27 de junho de 2012

Tudo às claras

Se houve um tempo em que os cacetetes dos polícias eram as borrachas que, pela calada da noite, apagavam as ideologias. Hoje,  a fome, o desemprego e a miséria fazem esse papel à luz do dia.

19 de junho de 2012

Federalismo Integral ou Estados Soberanos?



Uma reflexão sobre a Europa
 O tema da soberania no seio de uma organização Internacional com as características “esdruxulas” da UE, não pode ser analisado sem recurso à história e sem que se estabeleça uma relação direta de esvaziamento versos reforço dos poderes soberanos. Sempre que é pedido aos Estados Membros (EM) alguma cedência do ponto de vista da sua soberania nacional, essa soberania passa a ser diretamente e proporcionalmente exercida pelos órgãos da UE. Estamos, por isso, perante um caso clássico de cedência de poderes para uma entidade supra-estatal que, não sendo uma federação de estados é uma espécie de balão de ensaio para isso.
Se é inequívoca verdade que os Estados-Membros têm cedido, aos poucos, de tratado em tratado, poderes outrora soberanos, diretamente para os órgãos da União numa perspetival supra-estatal, também não é menos verdade que, ao longo de todo o processo de construção Europeia, tem existido uma tendência para o reforço dos poderes das Regiões assente no princípio da subsidiariedade o que, numa perspetiva infra-estatal também constitui uma perda de soberania por parte dos EM.
Quando, no “lavar dos cestos” do século XX, nos parecia que o Estado Moderno, Vestefaliano, como forma de organização do político, era a mais eficaz e universal de todas a formas até então tentadas, eis que se nos deparam novos desafios, desenterram-se velhos projetos, novos federalismos, novos nacionalismos e novas formas de pensar a organização política. O Estado Moderno está agora, de novo, posto à prova. A par da crise económica e financeira, o Estado Moderno também está em crise e já não se revela uma forma do político capaz de resolver os problemas dos Homens (cidadãos) sejam esses problemas e questões individuais ou de âmbito mais abrangente e coletivo. O Estado, deixou de ser, assim como que de repente, o garante da segurança e da equidade para se transformar numa espécie de “bando de malfeitores” que, de incapacidade em incapacidade, de incompetência em incompetência, de prepotência em prepotência e de exceção em exceção, vai retirando aos cidadãos esse mesmo estatuto para os transformar em idiotas ( no sentido classico do termo). Daí, nascem novas teorias quer federalistas quer nacionalistas quer ainda algumas de cariz mais regionalista. Sem esquecer aqueles que, procuram na globalização uma raiz para a construção de uma Nova Ordem Mundial à luz da ONU ou de outra qualquer organização a fundar que assegure o governo do planeta.
Tal como já aqui escrevi em setembro passado, é necessário repensar a Europa e em força. Porém, entendo que à Europa e ao Mundo faltam tantos filósofos como sobejam tecnocratas.

18 de junho de 2012

A Grécia escolheu a Europa.




A Grécia escolheu o caminho da estabilidade e da construção europeia. Foi essa a resposta que o Povo grego deu nas urnas ao votar maioritariamente no partido da Nova Democracia de centro direita e no PASOK, o partido socialista do centro esquerda e recusando, liminarmente, as propostas radicais.
A manutenção da Grécia na Zona euro e o cumprimento dos compromissos orçamentais traz um novo alento ao processo de construção dessa unidade política a que se pretende chamar Estados Unidos da Europa.
Tal como havia escrito ontem, os dados estavam lançados, só havia duas opção opções que significavam também dois caminhos para a Grécia dentro da Europa, o caminho escolhido foi, obviamente o mais sensato e o da estabilidade, resta saber se a nação Grega que agora escolheu assim vai manter por muito tempo a sua fidelidade ao projeto de uma possível coligação entre a Nova Democracia de Samaras e o PASOK de Evangelos  Venizelos. Não é de menosprezar o facto deste último ter afirmado ontem ao final da noite que só formaria uma coligação em que entrasse a Nova Democracia se também o Syrisa de Alexis Tsipras fosse envolvido. Compreende-se, veem aí dias difíceis e deixar de fora do projeto Grego a esquerda radical é abrir caminho ao seu crescimento em atos eleitorais futuros.
Por seu lado Tsipras foi muito pertinente e rápido logo mal foram divulgados os primeiros resultados que projetavam já o resultado final, “o Syrisa não participará de em qualquer projeto de governo e vai ser a principal força de oposição à coligação que sair deste ato eleitoral”, foram as palavras daquele dirigente partidário.
O primeiro passo foi dado, falta percorrer o resto do caminho.

17 de junho de 2012

Está por dias...



“Tremendistas”, alarmistas, histéricos, sã alguns dos qualificativos que temos ouvido desde, pelo menos, 2008 sobre aqueles que, dotados de “ligação à terra”, têm vindo a alertar para as consequências das sucessivas políticas inconsequentes levadas a cabo na Europa e que têm conduzido ao aumento das chamadas dívidas soberanas, ao empobrecimento das populações e que continua a engordar “ tubarões”.
O resultado das eleições de hoje na Grécia irá ditar bastante do futuro da Europa, ninguém que tenha estado atento nos últimos anos poderá desconsiderar a possibilidade da Grécia abandonar o Euro o que seria o fim de um dos mecanismos de integração de maior sucesso que a União conheceu. O fim do euro é um rude golpe na construção dos Estados Unidos da Europa, dos “eurobonds” e da democratização das instituições da união.
Em Espanha, desde o sector primário, passando pelas minas, caminhos-de-ferro e até no sector financeiro, o descontentamento é enorme e a corrida ao armamento já começou (ver noticias da Galiza, País Basco e Andaluzia, isso para não falar do caso Catalão). O rastilho foi a ajuda financeira à banca. 100mil milhões de euros  e dizemos analistas  que já não é suficiente.
Em países como Portugal, Espanha. Itália, Grécia, França onde o cidadão comum, durante anos, ouviu falar de lucros astronómicos e de chorudos ordenados do gestores bancários, tudo à custa dos sacrifícios que esse mesmo cidadão comum fez para  pagar o carro a casa e as férias, não é compreensível, para uma larga maioria que ainda tem tempo para pensar, que seja essa mesma massa anónima a ser mais uma vez sacrificada com a autoridade e o aumento de impostos para financiar/pagar as perdas e danos causadas no sector financeiro.
“Alea jacta est”, resta-nos esperar pelo resultado das eleições na Grécia e na França de mais logo à noite.

12 de junho de 2012

Bei! Bei! Bei!

São Lourenço Bay-Santa Maria Island-Azores

Calem-se as 7 maravilhas, e outras idiotices, calem-se, façam-vos um favor, que esta sim é a melhor praia de Portugal e um dos melhores lugares do Mundo, quem sabe até do Universo.

8 de junho de 2012

ironias

Fazia, religiosamente, o sinal da cruz sempre que saia de casa e pedia a Deus que a protegesse dos perigos da rua. Morreu eletrocutada fazendo uma torrada pela manhã.

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