está completamente "xéxé". É inacreditável que se possa dizer tanta "bobozeirada" seguida. Não o calem, por favor, não o calem, porque o Homem não tem culpa, está em estado inimputável.

18 de novembro de 2004

Pesca, um sector em discussão

Hoje, no Teatro Micaelense, em directo para todos os Açorianos via RTP-A, vai discutir-se o futuro do sector das pescas na RAA. Com a presença do Sub-secretário das Pescas do Governo dos Açores e do Ministro da Agricultura Florestas e Pescas do Governo da República Portuguesa.
Envolvido neste sector há cerca de 14 anos, fui convidado a estar na plateia e mandar uns palpites. Não me apetece servir de isca numa discussão que vai ser mais um esgrimir de argumentos politiqueiros do que uma procura de soluções. Sou até capaz de adivinhar que a culpa de tudo o que se passa agora é do Ministro que está lá há seis meses e que os últimos governos da Região e da República liderados pelo Partido Socialista nada têm a ver com o assunto. Mais. A culpa disso tudo deverá ser também do Sr. Barroso que ainda nem tomou posse. Por isso, não vou.
Contudo, para o caso de alguém se interessar sobre este assunto, cá ficam alguns desses palpites.

O Sector da pesca e toda a sua fileira, têm sofrido nos últimos anos enormes reveses, desinvestimento e nos casos em que o investimento existiu foi mal direccionado. A frota de pesca Açoriana, não obstante os muitos pregões e milhões inscritos nos sucessivos orçamentos, é ainda uma miragem. Na verdade, modernizar não é construir embarcações novas, e colocar lá dentro os mesmos aparelhos e as mesmas artes de pesca que eram utilizadas no início do século passado. Urge intervir no sector, de forma moderada, criando incentivos mas sem condicionar os investimentos dos armadores e industriais àquilo que os políticos pensam ser o melhor para as empresas. Também neste sector, a demasiada intervenção da região, ao longo dos anos, criou enormes constrangimentos ao crescimento das empresas e o resultado está à vista.
Falta formação profissional e faltam transportes. Este último, um dos busílis que esta Região tem urgência em resolver mas que vai adiando no tempo.
Preconizo, assim:
Um maior apoio à modernização da frota, nomeadamente no que concerne à optimização das artes de pesca, sua substituição e em alguns casão, abolição;
Dotar as PMEs, em articulação com a universidade dos Açores, de meios técnicos que lhes permitam efectuar prospecção de novas zonas de pesca e exploração de recursos até agora desaproveitados;
Efectuar prospecção de novos mercados, nacionais e internacionais para os nossos produtos da pesca;
Criar condições, em terra, para que o pescado que se destina à exportação em fresco não perca a sua preciosa qualidade;
Dotar as organizações de produtores dos meios técnicos e financeiros no sentido das mesmas poderem desenvolver a sua função de reguladores do mercado;
Criar um sistema de transporte aéreo inter-ilhas capaz de dar resposta às potencialidades de exportação das Ilhas mais pequenas onde a qualidade consegue atingir níveis de excelência muito interessantes.
Só para rematar. Não tenham medo dos Espanhóis, eles não querem vir para os nossos mares, isso já nem dá para nós quanto mais para eles. Lembro que há duas empresas nos Açores com capital Espanhol, eu represento esse capital, sem qualquer vergonha. Uma das empresas teve que deslocar as embarcações para os países do Magreb porque aqui não existem recursos e compradores para rentabilizar as embarcações.

17 de novembro de 2004

Estou num daqueles dias em que não me apetece escrever. Não há assunto que me mova do sofá para a secretária. Não há questão que me obrigue a deixar a porra da televisão. Vou ler. Vou ler qualquer coisa que me faça aquele click. Vou ler a :Ilhas 15, já comecei pelo artigo do Mário Cabral que, apesar de longo, está excelente e dei uma vista de olhos pelo do João Nuno. Vou andar mais um pouco a ver se me inspiro. A blogosfera de endemismo açórico anda azeda. A comida azeda provoca-me mal-estar.

