5 de janeiro de 2012

Este país não chega lá.

Há pouco mais de um ano, como é aqui lembrado pelo JMF no Blasfémias, Alexandre Soares dos Santos avisou o país e deu umas dicas aos governantes. Hoje o país discute (eu não discuto) a atitude de Soares dos Santos como se fosse ele o grande culpado disso tudo.
“Antes de pensar em investir em Portugal, preocupa-me que nós, portugueses, não sejamos capazes de decidir, de uma vez por todas, que sociedade é que queremos. Para onde é que nós queremos levar o nosso país. Como é que queremos viver. Não podemos é andar, por um lado, a dizer que precisamos do investimento privado e, por outro lado, insultarmos os investidores, atribuindo-lhes a culpa de todos os males que existem neste país. Somos acusados de não pagarmos impostos, de fugirmos a isto, de fugirmos àquilo, quando a iniciativa privada em Portugal é a única que cria emprego (…). 
Temos pois de decidir se queremos uma sociedade socialista ou se queremos uma sociedade em que a iniciativa privada é aceite como alguma coisa de útil para um país pois gera riqueza.
Temos também de saber o que querem os partidos políticos. Os partidos em Portugal limitam-se a uma luta entre eles, têm falta de sentido de Estado, preocupam-se com os seus problemas e depois queixam-se da iniciativa privada. Isto tem que acabar. Será, pergunto eu, que estão conscientes do mal que provocam ao país quando, no parlamento, estão permanentemente a atacar aqueles que investem? Ou quando estão a tomar medidas que só servem para criar problemas? (…)
Temos também uma administração que não está disposta a dialogar, ao contrário do que sucede na Holanda. Lá discute-se com o governo os impostos que se devem pagar, e o que fica estabelecido é cumprido. Aqui não. Aqui ninguém sabe, por exemplo, se a meio do ano não aparece uma nova lei sobre as SGPS, por exemplo. Com estes comportamentos estão a convidar as pessoas para ir embora. Em vez de procurarem atrair as holding estrangeiras para Portugal, estão a convidar as holding portuguesas a saírem do país. Isto é de um desconhecimento total, pois a consistência de uma política fiscal é fundamental.”

A continuar na senda do comunismo, do “regulamentarismo diarreico ”, da perseguição ao capital, da navegação à vista, do “subsidiozinho” e das sucessivas mas inconsequentes linhas de crédito de apoio às PME, este pobre e periférico país que só foi grande quando olhou o mar e fê-lo pela mão do empreendimento e risco de privados, este país dos “self made men” que criaram riqueza, este país que foi empobrecendo cada vez mais porque foi transformando a riqueza em miséria onde apenas resiste uma classe de funcionários pagos acima  das possibilidades do país e das empresas, este país que foi quase um Império, definhará nas garras  da águia Alemã  ou, pior do que isso, no simples abandono e esquecimento .

9 comentários:

Anónimo disse...

Os grandes cérebros do jornalismo açuriano, a nata dos jornaleiros, elegeu o ricardo mouro como a figura do ano.

A virtude combativa do rapaz foram elevadas à milésima potência. Gostaria de saber o que faz este rapaz na vida, se paga da sua algibeira os milhões que queima nos pneus e no fuel.

Grandes jornaleiros...

Anónimo disse...

A C U R I A NO?
Deve ser do acordo ortografico

Anónimo disse...

Será que este anónimo leu o texto?, ou passa logo aos comentários. Que existem os paranóicos, tudo bem; mas que se tratem. Há um remédio que da sempre resultado! Basta engulirem o veneno que tem na língua, neste caso na escrita.

K2ou3 disse...

Gostei desta.
"A continuar na senda do comunismo, do “regulamentarismo diarreico ..",
O que se chama, "nudar as regres a meio do jogo"
Problema maior, é que tambem calha, e costuma a batar bem, ao cidadão comum. Sem ser nem tido nem achado.

Anónimo disse...

