29 de março de 2005

21CDG21

Estou ainda entre a partida e a chegada, entre a angústiada espera aeroportuária e a recuperação das altas pressões, que sempre me irritam. De regresso aos "post", começo por lembrar que hoje é Terça-feira, dia de Choque de Gerações, Maria Graça Silveira, Armado Mendes e eu próprio debateremos esta noite os cuidados ou descuidados geriátricos nos Açores e no Mundo, e o consumo de medicamentos genéricos e anti-depressivos nos Açores.

23 de março de 2005

Partida

Estou de partida.
Estou sempre de partida, embora pareça que estou sempre de chegada. Perguntam-me
-Quando chegaste?
Fico atordoado e digo: Agora mesmo. Acabei de aterrar.
-Quando te vais embora?
Porque será que a pergunta que se segue é logo aquela vontade de saber quando nos vão ver pelas costas? Eu prefiro dizer: Espero que desta vez fiques por cá o tempo suficiente para pormos a escrita em dia.
Levo comigo "memória das minhas putas tristes".
Há putas alegres?

22 de março de 2005

O alerta do costume

É hoje pelas 21h30m na nossa RTP-Açores ou em www.acores.net
O aborto, a sua validade e os seus debates políticos e ainda o caso de sucesso do, amado por uns e odiado por outros, treinador do Chelsea, José Mourinho.

Como de costume Joel Neto conduz os seus comentadores pelos corredores de um novo e desempoeirado corredor do pensamento Açoriano. Esta Noite, Maria Graça da Silveira , Nuno Costa Santos e Pedro Arruda falam abertamento do que pensam sobre os temas. O Pedro Arruda descobre finalmente o seu Moleskine e os irmãos Borges lá estarão com as suas crónicas de amor e ódio.


Bem hajam

21 de março de 2005

Primavera



Chegou a Primavera de facto, céu azul e quase sem nuvens, temperatura amena e as flores a despontarem as suas primeiras cores. A passarada chilreia num ruído agradável e pleno de vida. A cidade está linda, como são todas as cidades quando o céu se apresenta azul. Hoje é dia de gravações daquele programa que ninguém vê mas do qual todos falam, o tal programa sobre o pensar e não sobre o saber., o tal onde se pretende falar das coisas sem estar preso a preconceitos e ideias feitas. O programa que pode mudar muita coisa nestes nossos Açores cheios de dogmas e de fés e de crenças e medos, com uma origem comum, os vulcões e terramotos.
Voarei, por isso, para a Ilha Terceira onde me vou encontrar com os companheiros e amigos do costume para falarmos de tudo e de nada.

20 de março de 2005

Um Domingo caseiro

Um Domingo chuvoso que não convidou a pôr o nariz fora da porta. Saí à hora da chegada dos Jornais de Portugal que, cada vez, chegam mais tarde aos Açores.
Coma família de férias e eu sozinho porque essa coisa de ser patrão também tem os seus contras, passei o dia em volta de leituras. Não vou fazer um Vox Populi para o Alexandre não me acusar de andar a roubar os post dos outros. Vou, apenas, manifestar a minha estranheza pelo facto de quase todas as publicações semanárias, Sábado, única, pública e não vi outras, destes idos de Março, trazerem reportagens sobre questões sexuais. Será que para vender papel temos que falar de sexo e de traição?
O resto do Domingo foi passado em volta dos blogues habituais com passagem obrigatória pelas Açorianices do João Vasconcelos Costa e pelo livro de David Landes "A riqueza e a pobreza das nações", numa edição da Gradiva.

Provocador e estimulante, o historiador e sociólogo leva-nos a uma viagem pela realidade da História Universal e aos constrangimentos das nações para combaterem a pobreza e como outras tiveram a sua vida facilitada. Desde as questões naturais e geográficas, passando pelas sucessivas revoluções industriais e politicas. Para leitura obrigatória e com vagar pelos nosso políticos.