16 de novembro de 2004

Sai uma dose de lapas SFF

As lapas são um ex-libris da gastronomia Açoriana. Há quem, as coma cruas e vivas e diga que esta é a única maneira de as comer. Eu gosto de lapas grelhadas, de molho Afonso ou de arroz de lapas.
Também gosto de Lapas lidas, principalmente na época do defeso. Lapas é um novo Blogue de Paulo Pacheco

Uma maluquinha profissional

É ela quem diz que é, eu cá não me atrevo a dizer nada. Fica aqui o link para quem quiser visitar o Blogue da Clara.

Política

15 de novembro de 2004

Por um dia

Desembarquei de um Corsário na baia de Angra. Saqueei um comerciante da Rua Direita e vendi castanhas na Praça Velha.
Comerciei fazendas na Rua de São João, fui taberneiro na Rua da Palha, rezei missa na Igreja da Conceição.
Fui saltimbanco no adro da Sé, toquei realejo no alto das Covas
Na Rua de São Pedro fui sapateiro
Fui Donatário, Capitão-general, Fui jardineiro dos Côrte-real.
Fui poeta na memória. e pintor no Monte Brasil
Amei uma prostituta no Pátio da Alfândega
Embarquei numa caravela do Gama
Rumo às Índias Orientais
Cheio de esperanças e quimeras
Tive escorbuto sede e fome mas morri só, de saudade.
(Para o Dr. Dionísio de Sousa, Filósofo dos Açores)

Um PSD diferente

Segui com especial desatenção o congresso nacional do PSD que decorreu em Barcelos este fim-de-semana. Foi a primeira vez que não estive colado às televisões para seguir os debates internos do PSD. Segui-o pelas rádios, sem entusiasmo, sem novidades. Havia algumas coisas que eu admirava naquele partido, a imprevisibilidade dos seus congressos, a combatividade dos congressistas, os resultados, o sentido de serviço do seu colectivo.
Os congressos do PSD já não são o que eram, tudo se tronou mais previsível, o debate esmoreceu, quem traz ideias novas não é reconhecido, tornou-se um partido de pensamento único. O congresso do PSD deixou de ser um lugar de debate para ser um sitio onde o direcção nacional do PSD vem apresentar a estratégia que já está decidida. As bases dizem, desdizem, andam de roda e mais de roda mas no final, o que interessa é validar a estratégia que já foi decidida nos directórios da São Caetano à Lapa em consonância com o Largo do Caldas.
Uma nota final para a eleição de Vítor Cruz para uma das vice-presidências do PSD, um prémio pelos resultados obtidos há uma mês? Um presságio de que o delfim de Mota Amaral poderá, incompreensivelmente, recandidatar-se á presidência do PSD-Açores, o qual nunca conseguirá liderar? Ou trilhar uma nova carreira política na república? A ver vamos.

14 de novembro de 2004

Vou

Sinto, por vezes, necessidade de sair por ai entre o verde das nossas pastagens e o cinzento das nossas ribeiras, sem destino, sem direcção perdido em cogitações e sem saber quem sou, por onde vou, para onde vou e com quem vou. Vou. Simplesmente.
O céu fica azul mesmo que cinzento e o mar estanhado mesmo que revolto e ela linda mesmo que feia. Estou ali eu, sentado numa nesga de relva, seca pelo sol quente do meio-dia, a olhar o horizonte. Olho-o ao centro, à esquerda e à direita e vejo uma imensidão de ideias, conceitos e preconceitos, mais preconceitos do que conceitos. Atavio algumas dessas ideias no meu disco rígido guardo-as e recupero-as numa volúpia estonteante. Não sei quem sou, mas sei quem quero ser.

