31 de dezembro de 2004

Amanhã

Eu não gosto de balanços, são uma coisa fastidiosa e com cheiro a enterro. Quando se faz um balanço sobre qualquer coisa quer dizer que essa coisa acabou. Os anos não acabam, o tempo é uma coisa com a qual temos que lidar simplesmente como regra organizacional nada mais. Para mim os dias são todos iguais, seja Segunda-feira ou Domingo, seja dia 01 ou dia 15, acabo sempre fazendo o que me interessa, a adiar o que não me interessa, é a minha liberdade enquanto cidadão do Mundo. Já deve ter dado para perceber que prezo muito essa liberdade. Não que descure as questões de disciplina, pelo contrário, esse culto da liberdade é, por si só uma disciplina que imponho a mim próprio. O que não gosto é da disciplina imposta por outros, a disciplina de voto, a disciplina partidária, as regras que quartam a minha liberdade. Essa liberdade acaba quando começa a liberdade do ser mais próximo. Por isso, há regras e códigos de conduta que temos que cumprir.
Há um ano atribui uns prémios a algumas figuras Nacionais e Regionais, hoje não o farei embora me apetecesse atribuir o prémio de pior Televisão à TVI de pior programa de televisão à "Quinta das Celebridades", e o prémio besta arrogante e mal educada, ao negro mais presunçoso, maricas e inconveniente que a sociedade portuguesa mais despropositadamente elege como ícone, o "paneleirote de Castelo Branco".
Para mim os anos acabam e começam como se de dias normais se tratasse. Por isso, amanhã será apenas um feriado como outro qualquer, em que o Bancos estarão fechados mas os juros não deixarão de contar, as tabernas estarão abertas e cheias de homens com a garganta seca, as ruas desertas porque os guerreiros da noite descansam de guerras com copos e garrafas de bebidas espirituosas. Ressacados. Amanhã, os jornais vão chegar às bancas com as mesmas noticias sobre o maremoto ou sobre a "quinta" e será apenas mais um dia nesse país das maravilhas onde já ninguém fala dos dois governos que tivemos durante este ano e que já não temos, das duas decisões mais desadequadas do PR, da fome, dos sem abrigo, do tráfego de droga no Bairro da Serafina, dos Meninos da Casa Pia, das meninas da garagem do farfalha, de "um velho num banco dum Jardim". Ninguém falará, amanhã, das mulheres amordaçadas pelo medo das sovas que levam dos maridos, dos maridos pressionados e violentamente agredidos pelas mulheres possessivas e pelos filhos mal-educados, do tráfego de crianças, do trabalho infantil da pobreza envergonhada.
Amanhã será só mais um dia.

"Tsunamis e outros que tais"

Na caixa de sugestões reclamações e insultos do Foguetabraze, recebi uma queixa do leitor atento Abel Feldman da Câmara Carreiro, meu amigo de infância e "Compagnon d'autres routes" .
Dada a pertinência, a lucidez e o pragmatismo que muito caracterizam o Abel, cá vai um texto de um Homem de direita humanista e quase agnóstico, que gosta de pensar as questões da actualidade e o mundo que nos rodeia com objectividade. Discute futebol, motas e automóveis, politica, filosofia e literatura. Enfim um Homem do nosso mundo.


Tenho assistido estupefacto à indignação dos "nossos" jornalistas, perante a falta de capacidade de resposta dos serviços consulares Portugueses, lá, em "cascos de rolhas", onde está a acontecer toda aquela desgraça.
Ainda ontem pareciam gatos assanhados - e malcriados - a atacar o Ministro dos Negócios Estrangeiros, em plena conferência de Imprensa, onde não deixavam o homem acabar uma única frase.
Sejamos claros... é evidente que os serviços, naquela parte do mundo, estão dimensionados para as solicitações de rotina, que eu imagino que sejam de 1 ou 2 contactos de cidadãos nacionais por semana... e se não for este o número, percebe-se o que quero dizer.
Nunca estariam, nem podiam, nem tinham que estar preparados para receber centenas de tentativas de contacto por hora, como terá acontecido nos últimos dias.
Descontado o inenarrável Embaixador, que não pareceu nada preocupado em se apresentar no seu posto de trabalho o mais rapidamente possível, ficou a ideia de que os desgraçados que estavam no terreno terão feito o possível... que efectivamente era muito pouco, com os meios que por lá existem, e que, repito, serão os adequados ao expediente normal por aquelas bandas.
Que os turistas se queixem, e reclamem, tem de ser considerado como normalíssimo, pois são eles que estão a viver as aflições, as dores e as necessidades, não estando com certeza com capacidade de discernimento para verem as coisas com a calma, com que nós, sentadinhos no calor das nossas casas, conseguimos - eu pelo menos gosto de pensar que consigo.
Agora... jornalistas histéricos (as) a bradar contra tudo a contra todos... sinceramente, para isso não há pachorra.

30 de dezembro de 2004

Ordenamento do território 2

O Ordenamento do território é um dos instrumentos mais importantes na prevenção de acidentes em caso de agressão pelos agentes da natureza.
Sem esquecer que nós, seres humanos, somos parte integrante dessa natureza, o que muitas vezes acontece, devemos ter presente que é ao homem que se deve atribuir a grande responsabilidade nas alterações que o planeta tem sofrido, somos nós os grandes responsáveis pelo que de mau nos acontece por acção da natureza. Se não existissem "resorts" nas praias paradisíacas da Tailândia não havia destruição para além de alguns coqueiros. Calma. Isso não quer dizer que eu condene a construção de hotéis/resort, isso quer dizer que não podemos culpar mais nada nem ninguém por aquilo que nos acontece.
Devemos ter bem presente que, quando chove muito, uma ribeira enche, galga as suas margens e derruba casas, são as casas que estão no lugar errado e não a ribeira. Há alguns anos, a respeito das cheias que ciclica e repetidamente acontecem na Vila da Povoação, ouvi um autarca dizer a seguinte alarvidade: "A natureza teima em destruir o que o Homem constrói". Pergunto, não será caso para ponderar se não estaremos perante uma situação em que a natureza no seu processo natural e lento, tenta a todo o custo repor aquilo que o Homem destrói por um processo forçado e rápido?

As nossas fajãs e algumas das nossas freguesias junto ao mar, não são mais do que grandes escorregamentos de terras, ocorridos há longos anos e situadas em zonas que não estão a salvo de serem vitimas de fenómenos idênticos. Insistir em construir nessas áreas é querer ir contra as regras da natureza. Entendo que, em tempos difíceis da vivência nas Ilhas, o recurso a essas zonas, foi uma questão de sobrevivência, tratava-se de procurar o sustento nesses pequenos pedaços de terra. Só por isso, se explicam fenómenos como a baia de São Lourenço ou da Maia. na Ilha de Santa Maria, os currais da vinhas do Pico e algumas ladeiras na Ilha das Flores. Hoje, ter uma casa numa fajã de São Jorge ou na Rocha da Relva e na fajã do Calhau em São Miguel, é um luxo ou um negócio paralelo na área do turismo ou um simples capricho. Nada tenho contra isso, só não quero é que amanhã, quando acontecer o inevitável, essas pessoas venham exigir do Estado/Região, ou seja dos meus impostos, indemnizações pelos maus bofes da natureza.
O conceito de preocupação ambiental remonta ao Sec. XIX (1872) com a criação, nos estados Unidos da América, do parque nacional de Yelowstone. Contudo, nas nossas Ilhas está ainda quase tudo por fazer. Com culpas, essencialmente para os políticos e para o cidadão anónimo e mal formado em termos ambientais.
A educação ambiental é fundamental para o exercício da cidadania, só a mobilização dos cidadãos permite a criação de uma consciência global, capaz de desempenhar um papel preventivo na participação e intervenção na resolução de problemas práticos do ambiente.
Essa revolução tem que ser feita em cada um de nós.

