30 de novembro de 2005

Morreu há 70 anos

Abismo

Olho o Tejo, e de tal arte
Que me esquece olhar olhando,
E súbito isto me bate
De encontro ao devaneando -
O que é sério, e correr?
O que é está-lo eu a ver?

Sinto de repente pouco,
Vácuo, o momento, o lugar.
Tudo de repente é oco -
Mesmo o meu estar a pensar.
Tudo - eu e o mundo em redor -
Fica mais que exterior.

Perde tudo o ser, ficar,
E do pensar se me some.
Fico sem poder ligar
Ser, idéia, alma de nome
A mim, à terra e aos céus...

E súbito encontro Deus.

Fernando António Nogueira de Pessoa

Defesa do consumidor

Desde que assinei pela primeira vez a revista proteste, nunca mais deixei de ser assediado pela DECO com brindes e publicações e correspondência publicitária. Hoje decidi. Vou fazer queixa da DECO à DECO!!!!

Que impere o bom senso

Agora que a Câmara da Ribeira Grande está ganha, espero tenham o bom senso de esquecer a ideia peregrina de levar a sede do IROA para a cidade nortenha. Ah! Mas não se lembrem de a levar para as Capelas.

"Línguinhas de prata"!

Mais logo, pelas 21h20m, na nossa RTP-Açores "Língua Afiada". Análise e debate, em directo, por um painel de quatro comentadores, dos temas mais em foco na actualidade.Programa politicamente incorrecto, que irá falar sobre tudo o que se passa de mais relevante na sociedade açoriana, tendo sempre três comentadores permanentes - Pedro Arruda, Nuno Barata e Nuno Mendes - e um quarto comentador que vai sendo convidado pelo restante painel todas as semanas."Língua Afiada" um programa apresentado pelo jornalista Vasco Pernes. O comentador convidado desta semana é Rui Moreira da Silva Coutinho,conhecido mundialmente pelo alcunha de Maracujá, cientista, vulcanólogo da Universidade dos Açores e ex Director Regional do Ordenamento do Território e Recursos Hidricos, cabe-lhe bem o epiteto de pensador livre. Certamente vamos falar de muitas coisas e de outras tantas.
Este programa é emitido em directo e pode ser visto nos Açores através da RTP-a e no resto do Mundo clicando aqui e bastando, para isso, possuir ou fazer o download do programa real player
A língua já foi ao esmoril. Até logo.

Não...

... não morri nem estive doente nem estive em lugar sem Internet. Estive (sempre cá) sim, (tive)3 dias de muito trabalho e muita atenção dedicada a dois dos meus sócios espanhóis que raramente vêm aos Açores. Três dias de uma volúpia estonteante que quase me faziam esquecer o falar português. 3 dias sem postar e sem sequer visitar os blogues amigos e inimigos. Prometo mais assiduidade "por estas fechas". Amanhã celebra-se, em Portugal, a restauração da independência em 1640. Quanto mais lido com "nuestros hermanos" mais me convenço que era Miguel de Vasconcelos "quien ténia razón".

27 de novembro de 2005

Genial...

... este post do Alexandre Borges no seu O Boato
quantos problemas tem Portugal?
Assim de repente, consigo lembrar-me de uns 10 milhões

Companheira


Vela, originally uploaded by foguetabraze1.

Já aqui escrevi sobre esta minha vela que me acompanha há cerca de 25 anos. Está definitivamente colada num canto da minha secretária e os seus pingos já quase chegam ao soalho. Vinte e cinco anos de uma relação de intimidade, essa é a companheira de todas as solidões, a inspiradora de formas e conteúdos ,a cúmplice da minhas cogitações.

26 de novembro de 2005

25 de novembro de 2005

Um post à laia de comentário


O André Bradford lançou a pergunta: Quanto é que ganha Berta Cabral?

Na minha prespectiva ganha mal, ganha mesmo muito mal. Talvez por isso essa ânsia de procurar subterfúgios para ganhar mais. Eu não entro nessa onda demagógica sobre os ordenados dos políticos. Estes, os políticos, ou são bem pagos ou então não passamos de presidentas de coroação em vestido Azul cuecas.

...

...O CÚ vai ser testado nos Açores...EhEhEh!!!

Boa noticia

O mais recente jotnal diário dos Açores já está on-line. É aqui

Finalmente Livres!

Hoje há 30 anos, Portugal libertou-se de uma ditadura comunista que tinha tomado conta do País depois de derrubar uma abjecta ditadura Salazarista. Graças ao chamado grupo dos 9 e ao trabalho - ainda quase nada reconhecido - de Ernesto Melo Antunes "O sonhador pragmático".

24 de novembro de 2005

"Aviões já, SCUT depois..."

A confirmar-se a noticia vinda a público no Jornal dos Açores, (sem edição on-line) estamos perante uma medida acertada, será que finalmente essa gente (políticos do poder) percebeu que a SATA é a nossa melhor "auto-estrada"?
As opções pela nova frota é que não me parecem muito apropriadas para quem pretende um crescimento e melhoria desse tipo de transporte. Na verdade, quer o ATR da nova geração 500 produzido pela consórcio ALENIA e EADS, e não pela Airbus como foi noticiado, quer o Dash da Bombardier, não são aviões muito diferentes dos actuais ATP.
O ATR 72-500 na sua versão 68 ou 72 passageiros continua a ter um défice no espaço de carga que não pode ir além dos 10,6 m3 com limitação de peso máximo à descolagem na ordem das 22 toneladas. O Dash na sua versão para 68 passageiros tem um limite de 14m3 de carga, um pouco melhor, com um Maximum take-off weight de 28 toneladas, logo com maior disponibilidade de carga e bagagem.
ATR 72/500 da Alitalia
Contudo, o Dash vem equipado com motores menos económicos já que o motor PW 150 que o equipa tem mais potência do que o PW 127F que equipa o ATR, ambos são da geração dos chamados motores ecológicos (green motors).
Dash da companhia aérea FLYBE
Os dois são aviões de asa alta o que é desaconselhado para voos sobre o mar já que o seu poder de flutuação é menor.
As duas aeronaves têm a seu favor o facto de estarem equipadas com motores canadenses PW (Pratt & Witney), fabricante que motoriza os actuais ATP. Isso deverá constituir uma vantagem.