12 de novembro de 2004

Semáforo

Vice-presidente: Sérgio Ávila, não lhe é conhecida nem competência, nem o rigor necessário nem a austeridade exigivel para enfrentar os desafios dos próximos anos, nomeadamente uma diminuição dos fluxos financeiros para a Região. Foi um autarca despesista e folclórico. O seu bairrismo doentio propagandeado ao logo dos últimos anos enquanto Presidente da Câmara de Angra, faziam dele um nome imprevisível para ocupar uma pasta tão importante. É uma má escolha para os Açores porque é uma má escolha para São Miguel, esta locomotiva que arrasta uma data de carruagens ferrugentas.
Secretário Regional da Presidência: Vasco Cordeiro, demonstrou ser um bom parlamentar, capaz de aguentar com os ataques da oposição, talvez um pouco precipitado o que, é próprio da idade. Apontado como delfim, ficará agora mais perto de César e com um cargo eminentemente político, sem grandes complicações e com aparente protagonismo. Controlará as autarquias, estará na linha da frente na próxima batalha eleitoral.
Secretário Regional da Educação e Ciência: Álamo Meneses, foi talvez o melhor Secretário dos últimos Governos. Vê a sua área de influência alargada, acumulando, aparentemente, as competências da anterior direcção da ciência e tecnologia. Este é um dos pecados desta orgânica. Sendo a ciência e tecnologia uma área onde a Região, em meu entender, deve apostar significativamente, parecia-me interessante manter o anterior figurino ou até criar uma subsecretaria, mesmo que se quisesse alterar o protagonista. (parece que houve briga)
Secretário Regional da Habitação e Equipamentos: José Contente. "Més Zé" estava mal, fica pior, mais inchado, mais arrogante. Percebe-se que aqui César não podia remodelar. "Happy Jo" tem a máquina partidária nas mãos, domina o "apparachik".
Secretário Regional da Economia: Duarte Ponte, Foi um dos melhores secretários da tutela de todos os Governos Regionais. Não há novidade aqui.
Secretário Regional dos Assuntos Sociais: Domingos Cunha. Não Conheço, não sei quem é, não comento.
Secretária Regional do Ambiente e do Mar: Ana Paula Marques .Não Conheço, não sei quem é, não comento. Mas estou atento é uma pasta com muito para fazer. O Ambiente tem sido tratado com muito menos cuidado do que se pretende e espera.
Secretário Regional da Agricultura e Florestas: Noé Rodrigues. Esta escolha não só não é admissível como é escandalosa. Não se pode admitir que um dirigente Cooperativo do sector e com interesses directos no mesmo seja nomeado para a pasta que tutela esse mesmo sector. Espero as reacções da ANIL, da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores e das Associações Agrícolas.
Secretário Regional Adjunto do Vice Presidente: Carlos Corvelo. Não é novidade. Contudo não deixa de ser preocupante, o poder decisório nesta área fica completamente centrado na Terceira, não pela forma como os governantes vão estar sedeados mas pelos protagonistas.
Subsecretário Regional das Pescas: Marcelo Pamplona. Mais um terceirense a subir de posto. A criação da Subsecretaria é uma longa ambição do sector. Continuarão, no entanto, alguns braços de ferro, os mesmos filhos e os mesmos enteados.

Em 1996 eu dizia que se o PSD ganhasse as eleições eu passava à clandestinidade e começava a aprender como fabricar bombas. Agora é caso para dizer que se este "forcing" da Terceira continuar a dominar os Açores sob a passividade dos agentes económicos de São Miguel, aceitam-se lições sobre explosivos.

Eu ia mas não vou

Eu ia escrever sobre o novo Governo de César. Mas não me apetece.

"Não havia jardins nem livrarias na melhor terra do mundo"

Vila do Porto continua a ser a melhor terra do Mundo, principalmente quando se está no sofisticadíssimo Canadá ou na Costa Oeste dos EUA.
Vila do Porto, por quem me apaixonei à primeira vista, continua a ser linda. Tem um sorriso que mais nenhuma terra tem. É dada como nenhuma outra terra é. Vila do Porto continua a não ter nem Jardins nem livrarias. Os poucos livros que se podiam ver na montra da papelaria Ricardo foram agora substituídos por telemóveis e outras bugigangas, O Burda e a Mulher Moderna deram lugar a pilhas da Caras e da Nova Gente que se amontoam à entrada da loja como naquele tempo.
Os livros? Os livros estão em prateleiras bem altas quase inacessíveis. Certo dia li uma lombada que me interessava. Não tive coragem de pedir que mo mostrassem, penso que não havia escada para lá chegar.
Santa Maria perdeu a escada para o conhecimento

11 de novembro de 2004

Título em branco


Eu detesto funerais e velórios e todos os salamaleques fúnebres. Contam-se pelos dedos de uma mão os funerais a que assisti, a velórios podem ter sido tantos como os dedos de duas mãos. Detesto epitáfios, são todos muito hipócritas, eu abomino gente hipócrita.
Não há terroristas bons e terroristas maus.
Não há Humanistas que mandam bombardear cidades cheias de crianças inocentes.
Não há Humanistas que ordenam atentados contra atletas indefesos.
Não há humanistas que promovem atentados suicidas.
Não! Não há.
Arafat morreu? Pois então morreu um terrorista e ponto final.

