“Dá para sermos amigos, não dá para casar” foram
estas as palavras de António Costa na entrevista que deu à TVI em vésperas de
entrega da proposta de Orçamento de Estado para 2019, ano de eleições e de
todas as decisões sobre o seu futuro como Secretário-geral do PS.
Acontece que esta não é uma simples amizade,
Costa, se atentarmos à teoria triangular do Amor, está numa relação de Companheirismo Amoroso com Catarina Martins e de Amor Fugaz com Jerónimo de Sousa.
Explico, Com Catarina Martins e o Bloco de Esquerda mantem uma relação de
intimidade, anda de língua na boca, faz piadas, troca olhares e manifesta-se pelas
suas expressões corporais, e mantém um certo compromisso mas ainda não deixou a
escova de dentes na casa de banho dela. Com Jerónimo de Sousa e o PCP trata-se de
paixão, coisa antiga, o PS é no fundo um herdeiro do socialismo soviético com
vias democratizantes e também compromisso mas não chega para casar, o PCP
abomina relacionamentos definitivos.
Para Costa isso vai chegando, vai dando jeito,
ora passa um assunto aqui ora passa outro assunto acolá. Para a esquerda
radical é que a coisa, tal como para as amantes em relações triangulares, não
passa de um amor instrumental, em que ela finge não gostar nem ceder espaço mas
no fundo sabe que quando esticar a corda ela partirá para o seu lado.
Se até aqui tivemos uma geringonça que apesar
de ser um amontoado de arames e porcas desajustadas fez funcionar uma maioria
com estabilidade parlamentar, depois da entrevista do Primeiro-ministro
passamos a uma fase diferente. Na verdade, passamos à fase pré eleitoral que
como o próprio nome indica antecede as eleições legislativas de 2019, data em
que o Povo escolherá se quer uma geringonça se quer uma maioria do PS para
governar o país sem dar contas senão aos seus representantes parlamentares que,
como se sabe, nessas circunstâncias, não passam de autómatos que se levantam e
sentam à voz do chefe.
A direita, de Assunção Cristas, Rui Rio e quem
sabe de Santana Lopes, olha para este namoro de Costa com as esquerdas como uma
magra olha o prato cheio de doces que a gorda do lado degluta naquele casamento
onde foram as duas convidadas do noivo. Baba-se como o cão de Pavlov mas finge
não gostar daquela iguaria. Prefere ser elegante mas na verdade está se roendo
de inveja do prato a abarrotar de doces com ovos e natas com que a gorda se delicía exibindo descomplexadamente
as suas formas “Michelin” por baixo da
blusa de seda.
À direita, nem namoro nem casamento, são todos
tão perfeitos, tão com tudo no seu lugar que não se olham. Cristas está tão
cheia de si mesma que não olha à volta, nem sequer para dentro do seu próprio
partido. Santana ainda não sabe se tem certidão
de nascimento e Rio , na verdade,
nem é de direita nem de esquerda e talvez preferisse ir ao altar com Costa do que
com qualquer um dos outros dois.
Entretanto o percurso do PS que podia parecer
espinhoso começa a ficar liso e claro sob a batuta do “Bispo” Marcelo, que só
desilude, de facto, quem se iludiu como
foi o meu caso.
Fogo os abrase nessa fogueira de ciúmes saída
de um enredo de novela mexicana de qualidade duvidosa.
Ponta Delgada 3 de Outubro de 2018
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