19 de março de 2005

Ainda Ponta Delgada

Temos agora uma nova moda com a beneplácito da edilidade presidida pela "Sóra" Berta. Pois é, a importação de um modelo de comércio ambulante que apareceu em Lisboa nos anos 80 e que está, infelizmente, para durar já chegou a Ponta Delgada, importamos tudo o que não presta esquecemo-nos do que vale a pena trazer para cá. É o exemplo da moda das caravanas bar.

Esta, está localizada junto a um dos melhores e mais modernos hotéis de Ponta Delgada, o Marina Atlântico, funciona basicamente de noite e até tem uma esplanada. Sinceramente não era nisso que eu esperava que Ponta Delgada se transformasse.

Esta outra está junto ao mais moderno e maior Hotel de Ponta Delgada a inaugurar já no próximo mês de Abril, na estrada de São Gonçalo que eu me atreveria a apelidar de "via do progresso betonado".


Os passeios da nossa cidade, além de excelentes zonas para o estacionamento, andam também a ser utilizados para exposição de viaturas para venda. Não sei se a autarquia cobra para tal. Se o faz, faz mal se o não faz, trata-se, então, de um abuso do promotor e o executivo camarário devia mandar retirar as mesmas do local já que se trata de uma situação recorrente e sempre com a mesma empresa.

Se esta moda pega, a Avenida Litoral de Ponta Delgada corre o risco de se transformar num mega espaço de exposições.

Factos

Já está nas bancas o número 2 da revista Factos. Mudaram-lhe o formato, o que, em minha opinião, melhorou o aspecto da capa. Tem ainda uma longa mas, nem por isso, interessante entrevista a Paulo Gusmão onde parece ficaram por dizer muitas coisas mas tem a habilidade de não destilar a bílis. Um trabalho engraçado sobre a vida e obra do "luky fuinha" e um excelente Cartoon do Mário Roberto.


E já se sabe uma crónica do Foguetabraze. Vale bem os 2,5 euros que pedem por ela.

18 de março de 2005

Nicadas das melhores

Do melhor humor que se faz por cá. Pela pena e pela objectiva do Mário Roberto.

Não escrevi mas andei por aí

Estes dias não escrevi nem, comentei nos Vossos blogues simplesmente por falta de tempo. Mas andei por ai, ora sentado com o Pedro nos bancos da avenida ora esborrachando-me nos postes que alguém deixou no meio dos passeios de Vila do Porto com o Paulo Henrique. Com o António João resisti aos paraísos da América do Norte e Fumei um puro com o André à porta da FNAC. Li quase tudo o que se publicou nos Açores esta semana com o João Nuno e dei uma volta pelo gatil das Miau Girls onde fiquei a saber que as cegonhas já não são o que eram e encontrei o Pacheco de Melo com o olho no lugar da Ponta Delgada. Assisti a um concerto virtual de Teresa Berganza com o Dionisio e bebi um chá com o Guilherme. Ah! Vi o Choque de Gerações. Encontrei o Francisco tão atarefado como eu e vi o Mário Roberto babado com a sua Princesa grávida.
Fui a Aviz ver o Francisco que me deu noticias do Brasil e fui com o professor Vital Moreira aprender o que são verdadeiros grupos de interesse
Andei por aí com este e mais este e mais este e este e este outro a ler coisas novas e velhas que me ajudaram a crescer.

E claro, como não podia deixar de ser, também fui ver como estavam de saúde os Barnabés e os Acidentais, que nestas coisas há que ver ou ler dos dois lados.

Os Bancos da Avenida Litoral

Sobre os bancos da Avenida Litoral de Ponta Delgada apetecia-me escrever bastante. Sobre a tal mania ou "diarreia" das coisas modernas e os crimes de lesa património que se cometem em nome de um progresso de merda, apetecia-me escrever mais ainda.
Ao contrário do que aconteceu com o Pedro, não me incomoda nada o dinheiro que o gajo que vendeu estes bancos ganhou, o que me incomoda é o dinheiro que a autarquia esbanjou, sendo que para esbanjar tem que cobrar em outros pontos como estes


horrorosos exemplos do que não devia ser permitido na Avenida Litoral de Ponta Delgada que tomou o nome de uma das mais importantes figuras da nossa história expancionista, o Infante D. Henrique.
Estes outros ainda escapam,
mas também não são do meu agrado. Percebo que não suscitem ao Pedro o mesma preocupação que causaram os bancos. Percebo que não incomode ao Pedro o dinheiro que ganhou o seu criador, o seu construtor e o seu explorador/concessionário, não sei é porque razão ficou tão incomodado com o dinheiro que ganhou quem vendeu os tais bancos.