Não Falha

É dia de São Martinho. O São Martinho da feira da Golegã,

do Cavalo Lusitano, das castanhas e da água-pé.
"São Martinho, vai à adega e prova o vinho" diz o nosso povo, aquele ao qual me orgulho de pertencer, na sua sábia simplicidade.
E de uma coisa estou certo. São Martinho em Novembro/ Natal em Dezembro.
Não falha.

10 de novembro de 2004

Para desanuviar

O dia em que o Eugénio de Andrade se rendeu às SMS, No Arame

Curiosidades pidescas

A minha, quase pidesca, base de dados de IPs já está a dar os seus resultados. Hoje detectei uma pequena curiosidade.
O João Garcia (IP 62.48.150.185) que tem um endereço de e-mail aparentemente verdadeiro é, por isso, perfeitamente identificável por mim que abomino o anonimato. Devo dizer que para quebar esse anonimato basta-me isso mesmo, um e-mail devidamente registado num servidor local. O João Garcia até tinha muita razão nas criticas que me teceu aqui, por isso concordei com ele aqui. O Português e a sua devida e digna utilização não são o meu forte. Devo confessar que cheguei a achar um pouco exageradas as reacções de alguns Bloggers aos comentários do Sr. João Garcia. Hoje de manhã comentei isso mesmo com o Francisco do Entramula.
Qual não é o meu espanto quando venho a verificar que o mesmo João Garcia, em comentários seguidos, se traveste de f.rosado aqui tecendo elogios ao seu personagem masculino, fazendo-lhe perguntas só dignas de cabo de esquadra sobre este grande Homen que foi Rui Galvão de Carvalho, para que o primeiro demonstrasse na resposta saber quem era o Anteriano.
Pois é amigos, O João Garcia e a f rosado que andaram por ai nos últimos dias são a mesma pessoa. Ou seja ele fez a festa atirou as "roqueiras" e ajuntou as canas. "táiasno".

Sabes?


Eu podia simplesmente dizer que não tenho nada para dizer. Mas não! Não é esse o caso. Eu tenho uma coisa para vos dizer, não sei é como é que devo dizer. Eu quero dizer-vos que...bem não sei, não sei como vos dizer que... bem fica para depois. Agora tenho mesmo que trabalhar. Mas sinto necessidade de sair por ai a dizer que vos amo a quase todos que respeito alguns de vós e que estou farto de outros.
Estou mesmo farto de alguns.
Sabes? Tu anónimo de merda que para aqui vens desancar lições de moral e de bons costumes quando nem coragem tens de ser quem és. Sabes nada! Tu não sabes porque não ousas sonhar nem pensar. Tu não sabes porque não ousas ousar. Vives na tua baixa condição de político palaciano, de cinzento vestido e gravata cor-de-brick a fingir que és gente. Mas não és! Tu sabes que não és. Tu melhor do que ninguém sabes que és ninguém.

9 de novembro de 2004

Mordaça

Tenho as mãos a chiar dos bolos que levei com a régua de madeira, tenho a cabeça a fervilhar de ideias, chegam em fluxos tais que as não consigo arrumar, distinguir umas das outras, as boas das más, vou para o teclado cheio de vontade de por tudo por ordem. Arrepio caminho. Não escrevo. Não passo a papel o que penso com medo de levar com a palmatória.
Estou amordaçado pela gramática. Porra!

