10 de outubro de 2012

É só vê-los passar.



 


Grande movimento maritimo à volta das nossas Ilhas hoje por volta da 15horas. É só ver o que podemos estar a perder no sector  a que se usou chamar “economia do mar”.

Muita gente fala (na verdade papagueia) desse negócio, há até quem ganhe a vida falando disso, mas poucos têm os meios e sabem o que fazer para entrar nesse mundo.

O posicionamento geoestratégico dos Açores tem sido sempre motivo de estudo no âmbito do acordo de cooperação com os Estados Unidos da América, ou seja do ponto de vista da estratégia militar e quase nada no que concerne à estratégia económica.

Diga-se que, de facto, militarmente, digam o que disserem os americanos, os Açores são um ponto de apoio importantíssimo no Atlântico norte. Não tenhamos dúvidas, se assim não fosse eles já cá não estavam.

Na verdade, ao longo dos séculos, o posicionamento geoestratégico dos Açores só foi valorizado militarmente no século XX. Até então a sua importância era económica. Desde o controlo do comércio das naus da Índia, o apoio às frotas que comerciavam entre a Europa e as américas, culminando no Século XIX com o comércio da laranja.

Na segunda metade do século XX, com a grande expansão mundial da náutica de recreio, a Horta ganha uma importância estratégia inigualável para os marinheiros que fazem a rota de “retour” das Caraíbas para a Europa, este continua um sector em crescimento.

Ainda no decorrer dos anos 50 do século passado, o arquipélago desempenhou um papel importantíssimo no apoio à navegação aérea comercial com enormes dividendos para a economia das ilhas.

Hoje, embora tenhamos as infraestruturas, a exploração desse posicionamento geoestratégico está reduzido a miseras escalas técnicas de aviões de transporte ou de entrega, e a pequenas reparações navais em embarcações de grande porte, essencialmente em Ponta Delgada. Na Horta temos um grande desenvolvimento ao nível do estacionamento a nado de embarcações de recreio, mas falta o resto.

Caso de sucesso é, no entanto, a investigação relacionada com os assuntos do mar, biologia marinha e pescas que é levada a cabo no DOP UAç, faltam no entanto mais resultados práticos desse processo cientifico.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda não apareceu nenhum partido a revindicar para breve portagens no Atlantico Norte!

Percebe-se numa altura de crise que se procure rapar a panela. Mas nem tanto...

Anónimo disse...

Caro Barata
O seu Post é pertinente no momento actual como seria em todos os momentos, pois o mar sempre foi esta porta que nos cerca e nos leva ao mundo, para além de ter no seu seio todas as riquezas passiveis de serem sustentada-mente geridas.
O problema é que como nos diz Portugal(e os governos Açorianos também)nunca foram pro-activos em relação a estratégia militar da importância dos Açores, quase sempre foram mero espectador aceitando as migalhas que os Americanos estivessem dispostos a dar, pior acrescento eu foi em relação a estratégia comercial e económica, pois aí, limitaram-se a palavras ocas de quem foi o coveiro da nossa inter acção com a economia do Mar, como o caso de Cavaco Silva.
Os Açores necessitam urgentemente dum debate com as forças vivas dos Açores em torno das expectativas económicas e sociais dos Açores com base na história e na superação dos obstáculos do presente que nos conduzem a um futuro com outra esperança.
Açor

Arquivo do blogue