30 de novembro de 2005
Morreu há 70 anos
Olho o Tejo, e de tal arte
Que me esquece olhar olhando,
E súbito isto me bate
De encontro ao devaneando -
O que é sério, e correr?
O que é está-lo eu a ver?
Sinto de repente pouco,
Vácuo, o momento, o lugar.
Tudo de repente é oco -
Mesmo o meu estar a pensar.
Tudo - eu e o mundo em redor -
Fica mais que exterior.
Perde tudo o ser, ficar,
E do pensar se me some.
Fico sem poder ligar
Ser, idéia, alma de nome
A mim, à terra e aos céus...
E súbito encontro Deus.
Fernando António Nogueira de Pessoa
Defesa do consumidor
Que impere o bom senso
"Línguinhas de prata"!
Não...
27 de novembro de 2005
Genial...
quantos problemas tem Portugal?
Assim de repente, consigo lembrar-me de uns 10 milhões
Companheira
Já aqui escrevi sobre esta minha vela que me acompanha há cerca de 25 anos. Está definitivamente colada num canto da minha secretária e os seus pingos já quase chegam ao soalho. Vinte e cinco anos de uma relação de intimidade, essa é a companheira de todas as solidões, a inspiradora de formas e conteúdos ,a cúmplice da minhas cogitações.
26 de novembro de 2005
Novos conceitos de economia.
25 de novembro de 2005
Um post à laia de comentário
O André Bradford lançou a pergunta: Quanto é que ganha Berta Cabral?
Na minha prespectiva ganha mal, ganha mesmo muito mal. Talvez por isso essa ânsia de procurar subterfúgios para ganhar mais. Eu não entro nessa onda demagógica sobre os ordenados dos políticos. Estes, os políticos, ou são bem pagos ou então não passamos de presidentas de coroação em vestido Azul cuecas.
Finalmente Livres!
24 de novembro de 2005
"Aviões já, SCUT depois..."
As opções pela nova frota é que não me parecem muito apropriadas para quem pretende um crescimento e melhoria desse tipo de transporte. Na verdade, quer o ATR da nova geração 500 produzido pela consórcio ALENIA e EADS, e não pela Airbus como foi noticiado, quer o Dash da Bombardier, não são aviões muito diferentes dos actuais ATP.
O ATR 72-500 na sua versão 68 ou 72 passageiros continua a ter um défice no espaço de carga que não pode ir além dos 10,6 m3 com limitação de peso máximo à descolagem na ordem das 22 toneladas. O Dash na sua versão para 68 passageiros tem um limite de 14m3 de carga, um pouco melhor, com um Maximum take-off weight de 28 toneladas, logo com maior disponibilidade de carga e bagagem.
ATR 72/500 da Alitalia
Contudo, o Dash vem equipado com motores menos económicos já que o motor PW 150 que o equipa tem mais potência do que o PW 127F que equipa o ATR, ambos são da geração dos chamados motores ecológicos (green motors).
Dash da companhia aérea FLYBE
Os dois são aviões de asa alta o que é desaconselhado para voos sobre o mar já que o seu poder de flutuação é menor.
As duas aeronaves têm a seu favor o facto de estarem equipadas com motores canadenses PW (Pratt & Witney), fabricante que motoriza os actuais ATP. Isso deverá constituir uma vantagem.
23 de novembro de 2005
Como já vai sendo costumeiro...
22 de novembro de 2005
2anos2
Trapalhadas
Depois das trapalhadas, com o Fundo Social Europeu, os hemofílicos de Évora, o Alumínio, as derrapagens orçamentais do Centro Cultural de Belém, o ZéZé Beleza, o Melancia e Macau, que levaram Cavaco Silva a sair do Governo e abandonar Portugal, foi o pântano de trapalhadas em que nos mergulhou o Eng. Guterres ea sua tralha.