17 de março de 2005

Desenriçado


O novelo não está totalmente desenriçado mas já lhe encontrei a ponta e desenrolei uma boa parte do enriço. Nó a nó, fui dolorosamente percorrendo caminhos que me custaram bastante calcorrear. O pior está feito. Agora? Bem, agora é continuar a desenrolar o novelo e tecer uma trama e teia capazes de suportar o peso do projecto. Vale bem a pena trabalhar quando se sabe que se vai no caminho certo.
O Blogue volta ao seu ritmo normal, até porque foi das coisas mais importantes que fiz nos últimos tempos.
Cheguei a pensar que o Foguetabraze nunca mais seria o que já tinha sido.
É verdade, começa-se assim, não se escreve hoje, depois fica-se três e quatro dias sem escrever e depois parte-se para outra. A maior parte dos mais antigos blogues portugueses está a chegar ao seu segundo ano de existência. Contudo, muitos desapareceram por completo, foram apagados e outros há que estão em banho-maria há muito tempo.
Escrever todos os dias e dizer novidades é muito difícil, e escrever por escrever também não dá prazer algum. Bem sei que alguns de vós vindes aqui só à espera da "má língua". Esse é o tipo de post que menos parzer me dá escrever mas é sem dúvida o mais fácil. "Má língua" com humor ainda dá algum gozo, agora falar mal por falar. Nahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!, "na dá prazê ninum".

16 de março de 2005

No desenriço

Peço desculpa por esta interrupção, o blogue segue dentro de momentos, horas, dias, mas segue.

14 de março de 2005

Enriço

Estou feito num oito, torcido e retorcido, não sei como é que me vou destorcer. Hoje tenho que deixar prontas, uma série de coisas, que ainda nem sei bem o que são muito menos como vão ser resolvidas porque, amanhã vou para Santa Maria não sei, ainda, fazer o quê. Estou no meio de um enredo de fios de problemas e complicações e dúvidas e certezas, que não sei como me livrar deles. Chego a pensar que o melhor é parar e deixar que o novelo de desenrice. Não, pelo contrário, o melhor é começar mesmo a desenriçar o novelo. Quando não, o novelo vai ficando cada vez maior e maior e maior e jamais se desenriçará.

11 de março de 2005

Lambendo Sabão

Um avião de companhia peruana, com os equipamentos mais sofisticados, e de última geração, inclusive com oito computadores interligados ao gigantesco computador central na torre de um aeroporto supermoderno, de repente ficou voando sozinho, sem qualquer comando, os pilotos nada podiam fazer, manche, pedais, alavancas e botões estavam travados pela pane inesperada e irreversível. Há uma piada no meio aeronáutico: na cabine de comando de um avião do futuro, só haverá instrumentos, um piloto e um cachorro. Por que o cachorro? Se o piloto tentar mexer em algum instrumento, o cachorro não deixará. "Safety first".Dos aviões passo para a vida geral. Cada vez mais a era digital nos penetra, programando aquilo que podemos e devemos fazer, deixando uma estreita faixa para o que realmente queremos fazer. E o que é pior: programando inclusive aquilo que devemos querer fazer. Na hora de escolher um sorvete de manga ou abacaxi, minha vontade de nada me servirá: estarei programado para, naquela circunstância, preferir um ou outro sorvete.Vamos dar de barato que a programação seja correta, necessária, saudável, urgente, que todas as coordenadas tenham sido previstas, analisadas e resolvidas para o meu bem estar moral, material e para o meu prazer. Muito bem. Basta um chip entrar em pane e tudo se esboroa.Vou tomar um sorvete de manga ou abacaxi, milhões de circuitos internos estão procurando determinar a escolha que devo fazer naquele momento -- e eis que o chip avariado me ordena, literalmente, lamber sabão.Não há sabão à vista, tenho de procurar um banheiro público, com sorte, encontro um que tem um pedaço diáfano de sabão grosseiro, e lá fico eu, lambendo aquilo.Bem, a hipótese, como o sabão, é também grosseira. Mas não deixa de ser possível.