23 de novembro de 2005

Como já vai sendo costumeiro...

... mais logo, pelas 21h20m, na nossa RTP-Açores "Língua Afiada". Análise e debate, em directo, por um painel de quatro comentadores, dos temas mais em foco na actualidade.Programa politicamente incorrecto, que irá falar sobre tudo o que se passa de mais relevante na sociedade açoriana, tendo sempre três comentadores permanentes - Pedro Arruda, Nuno Barata e Nuno Mendes - e um quarto comentador que vai sendo convidado pelo restante painel todas as semanas."Língua Afiada" um programa apresentado pelo jornalista Vasco Pernes. O comentador convidado desta semana é Paulo Simões o director do mais antigo jornal português. Certamente vamos falar do rescaldo do Congresso do Partido Socialista dos Açores, do Orçamento regional, das trapalghadas de Sócrates, dos Aviões da CIA, eo o mais que se verá.
Este programa é emitido em directo e pode ser visto nos Açores através da RTP-a e no resto do Mundo clicando aqui e bastando, para isso, possuir ou fazer o download do programa real player
A língua já foi ao esmoril. Até logo.

22 de novembro de 2005

2anos2

Dois anos de Causa Nossa. Muito embora sejam apenas as causas deles que não as minhas, este é um blogue de visita diária. Parabéns e votos de muitas causas.

Trapalhadas

Estará Portugal destinado a viver em permanente trapalhada?
Parece que sim.
Depois das trapalhadas, com o Fundo Social Europeu, os hemofílicos de Évora, o Alumínio, as derrapagens orçamentais do Centro Cultural de Belém, o ZéZé Beleza, o Melancia e Macau, que levaram Cavaco Silva a sair do Governo e abandonar Portugal, foi o pântano de trapalhadas em que nos mergulhou o Eng. Guterres ea sua tralha.
Num ápice apareceu e fugiu par a Comissão Europeia o Zé Manel, não, não é o taxista do Benfica é ou outro o Cherne Barroso que nos deixou o Calimero Lopes na incubadora.
Eis que na esperança da trapalhada se esfumar, os Portugueses deram uma reforçada confiança ao Eng. da co-incineração. Tudo parecia ir bem até que no debate do orçamento de estado as trapalhadas começam a aparecer. Se a intuição da altura me levou a acreditar que quem mentia era César, passadas 24 horas já não tinha dúvidas que a mentira vinha do Primeiro Ministro. Que feio, um Primeiro Ministro mentir à Assembleia da Republica e consequentemente a todos os Portugueses.Hoje o Primeiro-ministro de Portugal aparece de novo envolvido num episódio do disse que disse e que não disse. Já não há intuição que lhe valha, agora não tenho dúvidas que é o Secretário Geral do Partido Socialista e Primeiro-ministro quem mente.

21 de novembro de 2005

Orelhas "moucas".

Vi com especial desagrado uma nota de reportagem feita hoje pelo Pedro Moura no programa Bom Dia da RTP-a, sobre a enorme poluição provocada pelo abandono de sacos para o transporte de alimentos compostos e fertilizantes para uso na agro-pecuária.
Deveria aqui dizer que é uma maçada estar à frente no tempo, mas não o vou dizer, vou mesmo dizer que é uma grande Porra estar á frente no tempo. Deixa-me fulo ter razão antes do tempo.
Estávamos no final da legislatura 1996/2000, César já sabia que no final daquele ano teria uma maioria absoluta, as coisas corriam de feição. Mesmo assim, no cumprimento das funções que me foram confiadas, apresentei em 18 de Janeiro de 2000, na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, um requerimento sobre essa questão, prevendo já um futuro agente poluente. A resposta tardou mas sempre chegou ao plenário em 12 de Abril. O documento de resposta não está, infelizmente, disponível on-line, mas dizia o então Secretário Regional do Ambiente, Dr. Ricardo Rodrigues, que a Secretaria da tutela estava atenta ao assunto. Já lá vão quase 6 anos e muitas mais reportagens vamos ter que ver para que uma solução seja encontrada. Escusado será falar dos interesses existentes entre Ricardo Rodrigues, a Associação Agrícola e a Cooperativa União Agrícola, o primeiro agente económico a comercializar esses produtos em sacos sintéticos e a quem não dava jeito nenhum mudar para o papel.

20 de novembro de 2005

Unidos para nos tramar

A Alemanha viu, esta semana, nascer uma "grande coligação", uma espécie de acordo de regime entre os dois maiores grupos políticos, a CDU/CSU e o SPD. Angela Merkel, dos democratas cristãos alemães, será a nova chanceler. Se uns defendem que o maior vencedor desse processo de 4 semanas de negociações é a cultura política alemã, outros entendem que os pactos de regime são um processo antidemocrático.

18 de novembro de 2005

Democracia corporativa? Não obrigado!

Há muito que venho chamando à atenção do perigo de estarmos a entrar numa fase de reforço da democracia corporativa, em detrimento do mais natural e puro sistema democrático, o parlamentar.
As Assembleias da república e regionais são uma espécie de bombo em que todos entendem bater. Fica bem bater nos deputados, nos adjuntos, na instituição, mas esquecem-se que essa é a casa dos representantes legítimos do Povo e o garante único do funcionamento da democracia. O parlamento é a democracia, é o reflexo de um Povo, o espelho de uma Nação. Ao bater-lhe estamos a bater em nós próprios, e a quebrar o espelho em que nos vamos ver distorcidos. O texto abaixo é do Rodrigo Moita de Deus que o publicou no Acidental e pode ser uma boa achega para a reflexão sobre o papel que a corporações estão a ter em Portugal.