Num ápice apareceu e fugiu par a Comissão Europeia o Zé Manel, não, não é o taxista do Benfica é ou outro o Cherne Barroso que nos deixou o Calimero Lopes na incubadora.
Eis que na esperança da trapalhada se esfumar, os Portugueses deram uma reforçada confiança ao Eng. da co-incineração. Tudo parecia ir bem até que no debate do orçamento de estado as trapalhadas começam a aparecer. Se a intuição da altura me levou a acreditar que quem mentia era César, passadas 24 horas já não tinha dúvidas que a mentira vinha do Primeiro Ministro. Que feio, um Primeiro Ministro mentir à Assembleia da Republica e consequentemente a todos os Portugueses.Hoje o Primeiro-ministro de Portugal aparece de novo envolvido num episódio do disse que disse e que não disse. Já não há intuição que lhe valha, agora não tenho dúvidas que é o Secretário Geral do Partido Socialista e Primeiro-ministro quem mente.
21 de novembro de 2005
Orelhas "moucas".
Deveria aqui dizer que é uma maçada estar à frente no tempo, mas não o vou dizer, vou mesmo dizer que é uma grande Porra estar á frente no tempo. Deixa-me fulo ter razão antes do tempo.
Estávamos no final da legislatura 1996/2000, César já sabia que no final daquele ano teria uma maioria absoluta, as coisas corriam de feição. Mesmo assim, no cumprimento das funções que me foram confiadas, apresentei em 18 de Janeiro de 2000, na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, um requerimento sobre essa questão, prevendo já um futuro agente poluente. A resposta tardou mas sempre chegou ao plenário em 12 de Abril. O documento de resposta não está, infelizmente, disponível on-line, mas dizia o então Secretário Regional do Ambiente, Dr. Ricardo Rodrigues, que a Secretaria da tutela estava atenta ao assunto. Já lá vão quase 6 anos e muitas mais reportagens vamos ter que ver para que uma solução seja encontrada. Escusado será falar dos interesses existentes entre Ricardo Rodrigues, a Associação Agrícola e a Cooperativa União Agrícola, o primeiro agente económico a comercializar esses produtos em sacos sintéticos e a quem não dava jeito nenhum mudar para o papel.
20 de novembro de 2005
Unidos para nos tramar
18 de novembro de 2005
Democracia corporativa? Não obrigado!
As Assembleias da república e regionais são uma espécie de bombo em que todos entendem bater. Fica bem bater nos deputados, nos adjuntos, na instituição, mas esquecem-se que essa é a casa dos representantes legítimos do Povo e o garante único do funcionamento da democracia. O parlamento é a democracia, é o reflexo de um Povo, o espelho de uma Nação. Ao bater-lhe estamos a bater em nós próprios, e a quebrar o espelho em que nos vamos ver distorcidos. O texto abaixo é do Rodrigo Moita de Deus que o publicou no Acidental e pode ser uma boa achega para a reflexão sobre o papel que a corporações estão a ter em Portugal.
16 de novembro de 2005
Atenção é Hoje às 21h20m, hora dos Açores
Adivinha
Bem a propósito
É preciso enterrar el-rei Sebastião
é preciso dizer a toda a gente
que o Desejado já não pode vir.
É preciso quebrar na ideia e na canção
a guitarra fantástica e doente
que alguém trouxe de Alcácer Quibir.
Eu digo que está morto.
Deixai em paz el-rei Sebastião
deixai-o no desastre e na loucura.
Sem precisarmos de sair do porto
temos aqui à mão
a terra da aventura.
Vós que trazeis por dentro
de cada gesto
uma cansada humilhação
deixai falar na nossa voz a voz do vento
cantai em tom de grito e de protesto
matai dentro de vós el-rei Sebastião.
Quem vai tocar a rebate
os sinos de Portugal?
Poeta: é tempo de um punhal
por dentro da canção.
Que é preciso bater em quem nos bate
é preciso enterrar el-rei Sebastião.