29 de dezembro de 2004

Ordenamento do território

Numa Região onde a politica de ordenamento do território tem sido preterida por interesses eleiçoeiros de políticos sem carácter e sem escrúpulos, os exemplos que nos têm entrado pela casa dentro nas últimas 48 horas deveriam levar-nos a reflectir bastante.
Acredite ou não V. Excelência, Senhor Presidente do Governo Regional Sr. Carlos César, quando uma catástrofe acontecer (espero que nunca aconteça) numa qualquer das Fajãs de São Jorge. Lembrar-me-ei de o culpar por tudo o que possa acontecer desde a quebra da primeira telha até à morte do 1º Ser Humano. Tudo. Irei culpa-lo de tudo. Só por tê-lo ouvido um dia dizer que quem iria tratar do assunto do ordenamento e da protecção da orla marítima das Fajãs de São Jorge não eram os técnicos mas sim V.Exiª, porta a porta, casa a casa, pessoa a pessoa, ao encontro dos anseios das populações residentes. Culparei também essas populações por terem embarcado no seu engodo fácil, demagógico, inconsequente e eleitoralista e clamarei do alto da minha insignificância que, se não pague nem um euro por cada adega destruída ou atafona com o tecto abatido, que se não pague um único cêntimo por um animal perdido, por uma casa soterrada por uma carroça levada pelas águas e pelas lamas. Clamarei do alto da minha insignificância pela sua condenação política e criminalmente.

28 de dezembro de 2004

É só para lembrar

Pois é. Eu devia escrever sobre qualquer coisa que interessasse o mais possível ao maior número de pessoas. O número de visitantes que o "sitemeter" apresenta aconselhava a que fizesse um esforço para chegar aos 100.000 ainda este ano. Não será fácil. Será ainda mais difícil se a única coisa que tiver para vos dizer hoje for: Ei!!! Vocês!! não se esqueçam de ver logo, às 21h30m, na RTP-A o "Choque de Gerações".
Podem começar já a falar mal ou a dar os Vossos palpites sobre as nossas nomeações de logo à noite. É verdade, hoje vamos eleger a personalidade do ano, o acontecimento do ano e um desejo para o próximo ano, tudo isso nas três dimensões que o programa pretende alcançar, a Internacional, a Nacional e finalmente, mas não menos importante, a Regional. Moderado, como habitualmente pelo Joel Neto, hoje os comentadores são a Susana Meireles, o Mário Cabral e este vosso servo.

27 de dezembro de 2004

O Tempo das Ilhas

Cada uma das nossas Ilhas tem o seu tempo.
Quando estou em Santa Maria o meu tempo rende e dá para tudo. Quando estou em São Miguel o meu tempo não dá para quase nada.
Agora mesmo estou na Terceira que, também tem o seu tempo. Um tempo muito próprio, único na vivência das Ilhas na pressa de não ter pressa. Estou há algumas horas na Ilha de Jesus Cristo onde já tive tempo para fazer de tudo um pouco. Na companhia do meu amigo Pedro Arruda percorri as principais ruas de Angra sem pressas descemos a rua do Galo subimos a rua da sé até ao alto das covas numa calma própria de quem não tem ninguém a correr atrás. Voltamos a subir e a descer pelas escadarias do jardim dos Corte Real, vimos Angra de cima e almoçamos junto ao Mar.
Angra, a Terceira, tem o seu tempo, um tempo que eu invejo.
Um post sem tempo no meio das gravações do "Choque de Gerações"

26 de dezembro de 2004

Sorte Mariense

"Foi o barro de Almagreira
Que moldou a nossa sorte
Essa sorte marinheira
Entre o mar e o vento norte."

25 de dezembro de 2004

Quimeras

Corri por Vila do Porto em busca de qualquer coisa que não sabia o quê. Em Vila do Porto há anos que toda a gente corre em busca de qualquer coisa, de um sonho de uma quimera. Enquanto isso a Vila agoniza e a Ilha vai morrendo, lentamente vai perdendo a sua alma. Deixou de lutar.
Encontrei um pescador de pele curtida pelo sol e pelo mar, bêbado, na Tasca do Catana. Contou-me histórias do mar e de amar, de noites perdidas em volta das redes de pesca e dos enredos dos amores não correspondidos.
Na tasca do Catana, a única coisa que lembra o Natal é uma bola vermelha e uma fita dourada, gastas pelo tempo, penduradas atrás do balcão. Um perfume a vinho de cheiro envolve o ambiente escuro e húmido. Os Homens entram e saem numa volúpia constante.

18 meses 18

18 Meses, mais de 800 entradas, 98000 palavras, outras tantas visitas e mais importante de tudo, uma meia dúzia de novos amigos. Valeu a pena.

24 de dezembro de 2004

Hoje há um ano...


... escrevi sobre o natal aqui e assim. Hoje, passados que estão 365 dias, mais de 400 entradas, mais de 90.000 visitantes e depois de ter recebido centenas de SMS impessoais e repetidas, umas com simples votos de Feliz Natal, outras com renas com cornos partidos e trenós despistados e Pais Natal que se auto sodomizam, o Natal continua a ser uma fraude e o Pai Natal um Charlatão.

23 de dezembro de 2004

Fantabulástico, pestacular mesmo...

Discurso do José Sócrates...


ANTES DA POSSE:

O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais
para alcançar nossos ideais.
Mostraremos que é grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo de nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.


APÓS A POSSE:

LEIA as linhas inteiras DE BAIXO PARA CIMA.


22 de dezembro de 2004

Vertiginosamente

Há um ano, o país discutia a eventualidade de Pedro Santana Lopes vir a ser candidato a Presidente da República. Há um ano, o país dizia à boca pequena que emigrava se PSL chegasse a ocupar a mais alta magistratura da Nação. Há um ano, o país não sabia que, no decorrer do ano seguinte, PSL ia ser Primeiro-ministro de Portugal, em três estádios diferentes:
1º Com a legitimidade do parlamento mas sem legitimidade eleitoral e partidária;
2º Com legitimidade partidária e parlamentar mas sem legitimidade eleitoral;
3º Demissionário e sem Assembleia para o legitimar.
A isto pode chamar-se ascensão e queda rápidas.