16 de novembro de 2005

Atenção é Hoje às 21h20m, hora dos Açores

Mais logo, pelas 21h20m, na nossa RTP-Açores "Língua Afiada". Análise e debate, em directo, por um painel de quatro comentadores, dos temas mais em foco na actualidade.Programa politicamente incorrecto, que irá falar sobre tudo o que se passa de mais relevante na sociedade açoriana, tendo sempre três comentadores permanentes - Pedro Arruda, Nuno Barata e Nuno Mendes - e um quarto comentador que vai sendo convidado pelo restante painel todas as semanas.?Língua Afiada? um programa apresentado pelo jornalista Vasco Pernes. O comentador convidado desta semana é André Rodrigues. Certamente vamos falar do Congresso do Partido Socialista dos Açores, da candidatura de Costa Neves à presidência do PSD-Açores e de outros temas se sobrar tempo. Sim, se sobrar tempo. É que este não é um programa formatado em que se passa ao tema seguinte mesmo antes do anterior estar totalmente dirimido.
Este programa é emitido em directo e pode ser visto em todo o mundo clicando aqui e bastando, para isso, possuir ou fazer o download do programa real player
Até mais logo.

Adivinha

Sobre que pessoa foi escrita a seguinte frase:
"Conhecidos de todos são o seu empenhamento cívico, corajoso, de homem livre, o respeito pelos compromissos e a assunção plena, desassombrada e muito manifesta da cidadania."
Dá-se um caramelo a quem adivinhar.

Bem a propósito

Abaixo el-rei Sebastião


É preciso enterrar el-rei Sebastião
é preciso dizer a toda a gente
que o Desejado já não pode vir.
É preciso quebrar na ideia e na canção
a guitarra fantástica e doente
que alguém trouxe de Alcácer Quibir.

Eu digo que está morto.
Deixai em paz el-rei Sebastião
deixai-o no desastre e na loucura.
Sem precisarmos de sair do porto
temos aqui à mão
a terra da aventura.

Vós que trazeis por dentro
de cada gesto
uma cansada humilhação
deixai falar na nossa voz a voz do vento
cantai em tom de grito e de protesto
matai dentro de vós el-rei Sebastião.

Quem vai tocar a rebate
os sinos de Portugal?
Poeta: é tempo de um punhal
por dentro da canção.
Que é preciso bater em quem nos bate
é preciso enterrar el-rei Sebastião.

Manuel Alegre, O canto e as armas

Da direita liberal a Manuel Alegre

Não sou dessa direita mesquinha e conspirativa, incapaz de fazer oposição externa e que, por isso, se entretêm na guerrilha interna. Mas também não sou dessa outra que de estrondosa em estrondosa derrota vai assobiando para o ar como se se pudesse fazer politica numa espécie de limbo. As direitas, portuguesa e açoriana, carecem de líderes que as congreguem, que arregimentem as suas tropas.
Durante dez anos, Cavaco Silva tentou ser esse líder da direita portuguesa. Terá convencido os mais distraídos, não me convenceu a mim. Por detrás da uma atmosfera de rigor e de obra em curso, escondiam-se centenas de trapalhadas que mais tarde vieram a revelar-se erros estratégicos colossais.
Uma gestão social-democrata pura, assente no aumento do estado social e a manter a economia aquecida com base em grandes obras públicas e regimes monopolistas do estado em sectores estratégicos levaram o país ao túnel em que se encontra hoje. Parecendo um liberal convicto, Cavaco governou o país sem qualquer tipo de liberalismo. As reprivatizações foram encaradas não como uma forma de devolver a economia aos cidadãos mas sim do estado arrecadar riqueza para investir em obras de regime. A abertura de novos negócios à iniciativa privada, como foi o caso da televisão, assentaram em jeitos aos amigos, primeiro ao amigo da imprensa depois ao amigo clero.
A verdade porém é que muita gente da área da direita liberal, ainda hoje, se revê em Cavaco Silva.
À falta de um candidato das verdadeiras direitas portuguesas, votarei no poeta Manuel Alegre. Esse, ao menos, encara a politica com romantismo e sentido de servir, eu não a encaro de outra forma.
Bem sei que os amiguinhos de Mário Soares andam irritadiços, dizem que Alegre apenas se candidatou para ir contra a sua candidatura, aceito. Mas não foi Soares que apresentou a sua candidatura contra Cavaco? Se é legítimo Soares tentar evitar o passeio de Cavaco pelas Presidenciais, não é igualmente ou mais legitimo ainda, Manuel Alegre tentar travar a arrogância de um Mário Soares que se julga dono da liberdade e da democracia?
Alegre uma coisa já conseguiu. Tal como Soares em 1985, Alegre conseguiu arregimentar apoios nessa tal direita liberal e ao centro, Soares perdeu-os.
Sái mais uma sondagem por favor!

15 de novembro de 2005

Segunda sessão

Pareceu-me ler de soslaio num pasquim qualquer da aldeia que Paulo Portas pretende liderar a bancada parlamentar do CDS-PP.
Onde foi que eu já vi esse filme?

