Eu bem te dizia Francisco, valia a pena ir um pouco mais a diante.
31 de julho de 2006
Savana Açoriana
Vem este post a propósito de um comentário do André Bradford no post de baixo. Na verdade, salvaguardando as devidas dimensões, a zona de pene-planície da costa sul da Ilha de Santa Maria, feita de prados naturais de festuca jubata e lolium perene, só não tem cowboys ou gaúchos. Aqui o maneio do gado é feito com arame farpado e postes de madeira. O que não há dúvida é que, no verão, esta paisagem se transforma numa imensa planície africana.
Ainda a moda das janelas
Hoje acordei assim, para a realidade de mais um dia de trabalho de camionista. Sempre tem a aliciante das janelas diferentes minuto a minuto.
Sim, claro que preferia uma janela aberta para o nascer do Sol na Lagoa das Furnas, ou na Baía de São Lourenço (hoje deixei-a linda). Também podia ser sobre a costa norte de São Miguel ou no 20º andar de um hotel de Nova York, numa água furtada em Alfama, numa viela de Veneza num terraço de Roma. Mas no verão mesmo é aqui que gosto de estar, mesmo a trabalhar.
30 de julho de 2006
Baía do Raposo
Não trouxe comigo o meu computador portátil, não dava jeito. Felizmente não me esqueci do inseparável moleskine e de um lápis. Será que, um dia, se vier a ter netos e algum deles se der ao trabalho de ler estes pequenos blocos de notas vai saber o que é um lápis? Na verdade, este é um utensílio bastante rudimentar para os nossos dias que nem imagino o quão rudimentar serão daqui a uma vintena de anos. Como todos os objectos rudimentares, o lápis tem, contudo, uma utilização fundamental nas tecnologias de ponta. Por exemplo, é utilizado para escrever no espaço onde a falta de gravidade não permite a utilização de canetas e esferográficas. O lápis é um dos meus utensílios preferidos, uso-os de todas as formas, feitios, durezas e cores.
Hoje contudo, prefiro escrever directamente para um teclado de computador, mais não seja porque a minha caligrafia é tão má que quando escrevo eu e Deus sabemos o que lá está escrito, quando acabo só Deus sabe.
Não fora a presença de um pescador solitário em cima de uma pedra e este hoje seria o lugar perfeito. Claro que o Homem está no seu pleno direito, e muito embora estejamos a uns 50 metros de distância um do outro, também eu o incomodo.
Vou-me embora, estou ansioso por descarregar as fotografias que fiz para o computador e ver o resultado final, escrever um texto, talvez transcrever este e publicar ao mundo.
Atrás de mim, restam vestígios de três moinhos de água, com as suas levadas, rodas e mós que outrora moeram o milho e o trigo com que se fazia o pão. São resquícios de uma actividade industrial que cresceu nestas Ilhas até meados do século XX. Seriam propriedade do tal Raposo que não seu quem é mas vou descobrir.
Por aqui há esta baía que se chama do Raposo, há ainda dois lugares de terras boas de lavoura que também se chamam do Raposo, um na Freguesia de São Pedro, outro em Santo Espírito ali para as bandas de Malbusca.
Aqui, nesta Baía, também se plantaram videiras e construíram currais de pedra em socalcos, restam apenas uma meia dúzia deles e totalmente abandonados.
Vou agora empreender a subida de regresso ao lugar das Feteiras de São Pedro. Até mais logo.
29 de julho de 2006
28 de julho de 2006
Factos 17
Não há que ter medo de mudar
Levamos 10 anos de governo do Partido Socialista. Estúpido seria se apenas encontrasse nesta década de governação socialista coisas ruins. Muitas houveram que, por obra e graça deste Governo ou por simples mudança de atitude das pessoas, da dita sociedade civil, dos empresários, dos funcionários, mudaram e bastante. Direi mesmo que mudaram para melhor.
A verdade porém é que a grande parte da nossa população é avessa a mudanças. Corre-lhe no sangue o medo de mudar, o medo de perder regalias, de perder privilégios. Sempre o medo de perder em contraponto com a esperança de ganhar.
Já assim foi em 1996. Na verdade, lembro os mais esquecidos, só mudamos os nossos governantes por pouco. Também nesse tempo se dizia dos actuais governantes que não estavam à altura e alguns de facto não estão. E também se dizia que muitos não tinham estofo e de facto o tempo veio a comprovar que não tinham. E também na altura se dizia que não havia oposição e de facto até parecia não haver.