21 de dezembro de 2004

Porque hoje é Terça-feira...

dia de Choque de Gerações, não esqueçam às 21h30m na nossa RTP-Açores. Joel Neto, modera o debate. Hoje entre Graça Silveira, Miguel Monjardino e eu mesmo, três temas a saber:
- Guerra Civil nas estradas portuguesas;
- Violência doméstica nos Açores;
- O crescimento económico da China. O regresso do Império do Meio?

Ainda a gramática


Fotografia cedida pelo Rui Coutinho (Maracujá)

A última coisa que eu esperava era lançar as bases de uma discussão sobre a gramática Portuguesa na Blogosfera. Logo eu. Há alguém por ai com tamanho desplante? Não me parece. Seja como for, aqui fica um bom exemplar de Gramática de Língua Portuguesa, cedida pelo leitor atento, Rui Moreira da Silva Coutinho, mais conhecido por Maracujá. Eu não estudei por esta, estudei por uma de José Nunes de Figueiredo que, ao que me constou recentemente, é brasileiro. Talvez, por isso, eu, de fato escreva à luz desse novo acordo ortografico da gramatica portuguesa.

20 de dezembro de 2004

Politiquês, Bruxelês e Futebolês

Para escrever no blogue ou até uma simples carta comercial, necessito daquilo a que chamo um "click". Certamente é assim com toda a gente
Um comentário do Cristóvão de Aguiar na entrada anterior teve esse efeito.
É engraçado que, tal como o Cristóvão, eu também não gosto da palavra postura. Também tive um professor que dizia que, postura, é o que fazem as aves de capoeira. Há ainda outras coisas que me irritam profundamente, na utilização da língua portuguesa, mais propriamente no Politiquês, no Bruxelês e no Futebolês, essas três mais recentes variantes do Português que, só por si, já me irritam bastante, mas não o conseguem fazer tanto como a utilização da palavra matéria quando, na verdade, se fala ou escreve sobre um qualquer assunto, muitas vezes, abstracto. Na realidade, quando, por exemplo, alguém diz: "Em matéria de constituição", está a referir-se a um conjunto de conceitos e normas e nunca a qualquer coisa material, palpável, a não ser que dissesse "a merda da constituição". Ai, de facto, há matéria, palpável, embora deixe as mãos a cheirarem mal. Ainda em politiquês corrente e a respeito da lei fundamental se diz muitas vezes: "Em sede de revisão constitucional". Porquê sede? A constituição não tem sede, nem cartão de pessoa colectiva, morada ou código postal.
Em Bruxelês usa-se e abusa-se da expressão "envelope financeiro", quando se referem às perspectivas financeira, vulgarmente conhecidas por Quadros Comunitários de Apoio (QCA). Se toda a gente sabe o que é o QCA para quê inventar?
No futebolês a coisa toma proporções caricatas, desde a bola que passou a ser o esférico ao campo que se chama rectângulo, passando pelos balneários que são cabinas, acabando nos prognósticos que só se fazem no fim dos jogos, tudo são verdadeiras pérolas do mau falar a língua mãe. Muitas são as vezes em que o comentador, de tanto querer dizer, acaba não dizendo nada.
Bem mas quem sou eu para criticar. Afinal eu sou dos que mais erra. "Errare humanum est" e só não erra quem não faz, só o relógio parado duas vezes ao dia está certo. Haja saúde.

17 de dezembro de 2004

"Gralhas insolentes ou erros imperdoáveis"

As gralhas, a ortografia, a sintaxe. Tudo isso, são coisas com as quais me dou mal. Muito mal. É fácil, para mim, do alto de uma certa arrogância, dizer, bradar: Não me interessa a forma, apenas me interessam os conteúdos.
Pois é. Parece uma verdade insofismável. Não! Essa postura algo pretensiosa, é tão só, uma forma encapotada de esconder a minha falta de preparação académica.
Já uma vez comentei com a Mariana acerca dessa grande quantidade de erros cometidos. Quem tem uma obsessão pela leitura, como eu tenho, que além de ficção e banda desenhada, leio dezenas de livros técnicos, relatórios, rótulos de garrafas de azeite, talões Multibanco, letrinhas pequeninas dos contratos das companhias de seguros, não podia cometer assim tantos erros. Diz-me a Mariana que pode ser pelo facto de estar muito familiarizado, ter o hábito profissional, de ler, escrever e falar muito na língua de Cervantes, a minha segunda língua. A minha mulher, que também é professora, diz que é da pressa, as duas deverão ter razão.
Quem não suporta gralhas é o Vent(ilha)dor um "blogueiro", como ele diz, de 64 anos, da Vila de São Sebastião na lindíssima Ilha de Jesus. Filósofo, politico, socialista laico e republicano, Homem de grandes convicções e combates, um lutador da democracia e da autonomia. O Ven(ilha)dor veio, certamente, melhorar bastante o panorama da "blogosfera" de endemismo açorico. Bem hajas Dionísio de Sousa e que te estejam reservados muitos e bons anos de saúde e lucidez para que, entre nós, debatas em verdadeiro choque de gerações.

16 de dezembro de 2004

Nova Entrada

O Engenheiro e o Mestre José Branco, são os protagonistas de uma nova entrada no Ponta Delgada

Ponta Delgada Enteada dos Açores

Com a sua avenida de "cú pró mar" Ponta Delgada, mercê da perseverança de alguns dos seus cidadãos, do seu posicionamento estratégico e da sua infra-estrutura portuária é desde alguns anos a esta parte a maior centro decisório dos Açores. Embora o poder legislativo, e bem, esteja sedeado na Cidade da Horta e algumas das mais importantes Secretarias Regionais estejam sedeadas, e bem, em Angra do Heroísmo, Ponta Delgada tem sabido reagir a essa descentralização do poder político. Na verdade a chamada, por alguns, Capital dos Açores concentrou uma maioria significativa do poder económico e financeiro das nossas Ilhas. Aqui nasceu o primeiro Banco com sede nos Açores, a primeira e até agora única seguradora Açoriana, as duas companhias aéreas, as primeiras fábricas de açúcar, cervejas, alimentos compostos para animais e tantos outros exemplos que poderia elencar.
Também, por isso, encerra dentro de si alguns dos maiores problemas das sociedades modernas e desenvolvidas. Flagelos como a Sida, o alcoolismo, o consumo de drogas e a marginalidade a ele inerente são bons exemplos das graves questões com que a cidade tem que viver no seu frenético dia-a-dia.
Talvez por isso, os cidadãos de Ponta Delgada tenham muitas vezes desacreditado os modelos de desenvolvimento testados e aplicados nas nossas Ilhas com um maior investimento público per capita nas ilhas mais pequenas.

Ponta Delgada tem hoje duas salas de espectáculos do melhor que há nos Açores, uma, o Teatro Micaelense, uma obra do Governo regional dos Açores e a outra, o Coliseu Micaelense, uma obra da autarquia liderada por Berta Cabral.
Estão, assim, criadas as condições para que Ponta Delgada possa ser uma cidade virada para a cultura. Bastante falta faz aos nossos cidadãos e principalmente aos nossos políticos, um pouquinho mais de cultura.
No concernente à política cultural, Ponta Delgada tem sido uma espécie de enteada que foi votada ao esquecimento. Durante anos, a maior cidade dos Açores foi olvidada pelo poder cultural centrado na Cidade Património Mundial.