Crescimento quase nulo

O Banco de Portugal reviu em baixa o crescimento da economia. Claro que não podem ser imputadas culpas a um governo com pouco mais de 10 meses de governação. Quem o fizer está a entrar num registo de demagogia pura e crua.
Contudo, deveremos olhar para este indicador com muitas cautelas. Não será essa obsessão pelo défice, que dura desde 2002, que está a retrair os investidores, nomeadamente o pequeno e médio investidor? Obviamente que sim. Numa economia ainda demasiado dependente do Estado, quando este aperta o cinto a economia tem que ressentir-se forçosamente. O Estado não tem que apertar o pescoço aos portugueses tem que emagrecer ele mesmo, na sua despesa corrente, para poder libertar capital para investimento. Tal como as medidas tomadas para combater o défice, essas que aponto também estão nos livros simplesmente são muito mais difíceis de aplicar e mexem com o bolso de quem se cruza nos corredores do poder diariamente. Por isso?

Presidente mas não líder

Um Carlos Costa Neves, desempregado da política, mais uma vez na corrida à liderança do PSD-Açores contra Américo Viveiros, é a repetição de um erro estratégico colossal. "Ó glória de mandar, ó vã cobiça dessa vaidade a quem chamamos fama?" escreveu, sábiamente, Camões .
Que medo terá esse PSD de ter Américo Viveiros como presidente?
Que diferença fará?
Essa gente ainda não percebeu que tem uma líder natural?
Porque não quererá essa líder assumir a Presidência do PSD?
Terá rabos-de-palha?
Será medo de defrontar César?
Será simplesmente por não querer? Será apenas por estar comprometida com Ponta Delgada?
O PSD-Açores vai ter um novo Presidente mas continuará sem um líder!

SA

Devido às contingências orçamentais a que está sujeito o Orçamento Regional, o Governo dos Açores desatou a criar sociedades anónimas a tordo e a torto, para ultrapassar o problema do endividamento. Falta criar a Sociedade anónima para tratar do gato da vizinha.
Eles não devem nada a ninguém mas também entenderam criar uma Sociedade Anónima de estrutura accionista devidamente identificada. O Nuno Mendes e o Rui Lucas são os primeiros investidores. Boa sorte e boas "postas".

Hoje há um ano...

...eu escrevia sobre a incapacidade de Vítor Cruz de liderar o PSD-Açores, não me enganei. Nem um bocadinho.

13 de novembro de 2005

Dire Straits


Mark Knopler, originally uploaded by foguetabraze1.

Mais daqui a pouco na RTP 1 Dire Straits on the night. Mark Knopler and friends , a não perder, uma das melhores bandas de sempre.
Dire Straits on the night é um disco de 1992, com Musica de Mark Knopfler e produção de Mark Knopfler, Guy Fletcher e Neil Dorfsman .
O album encerra os temas Calling Elvis; Walk of life; Heavy fuel; Romeo and Juliet; Private investigations; Your Latest trick; On every street; You and your friend; Money for nothing (Mark Knopfler e Sting); Brothers in arms.
É à meia noite e quinze minutos no canal de serviço público.

O Parque da Cidade


Recanto, originally uploaded by foguetabraze1.

Viver no centro da cidade foi uma opção da qual não me arrependo. Além de muitas outras vantagens, não tenho que pagar o jardineiro para ter o prazer de desfrutar de um espaço como este. O Jardim de António Borges, está como nunca, um lugar aprazível, onde a família se pode reunir numa manhã de Domingo. Enquanto as crianças se divertem nas "arredouças" perco-me pelas suas veredas e recantos de máquina fotográfica em punho tentando captar aqui e ali o momento do dia. O jardim está vazio, dois guardas, duas crianças, duas mães e dois turistas nórdicos. É caso para dizer, merecíamos cidadãos melhores.

12 de novembro de 2005

Pelas entranhas da Ilha


Trilho na encosta do Pico da Barrosa
O dia de hoje foi passado no interior da Ilha, entre a Vila da Lagoa e a Serra de Água de Pau. Na companhia de velhos e novos amigos e com a natureza por perto. Desde o Pico da Mariana até à nascente da encosta da Barrosa, com regresso pelo trilho da adutora, seguindo os aquedutos e o emaranhado de conteiras e silvados, cá chegamos e registamos alguns momentos, daqueles que não se mostram aos turistas.

Aqueduto

11 de novembro de 2005

Vale a pena ler isto

"Vasco Pereira da Costa já se devia ter demitido". Vale a pena ler esta entrevista do Ricardo Lalanda ao Expresso da Nove, lúcido, humilde e sistemático, coisas que até parecem impossíveis tratando-se de quem trata.

10 de novembro de 2005

Pinóquio e a Borboleta Mágica

Na história de Mário Collodi, escrita na Itália do final do Sec. XIX, a borboleta perguntava onde morava Pinóquio e esse mentia. A borboleta repetia a pergunta, e ele dava a mesma resposta, que não tinha morada. "Mas, de cada vez que mentia, o nariz crescia-lhe mais um pouco, pelo que não conseguiu enganar a Borboleta Mágica."
Quem nos estará a enganar, O Primeiro-ministro? Ou o Presidente da Governo regional dos Açores? Nesse último caso, o Grilo Falante, já veio a terreiro dizer que o Senhor Presidente do Governo, não tem por hábito faltar à verdade aos Açorianos. Esperemos o desenrolar dos acontecimentos mas que isso vai ter que ser muito bem explicado, ai isso vai.

9 de novembro de 2005

Porque hoje é Quarta-feira

É dia de afiar a língua. Não perca mais logo à noite na nossa RTP-Açores o programa de que mais se fala nas ruas dos Açores. É verdade! Ainda vamos para o 3º programa e já tenho muita dificuldade em atravessar a cidade sem ser interpelado por um ou dois cidadãos. Uns abonam outros desabonam mas todos falam da "língua afiada" de quarta-feira à noite.
Já se sabe! Hoje vamos falar de Costa Neves, dos conceitos de autonomia de Jorge Sampaio, das relações financeiras de cabeceira entre César e Sócrates, do serviço público de televisão e dos recentes acontecimentos em França na perspectiva das suas implicações na Região. Sim eu não disse Açores mas escrevi Região, essa entidade conceptual que, segundo Medeiros Ferreira, serve de argumento para nos afirmarmos e nos "fazermos representar nas mais altas instituições da União Europeia".
Para ver e comentar aqui no sempre vosso Foguetabraze, o blog mais desinibido dos Açores e arredores.