Não fora a total falta de habilidade de Álvaro Dâmaso para lidar com o eleitorado e não se tinham operado as mudanças que vieram a acontecer.
Os recentes e lamentáveis episódios ocorridos com a denúncia pública de um até então prestigiado cidadão, a forma inequívoca como o Governo Regional elege as prioridades dos seus investimentos conforme se ajeitam aos seus amiguinhos ou não; O anúncio de uma mudança de politicas quando toda a sociedade civil esperava uma mudança de políticos e tantos e tantos outros episódios que seriam fastidiosos aqui enumerar, são a confirmação de que, na atmosfera da política regional o ar começa a ficar rarefeito.
Não vale a pena insistir no argumento falho de que necessitamos mais e melhor oposição. Não vale o esforço de inventar fantasmas e putativos líderes de partidos que os não têm.
Na verdade, César e a forma como ele se transformou no poder, são a prova inequívoca de que não há que temer mudanças. Quem era e o que era César antes de ser Presidente do Governo Regional dos Açores? Era um deputado de segunda linha de um partido que havia estado anos perdido em guerras internas e sem rumo, sem líderes e sem apoio na sociedade civil. Um partido que se escorou nas corporações descontentes que foram durante os anos de 1988 a 1992 a única oposição nos Açores. Pena é que, essas mesmas corporações, não tenham aprendido, no passado, que a atitude de permanente bajulação do poder, como fazem agora, é menos frutífera do que a atitude independente e reivindicativa que cabe a essas organizações. Tenho saudades do tempo em que, até dentro do próprio governo, havia massa critica capaz de enfrentar os chefes.
É por aí, pela falta de participação cívica e critica que o ar da nossa democracia começa a ficar pouco aconselhável.
Não vale a pena os habituais acólitos de César virem aqui esgrimir os argumentos do passado pois que o mal dos outros me não serve de remédio. Pelo contrário, é por ter denunciado no passado bem recente de dez anos, situações como as que agora vejo que me acho no direito e até no dever de o fazer agora também. Alguns desses acólitos e companheiros de oportunidade, são os mesmos que até à noite da vitória eleitoral do partido Socialista em Outubro de 1996, ainda não sabiam de que lado estavam. Se Álvaro Dâmaso tivesse, por milagre, ganho as eleições, muitos do que estão com César estariam agora com ele e empenhados na sua defesa.
1996, deu a César a possibilidade de se mostrar aos Açorianos e de demonstrar a sua habilidade politica para governar e liderar um grupo de trabalho.2006 mostra um César no seu melhor mas um partido Socialista vitima da prolongada permanência no Governo, prepotente, arrogante, prenhe de políticos de ocasião, de falsos socialistas de falsos moralistas e de gente que, embora séria, de acordo com o vetusto Principio de Peter se mostra incompetente para o desempenho das funções para que foi nomeado.
27 de julho de 2006
Uma plataforma logistica no Atlântico.
À indústria conserveira sobra a esperança de que, no mercado internacional, o peixe mantenha preços e qualidade que permitam a sua importação sem que a conserva de origem regional perca a qualidade desejável.
Não é pecado transformar a Região num entreposto de "depotaje", pelo contrário, se podermos comprar produtos a baixo preço no mercado internacional e lhe dermos um cunho próprio e com isso alcançarmos valor acrescentado, só estamos a contribuir para nos afirmarmos e nos defendermos do processo inevitável que é a globalização da economia.
26 de julho de 2006
25 de julho de 2006
A moda das janelas
Importa recordar...
"O Governo Regional sabe muito bem o que pretende neste processo e tenciona travar, com sucesso, qualquer batalha em que se envolva para acautelar os interesses dos Açores", afirmou Sérgio Ávila à agência Lusa.
Informação e contra-informação.
Lamentavelmente, só depois dos alertas e dos alarmismos é que o Governo reagiu à acção dos blogues e da população em geral.
Todo o sistema de comunicação entre os órgãos de Governo próprio da Região e os cidadãos eleitores requer ser repensado. Infelizmente, o GACS , os gabinetes dos governantes e dos autarcas, encerram alguns dos melhores jornalistas da nossa praça. Esse facto, transformou os serviços públicos, regionais e locais, em perigosos mecanismos de propaganda. Esses profissionais da comunicação deveriam ser utilizados para informar e não para propagandear.