Este é um post que teria lugar no blogue Ponta Delgada, mas não. Publiquei-o no Foguetabraze propositadamente, aqui são mais os leitores e o Ponta Delgada vai mudar de linha editorial. O seu visual já foi modificado pela mão do grande Pedro Arruda que ajudou a arrumar as coisas no seu devido lugar e lhe deu uma cor mais consentânea com os estatuto político do seu editor. Ao Pedro o meu muito obrigado.

15 de dezembro de 2004

Paz á sua alma


Faz hoje um ano que desapareceu de entre nós um dos mais badalados blogues da Lusa Pátria. Uma referência no espectro blogosferico nacional, humor brejeiro mas muito bem escrito, em português vernáculo.
Estão ainda por apurar as causas da sua morte, uns afirmam ter mordido a sua própria língua, outros acham que foi só cansaço e preguiça.

Por sua alma são rezadas hoje várias missas em todo o país. Fontes ligadas ao Patriarcado de Lisboa e ao Largo do Caldas afirmam não haver salvação possível. Se assim for eu quero ir para o inferno. Além de outras figuras do Estado e não só, quero lá encontrar O meu PIPI, ou melhor, o pipi dele que o meu, felizmente, para mim e para gozo de mais alguém, ainda está bem vivinho.

Divórcio com casamento à vista

PPD/PSD e CDS/PP encontraram uma solução intermédia entre a ruptura completa e a coligação. Como sabem não sou adepto de soluções muito rebuscadas daquelas que são difíceis de explicar ao Povo. Quando os partidos optam por soluções da natureza desta, é sempre mais fácil aos seus detractores explicarem as "desvirtudes" delas do que para os seus pensadores explicarem a bondade das mesmas.
Além disso, esta é, claramente, uma solução com muitos compromissos entre Pedro Santana Lopes e Paulo Portas. Este último não quis ficar com o ónus de ter destruído a coligação, levou muito tempo a construir a imagem de garante da estabilidade não poderia hipotecar esse capital eleitoral a cerca de 2 meses de eleições.
Enfim Portas portou-se como a mulher, maltratada e atraiçoada pelo marido mas que em nome dos interesses da família não denúncia a situação.
Os partidos vão a votos sozinhos, como forma de consolidarem os seus eleitorados, mas continuam de "língua na boca" e em caso de vitória vão fazer uma coligação governamental no dia a seguir às eleições.
Este acordo pré-eleitoral está para a politica Portuguesa como estão para a sociedade aqueles casais que se divorciam mas continuam a viver em união de facto só para não pagarem as dividas.

14 de dezembro de 2004

Ei!! vocês!

Sabem que dia é hoje ? Sabem?
Terça-feira!
Sabem o que é que vai acontecer hoje de mais importante nos Açores? Sabem?
UUUUIIIIIII!!!!!! Choque de Gerações na RTP-Açores às 21h30m.
Que se lixe se o governo caiu, se se demitiu ou lá o que foi. Hoje debate-se, sem complexos, sem traumas, sem papas na língua na nossa televisão o tema das eleições antecipadas, com modernidade e sem bairrismos o novo acordo da base das lajes e nos píncaros da actualidade a situação no Iraque e o terrorismo internacional.
Joel Neto, ele mesmo, o próprio, amado por uns, odiado por outros, invejado por mais uns quantos, modera o debate em que participam a desempoeirada Graça Silveira, o mais que filósofo, poeta das catacumbas Mário Cabral e o especialista em relações internacionais Miguel Monjardino. A não perder . Podem comentar aqui o programa e este texto ridículo e umbiguista sobre as terças-feiras à noite logo a seguir à quinta das celebridades.

Deserto no Faial

Li, assim à laia de vôo de pássaro, no jornal da minha companheira de viajem no voo SP 481 entre as Lajes e Ponta Delgada, desta manhã que as eleições no PS Faial foram adiadas por falta de candidatos.
Os concursos públicos costumas ficar "desertos" quando o caderno de encargos apresenta preços demasiado baixos ou as obrigações previstas são demasiado elevadas. Foi isso que aconteceu na secção do Faial do Partido Socialista. As obrigações que se prevêem para os tempos mais próximos são demasiado duras.
Desorientados num deserto de ideias, perderam as eleições Regionais contra a lógica de crescimento do seu partido a nível regional, demitiram-se das suas funções de dirigentes partidários embora não se tenham demitido dos "tachos" que, por equivoco, conquistaram. Fogem agora à responsabilidade de enfrentar o seu eleitorado mais próximo em eleições autárquicas. Os outros partidos agradecem. Afunda-se um dos bastiões do Partido Socialista, o coração da autonomia.

É preciso ter lata...

"O país já se habituou a este espectáculo de instabilidade permanente"
José Sócrates

Pois pois, o país começou a habituar-se a isso em 1995 com a chegada ao poder da "tralha guterrista"

13 de dezembro de 2004

Sem medo de ir a votos

Vivemos o impasse, o tabu. Será que o PPD/PSD e o CDS/PP vão a votos a 20 de Fevereiro coligados? Serão que vão com listas separadas? Será que vão com um entendimento de coligação pós eleitoral? Será que vão a votos com tudo em aberto?
Quatro questões sobre as quais, os Portugueses, terão que conhecer as respostas quanto antes. Sempre fui um pouco avesso a tabus, fazem-me lembrar o Professor Cavaco e os piores tempos do "despotismo tecnocrático" (expressão da minha responsabilidade) que Portugal viveu no primeiro quinquénio da década de noventa do século passado.
Para o CDS/PP seria bom correr a votos sozinho, seria uma forma de testar a sua base eleitoral e ficar a saber quanto vale, de facto. Esta estratégia, ajudaria, em caso do resultado ser satisfatório como espero, a desmistificar definitivamente a verdadeira dimensão do CDS/PP. Em caso de catástrofe eleitoral, também se ficaria a saber que mais vale estar só do que mal acompanhado.
No actual momento político, o CDS/PP não tem que ter medo do voto útil, são os pequenos partidos de esquerda que devem ter essa preocupação, mais o PCP do que o Bloco, já que este último está na moda e o primeiro em processo de auto-destruição galopante.
Por parte do PPD/PSD existiriam algumas vantagens em fazer um acordo pré-eleitoral uma vez que, os votos do CDS/PP nos círculos em que este não elege deputados potenciariam candidaturas do primeiro
Importante mesmo, era que PPD/PSD e CDS/PP clarificassem as suas posições. Mantendo os tabus, estão a mostrar ao País a sua incapacidade de decidir o que não foi apanágio do seu governo. Podem ter decidido mal, tropeçado nos seus próprios passos, mas que decidiram lá isso fizeram.

12 de dezembro de 2004

Uma esquerda diferente

Responsabilidade financeira, precisa-se
Em declarações ontem proferidas na Covilhã, José Sócrates prometeu que com um Governo socialista não haverá portagens nas auto-estradas que hoje beneficiam do regime SCUT (gratuitidade para os utentes), nomeadamente a da Beira Interior. Não é uma boa promessa, quer em termos de custos financeiros, quer em termos de equidade social. Nos próximos anos os recursos financeiros do Estado vão ser demasiado escassos para responderem às inevitáveis subidas dos custos da saúde e da segurança social e às necessidades de investimento que o desenvolvimento do País reclama. Gastar um ror de dinheiro para benefiar uma pequena parte dos camionistas e automobilistas portugueses é, além de incomportável, injusto.



