5 de dezembro de 2012

Quem quer largar o osso? Quem?

CONVERSANDO COM O MEU CÃO: 03-11-2012, 17:42, Mais Pessimista Que O Aspirina: (Na altura era o tema do dia…) - Os notáveis do país dizem-se envergonhados por o governo ter pedido ajuda à troika para a revisão da des...


27 de novembro de 2012

Acerca da Liberdade.


Fez-me sempre muita confusão mas começa mesmo a fazer-me urticária a forma como  os portugueses, sejam comentadores, jornalistas, políticos ou até mesmo humoristas usam “bater” nos Deputados e na Assembleia da República como se aquela não fosse a nossa casa, a casa da democracia, o único garante da liberdade.
Ou como disse Rousseau, a utilização que (o Povo) faz dos escassos momentos de liberdade de que goza mostra bem que merece perdê-los, e só damos o verdadeiro valor às coisas quando as perdemos.

26 de novembro de 2012

Ainda e sempre o 25 de Novembro.

Estava previsto, programado. Os militares de esquerda conseguem sublevar, os Paraquedistas, Polícia Militar, Ralis o COPCON e alguns civis armados.
Estava tudo preparado para consolidar definitivamente uma ditadura de esquerda em Portugal.
Contudo, os militares do chamado Grupo dos Nove de onde se destacou Ernesto Melo Antunes, tinham já preparado um plano de contingência, visando a instalação de uma nova ordem que permitisse prosseguir com a descolonização e administrar calmamente as conquistas de Abril de 1974.
A 25 de Novembro de manhã, há 37 anos, o General Costa Gomes não sabia ainda de que lado estava, se com a esquerda radical se com o grupo dos nove. Para Costa Gomes, o grupo carecia de um “ inequívoco apoio popular”. Mas também não se opôs ao grupo, tomou o lugar do chefe equidistante, do árbitro. A partir das quatro da tarde Costa Gomes decidiu pôr-se do lado do Grupo dos Nove. O Partido Comunista havia retirado o apoio à sublevação.
E assim se cumpriu o grande ideal de Abril. Goste-se ou não, em Portugal, a verdadeira conquista da Liberdade deu-se a 25 de Novembro de 1975 e não a 25 de Abril de 1974.

 

 
Desde que mantenho este blogue, há mais de 9 anos, que relembro o 25 de Novembro. Umas vezes mais do que outras, é verdade mas é sempre bom recordar aquilo que uma certa esquerda pretende apagar dos anais da história de Portugal.

O regime que temos hoje, seja ele ou não do nosso agrado, é o resultado inequívoco das conquistas de 25 de Novembro de 1975 que teve como espoleta o 6 de Junho do mesmo ano ocorrido na Ilha de São Miguel. Seja ou não do agrado de cada um, tenha ou não resultado naquilo que o Povo desejava e deseja, a verdade é que depois de 25 de Novembro de 1975, os nossos governantes são escolhidos por um Parlamento eleito de forma livre, por sufrágio universal e secreto. Se a nossa Democracia está bem lastrada ou não essa é outra questão que pode e deve ser debatida, mas o que é inegável é que o ideal dos que fizeram o 25 de Abril de 1974 só se começou a cumprir a 25 de Novembro de 1975. Basta, para o confirmar, que no decorrer do chamado Verão quente de 75, aqui mesmo nos Açores, foram efetuadas prisões políticas, sem dedução de acusação e sem direito a defesa.
O regime que saído de Abril de 74 em pouco diferia do regime que até então nos havia governado. O Regime que emergiu um Novembro de 75, esse sim, trouxe-nos a Liberdade política, a separação de poderes tão importante na ordem democrática e o Estado de Direito, assim como, para o caso dos Arquipélagos Atlânticos ou Ilhas adjacentes como então eram chamadas, foi o 25 de Novembro que abriu portas à Autonomia Politica e Administrativa.

25 de novembro de 2012

25 de Novembro.

Hoje celebra-se a liberdade neste pobre país. Passa quase despercebido. Pois Alevá!

23 de novembro de 2012

E agora?



Uma medida previsível há mais de 10 anos. É urgente repensar o potencial geoestratégico das nossas Ilhas e alterar o paradigma militarista por um paradigma económico. Nos últimos 20 anos temos assistido ao esvaziamento da importância Geoestratégica dos Açores na área da aeronáutica civil e agora assistimos a um rude golpe na questão militar. Depois do fim dos Cabos submarinos outras decadências se denunciam.
 


Nas últimas duas décadas muito se escreveu sobre o encerramento da base das lajes e sobre o Aeroporto de Santa Maria. Mas, que planos de contingência se forjaram? Que soluções se buscaram? Que alternativas para o emprego se apresentaram?

Nada! Para não ser injusto teria que dar exemplos de tentativas falhadas como a da Zona Franca de Santa Maria ou a ainda não testada solução do centro de treinos da SATA, ou ainda o tiro de pólvora seca em que se transformou a estação de rastreio de satélites da ESA.

Se dúvidas houvesse sobre a fragilidade da economia das nossas Ilhas e a sua capacidade de gerar emprego e meios de sobrevivência, os dois exemplos, quase dramáticos, que estamos a viver em Santa Maria e Terceira, vêm demonstrar à saciedade que de retórica e de eloquência oratória não se faz o futuro destas Ilhas. É caso para dizer que no passado havia mais futuro.
 