Manuel Alegre, O canto e as armas
Da direita liberal a Manuel Alegre
Durante dez anos, Cavaco Silva tentou ser esse líder da direita portuguesa. Terá convencido os mais distraídos, não me convenceu a mim. Por detrás da uma atmosfera de rigor e de obra em curso, escondiam-se centenas de trapalhadas que mais tarde vieram a revelar-se erros estratégicos colossais.
Uma gestão social-democrata pura, assente no aumento do estado social e a manter a economia aquecida com base em grandes obras públicas e regimes monopolistas do estado em sectores estratégicos levaram o país ao túnel em que se encontra hoje. Parecendo um liberal convicto, Cavaco governou o país sem qualquer tipo de liberalismo. As reprivatizações foram encaradas não como uma forma de devolver a economia aos cidadãos mas sim do estado arrecadar riqueza para investir em obras de regime. A abertura de novos negócios à iniciativa privada, como foi o caso da televisão, assentaram em jeitos aos amigos, primeiro ao amigo da imprensa depois ao amigo clero.
A verdade porém é que muita gente da área da direita liberal, ainda hoje, se revê em Cavaco Silva.
À falta de um candidato das verdadeiras direitas portuguesas, votarei no poeta Manuel Alegre. Esse, ao menos, encara a politica com romantismo e sentido de servir, eu não a encaro de outra forma.
15 de novembro de 2005
Segunda sessão
Crescimento quase nulo
Contudo, deveremos olhar para este indicador com muitas cautelas. Não será essa obsessão pelo défice, que dura desde 2002, que está a retrair os investidores, nomeadamente o pequeno e médio investidor? Obviamente que sim. Numa economia ainda demasiado dependente do Estado, quando este aperta o cinto a economia tem que ressentir-se forçosamente. O Estado não tem que apertar o pescoço aos portugueses tem que emagrecer ele mesmo, na sua despesa corrente, para poder libertar capital para investimento. Tal como as medidas tomadas para combater o défice, essas que aponto também estão nos livros simplesmente são muito mais difíceis de aplicar e mexem com o bolso de quem se cruza nos corredores do poder diariamente. Por isso?
Presidente mas não líder
O PSD-Açores vai ter um novo Presidente mas continuará sem um líder!
SA
Eles não devem nada a ninguém mas também entenderam criar uma Sociedade Anónima de estrutura accionista devidamente identificada. O Nuno Mendes e o Rui Lucas são os primeiros investidores. Boa sorte e boas "postas".
14 de novembro de 2005
13 de novembro de 2005
Dire Straits
Mais daqui a pouco na RTP 1 Dire Straits on the night. Mark Knopler and friends , a não perder, uma das melhores bandas de sempre.
Dire Straits on the night é um disco de 1992, com Musica de Mark Knopfler e produção de Mark Knopfler, Guy Fletcher e Neil Dorfsman .
O album encerra os temas Calling Elvis; Walk of life; Heavy fuel; Romeo and Juliet; Private investigations; Your Latest trick; On every street; You and your friend; Money for nothing (Mark Knopfler e Sting); Brothers in arms.
É à meia noite e quinze minutos no canal de serviço público.
O Parque da Cidade
Viver no centro da cidade foi uma opção da qual não me arrependo. Além de muitas outras vantagens, não tenho que pagar o jardineiro para ter o prazer de desfrutar de um espaço como este. O Jardim de António Borges, está como nunca, um lugar aprazível, onde a família se pode reunir numa manhã de Domingo. Enquanto as crianças se divertem nas "arredouças" perco-me pelas suas veredas e recantos de máquina fotográfica em punho tentando captar aqui e ali o momento do dia. O jardim está vazio, dois guardas, duas crianças, duas mães e dois turistas nórdicos. É caso para dizer, merecíamos cidadãos melhores.