Este texto do Professor Vital Moreira no causa nossa, é um bom exemplo de uma esquerda livre de compromissos eleitorais. O populismo do Senhor Sócrates começa a evidenciar-se, mais ainda.

11 de dezembro de 2004

Europa-Casa comum

Os recentes acontecimentos sobre a perca de soberania nas águas territoriais dos estados membros, a imposição de quotas de capturas de algumas espécies e outras normas impositórias imanadas da Comissão e do Conselho*, têm-me lançado na mete um turbilhão de dúvidas e certezas.
Com os meus hábitos de reflexão cada vez mais apurados, dei por mim perdido em pensamentos sobre o futuro da Europa enquanto casa comum.
Devo dizer que nunca fui um euro-céptico no sentido de não concordar com o mercado único, mas sou um euro-descrente no que concerne à praticabilidade e à generalização do sentimento de casa comum da maioria dos europeus.
Não é meu costume reflectir e perder muito tempo com questões inevitáveis, a unificação da Europa, da Península Ibérica aos Urais, é, tal como a globalização, um caminho sem retorno. Contudo a forma como este caminho vais ser percorrido pelos Estados/Nação merece alguma reflexão.
A Europa vive uma crise generalizada e que é mais grave e profunda do que a da União Europeia. Ela obriga-nos a repensar e a avaliar as possibilidades de tantos estados e nações partilharem algumas tarefas na construção de um caminho cada vez mais comum.
Nessa construção importa não descurar uma europa democrática, respeitadora dos cidadãos e das vontades nacionais capaz de lutar contra as nefastas consequências burocráticas, tecnocráticas e supranacionais.
Uma Europa de solidariedade. Ela tem que existir, entre os homens, todas as classes sociais e todas as regiões de forma a permitir às mais periféricas e ultra-periféricas prosperarem e desenvolverem-se.
Devemos tentar construir uma Europa onde sejamos capazes de afirmar as nossas diferenças e reforçar as nossas sinergias. O mercado comum europeu ou até o mercado global, não são nenhum "bicho-papão". Pelo contrário, são um mundo de oportunidades, temos que reagir e saber aproveitar as nossas potencialidades e idiossincrasias.Bem sei que grande parte destas cogitações pouco ou nada interessam aos meus leitores. Contudo, valem para registar aqui e hoje para que no futuro possa testar da sua bondade.


*A palavra inicialmente estava mal escrita (concelho) foi corrigida por indicação do André Bradford. Obrigado.

10 de dezembro de 2004

Turismo interno

Tem sido bastante badalada a medida do Governo Regional dos Açores tendente ao fomento do turismo inter-ilhas. Devo dizer que não sou grande especialista em micro economia mas conheço bastante bem a maioria dos conceitos de macro economia que já foram testados por este mundo adiante. Mesmo que não soubesse nada deste assunto, escreveria este comentário, afinal eu sou um especialista em generalidades.
A medida agora formalmente apresentada, não é nova entre nós. A única diferença é que, agora, não prevê a venda de pacotes turísticos com saída a partir de Ponta Delgada. Ou seja, a medida tem como objecto as populações de todas as ilhas dos Açores com excepção das de São Miguel. Do ponto de vista Social e eleitoral, não gosto mas entendo essa solução, satisfaz as populações das ilhas mais pequenas que, reclamam ruidosamente mais e mais e mais. Não sabem bem que mais querem mas sabem que querem mais. E estão no seu direito.

Se olharmos à medida por um prisma económico, ela não faz sentido algum. Mais não faz se atendermos ao facto de que estamos a lidar com um Governo que quer criar um "Fundo de Coesão Regional" e que desenterrou, para isso, o vetustíssimo conceito do "Desenvolvimento Harmónico da Região.
Uma medida dessa natureza tem o efeito nefasto de exportar para São Miguel e para a Terceira o pouco poder de compra que algumas ilhas mais pequenas têm, privando, deste modo, a economia das suas pequenas comunidades de um dos mais importantes entre os seus parcos recursos. Isso não faz sentido quando, se tenta a todo o custo, desenvolver as Ilhas mais pequenas.
Como Micaelense fico muito satisfeito, a minha Ilha, vê assim, aumentada a sua população flutuante nos meses de menor afluência de turistas estrangeiros. Como Açoriano, fico triste. Fico triste porque tenho um governo que apesar de ter todas as condições para mudar as coisas, insiste em cometer erros de palmatória com o olho em calendários eleitorais e em nome de desenvolver o sector do turismo de forma suatentada em lugar de o fazer de forma sustentável.
Se eu mandasse e talvez seja precisamente por pensar assim que não mando, este programa, tal como outros de que já falei como, por exemplo, o modelo de transporte marítimo de passageiros inter-ilhas, seria desenvolvido precisamente com a filosofia inversa. Seria, no sentido de permitir que os Micaelenses, inseridos em comunidades economicamente mais sólidas, pudessem viajar em condições vantajosas para as outras Ilhas dos Açores para aí gastarem dinheiro e promoverem a criação de um tecido empresarial mais denso e mais profissional, no sector do turismo.
Mas essa é a grande diferença entre quem olha a economia e o estado com numa perspectiva mais liberal e quem vê o estado como uma espécie de Santa Casa da Misericórdia.

Nem de propósito

Quando aqui defendi ontem uma paragem biológica para a pesca do Goraz na RAA, estava longe das notícias que hoje se podem ler na imprensa regional. Ao contrário do que aqui defendi ontem, o Sr. Subsecretário das Pescas que, não é subsecretário por ser tutelado por um outro secretário mas por ser o responsável pelas pescas do grupo central das Ilhas dos Açores, mais propriamente do Faial e Pico por proximidade física e da Terceira por afinidades familiares. De resto, ele não é responsável pelas pescas, sector que, aliás não existe nos Açores.

Segundo a notícia do Açoriano Oriental de hoje "O subsecretário das Pescas dos Açores, Marcelo Pamplona, manifestou junto do Governo da República o seu protesto pela intenção da Comissão Europeia de reduzir as quotas das espécies de profundidade e de chicharro para 2005"
Ora isso é o que eu chamo demagogia e irresponsabilidade. Numa altura em que algumas embarcações da Região estão a deslocar-se para África porque os recursos aqui são escassos, o (ir)responsável pelo sector na Região vem dizer que não se devem impor quotas. Numa altura em que nos estamos a debater contra a invasão das frotas comunitárias, vamos dizer à Comissão, utilizando para tal como plataforma de contacto, o Governo da República em gestão, que não queremos impor quotas porque os nossos recursos estão de saúde e já agora, recomendam-se.
No meu entender, as quotas ao Goraz (quase extinto), e ao Peixe-espada branco (praticamente desaparecido) são não só uma necessidade como uma urgência no sentido de preservar os stocks existentes.
No concernente ao Chicharro a medida é mais discutível, do ponto de vista da preservação dos recursos, mas muito bem quista do prisma da regulação do mercado.
Estas medidas de preservação e regulação, acompanhadas de uma proibição da frota comunitária entrar nas 100 milhas das águas da su-zona A da ZEE dos Açores, são um garante para o futuro de um sector que, como já disse, praticamente não existe.