Os Açores têm quase 600 anos de existência mas, as suas épocas de fartura resumem-se aos últimos 50 anos do século XIX e à segunda metade do século XX. De resto, fomos sempre um lugar onde era muito difícil viver e onde até os ricos eram pobres. Preparemo-nos, vêm aí dias muito difíceis.

1 de novembro de 2012

Assim como assim...


Hoje, no calendário religioso, comemora-se o Dia de Todos os Santos Festum omnium sanctorum. É feriado, obviamente este dia servirá a uma larga maioria da população para um pouco de tudo exceto para honrar o culto a Todos os Santos. Há mesmo que antecipe este dia para prestar homenagem aos fiéis defuntos, dia que, de direito se deve viver a 2 de Novembro.
De há uns anos a esta parte, por aculturação, muita gente, uma larga maioria, comemora o Halloween.
É a última vez que 1 de Novembro é feriado, na verdade, era um feriado que já pouco servia a sua verdadeira função. Assim passamos a ir a cemitério a 2 de Novembro e deixamos de comemorar o Halloween e trabalhamos mais 7 horas para o Estado. Como veem são  só vantagens.

16 de outubro de 2012

Na República das bananas...


 

... o CDS-PP, acusado que está de conluio com o PSD e de estar oportunisticamente no governo,  deveria deixar a coligação e abster-se na votação do orçamento de Estado para 2013. Deixava a “batata quente” nas mãos do Partido Socialista e demarcava-se de Passos Coelho e Vítor Gaspar. Isso sim era seria uma atitude oportunista de Paulo Portas. Este povo já provou que não quer fazer sacrifícios. Não me admirava nada se voltassem a votar no Sócrates, não chegamos (nós país)lá dessa maneira.

15 de outubro de 2012

No rescaldo da eleições...

...  de ontem e tal como tive oportunidade de dizer aos microfones da TSF-Açores,  14 de Outubro  foi dia de festa. A festa da democracia, o dia em que, no escondidinho de um biombo podemos fazer uma cruzinha anónima e assim escolher livremente quem nos irá representar. Longe de medos atávicos de pressões dos chefes e de todos esses mitos com que muitas vezes a democracia é agitada. A Liberdade é, tal como outras coisas, um bem escasso e o qual apenas valorizamos quando a perdemos.

Ontem usei a mais poderosa arma que um cidadão pode usar, o voto. Perdi.


 


Nesta hora de balanços, há que dar os parabéns a Carlos César, o obreiro do PS-Açores, o timoneiro que até na forma como projetou e liderou a sua sucessão foi exemplar quer na tática quer na estratégia. Ganhou e de que maneira.

Até mesmo na hora de receber os louros, César soube ser humilde e dizer que esta era a hora de Vasco Cordeiro e que era a ele que os Açorianos tinham que ouvir.

Esta vitória dom PS, porém, não seria possível sem a serenidade e a competência e combatividade de Vasco Cordeiro.  É difícil ser líder depois de uma figura tão carismática como Carlos César, Vasco Cordeiro soube sê-lo e o PS construído à imagem de César soube estar ao lado do seu novo candidato.

O PSD, bem pode procurar um novo líder. Duarte  Freitas quem sabe? Mas, enquanto não se refundar não passará de um triturador de boas soluções, como já fez com Vítor Cruz e agora com Berta Cabral, a última esperança que aquele partido tinha para sair da longa noite de trevas em que se encontra. Berta Cabral tinha, há dois anos, tudo para garantir uma vitória nestas eleições. Aos poucos, o PSD foi “torrando”  o potencial da sua líder e essa foi deixando-se “torrar” pelos mesmos de sempre e que, provavelmente, se aprontam para estar ao lado do próximo líder.

O Partido Socialista abriu-se à sociedade. O PSD acantonou-se nos excelentes resultados de 1992 e deixou-se adormecer.

O CDS voltou a ser o Partido da Terceira.

10 de outubro de 2012

É só vê-los passar.



 


Grande movimento maritimo à volta das nossas Ilhas hoje por volta da 15horas. É só ver o que podemos estar a perder no sector  a que se usou chamar “economia do mar”.

Muita gente fala (na verdade papagueia) desse negócio, há até quem ganhe a vida falando disso, mas poucos têm os meios e sabem o que fazer para entrar nesse mundo.

O posicionamento geoestratégico dos Açores tem sido sempre motivo de estudo no âmbito do acordo de cooperação com os Estados Unidos da América, ou seja do ponto de vista da estratégia militar e quase nada no que concerne à estratégia económica.

Diga-se que, de facto, militarmente, digam o que disserem os americanos, os Açores são um ponto de apoio importantíssimo no Atlântico norte. Não tenhamos dúvidas, se assim não fosse eles já cá não estavam.

Na verdade, ao longo dos séculos, o posicionamento geoestratégico dos Açores só foi valorizado militarmente no século XX. Até então a sua importância era económica. Desde o controlo do comércio das naus da Índia, o apoio às frotas que comerciavam entre a Europa e as américas, culminando no Século XIX com o comércio da laranja.

Na segunda metade do século XX, com a grande expansão mundial da náutica de recreio, a Horta ganha uma importância estratégia inigualável para os marinheiros que fazem a rota de “retour” das Caraíbas para a Europa, este continua um sector em crescimento.