8 de novembro de 2005

Mujahedines Franceses V

A sociedade das formigas é uma sociedade igualitária. Todas as formigas trabalham para o bem do formigueiro. Não existem divisões nem conflitos de interesses. Todas as formigas têm o mesmo interesse, garantir a sobrevivência e a reprodução da comunidade. O formigueiro é o estado socialista ideal. Mas o formigueiro só é possível porque não é uma verdadeira sociedade. Todas as formigas têm exactamente o mesmo código genético.
Tirado do Blasfémias, um blogue que nem faz parte da minha lista de favoritos mas vai passar a fazer.

Mujahedines Franceses IV

É claro que eu não vou deixar passar em claro o post do ToZé no seu Ardemares, nem os últimos comentários do Ezequiel aqui no foguetabraze. Comecemos pelo fim.
Caríssimo Ezequiel, certamente leste o meu post na diagonal, incomodou-te aquela questão da genética e então desatas a chamar-me nomes como d Le Pen, Häider e outros epítetos que não me cabem nem sequer de longe. Que a questão é racial, acho que já ninguém tem dúvidas, que tem motivações religiosas com espirito de contra-cruzada, também acho que ninguém duvida. Contudo vejo que em relação à questão genética todos se alarmam, se indignam, se refugiam no mais elementar dos humanismos porque não a querem aceitar. Desculpa que te diga mas o teu exercício foi demagógico e como sabes tenho um defeito que tu também assumes ter, ambos dizemos o que nos vai na alma.
Tenho pena que te tenhas despedido do foguetabraze, de ando aliás já andavas bem arredio, espero que voltes que eu cá não vivo de ressentimentos nem me deixo agastar por coisa tão pequena, terias de me ofender muito mesmo para eu não te perdoar, Amigo.
Caríssimo ToZé.
As diferenças genéticas, nos animais e por força de razão nos Homens, são, do ponto de vista cientifico, inquestionáveis. Não me digas que acreditas no Pai Natal? Embora não existam estudos muito divulgados, existem vários trabalhos publicados em revistas da especialidade, na Nature, por exemplo, sobre este assunto.
Alguns negros poderosos, nos Estados Unidos, chegaram a encomendar a universidades e laboratórios de genética, estudos sobre as suas origens. Um desses estudos, publicado na Nature precisamente (ando à procura dele para te enviar), aponta para o facto de a grande maioria dos negros que foram escravos para a América do norte, serem escolhidos entre os melhores das suas tribos, os mais fortes, os mais sagazes, até entre os que davam mais luta, porque seriam submetidos a uma viagem de navio muito rigorosa e a condições muito adversas que os negreiros não arriscavam transportar Homens debilitados. Essa condição física, genética como sabes, fez do Negro norte americano um ser mais lutador e mais trabalhador do que outros noutras paragens, dai também a sua perseverança na luta pela emancipação.
O mesmo código genético que condiciona a cor da pele, dos olhos, a robustez dos ossos, a fragilidade do coração, o formato do nariz e das unhas dos pés, condiciona o tamanho e o ordenamento dos neurónios, dos nervos e dos tendões. Dirás que os meus estão desalinhados, já sei. Mas permite-me dizer-te que já estou habituado a que me digam isso, talvez por ter a ousadia de pensar e de o fazer não só sobre o que se passa à minha volta como sobre o que se passa no resto do mundo. O meu umbigo é muito pequenino e feio para me enfeitiçar.Isso não explica tudo. Claro que existem comunidades excluídas, onde nem por razões religiosas, nem por razões culturais nem genéticas a violência é uma constante, podemos ir aqui perto aos bairros degradados das nossas vilas e cidades fazer estudos rápidos. Embora aí, também a questão religiosa seja causadora de enormes letargias, esse seria outro debate. E também é claro que a solução para esses caso não passa por mudar a religião e a genética, muito menos pela simples repressão. Passa fundamentalmente pela educação e cultura, ou seja, como disse há dois post atras, educando sempre, reprimindo quando é preciso e responsabilizando quanto baste.

7 de novembro de 2005

Mujahedines Franceses III

Mujahedines Franceses II

Vem este post a propósito de um comentário que o ToZé deixou no texto Mujahedines Franceses .
Não ToZé! Não me venhas com esses romantismos. São essas atitudes que nos levam a esses becos sem saída (principalmente as da tua última frase inacabada e desistente de lutar). Não! Este é um assunto que interessa e muito. Interessa porque é de vária ordem. É racial, é religioso, é cultural e é genético. Caro ToZé, os portugueses nos anos 60 viviam escravizados e excluídos socialmente nos arredores de Paris. Não tinham assistência na doença, segurança social, subsídio de desemprego, rendimento mínimo e casas de alvenaria dadas pelo estado social, como têm os africanos de agora. Fundaram os bidonville e ajudaram a fazer da França o que ela é hoje e são reconhecidos por isso. Poderia dizer-te, demagogicamente, que a culpa é do estado social, como não hesitaram alguns em dizer que a culpa do que aconteceu em New Orleans era do Estado Mínimo. Não, não o direi, a culpa, nestes casos é dos próprios excluídos que mesmo excluídos vivem melhor nos guetos da Europa Social e da América Liberal do que nos seus países de origem. Não podemos continuar a culpar-nos pelas escolhas de estilo de vida que algumas populações negras, principalmente as muçulmanas, fazem para si próprias. Tomemos como exemplo os emigrantes asiáticos. Também eles são excluídos, também eles começam a sua vida nos guetos das grandes cidades europeias e americanas. Contudo, rapidamente pela força do trabalho, da inovação, do entrosamento se tornam em comerciantes, agricultores e industriais de enorme sucesso, os seus filhos estudam, integram-se e chegam a ocupar o poder. Repito a questão é racial, cultural, religiosa e genética e não é procurando culpados que se resolve, é educando sempre, reprimindo quando é preciso e responsabilizando quanto baste.
Esse é um debate que pode dar pano para mangas, espero não morra em dois ou três comentários como tem acontecido sempre que se debatem coisas sérias aqui no sempre vosso Foguetabraze. Disponham à vontade da caixa de comentários, é grátis.