9 de dezembro de 2004

Uma falsa questão

Fico "menente" com o que vejo e ouço sobre a proposta da Comissão Europeias de proibir as embarcações de pesca Portuguesas de operarem mais do que 20 dias por mês.
Lamentavelmente armadores e pescadores afinam pelo mesmo diapasão, num processo em que não têm razão.
Comecemos pelo Sr. Piló, o defensor dos pescadores, que andou a discutir e a impor um Acordo Colectivo de Trabalho que prevê dois dias de descanso semanal para as tripulações e vem agora enredar contra Bruxelas por tentar que as embarcações não trabalhem mais do que 20 dias no mês. Ora vejamos, dois dias de descanso semanal são 8 dias por mês. Se a estes acrescermos os dias das descargas, que nunca são menos dos que duas, então já estamos nos 20 dias de trabalho. Além disso, todos sabemos que os pescadores, por força do mercado, não gozam os trinta dias de férias anuais mas sim cerca de 10 dias em cada sessenta de trabalho. Se estes 10 dias forem repartidos entre os cinco últimos dias de um mês e os primeiros cinco dias do mês seguinte, retiram-se mais cinco dias de faina a cada mês, restam-nos 15 dias. E ainda há quem venha vaticinar desgraças para o sector? É este extremar de posições que, muitas vezes, retira crédito às instituições e às corporações.


No caso dos Açores eu diria que a redução para 20 marés não é suficiente. A Região, através dos seus órgãos próprios e das suas corporações deverá, quanto antes, fazer pressão sobre Bruxelas para que se efectue uma paragem biológica da nossa frota, nomeadamente a que se dedicada à pesca de espécies demersaís, vulgarmente designadas por peixe de fundo, no sentido de protegerem as espécies. Essa paragem, em meu entender, deverá ocorrer no período da desova do Goraz, espécie muito procurada pelos mercados da Península Ibérica e que cada vez se vai encontrando menos nos mares dos Açores.

8 de dezembro de 2004

Cura pior que a doença?

Neste dia consagrado pela Igreja católica à Imaculada Conceição, Ponta Delgada veste-se engalanada para apresentar o que de melhor tem o seu comércio. É o já tradicionalíssimo Dia das Montras. Há anos que não descia à cidade no dia 8 de Dezembro. Hoje fi-lo, obrigações de Pai que cumpro com enorme prazer.

A cidade está mais bonita do que nunca e os Micaelenses estão a deixar de ser um povo feio e desmazelado.

A coisa promete. O que não promete é a evolução notada na Igreja Católica. Eu explico. Ao passar junto à Igreja Matriz de Ponta Delgada, escutei em tom esganiçado uma voz, com muitos decibéis, saindo de uns altifalantes ali instalados. Era uma cerimónia religiosa em honra da Senhora da Conceição. Parecia uma sessão da Igreja Universal do Reino de Deus. É verdade que a Igreja católica está doente. Que se cure e evolua, estamos de acordo. Mas não no sentido da IURD, isso é uma cura pior ainda do que a doença.

Liberdade

Eu estava na fila, não digo bicha para não haver confusões. Estava na fila nos correios. À minha frente estava uma negra com sotaque brasileiro plantada em cima de umas chinelas de salto alto. Chamam-lhes "mules". Para mim não passam de chinelos de salto alto e preço compatível, que as novas-ricas, desabituadas dos sapatos, inventaram para entrarem nos grandes salões. É o fascínio dos tapetes vermelhos e dos lustres de cristal repletos de lâmpadas, ou simplesmente os holofotes.Esta não, esta trazia estampado no rosto cansado o olhar triste de quem tinha acabado de sair de turno numa das muitas casas de alterne que Ponta Delgada viu abrir no último ano e meio. Também nesta área dos negócios, não houve excepção para confirmar a regra. Abre um e logo se aprontam mais três ou quatro para a concorrência. Mais tarde ou mais cedo fecham todas as portas.
Mas não foi para escrever sobre casas de alterne que me sentei à frente do computador. Bem sei que está na moda falar disso, até os Juízes já proíbem alguns arguidos de se darem com prostitutas e de frequentarem casas de alterne. Só no meu país é que isso acontece. Este é o verdadeiro drama, nem a corrupção é grande coisa nesse país de merda. Os árbitros compram-se com idas às putas. Puta que os pariu!
Ainda há quem diga que Portugal está cada vez mais próximo da Itália. Qual quê. Nós estamos é a anos-luz da grande Itália, uma das grandes potências económicas europeias, onde o povo se está borrifando para a estabilidade ou para a instabilidade e para a credibilidade dos políticos, o povo nem quer trabalhar, faz é o que tem que ser feito enquanto nós passamos metade do tempo preocupados com os outros e fazemos sempre o que não é necessário ser feito. Este episódio faz-me lembrar uma observação de um grande Homem que conheci que a respeito do seu filho dizia: "O meu filho é um grande trabalhador. Trabalha tanto, tanto, tanto, que não tem tempo para ganhar dinheiro". Assim está o nosso país, saímos de casa às 5 de Manhã perdemos horas nas filas e nos transportes, trabalhamos até às 18 chegamos a casa às 21 e no final das contas somos os mais pobres da Europa.
A meu lado uma jovem com pronúncia carregada queixava-se da pouca reforma que a mãe recebia e das tropelias da filha. A Pequena que não terá mais do que três anos, correu, saltou, pulou por cima dos bancos e das cadeiras, dos velhos e dos novos. Fez do átrio da estação de correios, pista de ski no gelo, pista de automóveis, trampolim e todo o mais. Sob o olhar atento e algumas repreensões da mãe, a rebelde criança de cabelos louros e pulseira de prata exprimiu ali, perante todos nós, a sua liberdade.
Mais ao lado, reservada, também loura mas "bem comportada" estava outra criança, aparentemente, com a mesma idade. A mãe falava para o lado com uma anciã numa língua que eu não entendia mas que não me era estranha, afinal, agora, somos visitados semanalmente por centenas de camionistas escandinavos, começamos a ficar familiarizados com as línguas daquela península do norte da Europa. Do outro lado duas velhinhas, à espera da sua vez para levantarem o vale com uma reforma de miséria, comentavam a diferença de educação das crianças.
Quando a mãe escandinava se dirigiu ao balcão por ter chegado a sua vez, reparei que trazia o filho por uma trela, como aquelas que usamos para os cachorros vira lata. Fiquei esclarecido.
Numa coisa batemos os outros a pontos, na nossa liberdade.

7 de dezembro de 2004

O Ilhéu da Vila

O Anel da Princesa. Um livro do Professor Frias Martins lançado há pouco no salão nobre dos paços do Concelho da primeira capital de São Miguel.

