De facto merecíamos políticos melhores. A verdade, porém, é que temos que escolher entre uma maioria parlamentar que sustente um governo chefiado por Carlos César em contra-ponto com uma outra que garanta um executivo dirigido por Vítor Cruz.
Ao contrário do que é costume a maioria das pessoas dizerem, eu gosto de campanhas eleitorais. Nelas, caem as máscaras dos politiqueiros, caem a poses de Estado dos falsos estadistas, aparecem os interesseiros politiqueiros em busca de "tacho". Contudo, também há daqueles que fazem política por convicção, por estarem sempre prontos a prestar um serviço público, que apresentam ideias e soluções.
Esta campanha, também por culpa da imprensa, tem se pontuado por um nível demasiado baixo. Arregimentam-se as tropas para "comer dado" ou para ouvir um qualquer grupo musical ou cantor popular. Dão-se sopas a pobres e a velhos e chamam-se-lhes idosos e desfavorecidos. Enfim, não é a blogosfera que atravessa uma fase mais hipócrita, é a Região, são os seus políticos, os de sempre e os de agora, os que encaram a política como um serviço e os que dela se usam para subsistir. Esquecem-se, alguns, que o poder é efémero e a politica é um lugar onde apenas se vai de passagem.
Na minha opinião, quem começou da pior maneira possível a pré campanha foi o PS do Sr. César e do seu inseparável amigo e eminência parda "Happy Jo", com o comício do Pinhal da Paz, uma inspiração Jardinista do tipo Chão da Lagoa, onde levantou a questão das queixas a Bruxelas. Foi execrável. A coligação, em vez de agir, reagiu e fê-lo da pior forma, fazendo do mesmo e mais forte ou seja, mais baixa politica como resposta a baixa politica.
Não morro de amores pela coligação, não vou à missa com o Dr. Gusmão nem gosto de políticos sem sal como Vítor Cruz ou demasiado cerebrais como Alvarino Pinheiro, mas prefiro que ganhem estes do que se repita a vitória dos outros. Em nome da alternância e da moralização do sistema, para que não se entre naquilo que os Açores entraram com Mota Amaral, Natalino de Viveiros e Adolfo Lima a partir de 1992.
Oito anos é tempo mais do que suficiente para se levar um projecto ao fim e passar o testemunho a outros. Bem sei que ficaram alguns projectos por acabar, não obstante as dividas pagas pelo amigo Guterres e a lei de finanças regionais. Contudo, mais do que oito anos no poder, numa democracia feita, ainda, de medos e com o poder económico e financeiro praticamente centrado no Governo Regional e nas empresas públicas, onde em algumas Ilhas não há alternativa de emprego estável que não sejam esses mesmos serviços públicos, empresas públicas e câmaras municipais, começa a ser perigoso.
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