12 de novembro de 2005
Pelas entranhas da Ilha
Trilho na encosta do Pico da Barrosa
O dia de hoje foi passado no interior da Ilha, entre a Vila da Lagoa e a Serra de Água de Pau. Na companhia de velhos e novos amigos e com a natureza por perto. Desde o Pico da Mariana até à nascente da encosta da Barrosa, com regresso pelo trilho da adutora, seguindo os aquedutos e o emaranhado de conteiras e silvados, cá chegamos e registamos alguns momentos, daqueles que não se mostram aos turistas.
Aqueduto
11 de novembro de 2005
Vale a pena ler isto
10 de novembro de 2005
Pinóquio e a Borboleta Mágica
Quem nos estará a enganar, O Primeiro-ministro? Ou o Presidente da Governo regional dos Açores? Nesse último caso, o Grilo Falante, já veio a terreiro dizer que o Senhor Presidente do Governo, não tem por hábito faltar à verdade aos Açorianos. Esperemos o desenrolar dos acontecimentos mas que isso vai ter que ser muito bem explicado, ai isso vai.
9 de novembro de 2005
Porque hoje é Quarta-feira
Já se sabe! Hoje vamos falar de Costa Neves, dos conceitos de autonomia de Jorge Sampaio, das relações financeiras de cabeceira entre César e Sócrates, do serviço público de televisão e dos recentes acontecimentos em França na perspectiva das suas implicações na Região. Sim eu não disse Açores mas escrevi Região, essa entidade conceptual que, segundo Medeiros Ferreira, serve de argumento para nos afirmarmos e nos "fazermos representar nas mais altas instituições da União Europeia".
Para ver e comentar aqui no sempre vosso Foguetabraze, o blog mais desinibido dos Açores e arredores.
8 de novembro de 2005
Mujahedines Franceses V
Mujahedines Franceses IV
Caríssimo Ezequiel, certamente leste o meu post na diagonal, incomodou-te aquela questão da genética e então desatas a chamar-me nomes como d Le Pen, Häider e outros epítetos que não me cabem nem sequer de longe. Que a questão é racial, acho que já ninguém tem dúvidas, que tem motivações religiosas com espirito de contra-cruzada, também acho que ninguém duvida. Contudo vejo que em relação à questão genética todos se alarmam, se indignam, se refugiam no mais elementar dos humanismos porque não a querem aceitar. Desculpa que te diga mas o teu exercício foi demagógico e como sabes tenho um defeito que tu também assumes ter, ambos dizemos o que nos vai na alma.
Tenho pena que te tenhas despedido do foguetabraze, de ando aliás já andavas bem arredio, espero que voltes que eu cá não vivo de ressentimentos nem me deixo agastar por coisa tão pequena, terias de me ofender muito mesmo para eu não te perdoar, Amigo.
Caríssimo ToZé.
As diferenças genéticas, nos animais e por força de razão nos Homens, são, do ponto de vista cientifico, inquestionáveis. Não me digas que acreditas no Pai Natal? Embora não existam estudos muito divulgados, existem vários trabalhos publicados em revistas da especialidade, na Nature, por exemplo, sobre este assunto.
Alguns negros poderosos, nos Estados Unidos, chegaram a encomendar a universidades e laboratórios de genética, estudos sobre as suas origens. Um desses estudos, publicado na Nature precisamente (ando à procura dele para te enviar), aponta para o facto de a grande maioria dos negros que foram escravos para a América do norte, serem escolhidos entre os melhores das suas tribos, os mais fortes, os mais sagazes, até entre os que davam mais luta, porque seriam submetidos a uma viagem de navio muito rigorosa e a condições muito adversas que os negreiros não arriscavam transportar Homens debilitados. Essa condição física, genética como sabes, fez do Negro norte americano um ser mais lutador e mais trabalhador do que outros noutras paragens, dai também a sua perseverança na luta pela emancipação.