Começa a ficar perigosa a nossa democracia, muito parecida com 1996 e o PSD, agora oposição, a ser vítima do sistema que gerou e que cresceu em 10 anos como nunca se imaginava fosse possível. Na verdade, O GACS ao pé do GIA faz deste último uma coisa perfeitamente inofensiva.
24 de julho de 2006
Uma coisa compensa a outra
Eram 9 horas da noite, ainda dia. Tinha deixado de ouvir o roncar dos automóveis em passeio domingueiro. Agora, nem o mar se ouvia de tão calmo que estava. Havia meia dúzia de crianças a brincar alegremente na piscina vazia.
Já ouço as cagarras, este ano há muitas.
A quietude, a limpidez das águas e o chilrear dos melros negros por entre os canaviais, compensam todo o resto. Até quando?
23 de julho de 2006
22 de julho de 2006
Julgamento?
foto DN
Eu só lhe posso chamar palhaçada e isto para ser um "gajo porreiro".
21 de julho de 2006
À distância de um click?
A título de exemplo, ontem estive cerca de 4 horas para conseguir carregar a fotografia da Sofia que aqui a baixo se pode ver. Na verdade, as placas utilizadas pelos 3 operadores são idênticas e permitem ligações por 3G, GPRS e Wlan. Onde existe cobertura 3G as velocidades são aceitáveis, já com o GPRS além de estarmos a falar de uma ligação a 57 Kbps (desesperante), as ligações cortam-se com muita facilidade o que deixa qualquer um fora de si.
Muito caminho temos para andar nesta Ilhas em termos de ligações e de redes de dados.
20 de julho de 2006
19 de julho de 2006
Mais do que merecida, exigivel.
Fotografia do Jornal dos Açores
Embora conte apenas com 40 anos de idade, pode dizer-se que já vi de quase tudo, em quase todas as partes do Mundo. Conheço gente nos 5 cantos do planeta. Gente boa , gente má, gente assim assim e conheço gente como o Engº Hernâni. Gente única, gente que dá de si tudo o que tem eo que não tem sem esperar dos outros seja o que for. Gente para quem a vida foi sempre madrasta mas a força de viver e a perseverança a levam à imortalidade.
Obviamente que concordo com esta homenagem da Câmara de Nordeste , outras estão por fazer, por exemplo ao Sr. José de Simas Moniz e a outros que a mim não compete sugerir. Contudo, fica esta homenagem marcada pelas qualidades técnicas e profissionais do agraciado, esquecendo aquela que é a sua principal característica. Um Homem bom! Nas minhas reflexões sobre a existência de um Deus bom e omnipresente, chego ao exemplo de vida do Emg. Hernâni Santos e todas as esperanças que eu tinha de começar a acreditar nessa tal existência dissipam-se. De facto, a vida foi-lhe pior do que madrasta, foi cruel. Primeiro levou-lhe um filho em tenra idade, depois outro já Jovem adulto, dizem que a única coisa pior que perder um Pai é perder um filho. Depois, faz-lhe ver degradar-se, tolhida pela terrível doença de Alzeimer, a sua companheira de sempre . Mesmo assim, não perdeu o seu característico sorriso nem desistiu de fazer pelos outros o que os outros nunca fizeram por ele..
Bem haja amigo Eng. Hernâni José Abrantes dos Santos, vemo-nos por aí.
18 de julho de 2006
17 de julho de 2006
A quem de direito
Há dias deparei-me com um cenário desolador na Ilha de Santa Maria. Mais uma vez a Ilha Amarela votada ao abandono. Não sei de quem é a responsabilidade mas as placas informativas dizem Secretaria Regional da Economia, Direcção Regional do Turismo.
Ao tentar efectuar os percursos recomendados PR1 SMA e PR3 SMA, deparei-me com dificuldades com as quais um normal cidadão desistiria. O bom-senso, tinha-me aconselhado a não levar a minha companheira habitual dessas andanças, a minha filha Marta de 9 anos, ainda bem que assim foi.
Teimoso e com uma dose de auto estima que não me faz desistir de qualquer coisa à primeira, insisti. Não fora o facto de já ter percorrido dois terços do caminho e tinha voltado ao princípio. Na verdade, o troço comum aos dois percursos e que liga o lugar do Norte ao de São Lourenço, está impraticável. As minhas pernas chegaram ao fim pareciam a testa do Cristo do Mel Gibson em Sexta-feira Santa.