Já aqui disse...

...que não voto Cavaco, nem voto Soares.
Depois de ouvir a entrevista de Manuel Alegre a Constança Cunha e Sá na TVI, agora há pouco, diria que estou muito mais próximo de Alegre do que do voto em branco do Saramago.

Factos 10

Já está nas bancas, desde Sexta-feira, o nº 10 da revista Factos. Um trabalho sobre a segurança dos Ultraleves motorizados e os voos na zona de segurança do Aeroporto João PauloII, é chamada de primeira página. A única revista de grande informação dos Açores, a ler e a comentar aqui no seu FOGUETABRAZE.

6 de novembro de 2005

Deficientes mentais? Só pode!


Deficientes mentais, originally uploaded by foguetabraze1.

Numa tarde de Domingo soalheiro, alguns motards optaram pelas esplanadas da cidade em vez de fazerem rolar os seus motociclos pelas estradas da Ilha. Essa atitude já é costumeira, tal como o é o facto de estacionarem a suas máquinas barulhentas nos lugares destinados aos deficientes. Fazem-no com razão. Quem não tem cartão de deficiente e estaciona nos lugares a eles destinados, é deficiente. Mental, certamente, mas deficiente, deviam tira-lhe a carta de condução.
P.Scriptum: Pouco importante será o facto de na esplanada estar muito bem sentado um Juiz, julgo que também ele motard.

Mujahedines Franceses

Um Ministro atribuiu-lhes o epíteto de "escumalha". Eles, em vez de mostrarem ao Mundo que não o são, fazem precisamente o contrário. Mostram ao mundo que são exemplares cidadãos Franceses que lançam o pânico nas ruas e fogo aos carros, às escolas, às lojas, aos edifícios públicos e aos transportes. Batem na pátria que lhes deu, pão, liberdade, assistência na doença, subsídios de integração e de rendimento mínimo. A pátria que lhes ensinou a palavra tolerância até mesmo quando as suas práticas religiosas atentam contra a dignidade humana.

Serviço público de televisão III

Lógicas da programação

Se é fácil definir quais as obrigações de serviço público segundo as lógicas da informação, assentes nos princípios básicos da ética jornalística, já no que concerne às lógicas de programação as opções pelos conteúdos são mais polémicas e logo mais difíceis de definir.
A abertura ao mercado do espectro televisivo veio, segundo José Rebelo, "tornar mais veementes as responsabilidades do estado" em termos de programação no serviço público de televisão. Dai a necessidade de se debater com o maior número possível de instituições, das mais diversas áreas da população, das artes, dos ofícios, do desporto, enfim da chamada sociedade civil, por forma a se encontrar um "espaço público critico e exigente". Ainda segundo José Rebelo, a lógica economicista da televisão estatal aponta para a redução de custos a toda a força. Essa lógica levará a uma "redução de conteúdos e consequentemente a uma redução de serviço público". Ainda segundo José Rebelo, é importante, em serviço público, "divertir, mas fazê-lo com inteligência". Fundamental é encontrar um equilibro na dicotomia, Interesse público e interesse do público. E se na primeira se podem optar por "soluções e conteúdos mais vanguardistas", na segunda presidem os critérios das audiometrias.
Para Sara Pereira da Universidade do Minho que nos falou de programação para crianças, além de existir pouca programação para infantis e juvenis, há pouco cuidado com os conteúdos. Segundo aquela investigadora, "o sector privado quebra as mais elementares regras da ética em televisão". Cabe ao serviço público, por isso, atender às "diferentes realidades socioculturais e à pluralidade de experiências de vida". Deve assim, promover uma educação para o consumo dos media.
Maria Emilia Brederode Santos, programadora educativa, falou-nos da componente formativa e educacional da televisão e de como a escolha de conteúdos pode contribuir decisivamente para a educação e formação dos telespectadores. Para tal era necessário saber que necessidade educativas existem e definir os novos públicos alvo.
O estado de incultura geral que, reconhecidamente, existe hoje no país passa obrigatoriamente pela televisão. Esta, a televisão, tem um papel importantíssimo na formação de crianças e jovens de classes sociais que não têm possibilidades de dar aos seus filhos mais do que a escola pública dá. Ou seja, há uma enorme faixa da população estudantil que não tem possibilidades de pagar actividades extra curriculares e que não pode contar com a ajuda da família já que esta é, muitas vezes, mais ignorante e iletrada do que o próprio aluno. Segunda a conferencista, a diferença entre os meninos das classes mais favorecidas e os outros está precisamente nos tempos livres e não na escola. Ou seja, a escola é praticamente igual para todos mas depois da escola há os meninos que têm apoio da família, ocupação com actividades culturais, musica, dança, ou desportivas, e há os meninos que depois da escola têm a rua e a televisão como actividade de ocupação dos tempos livres. É para esses que a escolha dos conteúdos em televisão pode fazer a diferença.

