Para escrever no blogue ou até uma simples carta comercial, necessito daquilo a que chamo um "click". Certamente é assim com toda a gente
Um comentário do Cristóvão de Aguiar na entrada anterior teve esse efeito.
É engraçado que, tal como o Cristóvão, eu também não gosto da palavra postura. Também tive um professor que dizia que, postura, é o que fazem as aves de capoeira. Há ainda outras coisas que me irritam profundamente, na utilização da língua portuguesa, mais propriamente no Politiquês, no Bruxelês e no Futebolês, essas três mais recentes variantes do Português que, só por si, já me irritam bastante, mas não o conseguem fazer tanto como a utilização da palavra matéria quando, na verdade, se fala ou escreve sobre um qualquer assunto, muitas vezes, abstracto. Na realidade, quando, por exemplo, alguém diz: "Em matéria de constituição", está a referir-se a um conjunto de conceitos e normas e nunca a qualquer coisa material, palpável, a não ser que dissesse "a merda da constituição". Ai, de facto, há matéria, palpável, embora deixe as mãos a cheirarem mal. Ainda em politiquês corrente e a respeito da lei fundamental se diz muitas vezes: "Em sede de revisão constitucional". Porquê sede? A constituição não tem sede, nem cartão de pessoa colectiva, morada ou código postal.
Em Bruxelês usa-se e abusa-se da expressão "envelope financeiro", quando se referem às perspectivas financeira, vulgarmente conhecidas por Quadros Comunitários de Apoio (QCA). Se toda a gente sabe o que é o QCA para quê inventar?
No futebolês a coisa toma proporções caricatas, desde a bola que passou a ser o esférico ao campo que se chama rectângulo, passando pelos balneários que são cabinas, acabando nos prognósticos que só se fazem no fim dos jogos, tudo são verdadeiras pérolas do mau falar a língua mãe. Muitas são as vezes em que o comentador, de tanto querer dizer, acaba não dizendo nada.
Bem mas quem sou eu para criticar. Afinal eu sou dos que mais erra. "Errare humanum est" e só não erra quem não faz, só o relógio parado duas vezes ao dia está certo. Haja saúde.
Um comentário do Cristóvão de Aguiar na entrada anterior teve esse efeito.
É engraçado que, tal como o Cristóvão, eu também não gosto da palavra postura. Também tive um professor que dizia que, postura, é o que fazem as aves de capoeira. Há ainda outras coisas que me irritam profundamente, na utilização da língua portuguesa, mais propriamente no Politiquês, no Bruxelês e no Futebolês, essas três mais recentes variantes do Português que, só por si, já me irritam bastante, mas não o conseguem fazer tanto como a utilização da palavra matéria quando, na verdade, se fala ou escreve sobre um qualquer assunto, muitas vezes, abstracto. Na realidade, quando, por exemplo, alguém diz: "Em matéria de constituição", está a referir-se a um conjunto de conceitos e normas e nunca a qualquer coisa material, palpável, a não ser que dissesse "a merda da constituição". Ai, de facto, há matéria, palpável, embora deixe as mãos a cheirarem mal. Ainda em politiquês corrente e a respeito da lei fundamental se diz muitas vezes: "Em sede de revisão constitucional". Porquê sede? A constituição não tem sede, nem cartão de pessoa colectiva, morada ou código postal.
Em Bruxelês usa-se e abusa-se da expressão "envelope financeiro", quando se referem às perspectivas financeira, vulgarmente conhecidas por Quadros Comunitários de Apoio (QCA). Se toda a gente sabe o que é o QCA para quê inventar?
No futebolês a coisa toma proporções caricatas, desde a bola que passou a ser o esférico ao campo que se chama rectângulo, passando pelos balneários que são cabinas, acabando nos prognósticos que só se fazem no fim dos jogos, tudo são verdadeiras pérolas do mau falar a língua mãe. Muitas são as vezes em que o comentador, de tanto querer dizer, acaba não dizendo nada.
Bem mas quem sou eu para criticar. Afinal eu sou dos que mais erra. "Errare humanum est" e só não erra quem não faz, só o relógio parado duas vezes ao dia está certo. Haja saúde.