Eu já não falo na importância que possa ter para a Ilha a existência de tais percursos, falo da segurança dos turistas e dos locais que gostam destas actividades. Ao menos retirem as placas informativas que dizem que o passeio é de grau 2 de dificuldade, é que aquilo está inqualificável.
Um post entre...
... os Lugares de Encanto do Vital Moreira e os Retratos do Trabalho em Portugal do Pacheco Pereira. carregado para a WWW pelo único Blogger camionista que eu conheço.
Lamentável
Mar de Inverno
A baia de São Lourenço fica virada a Este. Com o vento e a ondulação fronteiros, não fosse a temperatura amena que se faz sentir e parecia Inverno. A pouca areia que havia nas praias foi-se. Entretanto preparo-me para voltar a São Miguel por dois ou três dias, tudo depende do andamento dos trabalhos. Por aqui é tudo feito a um ritmo diferente, mas dá tempo para fazer tudo o que há para fazer.
15 de julho de 2006
Trauma pós-mundial
Em 2008 já sei o que fazer: O Blogue Antituga.
14 de julho de 2006
"Tráfico de segredos falsos "
Pois é...
Post nº 1554
Mais um almoço, uma sopa uma companhia, três larachas.
Um jornal, duas notícias, três títulos e um copo de água.
Começou o verão, finalmente e de facto já que de direito foi em Junho. O País vive já a sua "estação tontinha". Daqui até á reentrada de Setembro, nada importa, nada interessa, vale mais uma cerveja na mão do que 2 problemas nacionais no ar.
A "silly season", esta ano, à semelhança de 2004, começou mais cedo, começou com o Mundial de Futebol e depois admiram-se das deslocalizações e dos investimentos estrangeiros irem para países onde a mão-de-obra ainda é mais cara do que em Portugal.
Sai dois finos e um prato de tremoço "ó faxavôr".
13 de julho de 2006
Na estética é que está o ganho.
Ora ais está uma razão mais do que plausível para se prejudicar a operacionalidade do Porto de Ponta Delgada, o melhor e mais importante porto dos Açores e plataforma importantíssima para os navios que atravessam o Atlântico norte, afinal as Portas do Mar é isso mesmo, um projecto única e simplesmente estético.
12 de julho de 2006
A voar é que a gente se entende.
A solução encontrada para os passageiros é a única possível e vem ao encontro do que eu tenho defendido ao longo dos anos, aposte-se no transporte aéreo mais regular e mais barato e custará muito menos do que os milhões que já foram enterrados nos navios, e com maisores benefícios para o utilizador que por sinal também é o pagador.
Ironia das Ironias, o Iapetos, primeira grande "duartada",( nome pelo qual começam a ficar conhecidas as "borradas" nos Açores), começou a ser desmantelado .
Parece-me que sou só eu que defendo, publicamente, essa solução. Eu e mais ninguém já que por aí se julga que, defender a existência de transporte marítimo de passageiros dá umas simpatias e uns votos e a malta não anda com muita vontade de desperdiçar nem uma coisa, nem outra. Quanto à solução do transporte das viaturas ser feito na Transinsular, não me parece nem prático nem exequível já que aquela empresa apenas toca as Flores em cada 15 dias e o passageiro ficará sem viatura, ou na origem ou no destino, pelo menos durante 3 dias. Contudo, isso não é relevante, quem tem carrito, tem concerteza posses para alugar um lá no seu destino que até contribui para a economia da Ilha seja ela economia que paga os seus impostos seja ela a economia paralela.
Esta decisão foi, para mim, a confirmação de que eu tinha razão e por isso, encerro por aqui o folhetim dos Transportes Marítimos, pelo menos até perceber que modelo o Governo pretende. É que não bastam navios novos, é preciso saber as valências desses navios, os portos se vão estar todos preparados convenientemente em 2008, o que se pretende para o transporte de mercadorias. Enfim um enorme conjunto de coisas que estão por explicar.
11 de julho de 2006
O seu a seu dono.
Quem legisla é a Assembleia Legislativa Regional dos Açores, O Governo regulamenta. OK?
PS: Tenho, fundadas dúvidas, de que a Região possa legislar em sentido inverso a uma lei de bases, mas isso sou só eu que não sou constitucionalista.
10 de julho de 2006
Lei do mercado
O Goraz dos Açores tem, no mercado internacional, uma cotação muito acima do originário de outras paragens, nomeadamente do capturado em climas mais quentes. Esta espécie está, desde o início deste ano, com restrições de captura. Esse facto, tem levado a uma escalada de preços, com benefício para pescadores e armadores. Esta semana, à semelhança das últimas duas, o Goraz atingiu na Lota de Ponta Delgada valores por kg na ordem dos 12 ? enquanto o Cherne apenas chegou aos 8 ? de preço médio.
