23 de novembro de 2012

E agora?



Uma medida previsível há mais de 10 anos. É urgente repensar o potencial geoestratégico das nossas Ilhas e alterar o paradigma militarista por um paradigma económico. Nos últimos 20 anos temos assistido ao esvaziamento da importância Geoestratégica dos Açores na área da aeronáutica civil e agora assistimos a um rude golpe na questão militar. Depois do fim dos Cabos submarinos outras decadências se denunciam.
 


Nas últimas duas décadas muito se escreveu sobre o encerramento da base das lajes e sobre o Aeroporto de Santa Maria. Mas, que planos de contingência se forjaram? Que soluções se buscaram? Que alternativas para o emprego se apresentaram?

Nada! Para não ser injusto teria que dar exemplos de tentativas falhadas como a da Zona Franca de Santa Maria ou a ainda não testada solução do centro de treinos da SATA, ou ainda o tiro de pólvora seca em que se transformou a estação de rastreio de satélites da ESA.

Se dúvidas houvesse sobre a fragilidade da economia das nossas Ilhas e a sua capacidade de gerar emprego e meios de sobrevivência, os dois exemplos, quase dramáticos, que estamos a viver em Santa Maria e Terceira, vêm demonstrar à saciedade que de retórica e de eloquência oratória não se faz o futuro destas Ilhas. É caso para dizer que no passado havia mais futuro.
 


Os Açores têm quase 600 anos de existência mas, as suas épocas de fartura resumem-se aos últimos 50 anos do século XIX e à segunda metade do século XX. De resto, fomos sempre um lugar onde era muito difícil viver e onde até os ricos eram pobres. Preparemo-nos, vêm aí dias muito difíceis.

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro Nuno Barata
O Post levanta questões importantes sobre as opções económicas(ou a falta delas)nos Açores, infelizmente nem a democracia nos Açores nem a sua expressão parlamentar, pós autonomia, consegui, identificar e solucionar o problema, estou certo ou errado?
O Parlamentarismo nos Açores pouco mais serviu do que rodar candidatos a uma choruda pensão, passado 8 anos de mandato...
Felizmente já não são esses os objectivos primeiros(pois acabou-se o acesso a esta pensão nestes moldes)mas certamente pela sua experiência parlamentar saberá melhor do que eu dizer que debates em que intreviu e que participou em que este tema do desenvolvimento económico foi escalpelizado com ideias e projectos de desenvolvimento para o futuro?
Eu já tinha identificado a existência duma profunda crise a abater-se sobre os Açores, felizmente ou não, ela foi, sendo empurrada pela barriga, até que se encontra aí a fazer o seu caminho de desgraça.
Por motivos vários e eventualmente só no século 19 no liberalismo é que os Açores(impulsionados pela crise da laranja)não se ficaram à espera que os negócios viessem ao seu encontro e empreenderam uma industrialização com base numa pro-actividade de gente capaz e empreendedora.
Hoje temos que entender o nosso passado e desenvolver o presente com vista a um futuro que tenha soluções económicas, não fruto do acaso, mas da compreensão das necessidades e possibilidades das nossas gentes e das capacidades dos nossos recursos, onde o mar, possa colher todo o conhecimento dos estudos oceanográficos que têm encontrado no nosso mar, não só uma riqueza a explorar, mas um "santuário" para estudos científicos e nesta medida uma forma de dinamizar com esta vertente a economia.
Mas para além disso temos que usar as possibilidades duma agricultura de pequena escala, regionalista e biológica que possa ser ela própria uma mais valia, para um turismo alternativo.
As experiências de novos vinhos regionais também são uma componente que pode enriquecer esta oferta turística.
A nossa economia tem que se basear na diversificação da oferta e não em mono culturas que mostraram estar desadequadas á nossa realidade.
Há que mobilizar as nossas gentes num debate aberto entre a escola e as actividades económicas,(o trabalho e os empresários) culturais e politicas, para que todos em conjunto possam cimentar ideias que sirvam de alavanca para a nossa economia no século 21.
Parabéns pelo excelente post, que espero possa ser mais um instrumento para implementar a necessária revolução de mentalidades e de desenvolvimento.
Saudações
Açor

Anónimo disse...

Não quiseram o obama?

Agora xupem como diria o Maradona.

Anónimo disse...

Épocas de fartura em fins do século XIX!!????!

Nos anos 70 do século XX ainda havia pessoas a morrer de tuberculose nestas ilhas e país!!!!

Fartura uma ova. Fartura para alguns.

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