25 de novembro de 2013

Hoje sim, é o dia!

Hoje importa lembrar e lembrarei enquanto forças tiver e a razão mo permitir, a madrugada de 25 de Novembro de 1975, o "Grupo dos 9" e esse grande vulto da democracia portuguesa que deu e dará pelo nome de Ernesto Melo Antunes. Lembrarei a esses democratas de pacotilha que enchem a boca e salas de livrarias e anfiteatros e mesas redondas e vendem livros e outras coisas tais, usando e abusando do nome desse grande Homem da história de democracia deste triste, pobre e inculto país que sem o grupo dos 9 tínha transitado automaticamente de um regime musculado de direita  para uma ditadura da esquerda radical.


Recordo Melo Antunes com a saudade de quem apenas privou com ele uma ou duas vezes. Era eu então um puto intrometido e obcecado com as conversas dos adultos sobre a coisa pública. Recordo a sua serenidade a falar com paixão de tempos que não vivi, de figuras que não conheci. De cigarro entre os dedos indicador e grande e polegar encostado à fronte como que a segurá-la para que nunca se curvasse e, não se curvou, o Tenente Coronel divagava, com inteligência,  durante horas, apenas interrompido, quase sempre de forma  impetuosa, por um ou outro amigo/conviva.

Nunca me viram numa sessão pública de homenagem ao "Sonhador Pragmático", ( mesmo sendo amigo pessoal dos seus filhos, principalmente do Ernesto por quem nutro especial  admiração e amizade que nunca me perguntou ou manifestou qualquer admiração por eu não ter estado presente neste ou naquele evento sabendo ele o quanto admiro o Pai). Não suportaria a hipocrisia dos presentes.

Com já aqui escrevi, num passado  mais ou menos  recente,  é ao papel desempenhado por Melo Antunes no seio do chamado grupo dos nove que se deve a teorização do contra-golpe militar que, liderado por Ramalho Eanes com o apoio de Jaime Neves e dos seus Comandos, havia de libertar Portugal da tendência de esquerda radical do MFA que pretendia fazer do país uma "Cuba da Europa".


2 comentários:

Anónimo disse...

A memória coletiva faz-se com seguidores e com oportunistas, mesmo aqueles que na oportunidade se associam a tudo e mais alguma coisa. Melo Antunes pertence aos que não querendo protagonismos, protagonizou, não querendo visibilidade, tornou viável, não gostando de salamaleque, vai ficar para além do obituário circunstancial. Os amigos não comemoram, lembram a pessoa na sua essência conhecida.
Por isso entendo a sua ausência aos ofícios e outros atos de "salvé".

Anónimo disse...

Caro Nuno Barata
Que grande trabalhada. associar Melo Antunes a outros nomes duvidosos do 25 de Novembro, como Jaime Neves é um esforço que nem lembra ao diabo...
Não se associe à vontade às homenagens mas não estrague a memória do seu putativo amigo, Melo Antunes, com semelhantes exercícios, que ofendem a memória do Democrata de esquerda referido ...
Não vale tudo na defesa dum certo 25 de Novembro da direita, que é antagónico ao 25 de Novembro de Melo Antunes.
Estamos a ver a tentativa de colar
o 25 de Novembro à salvação da Pátria, mas mau grado estas patranhas o 25 de Novembro que vingou foi o 25 de Novembro causador da desgraça que estamos a assistir e não aquele que Melo Antunes(como intelectual, democrata e de esquerda)tentou que era o da libertação do jugo colonialista da URSS...
A presente situação de vende Pátrias, tem origem no 25 de Novembro defendido por si e que levou Cavaco ao Governo e à destruição não só do tecido produtivo Português como à perda dos valores sociais e éticos que conduziram à actual situação com os BPN e BPP, banif, etc...
Por isso é uma abjecta calúnia associar Melo Antunes ao historial pós 25 de Novembro.
Açor

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