..."São Lourenço nasceu de um beijo que o Sol deu ao mar".Eu diria que São Lourenço, enquanto baia nasceu da violência dos elementos. São Lourenço enquanto "anfiteatro vinhateiro", nasceu da grande necessidade que os primeiros habitantes da Ilha tiveram em encontrar um pedaço de terra de onde tirar o seu sustento. Sempre que olho os muros dos currais de pedra, sejam eles em Santa Maria ou nas Flores, apenas me ocorre o valor, o empreendorismo, a dedicação e o engenho de um Povo que terá passado grandes privações a ponto de levantar do solo toneladas de pequenas pedras em busca de terra arável. São Lourenço é um dos casos paradigmáticos desse labor. Hoje, zona de veraneio por excelência, São Lourenço sofre os perigos do desenvolvimento descontrolado, protagonizado por políticos sem escrúpulos e por excessos de voluntarismo de gente que não tem a menor ideia do quanto pode representar para a Humanidade um lugar como este. Os responsáveis pelos destinos politicos da Ilha de Santa Maria, (há mais de vinte anos afectos ao mesmo partido) têm, recorrentemente, falado de turismo como se esse constituísse a solução milagrosa para todos os males de que a Ilha enquanto unidade política e territorial enferma. Mais uma quimera como tantas outras. Contudo, os sonhos as quimeras e as utopias só são alcançáveis se perseguidos com determinação, empenho e arte. Colocar Santa Maria no mapa dos roteiros turisticos dos Açores ou do Mundo, é mais do que falar trasnportes aéreos e maritimos. É, de facto, divulgação, persitente e bem feita por forma a ser eficaz. Não é certamente com um sitio na net com a pobreza estética e informativa como o da Câmara Municipal de Vila do Porto que lá chegamos. Não é certamente com um sitio como o do Circulo de Amigos de São Lourenço que esteve por actualizar entre 2003 e 2005 e que agora até desapareceu definitivamente. Também o sitio da Associação Escravos da Cadeinha ? que organiza um excelente festival de Jazz - está inactivo. Também o jornal O Baluarte (único na Ilha) tem o seu sitio na net fora de serviço. Não é possível que entrados nos Sec. XXI, na era da cibernética, continuemos reféns dos meios de comunicação tradicionais e de mais dúzia de boas vontades. Honras para a Ajism e para a Associação Maré de Agosto que mantêm os seus sitios em linha e com informação relativamente bem actualizada. Reflictamos sobre o que queremos para esta Ilha que já foi de crucial importância para o desenvolvimento de tecnologias de ponta e que, cada vez mais, se afasta da modernidade assentando o seu desenvolvimento em "Raves", "Festas de Espuma" e concertos de música popular de duvidosa qualidade.
5 de março de 2006
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