Um movimento filosófico no Sec. XXI

O meu post de ontem suscitou grandes incómodos. Era essa mesma a intenção. Pode parecer presunçoso, pode parecer enviesado, pode até parecer um absurdo.
Porém, estou mesmo convencido que o movimento que se está a viver no momento em Portugal, é um movimento político e cultural sem precedentes no Século XX. Não que não considere terem existido grandes pensadores e escritores em todo o século passado, não porque os que existiram e ainda existem sejam de pouca qualidade mas porque acho, é uma opinião muito pessoal, que não existiu um movimento tão grande, e de tanta diversidade como o que agora vivemos. Grande parte dos Blogues Portugueses tem muita qualidade e muitos dos seus autores são já grandes escritores. Desde a poesia aos ensaios passando por meros exercícios de retórica há na blogosfera Portuguesa uma panóplia imensa e um pensamento comum. Há um enorme sentido de justiça, há uma crítica acutilante, há jornalismo do melhor, há muita filosofia e muita poesia.
É obvio que os Açores não ficaram na retaguarda desse movimento e se vivemos com o pensamento nas referências do passado e as não olvidamos é porque queremos marcar o presente.
Numa Região onde a divulgação dos valores culturais é marcada insistentemente por revivalismos e falsas quimeras, é urgente agitar as hostes. O que se está a passar na Blogosféra Regional é isso mesmo, um movimento indutor de um novo pensamento filosófico, de uma nova geração de autonomistas, menos esotéricos, menos complexados, capazes não só de pensar mas também de exprimir esse pensamento sem receios. Sem medo de errar, sem medo da critica, sem medo de marcar uma ruptura com o passado, sem medo de serem apelidados de presunçosos. Todos os grandes movimentos filosóficos só foram reconhecidos a posteriori.
Se o pensador não acreditar nas suas próprias ideias dificilmente as fará passar. Se o pensador desistir à primeira contrariedade, deixa o espaço aberto aos que não fazem outra coisa do que criticar os que pensam.
Bem sei que os meios hoje são outros, por isso, o ressalvei no texto anterior, somos uns privilegiados. Não faltarão bons pensadores incapazes de escrever num teclado de computador, mas o tempo do bloco de papel pautado acabou. Acabou também o tempo das velhas máquinas de escrever Royal que adornam as bibliotecas dos filósofos do Sec. XX.
"A blogosfera é o sitio onde melhor se pensa e escreve em português no momento" porque a blogosfera é a face mais visível desse pensamento e dessa escrita.

8 de novembro de 2004

Depois de uma longa noite de trevas

Sinto-me levado em braços pelos melhores escritores e pensadores dos Açores no momento. Fui premiado pelos nossos Amigos do :Ilhas com o prémio para melhor Blogue individual dos Açores. Enquanto o Pedro Arruda, de quem me tornei grande amigo nos últimos 12 meses, justificava a minha nomeação para o prémio, quase chorei. Na verdade, sabia que o prémio era para mim, tinha essa certeza entranhada até ao mais recôndito espaço das minhas vísceras. De tanta alegria que me invadiu e de tanta vaidade que tomou conta de mim no momento, não fui capaz de dizer coisa que prestasse. Agradeci à minha Mulher e às minhas Filhas o tempo que lhes roubo para escrever. Pedi perdão ao meu patrão, que é uma indivíduo insuportável, que não me larga por um único minuto, e cobra as horas que roubo às empresas e ao trabalho. Vou ter que esquecer o pedido de aumento que tinha programado para o final do ano. E não fui capaz de dizer mais nada. Até me faltou o fôlego. No fim, ainda estava reservada mais uma surpresa. Os presentes, uma grande maioria dos que considero os melhores Bloggers Açorianos, votaram maioritariamente na minha pessoa para o prémio de melhor autor da Blogosfgera Açoriana. Prémio injusto. Desse eu não estava à espera. Afinal há muita gente que escreve muito melhor do que eu, mas como eu, bem como eu é que ninguém escreve por que nessa coisa da escrita, quando ela é espontânea, ninguém imita ou é sequer capaz de imitar outro alguém. E os erros? Quem seria capaz de cometer tantos erros e tantas gralhas e conseguir um prémio destes? Ninguém. Só mesmo pela quantidade que não é sinónimo de qualidade, como bem sabemos todos.
Passamos todo um século sem que existisse nos Açores e em Portugal uma geração de tão bons escribas e polemistas. Sem querer comparar a nossa à geração de Antero, dúvidas não tenho que durante todo o século XX não houve uma geração como a nossa. Pelo menos em Portugal, o Sec. XX será visto como uma segunda noite de trevas, com o pensamento livre de cada um amordaçado por duas Guerras Mundiais e por uma ditadura abjecta, com polícia política, o Tarrafal, a prisão do Aljube e o silenciador lápis azul da censura. Somos uma geração que teve a sorte de crescer em liberdade e com as novas tecnologias a ajudarem bastante.
Não me canso de citar, talvez com alguma falta de rigor por o fazer de memória, uma frase que li na revista visão há cerda de um ano e que me parece ainda, e cada vez mais, actual "a blogosfera é o sitio onde melhor se pensa e escreve em português no momento".