Ainda no decorrer dos anos 50 do século passado, o arquipélago desempenhou um papel importantíssimo no apoio à navegação aérea comercial com enormes dividendos para a economia das ilhas.

Hoje, embora tenhamos as infraestruturas, a exploração desse posicionamento geoestratégico está reduzido a miseras escalas técnicas de aviões de transporte ou de entrega, e a pequenas reparações navais em embarcações de grande porte, essencialmente em Ponta Delgada. Na Horta temos um grande desenvolvimento ao nível do estacionamento a nado de embarcações de recreio, mas falta o resto.

Caso de sucesso é, no entanto, a investigação relacionada com os assuntos do mar, biologia marinha e pescas que é levada a cabo no DOP UAç, faltam no entanto mais resultados práticos desse processo cientifico.

8 de outubro de 2012

14 de Outubro, noite de facas longas.



 

Nas hostes de PS e PSD, começam a amolar-se os instrumentos para a grande noite de facas longas.

Neste momento parece-me que os amoladores estão com mais trabalho entre os militantes do PSD. Cheira-me, porém, que algumas das facas já amoladas estão já demasiado finas e sem fio de tanta amoladela que já levaram e de tanta facada que já deram.

Se não for desta que o PSD-Açores chega ao poder, não haverá  facada que valha, vai ter mesmo que ser uma mortandade geral.

No entanto, se o descalabro acontecer para os lados do Bairro da Vitória, a gritaria e o berreiro serão ainda maiores, perder é sempre pior do que não ganhar, se é que me faço entender.

4 de outubro de 2012

Buscar o caminho para a lilberdade.




 


Impelido por uma ou duas frases que ontem escutei da boca do Professor Carlos Amaral, fui buscar ao fundo dos escaparates este exemplar de O Caminho para a Servidão de Friederich Hayek . Neste nosso cada vez mais triste e desolado país onde o socialismo do CDS apenas se distingue do Socialismo do PCP por uma questão de grau e pelo meio ficam os ditos sociais democratas do PSD e do PS  que, nem por isso, deixam de constituir ameaça às liberdades individuais, vale a pena ler Hayek para podermos questionar hoje (tal como em 1944, ainda antes do final da II Grande Guerra, ele o fez)  o rumo que leva este retângulo e a necessidade de refundar-mos a polis e nos libertarmos definitivamente do fantasma da omnipresença do Estado. Tal como aqui escrevi há alguns meses, na verdade o Estado moderno, vestefaliano, deixou de ser, assim como que de repente, o garante da segurança e da equidade para se transformar numa espécie de “bando de malfeitores” que, de incapacidade em incapacidade, de incompetência em incompetência, de prepotência em prepotência e de exceção em exceção, vai retirando aos cidadãos esse mesmo estatuto para os transformar em idiotas ( no sentido classico do termo).
Os ideotas, na ntiguidade classica, eram os individuos que não participavam das decisões, não eram, portanto da polis.
Friederich Hayek representa o expoente máximo do liberalismo (neoliberalismo económico)  em meados do século XX e  a chamada Escola de Viena, é tão actual que até chega a assustar e a sua leitura ajuda-nos a perceber o disparate que é quando alguns cidadãos, por ignorância uns, por desonestidade intelectual outros, dizem que os problemas a que chegamos se devem ao neoliberalismo.
É que nós não vivemos qualquer periodo de liberalismo nem mesmo nos reinados de D. Pedro IV e D. Maria II. O liberalismo nunca foi testado em Portugal e como tal, eu liberal convicto, não posso aceitar que culpem essa teoria política e económica da situação em que vivemos.

13 de setembro de 2012

Também eu.

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De besta a bestial num ápice


Não deixa de ser curioso assistir aos maiores críticos de Manuel Ferreira Leite, estarem agora do seu lado e a darem crédito às suas palavras. De toda a tralha que governou este país desde o 25 de Abril, esta SENHORA é das poucas pessoas que pode, de facto,  falar.
Entrevista para conferir na íntegra aqui.

7 de setembro de 2012

A nação não aguenta mais...


 

 
A nação não aguenta mais impostos. A receita falhou, insistir na mesma é correr para o abismo. Medidas de austeridade serão admissíveis apenas se forem cortes nas gorduras do Estado e não cortes cegos na economia e aumento de impostos.
Os portugueses estão a fazer enormes sacrifícios para aguentarem um sistema financeiro absolutamente desenfreado e “canibalesco” que levou Portugal e os portugueses à bancarrota. Estamos todos a fazer sacrifícios para salvar quem nos lançou no abismo.
Deixar cair o sistema financeiro teria sido mais avisado do que o manter desta forma. Os resultados serão, mais tarde ou mais cedo socialmente catastróficos. O Estado – que é o principal culpado da situação em que a nação se encontra - está a empurrar os cidadãos para as mãos dos banqueiros que são os segundos culpados dessa mesma situação. O resultado final será uma nação mais pobre, um estado mais fraco e os financeiros, especuladores e agiotas mais ricos. Não auguro um bom fim nesta estória.
 A história o dirá, o registo previsional aqui fica até porque “depois de comer não faltam colheres”.

4 de setembro de 2012

Telos

...telos é um novo blogue do Ezequiel Moreira da Silva. Tal como os outros promete ser do melhor enquanto durar.

Abraço Zeek

29 de agosto de 2012

Ontem como hoje repensar a Europa.