O mesmo código genético que condiciona a cor da pele, dos olhos, a robustez dos ossos, a fragilidade do coração, o formato do nariz e das unhas dos pés, condiciona o tamanho e o ordenamento dos neurónios, dos nervos e dos tendões. Dirás que os meus estão desalinhados, já sei. Mas permite-me dizer-te que já estou habituado a que me digam isso, talvez por ter a ousadia de pensar e de o fazer não só sobre o que se passa à minha volta como sobre o que se passa no resto do mundo. O meu umbigo é muito pequenino e feio para me enfeitiçar.Isso não explica tudo. Claro que existem comunidades excluídas, onde nem por razões religiosas, nem por razões culturais nem genéticas a violência é uma constante, podemos ir aqui perto aos bairros degradados das nossas vilas e cidades fazer estudos rápidos. Embora aí, também a questão religiosa seja causadora de enormes letargias, esse seria outro debate. E também é claro que a solução para esses caso não passa por mudar a religião e a genética, muito menos pela simples repressão. Passa fundamentalmente pela educação e cultura, ou seja, como disse há dois post atras, educando sempre, reprimindo quando é preciso e responsabilizando quanto baste.
7 de novembro de 2005
Mujahedines Franceses III
Mujahedines Franceses II
Não ToZé! Não me venhas com esses romantismos. São essas atitudes que nos levam a esses becos sem saída (principalmente as da tua última frase inacabada e desistente de lutar). Não! Este é um assunto que interessa e muito. Interessa porque é de vária ordem. É racial, é religioso, é cultural e é genético. Caro ToZé, os portugueses nos anos 60 viviam escravizados e excluídos socialmente nos arredores de Paris. Não tinham assistência na doença, segurança social, subsídio de desemprego, rendimento mínimo e casas de alvenaria dadas pelo estado social, como têm os africanos de agora. Fundaram os bidonville e ajudaram a fazer da França o que ela é hoje e são reconhecidos por isso. Poderia dizer-te, demagogicamente, que a culpa é do estado social, como não hesitaram alguns em dizer que a culpa do que aconteceu em New Orleans era do Estado Mínimo. Não, não o direi, a culpa, nestes casos é dos próprios excluídos que mesmo excluídos vivem melhor nos guetos da Europa Social e da América Liberal do que nos seus países de origem. Não podemos continuar a culpar-nos pelas escolhas de estilo de vida que algumas populações negras, principalmente as muçulmanas, fazem para si próprias. Tomemos como exemplo os emigrantes asiáticos. Também eles são excluídos, também eles começam a sua vida nos guetos das grandes cidades europeias e americanas. Contudo, rapidamente pela força do trabalho, da inovação, do entrosamento se tornam em comerciantes, agricultores e industriais de enorme sucesso, os seus filhos estudam, integram-se e chegam a ocupar o poder. Repito a questão é racial, cultural, religiosa e genética e não é procurando culpados que se resolve, é educando sempre, reprimindo quando é preciso e responsabilizando quanto baste.
Esse é um debate que pode dar pano para mangas, espero não morra em dois ou três comentários como tem acontecido sempre que se debatem coisas sérias aqui no sempre vosso Foguetabraze. Disponham à vontade da caixa de comentários, é grátis.
Já aqui disse...
Depois de ouvir a entrevista de Manuel Alegre a Constança Cunha e Sá na TVI, agora há pouco, diria que estou muito mais próximo de Alegre do que do voto em branco do Saramago.
Factos 10
6 de novembro de 2005
Deficientes mentais? Só pode!
Numa tarde de Domingo soalheiro, alguns motards optaram pelas esplanadas da cidade em vez de fazerem rolar os seus motociclos pelas estradas da Ilha. Essa atitude já é costumeira, tal como o é o facto de estacionarem a suas máquinas barulhentas nos lugares destinados aos deficientes. Fazem-no com razão. Quem não tem cartão de deficiente e estaciona nos lugares a eles destinados, é deficiente. Mental, certamente, mas deficiente, deviam tira-lhe a carta de condução.