O perigo da deificação de Arafat

A Morte anunciada de Arafat para o último dia do Ramadão, dia em que os Muçulmanos comemoram a subia ao céu de Maomé ,está longe de ser um passo para a paz.
Ao longo dos últimos dias alguns analistas que, consideravam Arafat um óbice à Paz no Médio Oriente, defenderam que a sua morte poderia ser um passo decisivo na obtenção dessa mesma paz. Pelas mesmas razões aduzidas, eu acho que a morte de Arafat será um enorme revés no processo de paz, principalmente se a mesma se vier a confirmar no dia de amanhã. Arafat depois de entronizado será agora deificado e todos sabemos que estes processos não levam á calmia, pelo contrário, despertam ódios adormecidos e desenterram divergências mal enterradas.
Este Blogue não tem por hábito falar de futebol. Não é por nada é só porque não percebo nada da poda. Bastava saber uma coisinha qualquer e agarrava na tesoura e ficava a poda feita. Mas não, não percebo nada de futebol mesmo, nem entendo o "futebolês". Conheço algumas equipas, alguns jogadores. Sei que alguns dirigentes já deviam estar na cadeia, sei que os clubes fogem aos impostos, sei que têm orçamentos paralelos, que os jogadores não pagam IRS sobre o que recebem e que a previdência só vê parte das suas contribuições. Sei que fizeram para ai uma trapalhada de uma legislação sobre Sociedades Anónimas Desportivas (SAD) com o beneplácido da CMVM e que agora se preparam para fazer novas benesses a essas mesmas SADs já que parece ninguém consegue ter lucros. Deram-lhes terrenos que valiam autênticas fortunas, pagaram-lhes os estádios e desculparam dívidas ao estado, e tudo isso em nome do interesse nacional. E eles, os dirigentes dos clubes e das SADs, continuam arrogantes, vigaristas e a achar que os meus impostos têm que continuar a pagar toda esta "merda". E ainda há quem fale dos ordenados dos deputados e dos políticos.
Bem, como disse não percebo nada de futebol. Mas 4 secos são sempre 4 secos.

7 de novembro de 2004

O regresso do Anjo

O Anjo do Mundo prometeu e voltou. Está já entre nós com um texto alusivo ao seu regresso. Mais uma particularidade, o Pedro Gomes abriu um espaço aos comentários, ao contraditório. Sejas bem-vindo e que este regresso seja por muito tempo.

6 de novembro de 2004

:Ilhas 1 Ano

Eles são os melhores, eles são meus amigos, eles fazem parte da minha vida mesmo sem saberem. Eles fazem hoje um ano e merecem tudo o que de bom se lhes possa dar.

Da minha última viagem trouxe para eles algumas recordações.

Para o Alexandre

O que nasce torto tarde ou nunca se endireita.

Para o João Nuno

Não que ele precise de fontes inspiradoras mas mais uma sempre dá geito

Para o Vitor


As cores da natureza para um designer que também é agricultor ao fim-de-semana

Para o Pedro


A Praça de Espanha para o Iberista mais convicto que eu conheço

Para o Tozé



A "bliquinha" do David por ter sido inspiradora de um dos melhores textos que já li na Blogosfera até hoje.

Parabéns a todos e até logo.

5 de novembro de 2004

Entre o Mar e o vento Norte

Apesar das noticias alarmistas das Televisões vindas da "ocidental praia lusitana", não caíram casas nem atafonas nem o mar galgou a terra. Apesar dos avisos (amarelos alaranjados e lanranja ferrados) da protecção Civil, o vento não soprou e a chuva não caiu. A alvorada foi linda, sem uma nuvem no céu. Qualquer dia já ninguém liga a esses avisos alarmistas e quando for a sério, aqui de El-Rei quem me acode. Os Helicópteros estão velhos e estacionados na Base das Lajes, levam 1 hora para chegar a São Miguel. Também isso o que é que interessa, morram os "Japoneses". Pum!. A Oriente o abandono. Pois alevá.
Não percebo, não consigo mesmo compreender porque razão o Serviço Regional de protecção civil não tem já meios aéreos de socorro estacionados, pelo menos, em São Miguel e Flores para além da Terceira e Faial. Uma ambulância aérea seria muito mais barata e eficaz do que as Scut para o Nordeste, do que os fretamentos à SATA e à FAP.