Gosto muito deste tipo de debate - no caso, debate ideológico e discuto-o apaixonada e de forma descontraída - pois bem…

Há que incluir no conceito de funcionário ( público), grande parte da iniciativa privada, que vive da palavrinha. Do subsídio ( e da privatização dos lucros/socialização dos prejuízos). Das obras públicas e da prestação de serviços. O que acontece é que à muita “iniciativa privada” quer um país à sua medida. Nada de regulamentos Nada de fiscalizações. Impostos baixíssimos, etc, etc.

Resumindo, grande parte da grande iniciativa privada não passa de iniciativa privada da treta, e que vive, depois de tudo isto, como se fossem os enviados de Deus na terra - adoro é ver essa “nobreza anafada” muito preocupada, como quem presta um grande serviço à pátria, a queixar-se que, sendo pessoas de bem e pagando os seus impostos com lisura, todos lhe põem entraves.

Por outro lado, nunca houve tantas desigualdades sociais em Portugal e estas não se devem exclusivamente à preguiça de uns e ao grande arrojo de outros - veja-se o que se passa com as pensões de 250 euros e estamos conversados.

As próprias leis laborais. Enquanto a empresa dá lucro avantajado a troco de sla´rios algo ridículos, tudo bem. Quando o lucro deixa de ser “milionário” o primeiro a levar o pontapé é o trabalhador. Depois, entre aspas, o cliente…

Os partidos políticos, por seu turno, são máquinas de fabricar outra classe de funcionários públicos, em serviço próprio e dos lobyes.

Queeremos um estado FORTE(!), mais leve ( é certo) , com um verdadeiro sentido de justiça social e uma iniciativa privada responsável…

Anónimo disse...

A crise começou na pátria do ultra liberalismo ; aquele país aonde “não há regulamentos” e outras parvoíces que só vêm atrapalhar a gente honesta que , de sol a sol trabalha para o bem da pátria - precisamente os empresários.

A crise apareceu com a banca, os seguros, o imobiliário e a bolsa- tudo em jeito de lixo tóxico. Ou seja, descontada a ironia, a prática demonstra que um país com uma iniciativa demasiado à solta, produz ondas de choque verdadeiramente catastróficas..

Do lado dos estados preocupados com a justiça social, a páginas tantas, perdeu-se o norte e os estados endividaram-se de forma insustentável. Basta ver o que sucedeu em Portugal.

A economia liberal, por definição, leva à entropia do sistema - se bem que haja muitos economistas com teses brilhantes a defender s virtudes do liberalismo, uma coisa são os “desenhos” no papel, a outra são os mais de duzentos anos de prática liberal a dar cabo dos tais desenhos.

O comunismo e, portanto, as patacoadas também do MRPP e do Bloco de Esquerda, também no papel é uma maravilha(!)- na prática morreram milhões de pessoas no mundo, em prol dessa sociedade que, acabando com a burguesia espoliadora, ía por em prática um mundo maravilhoso. Avante camarada, deu lugar a imensas tragédias em várias partes do globo…

Não vale a pena querer reeditar-se máquinas velhas, cujas invenções e reinvenções já mostraram o quanto valem.

Como se disse, as visões sociais democratas (e, portanto, socialistas), também levaram a enormes exageros que, combinados com os exageros das iniciativas privadas, levaram ( por exemplo à situação em que nos encontramos. Todavia, é minha convicção que, é mais fácil evitar, por via de um estado de direito forte, os exageros e conseguir uma sociedade mais equilibrada…

Nesta linha, tenho claro o tipo de sociedade que gostava que existisse, não fosse a utopia de querer uma sociedade ( para resumir), baseada n a empresa do tipo familiar, com responsabilidade social…

Anónimo disse...

Com os Katrogas, os Piño, as Kardonas, os Paulos dos submarinos e os javardolas Relvas, não vamos muito longe, pois não.

Anónimo disse...

O Dr.Barata é Maçom?

Anónimo disse...

Achas? O gajo deve ser da Opus, quanto muito. É vê-lo a comungar na Missa ao Domingo e a cantar os cãnticos liturgicos de goela escancarada.

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