P.Scriptum: Pouco importante será o facto de na esplanada estar muito bem sentado um Juiz, julgo que também ele motard.
Mujahedines Franceses
Serviço público de televisão III
Se é fácil definir quais as obrigações de serviço público segundo as lógicas da informação, assentes nos princípios básicos da ética jornalística, já no que concerne às lógicas de programação as opções pelos conteúdos são mais polémicas e logo mais difíceis de definir.
A abertura ao mercado do espectro televisivo veio, segundo José Rebelo, "tornar mais veementes as responsabilidades do estado" em termos de programação no serviço público de televisão. Dai a necessidade de se debater com o maior número possível de instituições, das mais diversas áreas da população, das artes, dos ofícios, do desporto, enfim da chamada sociedade civil, por forma a se encontrar um "espaço público critico e exigente". Ainda segundo José Rebelo, a lógica economicista da televisão estatal aponta para a redução de custos a toda a força. Essa lógica levará a uma "redução de conteúdos e consequentemente a uma redução de serviço público". Ainda segundo José Rebelo, é importante, em serviço público, "divertir, mas fazê-lo com inteligência". Fundamental é encontrar um equilibro na dicotomia, Interesse público e interesse do público. E se na primeira se podem optar por "soluções e conteúdos mais vanguardistas", na segunda presidem os critérios das audiometrias.
Para Sara Pereira da Universidade do Minho que nos falou de programação para crianças, além de existir pouca programação para infantis e juvenis, há pouco cuidado com os conteúdos. Segundo aquela investigadora, "o sector privado quebra as mais elementares regras da ética em televisão". Cabe ao serviço público, por isso, atender às "diferentes realidades socioculturais e à pluralidade de experiências de vida". Deve assim, promover uma educação para o consumo dos media.
Maria Emilia Brederode Santos, programadora educativa, falou-nos da componente formativa e educacional da televisão e de como a escolha de conteúdos pode contribuir decisivamente para a educação e formação dos telespectadores. Para tal era necessário saber que necessidade educativas existem e definir os novos públicos alvo.
O estado de incultura geral que, reconhecidamente, existe hoje no país passa obrigatoriamente pela televisão. Esta, a televisão, tem um papel importantíssimo na formação de crianças e jovens de classes sociais que não têm possibilidades de dar aos seus filhos mais do que a escola pública dá. Ou seja, há uma enorme faixa da população estudantil que não tem possibilidades de pagar actividades extra curriculares e que não pode contar com a ajuda da família já que esta é, muitas vezes, mais ignorante e iletrada do que o próprio aluno. Segunda a conferencista, a diferença entre os meninos das classes mais favorecidas e os outros está precisamente nos tempos livres e não na escola. Ou seja, a escola é praticamente igual para todos mas depois da escola há os meninos que têm apoio da família, ocupação com actividades culturais, musica, dança, ou desportivas, e há os meninos que depois da escola têm a rua e a televisão como actividade de ocupação dos tempos livres. É para esses que a escolha dos conteúdos em televisão pode fazer a diferença.
Seria de esperar mais jornalistas na plateia, mais profissionais de televisão, mais fazedores de opinião dos que proliferam nos media regionais, mais gente ligada aos partidos políticos, mais cidadãos livres, exigentes e irrequietos. Felizmente, não estavam representadas as corporações, começo a ficar aliviado quando não aparecem. Se as elites nesses dias, preferem aproveitar o sol, as compras e as conversas de café em vez de participarem no debate das questões a que todos dizem respeito, estamos conversados. Assim, estamos a demitirmo-nos das nossas obrigações e direitos de cidadania. Estranho é que sejam essas elites, ultrapassadas por demissão das suas obrigações enquanto tal que vêm, recorrentemente, criticar a ascensão de novos grupos de pensadores. A sociedade açoriana vive, de facto uma enorme revolução, ontem fiquei com essa certeza, discutem-se mais abertamente os temas sem os costumeiros receios e traumas de sermos pequenos. Contudo, como disse Conceição Garcia na abertura da sessão da tarde, estavam "poucos mas os melhores", até porque os melhores são sempre os que querem estar.