Viva a lei da oferta e da procura.
Façam o favor de se demitirem.Tenham vergonha.
Mas há uma coisa que eu sei, é que se isso se estivesse a passar num país decente, normal e não numa região de corruptos e de políticos mal formados, já se tinham demitido todos. O Secretário Regional, a Directora Regional, O Presidente da Atlanticoline e até os administradores da Portos dos Açores. Mais! Se o Presidente do Governo não tomar medidas, também ele corre o risco de vir a ser responsabilizado por esta "vergonheira".
A tudo isso há a acrescer a conivência de alguma comunicação social que sofre do mesmo problema de coluna vertebral de que sofrem alguns membros do Governo. O Jornal do Açores de Sábado, publica um artigo de 3 páginas, assinado por um suposto colaborador da Transmaçor que é uma autêntica ode ao mau jornalismo. Pobre Região que chegou a este ponto. Pobre Região onde o dinheiro de nós todos é gasto de forma criminosamente mal gasto e nos ficamos quedos, ao som de mais umas violas e mais umas brasileiras. Nós não merecemos políticos melhores, merecemos outros políticos.
9 de julho de 2006
Chamam-te amarela
Hoje acordei assim. Bem cedo fui a Vila do Porto, a baia estava única, os pescadores, profissionais e amadores estavam na sua habitual azáfama, ouvi histórias de velhos lobos-do-mar e de marinheiros de cima do cais. No mar há mergulhadores. Tentam a todo o custo remover algumas pedras do fundo da baia para que os ferries possam encostar ao cais para esse efeito construído. Vai haver festa para lançamento da primeira pedra da marina. Entretanto, a estrada Picos/ Santa Bárbara está por acabar e parada desde a última visita do Governo no principio de Maio. Ninguém diz nada, geram-se e gerem-se os silêncios, começo a ficar com urticária, tanta incompetência, tanto tacho, tanto filho dos maiorais da terra empregado só por via do factor C. Pobre Ilha que estás abandonada por ti mesma. Não culpes o centralismo de São Miguel, não culpes a falta de investimento externo, não, não o faças, culpa-te a ti própria, incapaz de reagir quanto mais de agir. Chamam-te Ilha amarela, cor do desespero. E eu é que desespero.
Ninguém diz nada, parece tudo bem. Se calhar até está. Eu é que estarei errado?
8 de julho de 2006
Diário de um camionista IV
Saí de São Lourenço por volta das 6 horas. Cada vez gosto mais de me levantar cedo. A manhã começou mal com a pá carregadora a não querer pegar, demorei quase meia hora para ferrar a bomba de gasóleo. Carreguei dois camiões para uns clientes e fiz uma entrega a outro. Como é da praxe, Sábado é dia de encerrar o estaleiro às 13 e lavar o equipamento. Assim fiz e regressei a casa com umas amêijoas brancas do pacifico num saco de plástico. Não sei se vão ser para hoje se para amanhã, mas vão ser cozinhadas à minha maniera com manteiga, vinho branco a açafroa.
Cheguei a São Lourenço há bocado, a baía estava assim.
7 de julho de 2006
Investir é para melhorar.
Não apenas no caso de São Lourenço mas também no caso da Maia e dos Anjos, na Ilha de Santa Maria, da Caloura e do Faial da Terra na Ilha em São Miguel, de algumas fajãs de São Jorge, do Varadouro no Faial ou na Fajã Grande nas Flores e porque não em toda a Vila Nova do Corvo.
Porque não o investimento público de passar a rede de cabos de electricidade e telefone bem como a iluminação pública para valas subterrâneas. Em toda a parte do Mundo, bem sei que as nossas Ilhas não fazem parte de toda a parte do Mundo, as localidades chamadas "water front", são valorizadas, a qualidade de vida dos que lá usam habitar ou passar temporadas mais ou menos prolongadas é preservada, o ambiente é cuidado e nenhum pormenor é deixado ao acaso. Há anos visitei algumas zonas costeiras da Nova Inglaterra, frequentadas por milhares de turistas, Rockport é um exemplo, raramente encontrei emaranhados de fios a ferirem o azul do céu.