"O europeu não pode viver a não ser que embarque numa empresa unificadora. (...) Os nacionalismos não são nada, apenas uma mania, um pretexto para fugir da necessidade de inventar algo de novo, alguma grande empresa. Seus métodos primitivos de acção e o tipo de homens que o lideram revelam que é o oposto da criação histórica. Só a determinação de construir uma grande nação, daria nova vida à Europa. Começaríamos a acreditar nela de novo."







José Ortega y Gasset, A Rebelião das Massas, 1929

19 de agosto de 2012

Bairrismo são.


Hoje ouvi, pela segunda vez, da boca dum intelectual mariense na diáspora, a expressão "mariencidade" num clara alusão à expressão “açorianidade” lançada por Nemésio e já de si recuperada do conceito de portugalidade. Falava-mos por causa de uma distribuição de "sopas" em honra do Divino Paracleto. Na verdade, não há nada que une tanto os açorianos como a fé no Senhor Espirito Santo. Porém, a forma de expressar e festejar essa mesma fé varia bastante de ilha em ilha. Essa forma de culto que se mescla entre o religioso e o profano, adquire em Santa Maria vivências distintas e marcadamente locais. A "mariencidade" é a expressão de um "bairrismo" são, quase ingênuo, que faz de nós todos diferentes e longe de nos sentirmos uma comunidade política única. Somo um conjunto de nove diferentes comunidades políticas.

11 de julho de 2012

Qualquer dia nem a mosca muda...




António Pires de Lima, um dos mais lúcidos e abnegados políticos da atualidade neste pobre país de poucas esperanças, lançou hoje o alerta. Um novo aumento de impostos causará “mal-estar no CDS. Ou pelo menos em muito militantes do CDS”. Está nos livros e até os que completam as licenciaturas ao Domingo ou com acreditação de competências o sabem, o aumento de impostos impede o crescimento económico e pode até levar á recessão. Também está nos livros e toda a gente sabe que, a consequência primeira da recessão é uma diminuição da receita fiscal e um aumento proporcional do desemprego acompanhado do consequente aumento do custo com as prestações sociais.
Qualquer medida recessiva só resulta em mais recessão. Mas, o problema nem fica por aí. Na verdade, o que se está a passar em Portugal neste momento é uma total falta de medidas reformistas, nada muda com exceção dos impostos que crescem e da eficiência na cobrança dos mesmos que melhorou bastante mas apenas nos casos em que o contribuinte é assumidamente devedor. Porque, ao invés, nos casos de fuga ao fisco e do aproveitamento ilícito de benefícios fiscais, nada mudou, se é que não piorou mesmo.
Para que se alterem os resultados é necessário altear os paradigmas e os métodos, caso contrário, apenas se podem esperar resultados idênticos aos do passado. Portugal necessita de reformas e isso leva tempo a implementar e a pensar e esse era o papel que PSD e CDS deviam ter assumido enquanto oposição para, chegados ao poder, as implementarem de imediato. Poucas vezes, na nossa longa história, houve condições para reformar como há uns anos havia. A nação estava cansada de facilitismos e disposta a sacrifícios, o estado de emergência social latente exigia-o, o Governo estava em estado de graça.
Hoje, podemos concluir ou essa gente não soube implementar as ideias que tinha ou então, mais grave, nem sequer tinha cogitadas soluções para o país que pretendiam governar.
Enquanto nos afundamos na mais profunda crise económica, financeira e social de que há memória e enquanto cavamos cada vez mais fundo o fosso entre  os poucos ricos e muitos pobres, o tempo vai passando e tudo vai ficando na mesma, como disse um dia D. Giuseppe Tomasi di Lampedusa, pela boca do protagonista principal do seu livro Il Gattopardo, o Príncipe de Salinas. "é preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma".

5 de julho de 2012

Panem et circenses

Ou pão e circo, para não me chamarem de snob.

A festa de reentrada no Verão de 2012 na Praia de Santa Bárbara terá, a partir das 23h30m do próximo dia 07 de julho, uma queima de fogo-de-artifício que durará cerca de 15 minutos. Como esta haverá dezenas se não mesmo centenas por esse pobre país fora.

Não há dinheiro para garantir a saúde, dar mais educação ou até mesmo para garantir as liberdades fundamentais dos cidadãos mas, para queimar, há sempre.
Faz-me lembar um pescador que me dizia : " Haja saúde e dinheiro para pão que para vinho há sempre".

4 de julho de 2012

Para ler e reler.

Córtex Frontal: Depois das juventudes uma licenciatura#links e sobretudo para pensar.

4 July 1776




Porque nunca é demais lembrar os feitos da conquista da liberdade e o exercício da democracia, tenha ela acontecido aqui, ali ou mais acolá. Assim como é bom lembrar, de vez em quando, que ainda há muito lugar no mundo onde os Direitos Humanos ditos de primeira geração são  uma miragem.

27 de junho de 2012

Tudo às claras

Se houve um tempo em que os cacetetes dos polícias eram as borrachas que, pela calada da noite, apagavam as ideologias. Hoje,  a fome, o desemprego e a miséria fazem esse papel à luz do dia.

19 de junho de 2012

Federalismo Integral ou Estados Soberanos?