Uma obra que segundo o seu prefácio lança "a base científica para um plano de ordenamento de Vila Franca do Campo e do seu Ilhéu". Espero bem que sim.
Folheado e lido aqui e ali, estamos perante uma obra cuidada, com belíssimas fotografias do próprio autor e de alguns dos seus colaboradores, um grafismo muito razoávele com bom papel. Fica a promessa de uma leitura mais atenta.

Mais um choque

Depois de terem visto o Choque de Gerações de hoje, podem deixar, também aqui, todas as reclamações, sugestões, opiniões e insultos. Força.

No dia em que o Rei faz anos

Este Senhor completa hoje 80 anos de idade. Uma idade mais do que boa para se remeter ao silêncio sobre questões de politica interna e externa, a idade da senelidade.
Mais logo pelas 21h30m na nossa RTP-A, naquele programa que vocês não gostam mas não perdem, uma boa parte do tempo vai se gasto a falar dele. Do Rei Soares.
P.S Caricatura feita durante a gravação do programa de hoje.

No Mar com os sentidos em Terra

O Mar está estanhado, "flat" para os surfistas. Um anticiclone estacionado sobre as ilhas atlânticas condiciona o estado do tempo neste Outono quase invernal. Os Homens amontoam-se em cima do cais numa azáfama rotineira. Um enxame de rapazes leva e traz caixas com aparelho, linhas, anzóis retinidas. Outras tantas raparigas preparam o mesmo, colocando a isca nos anzóis e pondo-os, um a um, meticulosamente, na borda das caixas de madeira a que dão o nome de gamelas. Os Homens vão para o mar com o olho em terra. O pescador de Rabo de Peixe deixa os sentidos no fumo das chaminés, nos sinos da igreja, no calor dos lençóis, no regaço das mulheres.
No Mar com os sentidos em terra o pescador de Rabo de Peixe entrega-se à faina, está ali o pão e o vinho de cada dia. Mais o vinho do que o pão, que o Homem de Rabo de peixe também deixa os sentidos na taberna.

6 de dezembro de 2004

Pouco democrático.Não?

Paulo Portas ouviu os notáveis do CDSS/PP para decidir sobre o acordo pré-eleitoral com o PSD.
No meu tempo, sobres estes assuntos, ouviam-se os órgãos e as bases do partido.

5 de dezembro de 2004

Domingos do Sec. XXI

Os Domingos já não são o que eram. Coisa mais reaccionária esta que acabei de escrever. Podia escrever uma crónica dos domingos que já não são o que eram Mas não. Não. Prefiro escrever o crónica dos domingos como eles são.
Saí de casa de manhã. Bem de manhã? Sim, de manhã, era quase meio dia. Bem na verdade era já tarde. Levantei-me passei as mãos molhadas pela cara e pelo cabelo abri definitivamente os olhos e deixei-me levar para debaixo do chuveiro quente que estava a correr ha mais de 10 minutos. Rapidamente o quarto de banho ficou envolto numa nuvem de vapor e cheiro a jasmins. Enrolei-me na tolha feita de pano turco com a qual esfreguei vigorosamente o corpo ainda cansado da noite anterior. Foi o casamento do Alexandre e da Catarina. Linda Festa.

Esta pode ser uma porra de uma crónica feita de lugares comuns e expressões populares. Mas é isso mesmo que eu pretendo ser, alguém que escreve sem traumas, sem peneiras. Eu não escrevo para ser lido, eu escrevo porque gosto de escrever. Gosto e ouvir o teclado do computador interromper o "once upon a time in the west" que sai da voz de Mark Knopfler, via os altifalantes em cima da secretária. Sons que hoje já foram de Jon Anderson, Mick Jones (foreigner), Joe Jckson e mais uns outros tantos.
Os Domingos já não são o que eram. Já não há almoços em casa da avó Lurdes nem visitas a Casa do Tio António. Os Domingos agora são bem diferentes, mas não deixam de ser dias especiais, passados com a família e com os amigos que vão proliferando por esta Blogosfera fora. São Domingos do século XXI. Esta nem chegou a ser uma crónica porque os domingos do século XXI não dão para fazer crónicas sobre eles.

4 de dezembro de 2004

Para um Amigo



Este post é dedicado a um Amigo. Ele talvez não saiba o quanto é meu amigo mas eu sei e isso basta-me.
Ele gosta de ouvir os discos do Pai, que por acaso, são os mesmos que eu compro. Sou um "careta". Para o Nuno Costa Santos uma citação de Jacques Brel que calha que nem uma luva a este meu amigo.

"L'humour est la forme la plus saine de la lucidité."


Um poema de Brel dedicado a uma das cidades que mais me fascinaram das muitas que já conheci por esse Mundo fora. Não é certamente um dos melhores poemas do autor mas Amsterdão merece.

Amsterdam

dans le port d'Amsterdam
y a des marins qui chantent
les rêves qui les hantent
au large d'Amsterdam
dans le port d'Amsterdam
y a des marins qui dorment
comme des oriflammes
le long des berges mornes
dans le port d'Amsterdam
y a des marins qui meurent
pleins de bière et de drames
aux premières lueurs
mais dans le port d'Amsterdam
y a des marins qui naissent
dans la chaleur épaisse
del langueurs océanes

dans le port d'Amsterdam
y a des marins qui mangent
sur des nappes trop blanches
des poissons ruisselants
ils vous montrent des dents
à croquer la fortune
à décroisser la lune
à bouffer des haubans
et ça sent la morue
jusque dans le coeur des frites
que leurs grosses mains invitent
à revenir en plus
puis le lèvent en riant
dans un bruit de tempête
referment leur braguette
et sortent en rotant

dans le port d'Amsterdam
y a des marins qui dansent
en se frottant le panse
sur la panse des femmes
et ils tournent et ils dansent
comme des soleils crachés
dans le son déchiré
d'un accordéon rance
ils se tordent le cou
pour mieux s'entendre rire
jusqu'à ce que tout à coup
l'accordéon expire
alors le geste grave
alors le regard fier
ils ramènent leur batave
jusqu'n pleine lumière

dans le port d'Amsterdam
y a des marins qui boivent
et qui boivent en reboivent
et qui reboivent encore
ils boivent à la santé
des putains d'Amsterdam
de Hambourg ou ailleurs
enfin ils boivent aux dames
qui leur donnent leur joli corps
qui leur donnent leur vertu
pour une pièce en or
et quand ils ont bien bu
se plantent le nez au ciel
se mouchent dans les étoiles
et ils pissent comme je pleure
sur les femmes infidèles
dans le port d'Amsterdam
dans le port d'Amsterdam

3 de dezembro de 2004

Pacheco, o sisudo da cabeça à banda

Por mais que o Pacheco diga que não é verdade, o governo caiu porque os grandes interesses económicos não queriam o OE, as suas medidas de combate à fraude fiscal, e de imposição de impostos à banca. É verdade sim senhor. E também é verdade que o Governo caiu, porque o poder discricionário o quis, os barões do PSD pediram e o PS se reorganizou para o combate politico. Ou vão dizer-me que o governo caiu porque Santana Lopes é inculto e imaturo. Quando entenderá esse Pacheco que o PSD está de alto e de repuxo se cagando para ele. Já esqueceu da banhada que levou em Lisboa? Não, não esqueceu. Caro Pacheco eu não confio em Homens que não riem. Por isso, não confio em si, nem um bocadinho. Quanto ao seu amigo Aníbal, pode tirar o cavalinho da chuva que não chegará a Presidente da República.