Seria de esperar mais jornalistas na plateia, mais profissionais de televisão, mais fazedores de opinião dos que proliferam nos media regionais, mais gente ligada aos partidos políticos, mais cidadãos livres, exigentes e irrequietos. Felizmente, não estavam representadas as corporações, começo a ficar aliviado quando não aparecem. Se as elites nesses dias, preferem aproveitar o sol, as compras e as conversas de café em vez de participarem no debate das questões a que todos dizem respeito, estamos conversados. Assim, estamos a demitirmo-nos das nossas obrigações e direitos de cidadania. Estranho é que sejam essas elites, ultrapassadas por demissão das suas obrigações enquanto tal que vêm, recorrentemente, criticar a ascensão de novos grupos de pensadores. A sociedade açoriana vive, de facto uma enorme revolução, ontem fiquei com essa certeza, discutem-se mais abertamente os temas sem os costumeiros receios e traumas de sermos pequenos. Contudo, como disse Conceição Garcia na abertura da sessão da tarde, estavam "poucos mas os melhores", até porque os melhores são sempre os que querem estar.

Dois anos :ILHAS

São dois anos de informação cultural, de critica de costumes, de participação na vida pública, de um profundo exercício de cidadania. São dois anos que os tornaram indispensáveis no nosso dia-a-dia.
Nestes dois últimos anos, o Alexandre Pascoal, o Carlos Guilherme Riley, o João Nuno Almeida e Sousa, o Pedro de Mendoza, o Vitor Marques e o ToZé enquanto lá esteve, fizeram um dos melhores blogs portugueses, quer na forma quer nos conteúdos.
Parabéns aos rapazes do :ILHAS.

5 de novembro de 2005

Serviço público de televisão II


Forum Açoriano, originally uploaded by foguetabraze1.

Lógicas da Informação

O debate começa a ser cada vez mais difícil de controlar pelos moderadores. A plateia não estava tão composta como ontem à noite, não havia "cãs grandes" como oradores. De qualquer modo deixem-me referir três notas breves sobre as intervenções desta manhã.
Paulo Simões lembrou a necessidade de se definir o conceito de serviço público de televisão nas lógicas da informação, para além do que está plasmado no decreto lei que o define. É a eterna questão da interpretação do espírito da lei e a ténue diferença entre as questões de facto e as questões de direito. Na opinião da Director do Açoriano Oriental, a "RTP-A, ao invés do passado ainda recente, tem aberto o seu sinal a espaços de opinião diversificados " e isso é bom.
Para o Pedro Bicudo, a informação é o coração da RTP-A e do serviço público, serviço público esse que é "o fermento da cidadania". Reforçou a ideia lançada ontem pela jornalista Teresa Tomé, de se criar a figura do provedor do espectador. Confesso que não sou grande adepto da ideia. As figuras providenciais, na minha opinião, criam mais letargias do que fermentos. A nossa, ainda deslastrada, democracia não precisa de mais provedores, precisa de mais cidadãos irrequietos. Segundo José Manuel Portugal, urge definir e demarcar a fronteira entre a informação e a ficção, alertando para os perigos da "neotelevisão" e do excessivo poder que as televisões adquiriram nos últimos anos. "O público consome escândalos desde que Caim matou Abel".

Serviço público de televisão I

Tal como previa, o debate da noite foi muito menos inovador do que o debate da tarde. Em primeiro lugar por ser um debate repetido, com mais de 10 anos, as mesmas promessas, quase os mesmos protagonistas e até se levantaram questões de 1983. E eu, ingénuo a pensar que se ia falar de futuro.
Ao contrário do que havia acontecido na tarde, onde os intervenientes não tiveram o peso de encher a sala mas regalaram os presentes com polémicas e questões bastante pertinentes sobre o serviço público de televisão.
Para salientar só as questões mais importantes, refiro a intervenção de uma Jovem Professora da Universidade do Minho, Helena Sousa. Fez uma resenha histórica da criação da televisão em Portugal e salientou a falta de independência da televisão pública em relação ao poder politico ao longo dos tempos. Apelou a uma maior participação cívica, salientando a bonomia das intenções do ex-Ministro Morais Sarmento em relação à 2: que não resultou para além do papel. Na verdade, a 2:, ao contrário do que se pretendia, não é feita pela chamada sociedade civil, pois são sempre os mesmos protagonistas e os mesmos conteúdos. Deixou ainda algumas perguntas no ar, "terá a sociedade civil pedido um canal de televisão?" "Quem, dessa sociedade civil, foi convidado a participar?" E ainda "quem tem condições para aceitar esse convite caso exista"?
Ficamos, ainda, sem saber que mecanismos podem garantir a isenção da RTP.
Tolentino Nóbrega, falou do serviço público de televisão na Madeira onde é tido pelo Governo "não como o órgão de informação regional mas como um órgão de propaganda", aqui nos Açores, cada vez é menos assim, felizmente.
Já José Grave da RTP-A, relembrou o papel que a televisão teve na consolidação da identidade açoriana e do reforço da ideia de região arquipelágica. Foi a primeira vez que ouvi alguém falar da importância estratégica da televisão nos Açores, não só como meio de divulgação das questões regionais pela totalidade das Ilhas mas também como meio de projecção dos Açores no Mundo.
Em meu entender, não nos devemos quedar pela satisfação de sermos capazes de nos conhecermos melhor uns aos outros por meio da RTP-A. Devemos mostrar ao mundo a nossa cultura e que somos capazes de discutir aqui, o que se passa em Tóquio, Nova Iorque ou no Irão. Mais do que nos fazermos ouvir a nós próprios, importa fazer os outros nos escutarem e aprenderem a nos respeitar pelo que pensamos.
É urgente que as decisões sobre o que é e não é serviço público de televisão saiam da esfera do poder politico, sem que se permita aos governos lavarem as suas mãos no que concerne ás responsabilidades do Estado na garantia do serviço público.
Do painel da noite, Vasco Cordeiro foi quem conseguiu ir mais longe, deixando uma réstia de esperança. Pela sua voz saiu a confirmação de que o Governo regional não pretende a tutela da RTP-A. No entender daquele Governante, "cabe ao Estado assegurar o serviço público de televisão nos Açores".
Acho essa estratégia perigosa para a nossa autonomia mas percebo que o Governo do PS não queira ficar com o ónus de pretender dominar financeiramente a RTP-A, evitando assim, suspeições quanto ao seu controlo no que diz respeito aos conteúdos.
Pessoalmente, como nacionalista açoriano, entendo que a nação açores, tal como a Catalunha, o País Basco ou a Galiza, devia ter a sua televisão. Com a entrada dos canais generalistas regionais em sinal aberto para toda a região, a TV dos Açores terá que assegurar a sua emissão com mais produção regional, esse pode ser o caminho da sua independência face à casa mãe. Falta assegurar o financiamento. Aguardo pelo dia de amanhã (hoje) mais debate e mais conclusões.

