10 de dezembro de 2010

Nada para lá do meu umbigo.

O caso Vale de Almeida é mais um daqueles casos que  pouco ou nada dignificam a instituição parlamentar e a política em geral.
Menos ainda abona –se é que há abono possível - à comunidade gay/lésbica a que o Professor Miguel Vale de Almeida pertence e defende com as unhas roídas e os dentes ralos.
Nada impende que os políticos eleitos representantes da nação tenham uma agenda pessoal. Nada obsta a que essa agenda seja de cariz sexual de género ou religiosa, para com a sua freguesia o bairro, o clube dos amigo de Apolo ou simplesmente para comer a secretária boa do grupo parlamentar. Importa no entanto que essa agenda pessoal não se sobreponha aos mais altos desígnios da nação para e pela qual o eleito tem que trabalhar e é por isso que é eleito por escrutínio secreto e universal e não escolhido paritariamente.

Ao demitir-se ao fim de um ano de mandato por entender que está cumprido o seu desígnio (a defesa dos direitos da “paneleiragem”, permitam-me a boçalidade por ser um direito que me assiste), o Deputado da nação, não só reduz os interesses nacionais a esse facto como se revela portador de um enorme “umbiguismo”.  Espero bem que, de futuro” e ao ir a votos, a nação se lembre bem deste caso, mais um do tipo “limiano” a conspurcar as já pouco límpidas águas da política à portuguesa.

5 comentários:

Anónimo disse...

O que é que são «os mais altos desígnios da nação»?

Anónimo disse...

Caro Nuno Barata
Não gosto do estilo do dito deputado, nem comungo dos seus gostos sexuais, mas considero que ele tem todo o direito em se demitir e nisto até faz um "favor" aos eleitores, pois não se arrasta nas bancadas sem animo e sem acrescentar nada, como tantos outros(eu até sou dos que consideram haver deputados a mais)e nas bancadas PS/PSD então é que é vê-los calados e sempre a olhar o chefe para votarem de acordo( o mal é que na distribuição errada dos votos e dos lugares, estes partidos ficam sempre com mais deputados do que deviam, qualquer que seja a redução efectuada).
Dito isto não concordo que no século 21 ainda exista gente que descrimine as pessoas pela sua opção sexual e use uma terminologia no mínimo desnecessária(isto independentemente do seu direito ao mau gosto.)
Açor

Anónimo disse...

O que está em causa, se souber ler, não é a descriminação sexual (direito que me assiste bem como assiste o do mau gosto) é o não cumprimento de um mandato nacional em prol do bem comum (designio nacional na ética republicana) e a renuncia de mandato quando a agenda pessoal está cumprida. O resto é fait-divers.
Barata

Anónimo disse...

Caro Barata
Finalmente tenho o "privilégio" de obter umas palavras aos meus comentários(até pensei que fosse profissão de fé, não responder...)seja como for(ou da época natalícia ou da crise...)obtive as ditas palavras.
Mas a verdade é que não se amofina quem quer, nem a falsa questão de ( eu entendi, perfeitamente que a questão principal era o não cumprimento do mandato, mas a questão acessória(ou não?) era a "paneleiragem" pois nem a desistência é inédita, nem o referido deputado tem um valor especifico relevante,(não duvido que a atitude é susceptível de critica, mas opino que a razão foi mais a orientação sexual do individuo e nisto peço perdão pois de facto tem direito a ter outra opinião e eu não tenho qualificação para ditar o bom gosto, mas apeteceu-me a bem da alteração dos costumes ou duma birra de pretenso critico...
Para que saiba mesmo o arranjo jurídico para casamento gato não é o mais consentâneo com a técnica jurídica nem é em si um avanço civilizacional revolucionário, mas pronto, não vem mal ao mundo e o "deputadinho" que já tinha saido do Bloco saiu agora do PS com a "imodestia" de ter feito uma Lei que serviu para testa de ferro do PS que não quiseram assumir a sua orientação sexual Gay...
Um bom Natal
Açor

Anónimo disse...

caro Barata
Com a consciência que o comentário está um pouco confuso vou dizer mais o seguinte:

1-O sistema eleitoral vigente releva o partido de onde pertencem os deputados eleitos e não os personagens A ou B que a maior parte dos votantes não sabe quem é!
2- A desistência de um ou outro deputado em si, não cria celeuma nenhuma, a não ser que entrem em rota de colisão com os partidos ou como foi o caso existem factos polémicos por detrás da personagem....
3- O caso concreto é dum personagem emproado, convencido e que quis sempre ser uma figurinha( talvez para "marcar território",) talvez porque como Doutorado não consiga trazer nada ao convencimento...
4- na minha opinião a vida privada é com cada um(sobretudo a vida sexual)e tudo o que ponha em causa esta liberdade, ou que ridicularize as opções privadas é de combater criticamente.
5- Se calhar não foi esta a minha mais feliz participação, mas deu-me a alegria de obter resposta.
Aproveito o ensejo para dizer que não comungando das tuas ideias, aprecio o espírito critico e de intervenção politico e social.
Açôr

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