Uma reflexão sobre a Europa
 O tema da soberania no seio de uma organização Internacional com as características “esdruxulas” da UE, não pode ser analisado sem recurso à história e sem que se estabeleça uma relação direta de esvaziamento versos reforço dos poderes soberanos. Sempre que é pedido aos Estados Membros (EM) alguma cedência do ponto de vista da sua soberania nacional, essa soberania passa a ser diretamente e proporcionalmente exercida pelos órgãos da UE. Estamos, por isso, perante um caso clássico de cedência de poderes para uma entidade supra-estatal que, não sendo uma federação de estados é uma espécie de balão de ensaio para isso.
Se é inequívoca verdade que os Estados-Membros têm cedido, aos poucos, de tratado em tratado, poderes outrora soberanos, diretamente para os órgãos da União numa perspetival supra-estatal, também não é menos verdade que, ao longo de todo o processo de construção Europeia, tem existido uma tendência para o reforço dos poderes das Regiões assente no princípio da subsidiariedade o que, numa perspetiva infra-estatal também constitui uma perda de soberania por parte dos EM.
Quando, no “lavar dos cestos” do século XX, nos parecia que o Estado Moderno, Vestefaliano, como forma de organização do político, era a mais eficaz e universal de todas a formas até então tentadas, eis que se nos deparam novos desafios, desenterram-se velhos projetos, novos federalismos, novos nacionalismos e novas formas de pensar a organização política. O Estado Moderno está agora, de novo, posto à prova. A par da crise económica e financeira, o Estado Moderno também está em crise e já não se revela uma forma do político capaz de resolver os problemas dos Homens (cidadãos) sejam esses problemas e questões individuais ou de âmbito mais abrangente e coletivo. O Estado, deixou de ser, assim como que de repente, o garante da segurança e da equidade para se transformar numa espécie de “bando de malfeitores” que, de incapacidade em incapacidade, de incompetência em incompetência, de prepotência em prepotência e de exceção em exceção, vai retirando aos cidadãos esse mesmo estatuto para os transformar em idiotas ( no sentido classico do termo). Daí, nascem novas teorias quer federalistas quer nacionalistas quer ainda algumas de cariz mais regionalista. Sem esquecer aqueles que, procuram na globalização uma raiz para a construção de uma Nova Ordem Mundial à luz da ONU ou de outra qualquer organização a fundar que assegure o governo do planeta.
Tal como já aqui escrevi em setembro passado, é necessário repensar a Europa e em força. Porém, entendo que à Europa e ao Mundo faltam tantos filósofos como sobejam tecnocratas.

18 de junho de 2012

A Grécia escolheu a Europa.




A Grécia escolheu o caminho da estabilidade e da construção europeia. Foi essa a resposta que o Povo grego deu nas urnas ao votar maioritariamente no partido da Nova Democracia de centro direita e no PASOK, o partido socialista do centro esquerda e recusando, liminarmente, as propostas radicais.
A manutenção da Grécia na Zona euro e o cumprimento dos compromissos orçamentais traz um novo alento ao processo de construção dessa unidade política a que se pretende chamar Estados Unidos da Europa.
Tal como havia escrito ontem, os dados estavam lançados, só havia duas opção opções que significavam também dois caminhos para a Grécia dentro da Europa, o caminho escolhido foi, obviamente o mais sensato e o da estabilidade, resta saber se a nação Grega que agora escolheu assim vai manter por muito tempo a sua fidelidade ao projeto de uma possível coligação entre a Nova Democracia de Samaras e o PASOK de Evangelos  Venizelos. Não é de menosprezar o facto deste último ter afirmado ontem ao final da noite que só formaria uma coligação em que entrasse a Nova Democracia se também o Syrisa de Alexis Tsipras fosse envolvido. Compreende-se, veem aí dias difíceis e deixar de fora do projeto Grego a esquerda radical é abrir caminho ao seu crescimento em atos eleitorais futuros.
Por seu lado Tsipras foi muito pertinente e rápido logo mal foram divulgados os primeiros resultados que projetavam já o resultado final, “o Syrisa não participará de em qualquer projeto de governo e vai ser a principal força de oposição à coligação que sair deste ato eleitoral”, foram as palavras daquele dirigente partidário.
O primeiro passo foi dado, falta percorrer o resto do caminho.

17 de junho de 2012

Está por dias...



“Tremendistas”, alarmistas, histéricos, sã alguns dos qualificativos que temos ouvido desde, pelo menos, 2008 sobre aqueles que, dotados de “ligação à terra”, têm vindo a alertar para as consequências das sucessivas políticas inconsequentes levadas a cabo na Europa e que têm conduzido ao aumento das chamadas dívidas soberanas, ao empobrecimento das populações e que continua a engordar “ tubarões”.
O resultado das eleições de hoje na Grécia irá ditar bastante do futuro da Europa, ninguém que tenha estado atento nos últimos anos poderá desconsiderar a possibilidade da Grécia abandonar o Euro o que seria o fim de um dos mecanismos de integração de maior sucesso que a União conheceu. O fim do euro é um rude golpe na construção dos Estados Unidos da Europa, dos “eurobonds” e da democratização das instituições da união.
Em Espanha, desde o sector primário, passando pelas minas, caminhos-de-ferro e até no sector financeiro, o descontentamento é enorme e a corrida ao armamento já começou (ver noticias da Galiza, País Basco e Andaluzia, isso para não falar do caso Catalão). O rastilho foi a ajuda financeira à banca. 100mil milhões de euros  e dizemos analistas  que já não é suficiente.
Em países como Portugal, Espanha. Itália, Grécia, França onde o cidadão comum, durante anos, ouviu falar de lucros astronómicos e de chorudos ordenados do gestores bancários, tudo à custa dos sacrifícios que esse mesmo cidadão comum fez para  pagar o carro a casa e as férias, não é compreensível, para uma larga maioria que ainda tem tempo para pensar, que seja essa mesma massa anónima a ser mais uma vez sacrificada com a autoridade e o aumento de impostos para financiar/pagar as perdas e danos causadas no sector financeiro.
“Alea jacta est”, resta-nos esperar pelo resultado das eleições na Grécia e na França de mais logo à noite.