Carlos Heitor Cony é romancista e cronista, é também colunista da Folhade São Paulo. Escreve para a Folha Online às terçasE-mail: cony@uol.com.br
Post Scriptum: Esta crónica foi.me enviada pelo Rui Coutinho (maracujá) a respeito de eu o ter mandado ir lambar sabão.

9 de março de 2005

A respeito do dia que se comemorou ontem.

Lá em casa mandam elas. E quem disser que é mentira que me prove o contrário.

Um dia um padre disse na missa que aquele que cuidasse que mandava em casa lhe fosse levar uma saca de castanhas à sacristia.
O Justino da Eira que era muito macho, logo tratou de ir para casa e preparar a dita saca de castanhas para levar ao prior da freguesia.
Entra sacristia dentro com uma saca feita de retalhos, muito bem arranjada, com uns berloques em cada extremidade do fundo da mesma e exclama:
-Aqui tem, Sr. Prior, a saca das castanhas que prova que lá em casa mando eu!
-Oh! Justino então porque razão me trazes as castanhas nessa saca de retalhos e não as trazes numa normal saca de serapilheira- pergunta o prior intrigado.
-Oh Sr. Padre isso vinha mesmo era numa saca velha de serapilheira mas aquela corisca não deixou!

Ponta Delgada

O Blogue Ponta Delgada tem uma nova entrada.
Haja Saúde.

Faz parte de mim

Pedem-me que deixe a política. Não aquela que faço no dia-a-dia, nas tertúlias dos cafés, nos blogues, nos jornais e revistas que me escolhem para entrevistar ou nas aparições televisivas do "Choque de Gerações" ou de qualquer seu sucedâneo cujo autor se lembre de mim . Não! Não me pedem para me calar. Mas pedem-me para deixar a política partidária, para ser mais livre, mais desassombrado, mais genuíno. Pedem-me com carinho e penso eu, para me protegerem. Sei que mo pedem para meu bem. Temo não vos fazer a vontade. As coisas só se mudam de dentro para fora.

8 de março de 2005

Programa 18

É verdade, hoje vai para o ar na nossa RTP-Açores, pelas 21h30m com repetição amanhã ao final da tarde, o programa nº 18 do Choque de Gerações. Um programa do Joel Neto com a participação de uma nova geração de Açorianos e amigos dos Açores, um programa sobre o pensar e não sobre o saber que tem levantado muita polémica aqui e não só.
Esta semana, Susana Meireles Yourcheck, Maria Graça da Silveira e Francisco José Veigas, discutem o papel da mulher nas sociedades contemporâneas. O casamento de Carlos de Inglaterra e Camilla Parker e as potencialidades e limitações do sistema monárquico.
Espera-se polémica e debate como é costumeiro.
Pelo meio, ficam a reportagem do Nuno Neves e o amor de estimação do Alexandre Borges. No final o já habitual ódio de estimação da Luís Filipe.Não percam o melhor programa da RTP-Açores e que não fala dos dramas e das teatrices do tipógrafo Malaquias e da Guerra Colonial.

7 de março de 2005

Pois pois e ...


"Não gostei de ser ministro, ninguém acredita mas é verdade. Foi uma experiência enriquecedora, mas não gostei. Prefiro servir o país como parlamentar"

Isso não terá a ver com alguma SISA por pagar ou qualquer outro rabinho de palha? Não?

Ou já ninguém se lembra porque razão o "baixote" saiu do Governo de Guterres? Pois não, não se lembram, ele até recebeu como prémio uma indicação para Comissário Europeu.Uma travessia do deserto dourada. Passa cão!