4 de novembro de 2005

É preciso ter lata

Quem ler a mini entrevista de Telmo Correia à Sábado desta semana, até julga que ele não foi um dos arquitectos da suicida coligação com o PSD e um dos ministros "bacocos" que contribuíram para a degradação das instituições democráticas na nossa história recente.

Tempo ganho, tempo perdido

O serviço público de televisão está em debate no Teatro Micaelense, pela mão do Forum Açoriano. Hoje à tarde aprendemos todos bastante e o debate foi bastante descomprometido, por isso criador. Temo que o horário nobre, hoje pelas 21h30m, não seja tão profícuo. Quase se adivinham os comícios do Ministro Santos Silva, do Secretário Cordeiro e do Deputado Mota Amaral. Nesses colóquios aprendo sempre mais nas sessões menos badaladas, com gente mais anónima, os "experts" estão a ficar demasiado previsíveis neste país cinzento e emburrado.

História da minha vida II

É mais logo, pelas 21h15m, na RTP-Açores. A segunda entrevista de Joel Neto a mais um Açoriano com uma história de vida para contar.
Tomás Vieira, o serralheiro mecânico que trabalhou para a NASA, conta, mais logo, em discurso directo, a história da sua vida.
Para ver o comentar aqui no seu FOGUETABRAZE.

3 de novembro de 2005

A solução esperada

A Sata anulou concurso para a construção da sua nova sede social. Fez bem. Era a única saída para o Conselho de Administração da SATA. Justificou mal. Dizer que ambos os projectos não correspondiam às necessidades da empresa é um argumento falacioso. Contudo, aceita-se, não havia outro a não ser admitir que o concurso estava viciado.
Espera-se, portanto que a SATA elabore um novo concurso para a sua sede social e que não incorra nos mesmos erros deste agora anulado. Principalmente, não seja feito à medida deste o daquele, não vá o diabo tecê-las e aparecer alguém para "atramoçar" a negociata.
Sugere-se ao Conselho de Administração da SATA que adquira um terreno nas imediações do aeroporto de Ponta Delgada e lance um concurso público para a concepção do seu edifício sede, abandonando a anterior solução, pouco ortodoxa, de lançar a concurso para a aquisição, concepção e execução do mesmo, coisa que só aqui e neste caso foi vista alguma vez.
Assim, não só é séria como o parece, a mulher de César.

Solidários mas pouco.

Alguém me explica o que é que o Governo Regional tem a ver com os problemas laborais na Instituições Particulares de Solidariedade Social?
Na grande maioria dessas instituições, existe um excesso de voluntarismo inexplicável. Elas, essas instituições, são, na sua grande maioria, ninhos de caciquismo. As IPSS, são na sua maioria, instituições de utilidade pública, servindo para o governo transferir verbas, ao abrigo desse estatuto, que depois são utilizadas na compra de consciências e consequentes votos. Ou as IPSS são, de facto, Particulares e de Solidariedade, ou tornam-se extensões da secretaria dos assuntos sociais geridas sem o rigor das finanças públicas e fugindo, assim, ao controlo mesmo que inconsequente do Tribunal de Contas.
As residências assistidas e os lares de idosos, são hoje e foram sempre, um negócio altamente rentável e não meros estabelecimentos de solidariedade social. Se assim é, deixe-se o mercado funcionar e acabe-se com a hipocrizia de os chamar de instituições de solidariedade social.

Candidato contra Cavaco.

Não foi um Super Mário que esteve ontem na TVI a responder às pertinentes perguntas de Constança Cunha e Sá. Foi um "marocas" no seu pior. Politiqueiro, arrogante a puxar de galões que não tem, sem projecto e sem respostas para a jornalista. Mário Soares levou 90% da entrevista a falar do Professor Cavaco Silva.

2 de novembro de 2005

Um "teaser" que vai ser costume

Porque hoje é Quarta-feira não se esqueça de preparar o sofá, uma boa chávena de chá de tília e deitar as criancinhas mais cedo porque é já a partir das 21h30m que vai para o ar, na nossa RTP-Açores, o segundo programa dessa primeira série do Língua Afiada. Com os comentadores residentes do costume, hoje como comentador convidado teremos Rui Lucas , o jovem director da revista regional de grande informação Factos.
Em cima da mesa vão estar os temas da actualidade. Desde os apoios aos órgãos de comunicação Social, a protecção civil e bombeiros, os grandes projectos como as SCUT, as Portas do Mar e os Parques Subterrâneos de Ponta Delgada e o Azores Parque Tudo discutido e escalpelizado pela boca e mente de quem não tem papas na língua.

1 de novembro de 2005

Há 250 anos...

...Caiu o Carmo e a Trindade. Foi também há 250 anos que Sebastião José de Carvalho e Mello, Ministro de D. José I, O Absolutista, celebrizou a frase vamos enterrar os mortos e tratar dos vivos.

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