12 de junho de 2012

Bei! Bei! Bei!

São Lourenço Bay-Santa Maria Island-Azores

Calem-se as 7 maravilhas, e outras idiotices, calem-se, façam-vos um favor, que esta sim é a melhor praia de Portugal e um dos melhores lugares do Mundo, quem sabe até do Universo.

8 de junho de 2012

ironias

Fazia, religiosamente, o sinal da cruz sempre que saia de casa e pedia a Deus que a protegesse dos perigos da rua. Morreu eletrocutada fazendo uma torrada pela manhã.

31 de maio de 2012

Tempos perigosos.

Alexis Tsipras, líder do Syriza.

Este "descamisado" corre o risco (ou corremos nós), de chegar ao poder na Grécia. Nesta fase crucial da sua construção, a Europa está  perigosamente a ser povoada por uma classe política que tem pouco de bombeiro e muito de Nero.

27 de maio de 2012

Por uma questão de higiene.

Portugal tem vivido, nos últimos anos, um período de absoluto descrédito da classe política. O Governo de Passos Coelho, apesar de não ser um elenco de “luxo” teve, à partida, o beneplácito de um Povo cansado de mentiras, enredos, aldrabices e “tranbiquices”. Passos Coelho beneficiou de uma espécie de estado de graça que só se poderá manter se nos for dada a garantia de que não há por aí mais gentalha pendurada no poder a usar da falta de ética para garantir lugares, posições, resultados. Gente como esse Sr. Que dá pelo nome de Miguel Relvas não abona a nenhum elenco. Sr. Primeiro-ministro, já que esse cavalheiro não se demite, demita-o V.Ex.ª,  sob pena de, não o fazendo,  não chegar ao fim desta legislatura. No CDS já há muita gente a ficar com falta de paciência.

23 de maio de 2012

O CDS é direito (a), o PSD é revirado (lho)

Segundo percebi, o CDS pretende impor taxas moderadoras no aborto mas o PSD está contra. Não sei bem porquê, mas o PSD concorda que os portugueses devem pagar taxas moderadoras por tudo menos pelos abortos. Uma informação aos senhores do PSD: o referendo legalizou o aborto, não impôs a gratuitidade do mesmo. Quem aprovou isso foram os socialistas a extrema-esquerda. Querem mesmo continuar com esta injustiça? Aumentam as taxas de saúde para todos os portugueses, mas o aborto continua grátis?

Nuno Gouveia há pouco no 31 D'Armada.

16 de maio de 2012

Estados Unidos da Europa.

Vem este post a propósito do texto do Paulo Marcelo, largamente comentado mas não totalmente desmontado, primeiro pelo Nuno Pombo e depois  pelo João Vacas  e  pelo João Ferreira do Amaral no 31 D'Armada.

Ora, toda a polémica é sobre a saída que todos procuramos mas que, alguns, por ainda não terem percebido que estamos moribundos e que a soberania já lá vai há muito, teimam em não assumir ser a única.

Confesso que a coerência, em políitica, não é daquelas coisas que me tiram o sono. Ainda ontem me deliciou ouvir o António Barreto na Sic Noticias dizer coisas que, há 20 anos, seriam impensáveis saírem daquela boca. A falta de coerência, nestes casos, é inversamente proporcional ao grau de inteligência e liberdade de pensamento. Quanto mais incoerente mais livre de pensar e mais inteligente se revela o pensador. Sem peias, sem cedências, pleno de clarividência e bom senso.

Por isso, assumo, já fui um eurocético, quando se podia sê-lo, fui euro-acomodado, vencido pelas decisões democráticas da maioria e sou hoje um euro-crente, rendido às evidências.

A soberania perdemo-la no dia em que assinamos o tratado de adesão à então Comunidade Económica Europeia, reforçamos essa nossa decisão em Maastricht em 1992  e refundamos a União em Lisboa em 2009, pelo meio ficaram Nice e Amesterdão. A soberania não é quantificável, não temos pouca ou muita, não somos mais soberanos ou menos soberanos, a soberania ou se tem ou se não tem e Portugal e os restantes 27 há muito que não são estados soberanos, são Estados que cederam a sua soberania para uma entidade supra-estatal, criada de forma esdruxula e construída numa perspetiva intergovernamentalista em detrimento das doutrinas federalistas, cujos resultados não se pode dizer tenham sido os mais auspiciosos.

Chegados a este patamar só podemos fazer dele um ponto de partida e não um destino final, usando em analogia, uma figura da aviação, diria que chegamos àquele ponto em que o piloto puxa o manche e nada mais pode ser feito do que descolar e levar o avião em direção ao céu. Na Europa dos 27 que amanhã será de mais uns quantos, não há forma de meter flaps e borregar a descolagem, o avião já vai no ar e a pista ficou para trás. A saída é mesmo, portanto, seguir em frente, a saída é  federalista.