Já sei, vão dizer-me que o que eu quero é ter uma vista ainda melhor e que é tudo uma questão de egoísmo. Não, não vale a aplicação de golpes baixos. Eu gosto mesmo disto, com ou sem postes, com ou sem esplanadas, com ou sem areia, com ou sem bandeira Azul. É precisamente por gostar tanto deste lugar que me dou ao trabalho de pensar no seu futuro.
Diário de um camionista III
Eu gostava mesmo era de ser poeta, pintor e também surfista mas mais, mais, era mesmo poeta.
Porque "o poeta é um fingidor".
Porque "ser poeta é ser mais alto".
Ouço o António Valente no ASAS. Ser poeta em Santa Bárbara é que era.
Mas eu não sou poéta nem sou fingidor nem sequer sou alto no sentido que Sofia dava à palavra.
Sou um camionista, cansado, mas feliz.
6 de julho de 2006
DESPORTO SA ?
APOIOS FINANCEIROS E FISCALIDADE
Artigo 45.º
Apoios financeiros
1 - (...)
2 - Os clubes desportivos participantes em competições desportivas de natureza profissional não podem beneficiar, nesse âmbito, de apoios ou comparticipações financeiras por parte do Estado, das Regiões Autónomas e das autarquias locais, sob qualquer forma, salvo no tocante à construção ou melhoramento de infra?estruturas ou equipamentos desportivos com vista à realização de competições desportivas de interesse público, como tal reconhecidas pelo membro do Governo responsável pela área do desporto.
Esse Decreto Legislativo Regional fica, em meu entender, ferido de constitucionalidade com a aprovação da nova Lei de Bases do Desporto. Assim, de acordo com a clausula acima transcrita, o Governo Regional e as Autarquias ficam impossibilitadas de apoiar os clubes. Assim sendo, temo que iremos assistir a uma diarreia de apoios da SATA, da ATLANTICOLINE SA, da ANIMA, ainda vão inventar um qualquer interesse em que a ILHAS DE VALOR apoie uma equipa da Terceira e quem sabe não vai aparecer por aí uma equipa de coxos patrocinada pela SAUDAÇOR.
Diário de um Camionista II
Contudo, este lugar tem os seus encantos, tem mesmo encantos que compensam os desencantos.
5 de julho de 2006
Texto sem nexo.
Eu paro e olho o garajau que rodeia a baixa aqui mesmo à frente dos olhos, tem uma beleza singela, gosto cada vez mais de coisas simples. Gosto cada vez mais de São Lourenço no mês de Julho. Todos os lugares bonitos do mundo tornam-se insuportáveis em Agosto. Imaginem, agora querem fazer um festival de rock nesta linda baia. Não sabem mais o que fazer para tornar isso num lugar vulgar, igual a outro qualquer. Os lugares valem pelas suas idiossincrasias, mas esta gente é ignorante e como todos os ignorantes é atrevida e como todos os atrevidos faz asneira. Resta-nos ir reclamando, cada vez mais, para ver se entendem um dia, tenho poucas esperanças, mas ainda tenho algumas.
4 de julho de 2006
Das duas uma
Diário de um camionista I
Que mais pode escrevinhar um camionista no seu diário. Pisca para a esquerda, pisca para a direita. Trava, engata a bomba do hidráulico da caixa, larga a embraiagem. Dampa , arreia a caixa e andor. De permeio um piropo "olha a boa". Não, não é um piropo dos "senhores das obras" é mesmo um piropo de um camionista. Sim que um camionista não é um gajo qualquer, a malta não deixa os seus créditos por mãos alheias, não é qualquer par de pernas que ouve um piropo de um camionista.
3 de julho de 2006
Melhores dias virão
2 de julho de 2006
Sem brasileiras e sem guitarras
Os Be-dom vão subir ao palco do Festival Maré de Agosto, na Ilha de Snata Maria no dia 18, primeiro dia do festival.
Entretanto se pretendem ir a Santa Maria fora do rebuliço de mês rei do Verão e gostam de musica, podem aproveitar para visitar o lugar dos Anjos nos dias 13, 14 e 15, onde a Associação Cultural Escravos da Cadeinha leva a efeito a 3ª Edição do Santa Maria Blues.
Novo serviço VIP da SATA-Internacional.
1 de julho de 2006
Mais atrasos no "Bahía de Málaga"
Assumam definitivamente que o cais não tem condições e tratem de o adaptar, com recurso a explosivos e dragagens. Cada cêntimo gasto em soluções cosméticas é crime de lesa património.
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