Santa Maria no seu melhor


Esta chegou-me via Botafaladura.
Há 20 anos que 70% dos Marienses votam no Partido Socialista. Em Angola também é assim e no Ruanda e no Uganda e na Somália e no Togo e na Costa do Marfim e...

Coisas de Putos

A historieta da fotografia de Freitas do Amaral é a prova cabal de que algumas criancinhas nunca devia ter saído do 5º andar do Largo do Caldas. Ou nunca deviam ter lá entrado.

Eu já não me indigno com qualquer coisa

Desde que vi um porco andar de bicicleta e um elefante a tocar trombone que não me espanto com qualquer coisa.
Desde que vi o Professor Sousa Franco ir de presidente do PPD/PSD a Ministro da tralha "Guterrista" e cabeça de lista do PS às europeias e desde que vi o Professor Freitas do Amaral fazer um percurso político desde a fundação do CDS até a Ministro de um Governo do PS, que não me indigno com qualquer coisa.
Portugal é um país, cada vez mais, " queiroziano", viva o Senhor Conde de Abranhos!

PUFFF! e "Prontos"!

Eu gostava que a Dr.ª Berta e o seu ANIMA trouxessem a Ponta Delgada, ao Coliseu Micaelense, em vez do Luís de Matos, o David Coperfield. Sim o tal que faz desaparecer Ferraris, arranha-céus e outras coisas que tais. Talvez fizesse desaparecer a Dr.ª Berta para sempre.

6 de março de 2005

Da bruma ao tipógrafo Malaquias

Juro que não falo mais de bruma, da Ilha e da gaivota. A partir de agora só falo do tipógrafo Malaquias da Guerra Colonial.

5 de março de 2005

Património arquitectónico

No Aeroporto da Ilha de Santa Maria existem raros exemplares de arquitectura da 2ª Grande Guerra que deviam, em minha opinião, ser preservados. As casas de Chapa foram já quase todas destruídas. Das mais carismáticas, ainda existem algumas em bom estado e com boas possibilidades de recuperação.

Na chamada Estrada do Meio, está este magnifico exemplar. Talvez fosse tempo de alguém se preocupar em fazer as obras de manutenção necessárias para que algumas destas casas se possam manter por mais uns anos.

4 de março de 2005

Mais velharias

Já aqui falei de algumas das minhas velharias. Eu adoro coisas velhas.
A minha velha Renault 4 é uma dessas velharias da qual me custa separar. Em Santa Maria ela é o meu meio de transporte preferido.

Há mais de um mês o Francisco deixou-a no parque do Aeroporto, voltei a precisar dela anteontem, cheguei, sentei-me, puxei o injector dei um sinal na ignição e, num instante, lá estava ela nobremente a deslizar pelas estradas de Santa Maria. A minha velha Renault 4, inseparável amiga de todas as horas.

Vi-te...

...ali sentada num banco, tosco, de madeira, num corredor de uma aerogare em obras. Lias atentamente uma revista dessas que dizem ser cor-de-rosa mas que só tratam das desgraças de uns e outros. Dizem que é a vida dos famosos. Sei lá.
Fingi que estava distraído, tu também, ambos sabemos isso. Tive vontade de me chegar para ti abraçar-te e pedir-te desculpa. Não tive coragem. Sou um cobarde com as mulheres, não as trato como merecem. Merda de feitio que me complica tanto a vivência interior. Merda de feitio que me atormenta pelo que não tenho a coragem de dizer e de fazer. Sim! Merda de feitio que para umas coisas parece tão corajoso e noutras, bem simples, se esconde por trás de um manto obscuro de maldade.
Sei que nunca me irás perdoar mas, mesmo assim, peço-te desculpa pelos danos que te causei, pela forma como não fui capaz de te tratar.
Embarcaste no mesmo avião que eu. A fila formou-se mesmo à frente das cadeiras plásticas cor de laranja em que eu estava sentado. Tomaste o teu lugar na fila, compenetrada e distante, fingiste, mais uma vez, que não me vias, eu também. Deixei que entrasses no avião, aproximei-me cautelosamente, vi, pelo canto do olho, onde te sentavas e sentei-me o mais longe que pude.
Mal abriram as portas fugi rapidamente em direcção à porta e nunca mais te vi.