Dois anos :ILHAS
Nestes dois últimos anos, o Alexandre Pascoal, o Carlos Guilherme Riley, o João Nuno Almeida e Sousa, o Pedro de Mendoza, o Vitor Marques e o ToZé enquanto lá esteve, fizeram um dos melhores blogs portugueses, quer na forma quer nos conteúdos.
Parabéns aos rapazes do :ILHAS.
5 de novembro de 2005
Serviço público de televisão II
Lógicas da Informação
O debate começa a ser cada vez mais difícil de controlar pelos moderadores. A plateia não estava tão composta como ontem à noite, não havia "cãs grandes" como oradores. De qualquer modo deixem-me referir três notas breves sobre as intervenções desta manhã.
Paulo Simões lembrou a necessidade de se definir o conceito de serviço público de televisão nas lógicas da informação, para além do que está plasmado no decreto lei que o define. É a eterna questão da interpretação do espírito da lei e a ténue diferença entre as questões de facto e as questões de direito. Na opinião da Director do Açoriano Oriental, a "RTP-A, ao invés do passado ainda recente, tem aberto o seu sinal a espaços de opinião diversificados " e isso é bom.
Para o Pedro Bicudo, a informação é o coração da RTP-A e do serviço público, serviço público esse que é "o fermento da cidadania". Reforçou a ideia lançada ontem pela jornalista Teresa Tomé, de se criar a figura do provedor do espectador. Confesso que não sou grande adepto da ideia. As figuras providenciais, na minha opinião, criam mais letargias do que fermentos. A nossa, ainda deslastrada, democracia não precisa de mais provedores, precisa de mais cidadãos irrequietos. Segundo José Manuel Portugal, urge definir e demarcar a fronteira entre a informação e a ficção, alertando para os perigos da "neotelevisão" e do excessivo poder que as televisões adquiriram nos últimos anos. "O público consome escândalos desde que Caim matou Abel".
Serviço público de televisão I
Ao contrário do que havia acontecido na tarde, onde os intervenientes não tiveram o peso de encher a sala mas regalaram os presentes com polémicas e questões bastante pertinentes sobre o serviço público de televisão.
Para salientar só as questões mais importantes, refiro a intervenção de uma Jovem Professora da Universidade do Minho, Helena Sousa. Fez uma resenha histórica da criação da televisão em Portugal e salientou a falta de independência da televisão pública em relação ao poder politico ao longo dos tempos. Apelou a uma maior participação cívica, salientando a bonomia das intenções do ex-Ministro Morais Sarmento em relação à 2: que não resultou para além do papel. Na verdade, a 2:, ao contrário do que se pretendia, não é feita pela chamada sociedade civil, pois são sempre os mesmos protagonistas e os mesmos conteúdos. Deixou ainda algumas perguntas no ar, "terá a sociedade civil pedido um canal de televisão?" "Quem, dessa sociedade civil, foi convidado a participar?" E ainda "quem tem condições para aceitar esse convite caso exista"?
Ficamos, ainda, sem saber que mecanismos podem garantir a isenção da RTP.
Tolentino Nóbrega, falou do serviço público de televisão na Madeira onde é tido pelo Governo "não como o órgão de informação regional mas como um órgão de propaganda", aqui nos Açores, cada vez é menos assim, felizmente.
Já José Grave da RTP-A, relembrou o papel que a televisão teve na consolidação da identidade açoriana e do reforço da ideia de região arquipelágica. Foi a primeira vez que ouvi alguém falar da importância estratégica da televisão nos Açores, não só como meio de divulgação das questões regionais pela totalidade das Ilhas mas também como meio de projecção dos Açores no Mundo.
