7 de julho de 2006

Investir é para melhorar.


Olho o mar à minha frente. Mesmo diante dos olhos tenho um poste de média tensão, à esquerda e à direita mais outros dois que também servem a iluminação pública. Paro e ponho-me a pensar. Ora aqui está uma coisa em que as associações de amigos dos locais (coisa muito na moda pelas nossas ilhas) deveriam interferir.
Não apenas no caso de São Lourenço mas também no caso da Maia e dos Anjos, na Ilha de Santa Maria, da Caloura e do Faial da Terra na Ilha em São Miguel, de algumas fajãs de São Jorge, do Varadouro no Faial ou na Fajã Grande nas Flores e porque não em toda a Vila Nova do Corvo.
Porque não o investimento público de passar a rede de cabos de electricidade e telefone bem como a iluminação pública para valas subterrâneas. Em toda a parte do Mundo, bem sei que as nossas Ilhas não fazem parte de toda a parte do Mundo, as localidades chamadas "water front", são valorizadas, a qualidade de vida dos que lá usam habitar ou passar temporadas mais ou menos prolongadas é preservada, o ambiente é cuidado e nenhum pormenor é deixado ao acaso. Há anos visitei algumas zonas costeiras da Nova Inglaterra, frequentadas por milhares de turistas, Rockport é um exemplo, raramente encontrei emaranhados de fios a ferirem o azul do céu.
Já sei, vão dizer-me que o que eu quero é ter uma vista ainda melhor e que é tudo uma questão de egoísmo. Não, não vale a aplicação de golpes baixos. Eu gosto mesmo disto, com ou sem postes, com ou sem esplanadas, com ou sem areia, com ou sem bandeira Azul. É precisamente por gostar tanto deste lugar que me dou ao trabalho de pensar no seu futuro.

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