14 de novembro de 2004

Vou

Sinto, por vezes, necessidade de sair por ai entre o verde das nossas pastagens e o cinzento das nossas ribeiras, sem destino, sem direcção perdido em cogitações e sem saber quem sou, por onde vou, para onde vou e com quem vou. Vou. Simplesmente.
O céu fica azul mesmo que cinzento e o mar estanhado mesmo que revolto e ela linda mesmo que feia. Estou ali eu, sentado numa nesga de relva, seca pelo sol quente do meio-dia, a olhar o horizonte. Olho-o ao centro, à esquerda e à direita e vejo uma imensidão de ideias, conceitos e preconceitos, mais preconceitos do que conceitos. Atavio algumas dessas ideias no meu disco rígido guardo-as e recupero-as numa volúpia estonteante. Não sei quem sou, mas sei quem quero ser.

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