Em meu entender, não nos devemos quedar pela satisfação de sermos capazes de nos conhecermos melhor uns aos outros por meio da RTP-A. Devemos mostrar ao mundo a nossa cultura e que somos capazes de discutir aqui, o que se passa em Tóquio, Nova Iorque ou no Irão. Mais do que nos fazermos ouvir a nós próprios, importa fazer os outros nos escutarem e aprenderem a nos respeitar pelo que pensamos.
É urgente que as decisões sobre o que é e não é serviço público de televisão saiam da esfera do poder politico, sem que se permita aos governos lavarem as suas mãos no que concerne ás responsabilidades do Estado na garantia do serviço público.
Do painel da noite, Vasco Cordeiro foi quem conseguiu ir mais longe, deixando uma réstia de esperança. Pela sua voz saiu a confirmação de que o Governo regional não pretende a tutela da RTP-A. No entender daquele Governante, "cabe ao Estado assegurar o serviço público de televisão nos Açores".
Acho essa estratégia perigosa para a nossa autonomia mas percebo que o Governo do PS não queira ficar com o ónus de pretender dominar financeiramente a RTP-A, evitando assim, suspeições quanto ao seu controlo no que diz respeito aos conteúdos.
Pessoalmente, como nacionalista açoriano, entendo que a nação açores, tal como a Catalunha, o País Basco ou a Galiza, devia ter a sua televisão. Com a entrada dos canais generalistas regionais em sinal aberto para toda a região, a TV dos Açores terá que assegurar a sua emissão com mais produção regional, esse pode ser o caminho da sua independência face à casa mãe. Falta assegurar o financiamento. Aguardo pelo dia de amanhã (hoje) mais debate e mais conclusões.
4 de novembro de 2005
É preciso ter lata
Tempo ganho, tempo perdido
História da minha vida II
Tomás Vieira, o serralheiro mecânico que trabalhou para a NASA, conta, mais logo, em discurso directo, a história da sua vida.
Para ver o comentar aqui no seu FOGUETABRAZE.
3 de novembro de 2005
A solução esperada
Espera-se, portanto que a SATA elabore um novo concurso para a sua sede social e que não incorra nos mesmos erros deste agora anulado. Principalmente, não seja feito à medida deste o daquele, não vá o diabo tecê-las e aparecer alguém para "atramoçar" a negociata.
Sugere-se ao Conselho de Administração da SATA que adquira um terreno nas imediações do aeroporto de Ponta Delgada e lance um concurso público para a concepção do seu edifício sede, abandonando a anterior solução, pouco ortodoxa, de lançar a concurso para a aquisição, concepção e execução do mesmo, coisa que só aqui e neste caso foi vista alguma vez.
Assim, não só é séria como o parece, a mulher de César.
Solidários mas pouco.
Na grande maioria dessas instituições, existe um excesso de voluntarismo inexplicável. Elas, essas instituições, são, na sua grande maioria, ninhos de caciquismo. As IPSS, são na sua maioria, instituições de utilidade pública, servindo para o governo transferir verbas, ao abrigo desse estatuto, que depois são utilizadas na compra de consciências e consequentes votos. Ou as IPSS são, de facto, Particulares e de Solidariedade, ou tornam-se extensões da secretaria dos assuntos sociais geridas sem o rigor das finanças públicas e fugindo, assim, ao controlo mesmo que inconsequente do Tribunal de Contas.
As residências assistidas e os lares de idosos, são hoje e foram sempre, um negócio altamente rentável e não meros estabelecimentos de solidariedade social. Se assim é, deixe-se o mercado funcionar e acabe-se com a hipocrizia de os chamar de instituições de solidariedade social.
Candidato contra Cavaco.
2 de novembro de 2005
Um "teaser" que vai ser costume
1 de novembro de 2005
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