11 de julho de 2018

Pelos Caminhos da Paz_O Romeiro_ A Crença


Pelos Caminhos da Paz

“Dentro de mim existe uma luz/ que me mostra por onde devo andar (…)” estes são versos de uma canção que quase todos conhecemos e cantamos nas nossas caminhadas de fé e esperança. Na verdade, este caminho que nos indica essa luz interior que é a palavra de Deus pelas sagradas escrituras e a fé inoxidável de um Povo que secularmente nos foi transmitida pela força das evidências, não é o caminho no sentido literal do termo mas sim o caminho da nossa salvação, da nossa vida eterna e é esse caminho que o romeiro caminhante, homem de fé, deve procurar percorrer todo o ano e em paz.
Nós Romeiros, temos, no entanto, uma responsabilidade acrescida perante a restante comunidade cristã. Além de homens de fé somos homens em quem os outros Homens depositam muitas das suas esperanças e nunca poderemos olvidar-nos desta enorme responsabilidade. Aqueles que nos pedem orações, aqueles que muitas vezes nos seguem em silêncio com os seus olhares húmidos, depositam em nós, muitas vezes, a última das suas desesperadas esperanças. Temos de ter uma clara noção dessa nossa responsabilidade perante o Homem e o nosso Deus.
Na verdade, nos tempos que correm, mais do que uma penitência, mais do que o cumprir de uma promessa por agradecimento por uma graça recebida, a Romaria Quaresmal é um instrumento fundamental para a evangelização. Dai que, algum clero que durante muito tempo se arredou das Romarias, recentemente se tenha aproximado e acarinhado esta gigantesca manifestação de fé popular. Foi ciente do potencial evangelizador das romarias quaresmais que, por exemplo, D. António de Sousa Braga as acarinhou como nenhum outro bispo de Angra alguma  vez o havia feito.
Diz-nos o evangelista Mateus:  "Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram". É essa busca do caminho da vida, da porta de entrada nesse lugar de paz que fazemos no nosso-dia-a-dia, é essa evangelização diária, permanente, que temos obrigação de fazer junto daqueles que em nós depositam fé e esperança.

Nuno Barata
Rancho de Santa Clara.
Publicado no suplemento o Romeiro do Jornal A Crença na sua edição de 2018.07.06

Sem comentários:

Arquivo do blogue