Post para o Professor Carlos Riley

Acabei de ouvir o "conversa a quatro" na TSF, faço sempre os possíveis por não perder o programa. Não sou de elogios fáceis por isso não tome as palavras que se seguem como gratuitas.
O programa vale pelas análises e lucidez do Carlos. O Estevão, de quem sou amigo, tem uma enorme dificuldade em organizar as ideias e em articular as palavras, é pena porque ele até faz análises muito interessantes, mas a rádio não perdoa e as ?brancas? são sucessivas. Quanto ao ex magnifico, não passa disso mesmo um ex Magnifico. Além da enorme auto estima e de se auto elogiar permanentemente, passa o programa todo a dizer que concorda e que concorda e que concorda, penso que o Homem deixou já de pensar por si.

Estou convencido que Paulo Portas vai tomar as rédeas do centro direita e se é verdade que há um eleitorado do "centrão", também é verdade que o eleitorado mais critico e reformista soube perceber ao longo dos últimos anos, de onde vinham as principais reformas e quem as protagonizou. Quais ao Ministros e quais os "ministrinhos".
Paulo Portas e Pedro Santana Lopes vão servir uma vingança fria a Cavaco Silva, único dos "senadores" do PSD com quem vão gastar tempo, Cavaco não terá o apoio nem de Santana nem do CDS-PP. Mesmo que seja candidato, terá a oposição de uma qualquer outra figura do seu espectro político. Santana já não será Presidente do PSD mas ainda terá muita influência para roer a corda a Cavaco Silva e tentará lançar novos nomes para a Presidência da República. A hipótese Mota Amaral será certamente aventada com frequência, o prestigio conquistado e a confiança demonstrada enquanto Presidente da Assembleia da República, bem como a sua ligação à opus dei, funcionarão a favor. Se, no entanto, o Professor de Boliqeime insistir na sua candidatura, Portas tudo fará para apresentar um candidato próprio, retirando assim a Cavaco Silva uma hipótese de vitória em primeira volta. Portas preferirá que ganhe um candidato da esquerda.

Ainda há esperança

Acho que o açoriano é pouco culto e pouco preparado mas este é um problema de gerações. Não é despido de raciocínio, nem de iniciativa, nem de trabalho. Há grandes bolsas de pobreza espiritual, especialmente em S. Miguel e na Terceira, mas não somos diferentes do povo português. Não raciocinamos em termos filosóficos e culturais, mas em termos práticos sabemos muito bem o que queremos como, aliás, se viu nas últimas eleições?


Eis um bom exemplo de desassombro e de honestidade intelectual. Gustavo Moura. Perdão o Senhor Gustavo Moura, nesta entrevista mostra claramente a sua faceta de Homem justo e honesto intelectualmente. Coisa que não se pode dizer de muitos jornalistas da nossa praça, muito menos dos que pululam no pasquim que publica esta entrevista. O Expresso das Nove de hoje até parece um jornal a sério. Além de dar voz ao Senhor Gustavo Moura, dá ainda a palavra a outro dos homens bons que conheci, Carlos Almeida. Numa dimensão diferente e ainda sem o peso e o conhecimento que só a idade pode dar, o ex-dirigente do Santa Clara não deixa os seus créditos por mão alheia.


Ao contrário do que foi dito publicamente, nunca ninguém me mandou embora do Santa Clara. Tive a hombridade de dizer basta! Devido ao desgaste acumulado nos últimos anos (alguns dos quais, se não estive sozinho, pouco faltou), não reunia as capacidades mínimas para continuar no clube. Quem me conhece sabe que não sou uma pessoa de virar a cara à luta. Se tomei esta atitude foi porque realmente sentia que não conseguia continuar naquela vida. Todavia, digo com sinceridade que, naquele momento, senti que, para algumas pessoas, eu era visto como um incómodo.

Candiles, Panas e Suéras

Nas minhas deambulações pela Blogosfera em busca de novos blogues feitos nos Açores, encontrei cerca de dez novos registos. Farei referência a todos. Por hoje, destaco este Candiles, Panas e Suéras. Uma escrita límpida, com o humor quanto baste e capaz de concorrer para um qualquer prémio no seio da Blogosfera de endemismo açórico. Parabéns ao Tiago e que continue produzindo textos com a qualidade deste.

2 de dezembro de 2004

As razões do Presidente

Jorge Sampaio vai demorar alguns dias para encontrar fundamentos para a sua decisão de dissolver o parlamento. Vai sim! Vai demorar alguns dias a explicar ao país que medidas tomou este governo que justificassem tão drástica decisão. Afinal nem é uma questão de politicas, até porque Sampaio disse desejar que as politicas desse Governo prosseguissem, desde logo com a aprovação do orçamento rectificativo e do orçamento de estado.
Jorge Sampaio, por mais que explique daqui a dias as suas razões, não conseguirá tirar-me da cabeça que tudo não passou de baixa politica. Enredo palaciano, cunha de amigo, uma questão de pagar favores e oferecer presentes.
Eu acho genial que um comentador de assuntos políticos e económicos diga que há 4 meses "Sampaio decidiu dar corda a Santana Lopes para o próprio de enforcar". Isso faz-se com a Nação e com o Estado? Isso é brincar connosco e com o nosso futuro.
Outro comentador abalizado diz que este foi "um presente que Sampaio quis oferecer a Mário Soares pela passagem dos seus 80 anos de existência". Bolas e brinca-se assim com a coisa pública? Dá-se de presente a um político a queda de um governo e a dissolução de um parlamento?
Eu recuso-me a acreditar que Sampaio tenha tomado a decisão que tomou por essas razões, agora também não entendo é porque razão o Presidente da República ainda não explicou ao País as suas verdadeiras razões. Ou será que as não tem?

1 de dezembro de 2004

Novidades

Há novidades no Ponta Delgada. Após uma singela homenagem a um amigo e um "cromo" da cidade, o Ponta Delgada vai alterar a sua linha editorial. Novidades para breve, num blogue perto de si.

1º de Dezembro

Porque hoje é 1º de Dezembro, acordei particularmente bem disposto. Levantei-me do leito dos meus lençóis El-Corte Inglês, vesti o meu roupão Zara por riba das boxer abanderado tomei o pequeno almoço e refastelei-me à frente do computador inspirando o fumo inspirador de uma cigarrilha Farias club.

Hoje comemoramos o dia em que heroicamente atiramos por uma janela um tal de Miguel de Vasconcelos. Sorte para o Reino de Espanha que assim não teve que levar com Pedro Santana Lopes como "Presidente do Gobierno Autonómico de Portucale".

O Presidente Sampaio não tinha o direito de fazer o que fez.
Retirou grande parte da inspiração aos humoristas portugueses.

José Sócrates será o mais provável próximo Primeiro-ministro.
Pois, havia que manter os humoristas com motivos de inspiração.

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