16 de janeiro de 2005

A Minha Vela


Esta vela acompanha-me há mais de 25 anos. Quando jovem estudante do Liceu de Ponta Delgada, tinha por hábito estudar ou ler com uma vela acesa em cima da secretária. Dizia-se que a vela queimava o fumo, nessa altura eu fumava bastante e a verdade é que aquelas velas acesas dissimulavam um pouco o cheiro do fumo do tabaco e do cinzeiro pleno de beatas.
Um dia saí à pressa, talvez um telefonema de uma namorada ou um enredo político, não me recordo. A vela ficou acesa. Ao chegar a casa a vela havia derretido toda e feito um bonito pingo de cera que quase chegava ao chão. A partir dai nunca mais deixei de abastecer a minha vela com todos os restos das velas que minha mãe usava nos castiçais lá de casa. Quando me casei, deixei em cima da minha velha secretária de solteiro a minha vela de estimação. Agora mudei-a com o máximo cuidado para a secretária da minha biblioteca. Nunca mais me separo da minha vela.

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