31 de dezembro de 2004

"Tsunamis e outros que tais"

Na caixa de sugestões reclamações e insultos do Foguetabraze, recebi uma queixa do leitor atento Abel Feldman da Câmara Carreiro, meu amigo de infância e "Compagnon d'autres routes" .
Dada a pertinência, a lucidez e o pragmatismo que muito caracterizam o Abel, cá vai um texto de um Homem de direita humanista e quase agnóstico, que gosta de pensar as questões da actualidade e o mundo que nos rodeia com objectividade. Discute futebol, motas e automóveis, politica, filosofia e literatura. Enfim um Homem do nosso mundo.


Tenho assistido estupefacto à indignação dos "nossos" jornalistas, perante a falta de capacidade de resposta dos serviços consulares Portugueses, lá, em "cascos de rolhas", onde está a acontecer toda aquela desgraça.
Ainda ontem pareciam gatos assanhados - e malcriados - a atacar o Ministro dos Negócios Estrangeiros, em plena conferência de Imprensa, onde não deixavam o homem acabar uma única frase.
Sejamos claros... é evidente que os serviços, naquela parte do mundo, estão dimensionados para as solicitações de rotina, que eu imagino que sejam de 1 ou 2 contactos de cidadãos nacionais por semana... e se não for este o número, percebe-se o que quero dizer.
Nunca estariam, nem podiam, nem tinham que estar preparados para receber centenas de tentativas de contacto por hora, como terá acontecido nos últimos dias.
Descontado o inenarrável Embaixador, que não pareceu nada preocupado em se apresentar no seu posto de trabalho o mais rapidamente possível, ficou a ideia de que os desgraçados que estavam no terreno terão feito o possível... que efectivamente era muito pouco, com os meios que por lá existem, e que, repito, serão os adequados ao expediente normal por aquelas bandas.
Que os turistas se queixem, e reclamem, tem de ser considerado como normalíssimo, pois são eles que estão a viver as aflições, as dores e as necessidades, não estando com certeza com capacidade de discernimento para verem as coisas com a calma, com que nós, sentadinhos no calor das nossas casas, conseguimos - eu pelo menos gosto de pensar que consigo.
Agora... jornalistas histéricos (as) a bradar contra tudo a contra todos... sinceramente, para isso não há pachorra.

Arquivo do blogue