17 de janeiro de 2012

Só se o Povo sair à rua.

Nenhumas das medidas acordadas ontem em sede de concertação social são tendentes a tornar a economia portuguesa mais competitiva. Pode ter algum efeito numa ou noutra indústria ou numa ou outra casa comercial mas não torna o sector industrial português mais forte nem moderniza o comércio. Não há soluções académicas para a economia, as soluções são sociológicas, e é apenas “ a fome que aguça o engenho” e no caso Português, o país não está disponível para sair da sua zona de conforto e fazer pela vida.

Este tipo de soluções, feitas por decreto, vindas do Estado, das leis, não têm efeitos práticos na economia, pelo contrário, até agora só vi serem tomadas medidas recessivas e isso vai custar-nos a todos muito caro num futuro muito próximo.

Precisamos de um Estado Social responsável, que distribua riqueza pelos mais pobres exigindo deles, em troca, trabalho em prol do bem comum e para tal teremos que ir buscar a receita aos que, no Estado ganham mais, sejam eles funcionários directos, das empresas públicas, dos serviços autónomos, do Poder Judicial e do banco de Portugal. Devem ser impostos limites ao pagamento de salários. Não é sustentável manter salários acima dos 3000 € (três mil euros) num país com quase 700 mil desempregados dos quais 200 mil não têm qualquer tipo de rendimento.

Não é, politicamente, sustentável manterem-se regalias para alguns e retirarem-se a outros. O Estado tem que emagrecer mas não à custa de despedimentos, terá que o fazer à custa da redução dos vencimentos daqueles que mais auferem para poder manter os rendimentos do que menos recebem. Essa sim, é uma medida de absoluta justiça e que permite que com o mesmo nível de despesa se potencie não só a economia como ainda se contribua para um maior nivelamento das desigualdades sociais e de acesso às oportunidades.

Parece-me óbvio que isso vai ter que acontecer, resta apenas saber se vai acontecer por iniciativa dos decisores ou se, pelo contrário, terá que ser um processo revolucionário a fazer esse trabalho.
Obviamente, de fora desse processo revolucionário terão que ficar não só os partidos (pelo menos os chamados do arco da governação) como também os parceiros sociais que têm, ao longo dos últimos 35 anos, contribuído bastante para o jogo de interesses que tem sido jogado. As principais centrais sindicais e os principais sindicatos associados são dirigidos há anos pelos mesmos agentes e sempre com os mesmos resultados, é preciso mudar, mas mudar tudo e fazer este país renascer das cinzas qual Fénix.


Nós, açorianos, temos responsabilidades acrescidas na condução desse processo, Nós que fomos, ao longo dos séculos, exemplo de sacrifício, abnegação façamos jus à nossa divisa e saibamos lutar para sermos livres já que, na paz, estamos sujeitos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Só faltou uma parte da equação...

E peca também por voltar a querer alargar o rendimnto social de inserção, além da legalização da escravatura...

Anónimo disse...

Ou seeja:

A defesa, aparentemente conciliadora e promotora da justiça social , só o é na aparência.

Em vez disto, devia impor-se o aumento significativo dos impostos para os empresários.

O dobro dos regulamentos e outras medidas para dificultar e chatear a vida dos empresários :)

Anónimo disse...

Ao ponto a que isto chegou. O senhor Silva até já está a passar fome.

Anónimo disse...

Mas que texto da merda!!!
Isto é 25 de Abril....discursos nas fábricas e nas faculdades pelos meninos do MRPP como o Durão Barroso.
Aonde é que no Mundo há tectos máximos de rendimentos???????
E a loucura de Rendimentos Mínimos para homens a apanhar Sol à porta das casas, em bairros onde lhes ofereceram casas?????
E os disparates sobre o passado dos Açores????
Mas já leu a História dos Açores???? Trinta famílias eram donas de quase toda a ilha de São Miguel. O Pico era sanzala dos senhores do Faial.Mas que raio de exemplo somos para Portugal????

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