3 de março de 2005

O sorriso do Sol no casario branco

Não! Não hibernei nem desapareci do mapa nem estou amuado. Não! Estou é sem tempo. Mais uma vez o tempo. O tempo do relógio que passa por mim e me diz adeus numa volúpia tal que nem o vejo.
Em Santa Maria, onde estou, supostamente o tempo passaria com mais vagar. Hoje não! Hoje ele passou por mim na velocidade com que passa numa qualquer metrópole da Europa.
Cosmopolita, como sempre, Vila do Porto está inundada pelo sol. O sorriso do sol sobre o casario branco, podia ser o tema da próxima produção do Zeca Medeiros.

Hoje há 31 anos

Nasceu o meu amigo Joel Neto. Jornalista e escritor, natural da Terceira, a resider no Seixal e a trabalhar em Lisboa. Faz um programa na RTP-A que quase ninguém gosta mas toda a agente vê que mais não seja para falar mal.
Bem hajas amigo e que esta data se repita por muitos anos e com muitos programas na RTP-A

1 de março de 2005

Todas as terças na RTP-A

Hoje é Terça-feira. Já sabem, na RTP-Açores pelas 21h30 minutos com repetição amanhã ao fim da tarde, há Choque de Gerações. Joel Neto conduz a conversa entre Maria Graça Silveira, a miauu girl que acha que só devemos fazer amor para procriar, Armando Mendes e eu próprio. Falamos sobre o turismo nos Açores e a personalidade de João Paulo II.
As habituais rubricas, ódio e amor de estimação estão a cargo dos fabulosos irmãos Luís Filipe e Alexandre Borges respectivamente.

Hoje há 39 anos

Continuando na aviação civil

Uma má interpretação ou uma propositada maldade, de um leitor não identificado convenientemente, requer alguns esclarecimentos em relação ao meu post anterior. Normalmente não respondo a anónimos. Contudo o facto das interpretações do dito serem abusivas leva-me a esclarecer. Não se trata de fechar ou abrir a Ilha. A Ilha está aberta via São Miguel. É mais rápido 30 minutos (segundo o horário oficial da SATA) sair para Lisboa via Sata Air Açores e depois Sata-Internacional do que fazê-lo no tal voo de Quinta ? feira que também vai por São Miguel. Aliás os passageiros já se aperceberam disso, com excepção para os dias 20 de Janeiro e 17 de Fevereiro, em todos os outros o número de passageiros a chegar é superior ao de número passageiros a partir. Há ainda a acrescentar o facto de que, saindo directo, o Mariense que vai trabalhar perde a manhã de, Quinta-feira, assim como o perde o que for de férias. Saindo por São Miguel, o que vai de férias, gasta 5 horas da noite o que vai trabalhar não perde horas de expediente. Contas são contas e quem as faz sabendo o que faz tem sempre razão. Além disso, os custos para os contribuintes são bastante menores.


Algumas pseudo elites de Santa Maria vivem agarradas a complexos anti feudais e embebedadas com os tempos áureos da aviação civil. Pois é, ao invés de fazerem pela sua terra, escondem-se em cobardes anonimatos e evocam esses tempos de ouro em que os ricos viviam em casas de chapa e os pobres em palhotas de chão térreo, os tempos em que os ratos choravam ao saírem dos armários vazios das casas de Santa Bárbara e Santo Espírito, os tempos em que o ensino teve que ser impulsionado pelos que vieram de fora e tinham que educar os seus filhos e os filhos dos seus companheiros de trabalho. Os tempos em que, uns viviam para dentro do "açucareiro" e os outros para lá entrarem tinham que ter um passaporte.
Santa Maria tem um grave problema populacional para resolver. Tem uma classe baixa bem formada mas ignorante e uma classe média mal formada e igualmente ignorante mas que julga ser culta e informada. Tal como nas outras Ilhas tem pseudo elites complexadas e que pensam sempre pequenino. Muito pequenino.

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