(Continua)

18 de abril de 2012

Porque um Homem é um Homem e um gato é um bicho.

Um excelente texto no Estado Sentido.

Antero, o Santo Antero!






 Nasceu em Ponta Delgada a 18 de Abril de 1842.
Antero, poeta, filósofo, humanista faz parte da geração de intelectuais que mudou este pais e a Europa nos finais de XIX na viragem para o século XX (Antero morreu ainda em XIX mas deixou a sua influência em todo o movimento). Da chamada geração de 70, da Questão Coimbrã, seguidor de Proudhon. Antero de quem Eça disse ser um dia ser  “um académico revolucionário e racionalista” representa toda uma geração que fez por mudar Portugal numa época em que,  em muito, se assemelha ao que vivemos hoje.  Uma acentuada crise económica e social com a máquina do Estado entregue a oportunistas usurpadores e um Povo sacrificado para sustentar uma minoria bem instalada.
 O Google hoje oferece-nos uma muito agradável surpresa.

29 de fevereiro de 2012

Cortes? Sim! Mas no vizinho sff.

Toda a gente concorda que é necessário cortar na despesa mas ninguém quer que os cortes sejam feitos no seu “quintal”. Esse será o grande drama deste pobre e pedinte país, é feito de quintais cheios de capatazes e pouco moços.

8 de fevereiro de 2012

50 anos de Sagres.

O NRP Sagres completa hoje 50 anos ao serviço da marinha de Guerra Portuguesa. A 8 de Fevereiro de 1962, depois de adquirido ao Brasil pela módica quantia de 150 mil dólares, o navio escola entrou ao serviço da armada portuguesa comandado pelo então Capitão Tenente Silva Horta, falecido em Lisboa a 29 do mês passado, conforme foi noticiado, timidamente, pelo Correio dos Açores e Diário Insular, Silva Horta foi o 2º Ministro da República para a Região Autónoma dos Açores, substituindo no cargo o General Galvão de Figueiredo. Talvez por isso, as nossas populações guardem do Almirante as mais  gratas memórias pela afabilidade e bom trato coisa que não abundava no seu antecessor. Como diz o Sr. Gustavo Moura na edição do Correio dos Açores do passado dia 2, “O Almirante Silva Horta veio para os Açores numa época particularmente difícil, encontrando um ambiente pouco tranquilo nas relações entre os órgãos de governo próprio da Região, a Presidência e o Governo da República, período conturbado pela novidade do regime autonómico, as ainda vivas mentalidades colonialistas e centralistas do Terreiro do Paço, a firme, e por vezes voluntariosa, afirmação autonomista por parte das entidades açorianas, acicatadas por uma forte actividade da “FLA” e as sequelas das posições de alguma sobranceria, até mesmo arrogância e pouco tacto, do General Galvão de Figueiredo, o seu antecessor, primeiro Ministro da República, apoiado por um sector militar claramente anti-autonómico.
O Almirante Silva Horta entendeu a complexidade da situação e compreendeu a justeza das bases do regime autonómico e a maioritária adesão do Povo Açoriano aos seus princípios e prorrogativas constitucionalmente consagradas
.”
Ficou ainda registada na memória dos Açorianos em especial dos Terceirenses e Jorgenses, a forma empenhada como o Gabinete do então Ministro da República para os Açores, colaborou no apoio às vitimas e  reconstrução dos danos causados pelo Sismo de 1 de Janeiro de 1980.

4 de fevereiro de 2012

E agora? Anacleto!

Agora que os principais bancos portugueses estão na mesma situação da maioria das empresas, não dão lucros, como é que o "Anacleto" Louçã vai resolver o problema das contas publicas?

2 de fevereiro de 2012

Lendo os outros...

“Os cidadãos são hoje como os servos da gleba de outrora, mas agora sob a forma de contribuintes usurpados. Estão reféns do sistema vigente, que muitos chamam de neoliberalismo, mas que não é novo nem é liberal. É apenas a manutenção do velho feudalismo.”
Paulo Morais no Blasfémias

24 de janeiro de 2012

Acabadinhos de chegar.

Eu também acho.

Ao telejornal regressam as histórias de velhos que vivem no interior do país e que não vão aos tratamentos em hospitais porque ficam longe e o Estado deixou de pagar estes transportes.
Estou-me a lixar para a necessidade de poupar, de racionalizar, não quero nem saber de casos fraudulentos. Não quero ser de um país que poupa dinheiro deixando morrer os mais fracos. É simples. Não é demagógico, é  apenas o limite da decência. Não façam pontes, não façam estradas, não façam teatros, apaguem as luzes, se for caso disso, mas isto não.
E se o Estado não puder, não for capaz, se alguém criar um fundo para pagar estas deslocações, eu contribuo.

Irra.

17 de janeiro de 2012

Mais uma visão realista.

Só se o Povo sair à rua.

Nenhumas das medidas acordadas ontem em sede de concertação social são tendentes a tornar a economia portuguesa mais competitiva. Pode ter algum efeito numa ou noutra indústria ou numa ou outra casa comercial mas não torna o sector industrial português mais forte nem moderniza o comércio. Não há soluções académicas para a economia, as soluções são sociológicas, e é apenas “ a fome que aguça o engenho” e no caso Português, o país não está disponível para sair da sua zona de conforto e fazer pela vida.

