Os comentários ao meu "post" anterior suscitaram-me este texto que por ser um pouco longo publico sob esta forma.
Caro Guilherme
Obrigado por meter retirado da sua lista de culpados.
Acrescento:
Os Micaelenses, são talvez, dos Açorianos, as mãos acomodados, os menos reivindicativos e os que, por terem mais horas dedicadas ao trabalho, mais acções demonstram em vez de palavras. Ao longo dos tempos, São Miguel foi a Ilha quer menos influência sofreu do exterior. Não tivemos Americanos nem Ingleses nem Franceses, nem companhias do Cabo Submarino.
Isso tornou os Micaelenses mais embrutecidos mas também mais auto-suficientes.
Por isso, quando algum micaelense mais influente reclama das autoridades ou até mesmo dos seus pares mais regalias e mais investimento para a Ilha, é tido, nas restantes Ilhas do arquipélago, como um perigoso bairrista e centralista. São problemas culturais que não vamos conseguir ultrapassar enquanto tivermos o sistema de governo e de eleição que temos, sistema este que permite níveis de poder muito diferentes entre as Ilhas.
Por outro lado, enquanto se nomearem pessoas para cargos de grande responsabilidade só pelo facto de viverem aqui ou ali. Enquanto for a lógica da distribuição territorial a definir quem ocupa que cargo, continuaremos no mau caminho. Isto era o que eu esperava se tivesse mudado em 1996, por isso me desiludi tanto com o meu Partido e com o Partido Socialista.
Exemplo:
Vai ser investido mais dinheiro na recuperação do farol dos chapelinhos do que em qualquer das lagoas de São Miguel. Isso não é bairrismo, é uma constatação de facto.
Porque razão o GRA não fez um esforço para classificar a bacia das Sete Cidades património Mundial? Eu respondo: Porque o Senhor Secretário está na Horta e vê o Pico todos os dias mas só vem a São Miguel a congressos, conferências e ao Conselho de Governo. O Sr. Secretário precisa de andar de "jeep" e pé pelas nossas Ilhas todas, para as conhecer. Eu até acho que o nosso Secretário do Ambiente deve ser alguém que conheça muito bem as Nove Ilhas dos Açores, por dentro e por fora, desde o mais bonito dos lugares até ao mais entranhado pardieiro. Nunca uma ave de arribação que encontrou nos açores um oásis onde se instalar com todas as mordomias.
Com a agravante da pessoa em causa ser incompetente e arrogante.
30 de setembro de 2004
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