Ouço as crianças numa algazarra saudável e feliz a brincarem no recreio da escola da Vila, um belo exemplar do plano dos centenários. Entre os galhos da ameixieira do quintal vejo o céu azul cobalto, as bananeiras dançam ao ritmo da brisa fresca do Norte. Vila do Porto está hoje mais bonita do que nunca, acordou com os olhos virados ao Sul mas com os outros entidos no vento norte. Vento que desce pela encosta do Pico Alto e nos enche do perfume dos eucaliptos e dos incensos. "Foi o barro de Almagreira que moldou a nossa sorte, essa sorte marinheira, entre o mar e o vento norte".

4 de novembro de 2004

Cidadão do Mundo?

Para o Ezequiel Mota Moreira da Silva, o meu amigo IEL, a propósito de um comment que ele deixou aqui
Pois é meu Caro Iel
Eu sou um Cidadão não sei de onde, talvez do Mundo mas de uma forma bem estranha, senão repara.
O meu Pai é da Ribeirinha, fuzeiro dos quatro costados embora um deles venha da Maia, minha mãe de Cabinda com ascendência em Coimbra e no Carapito(beira interior) e foi com 9 anos para a Lisboa Pombalina, ali mesmo junto á Sé e ao santo António, por baixo do Castelo que nos protegeu dos Mouros. Nasci em Ponta Delgada, a infância foi no Nordeste, a adolescência dividida entre a Ribeira Grande e Ponta Delgada, a Juventude entre esta ultima e Lisboa. Cresci bastante nas Furnas onde casei com uma cagarra com ascendência de Vila Franca do Campo e onde nasceu a minha primeira Filha. Continuei a crescer e a constituir família em Rabo de Peixe, voltei a Ponta Delgada onde ando a ganhar os primeiros cabelos brancos e passo metade das minhas semanas em Santa Maria (onde me encontro presentemente). Por isso, sou da Ribeirinha, do Nordeste, das Furnas de Rabo de Peixe (eleitor), de Ponta Delgada, de Vila do Porto e de Santa Bárbara (labrego) e sei lá de onde serei mais. Sinto-me bem em Roma, Nápoles ou Madrid, vivia bem em Nova Iorque , Boston ou Londres. No Texas seria Cowboy, no Alentejo Toureiro, em Florença pintor, em Paris escritor em barcelona arquitecto. Em Israel bombista , na Palestina seria terrorista em Bagdad bombeiro.No Marco de Canaveses um perigoso esquerdista em Felgueiras um activista reaccionário. Na Madeira era emigrante na Venezuela onde me oporia a Chavez. No Brasil moço de banca de gelados, no Hawaii surfista, na Austrália padeiro em Angola garinpeiro Aqui posso ser um pouco disso tudo, um especialista em generalidades e fazendo fé no dito popular, "mestre em todas as artes burro em todas as partes", não faço nada bem feito mas faço um pouco de tudo. E erro. Erro muito porque só não erra quem não faz. Só os relógios parados duas vezes ao dia estão certos
Enfim sou deste mundo global, da cosmopolitica e da cosmocultura, sem brumas, sem gaivotas e sem rochedos e sem baleias e sem baleeiros, onde as violas da terra são iguais às outras nas suas diferenças. Sou um Açoriano sem a açorianidade intrínseca mas com sotaque micaelense serrado, sou conservador e sofisticado sou de direita mas não sou temente a Deus, sou por vezes perspicaz por outras demasiado ingénuo, frontal, desbocado e brejeiro, mas reservado, silencioso e delicado. Sou quase sempre responsável mas felizmente muitas irresponsável. Engano-me muitas vezes e quase sempre tenho dúvidas. Afinal ainda estou a crescer. Só tenho uma certeza é que os coices dão-se sempre para cima, para baixo estende-se uma mão amiga. Este valor herdei de meu Pai, da Ribeirinha e como é um dos valores que mais prezo se calhar tens razão. Ou talvez não. Definitivamente não, eu sou um Cidadão do mundo, sem registo e sem cartão de identidade, contumaz, anónimo mas cidadão do Mundo.