Este tipo de soluções, feitas por decreto, vindas do Estado, das leis, não têm efeitos práticos na economia, pelo contrário, até agora só vi serem tomadas medidas recessivas e isso vai custar-nos a todos muito caro num futuro muito próximo.

Precisamos de um Estado Social responsável, que distribua riqueza pelos mais pobres exigindo deles, em troca, trabalho em prol do bem comum e para tal teremos que ir buscar a receita aos que, no Estado ganham mais, sejam eles funcionários directos, das empresas públicas, dos serviços autónomos, do Poder Judicial e do banco de Portugal. Devem ser impostos limites ao pagamento de salários. Não é sustentável manter salários acima dos 3000 € (três mil euros) num país com quase 700 mil desempregados dos quais 200 mil não têm qualquer tipo de rendimento.

Não é, politicamente, sustentável manterem-se regalias para alguns e retirarem-se a outros. O Estado tem que emagrecer mas não à custa de despedimentos, terá que o fazer à custa da redução dos vencimentos daqueles que mais auferem para poder manter os rendimentos do que menos recebem. Essa sim, é uma medida de absoluta justiça e que permite que com o mesmo nível de despesa se potencie não só a economia como ainda se contribua para um maior nivelamento das desigualdades sociais e de acesso às oportunidades.

Parece-me óbvio que isso vai ter que acontecer, resta apenas saber se vai acontecer por iniciativa dos decisores ou se, pelo contrário, terá que ser um processo revolucionário a fazer esse trabalho.
Obviamente, de fora desse processo revolucionário terão que ficar não só os partidos (pelo menos os chamados do arco da governação) como também os parceiros sociais que têm, ao longo dos últimos 35 anos, contribuído bastante para o jogo de interesses que tem sido jogado. As principais centrais sindicais e os principais sindicatos associados são dirigidos há anos pelos mesmos agentes e sempre com os mesmos resultados, é preciso mudar, mas mudar tudo e fazer este país renascer das cinzas qual Fénix.


Nós, açorianos, temos responsabilidades acrescidas na condução desse processo, Nós que fomos, ao longo dos séculos, exemplo de sacrifício, abnegação façamos jus à nossa divisa e saibamos lutar para sermos livres já que, na paz, estamos sujeitos.

Na corrida perde-se o norte.

(...) A trincheira da luta política estupidifica. Uma pena.

in O Fradique, 2012.01.15

5 de janeiro de 2012

Este país não chega lá.

Há pouco mais de um ano, como é aqui lembrado pelo JMF no Blasfémias, Alexandre Soares dos Santos avisou o país e deu umas dicas aos governantes. Hoje o país discute (eu não discuto) a atitude de Soares dos Santos como se fosse ele o grande culpado disso tudo.
“Antes de pensar em investir em Portugal, preocupa-me que nós, portugueses, não sejamos capazes de decidir, de uma vez por todas, que sociedade é que queremos. Para onde é que nós queremos levar o nosso país. Como é que queremos viver. Não podemos é andar, por um lado, a dizer que precisamos do investimento privado e, por outro lado, insultarmos os investidores, atribuindo-lhes a culpa de todos os males que existem neste país. Somos acusados de não pagarmos impostos, de fugirmos a isto, de fugirmos àquilo, quando a iniciativa privada em Portugal é a única que cria emprego (…). 
Temos pois de decidir se queremos uma sociedade socialista ou se queremos uma sociedade em que a iniciativa privada é aceite como alguma coisa de útil para um país pois gera riqueza.
Temos também de saber o que querem os partidos políticos. Os partidos em Portugal limitam-se a uma luta entre eles, têm falta de sentido de Estado, preocupam-se com os seus problemas e depois queixam-se da iniciativa privada. Isto tem que acabar. Será, pergunto eu, que estão conscientes do mal que provocam ao país quando, no parlamento, estão permanentemente a atacar aqueles que investem? Ou quando estão a tomar medidas que só servem para criar problemas? (…)
Temos também uma administração que não está disposta a dialogar, ao contrário do que sucede na Holanda. Lá discute-se com o governo os impostos que se devem pagar, e o que fica estabelecido é cumprido. Aqui não. Aqui ninguém sabe, por exemplo, se a meio do ano não aparece uma nova lei sobre as SGPS, por exemplo. Com estes comportamentos estão a convidar as pessoas para ir embora. Em vez de procurarem atrair as holding estrangeiras para Portugal, estão a convidar as holding portuguesas a saírem do país. Isto é de um desconhecimento total, pois a consistência de uma política fiscal é fundamental.”

A continuar na senda do comunismo, do “regulamentarismo diarreico ”, da perseguição ao capital, da navegação à vista, do “subsidiozinho” e das sucessivas mas inconsequentes linhas de crédito de apoio às PME, este pobre e periférico país que só foi grande quando olhou o mar e fê-lo pela mão do empreendimento e risco de privados, este país dos “self made men” que criaram riqueza, este país que foi empobrecendo cada vez mais porque foi transformando a riqueza em miséria onde apenas resiste uma classe de funcionários pagos acima  das possibilidades do país e das empresas, este país que foi quase um Império, definhará nas garras  da águia Alemã  ou, pior do que isso, no simples abandono e esquecimento .

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