13 de dezembro de 2004

Sem medo de ir a votos

Vivemos o impasse, o tabu. Será que o PPD/PSD e o CDS/PP vão a votos a 20 de Fevereiro coligados? Serão que vão com listas separadas? Será que vão com um entendimento de coligação pós eleitoral? Será que vão a votos com tudo em aberto?
Quatro questões sobre as quais, os Portugueses, terão que conhecer as respostas quanto antes. Sempre fui um pouco avesso a tabus, fazem-me lembrar o Professor Cavaco e os piores tempos do "despotismo tecnocrático" (expressão da minha responsabilidade) que Portugal viveu no primeiro quinquénio da década de noventa do século passado.
Para o CDS/PP seria bom correr a votos sozinho, seria uma forma de testar a sua base eleitoral e ficar a saber quanto vale, de facto. Esta estratégia, ajudaria, em caso do resultado ser satisfatório como espero, a desmistificar definitivamente a verdadeira dimensão do CDS/PP. Em caso de catástrofe eleitoral, também se ficaria a saber que mais vale estar só do que mal acompanhado.
No actual momento político, o CDS/PP não tem que ter medo do voto útil, são os pequenos partidos de esquerda que devem ter essa preocupação, mais o PCP do que o Bloco, já que este último está na moda e o primeiro em processo de auto-destruição galopante.
Por parte do PPD/PSD existiriam algumas vantagens em fazer um acordo pré-eleitoral uma vez que, os votos do CDS/PP nos círculos em que este não elege deputados potenciariam candidaturas do primeiro
Importante mesmo, era que PPD/PSD e CDS/PP clarificassem as suas posições. Mantendo os tabus, estão a mostrar ao País a sua incapacidade de decidir o que não foi apanágio do seu governo. Podem ter decidido mal, tropeçado nos seus próprios passos, mas que decidiram lá isso fizeram.

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