3 de novembro de 2004

A esquerda tem mau perder

A esquerda tem mau perder e reage com insultos anti democráticos aos resultados eleitorais saídos da vontade popular.
Os Barnabés, órfãos há já algum tempo, viram em Jonh Kerry, que só tem de vermelho o Ketchup que a mulher vende, um dos seus pilares de salvação para ganharem qualquer coisa no plano Internacional. Perderam. Perderam por quase 4 milhões de votos. Os Barnabés há quatro anos não existiam mas os seus escribas fartaram-se de falar da falta de legitimidade de Bush por ter sido eleito, pelo colégio eleitoral constitucionalmente consagrado, mas com menos 100 mil votos do que Gore. Os Barnabés estão, agora, à espera de vencer no Ohio para elegerem Kerry, legitimamente com menos quase 4 milhões de votos do que Bush. Os Barnabés não sabem perder. Os Barnabés têm apelidado o povo Americano de "acéfalo". Os Barnabés é que não têm cabeça, estão perdidos e desesperados, resta-lhes a esperança de Marcelo Rebelo de Sousa, esse perigoso reaccionário, continuar a fazer a campanha deles.
É engraçado constatar como os Barnabés têm usado a agenda das direitas, liberais e capitalistas para estarem na crista da onda, estão ao lado de Chirac na questão Iraquiana, estão com Kerry na América, com Marcelo em Portugal. É que a agenda dos Barnabés está cheia de causas.
Os Barnabés perderam hoje, assim como, perderam os senhores Michael Moore, o Dr. Soares o Dr. Sócrates e toda uma panóplia de intelectuais e pseudo intelectuais que achavam que a América ia decidir de acordo com o que eles pensam.

2 de novembro de 2004

Choque de Gerações hoje na RTP-a

Hoje, na nova grelha de programação da RTP-Açores, não percam ás 21 horas com Joel Neto "Choque de Gerações", com os comentadores residentes Miguel Monjardino e Mário Cabral. O comentador convidado de hoje é o Bernardo Rodrigues, jovem arquitecto, filho da nossa terra e a fazer carreira fora de portas.
O programa que, segundo Joel Neto, requer algumas afinações, tenta mostrar aos Açorianos uma nova geração de intelectuais, escritores e artistas que se vão evidenciando no panorama Regional, Nacional e quiçá Internacional.

Sugiro, entretanto um "zapping" à CNN ou uma visita ao http://www.cnn.com/ para acompanhamento das novidades nas eleições nos Estados Unidos da América, talvez as mais importantes eleições internacionais desta primeira década do século XXI. Do seu resultado pode esperar-se de tudo, uma nova politica de Bush ou uma revolução democrática. Uma continuidade da politicas republicanas do último quinquénio ou uma nova abordagem á questão do médio Oriente. Também há quem defenda que ganhe quem ganhar tudo fica na mesma como a lesma. Não acredito. Ganhe quem ganhar as coisas vão mudar. Mesmo que ganhe Bush, espera-se uma nova ofensiva da Casa Branca, desta feita legitimada pelo voto popular.

Silêncio ensurdecedor

Começa a ser incómodo, pelo menos para mim, o silêncio a que César se reservou sobre a constituição do próximo executivo.
Fontes próximas do Palácio de Santana e da Rua Margarida de Chaves, asseguram-me que César só falará de nomes lá para os dias 12 ou 13, ou seja 3 ou quatro dias antes da tomada de posse da nova Assembleia Legislativa Regional dos Açores.
Estará a ser difícil encontrar Gente competente com disponibilidade para aceitar certas pastas criticas?
Estará a ser difícil convencer alguns dos actuais agentes políticos do Governo a continuarem as suas funções em período que se adivinha de "vacas magras"?
Estará a ser difícil gerir o aparelho partidário em função das escolhas de alguns "independentes"?

Pergunto. Pergunto num misto de curiosidade e inquetude. E ouço, ao longe, uma silenciosa e incomodativa chiada.

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