Carlos César acusa Cavaco de "dividir os portugueses" e tem toda a razão. Carlos Cesar está, porém, a dividir os Açorianos em duas classes bem diferentes, os filhos da mãe e os filhos da outra, sendo que os filhos da outra é que pagam para manter as regalias dos filhos da mãe. Como sempre foi.
No fundo ninguém está preocupado com o estado do Estado, mas sim com o estado dos votos. César vai bem na frente nessa guerra, mesmo que perca a batalha e seja proibido de compensar os funcionários, já ganhou os votos e as simpatias desse rebanho. Cesar poderá sempre dizer que queria aplicar a medida mas os centralistas não deixaram, os portugueses não quizeram pagar.
Na arte da guerra, a isto chama-se "dividir para reinar" e neste caso será dividir para "republicanar" que essa gente não tem nível para outra coisa.
11 comentários:
Bom, Cesar está a ganhar em termos de votos.Ainda há quem diga que o povo é sábio; o povo é mas é estúpido como uma bota da tropa- qual é o povo que, depois de ver os resultados de uma política mãos largas persiste no mesmo erro?!Ora digam lá...
Faltou acrescentar que se trata de uma medida de grande estratégia- talvez só comparável à habilidade na deslocação de tropas de uma famosa batalha napoleónica.
É certo.É certo.
quiZerem!!!! nem sabes escrever...és do tipo "eles forem e vierem e nada trouxerem"... tristeza franciscana...
Estou basicamente de acordo com o teor do post.
Neste novo «affaire açoriano» há duas considerações que devem ser feitas:
1ª - No plano interno: a medida compensatória aprovada para os funcionários públicos regionais que auferem entre 1.500 e 2.000 euros é discutível e susceptível de provocar injustiças relativas em relação a outros cidadãos residentes na Região.
Acho que nesta conjuntura severa de crise económico-financeira, o segmento salarial abrangido por esta medida, não é, nem de perto nem de longe, dos mais atingidos.
Se um casal de funcionários públicos regionais ( e há muitos!) neste segmento auferir 2.000/mês cada, ao fim do mês serão 4.000/mês que entram em casa, e durante o mês de férias serão 8.000, assim como no mês de Natal.
Se estes «trabalhadores» estiverem em crise, imaginem aqueles que auferem pouco mais do que o ordenado mínimo regional, ou pior, aqueles que estão desempregados ou que têm grandes famílias.
Acho que as verbas consignadas a essa «compensação salarial» deviam ser redireccionadas para apoios não-financeiros e específicos a familias carenciadas e numerosas;
2º - No plano externo, Carlos César
fez um golpe de mestre ao desmascarar a grande hipocrisia que atravessa toda a classe politica nacional que permite e avaliza uma boa «catrefada» de «excepções» aos cortes mas que diaboliza este pequeno «affaire açoriano».
Novamente ficou patenteado o ódio que Cavaco Silva nutre pelos Açores e pelos Açorianos.
O homem que é conhecido por não comentar nada, nem que caia um avião no Palácio de Belém, apressou-se, a partir dos confins do Atlântico Sul, no Mar del Plata, a pronunciar-se sobre esta prerrogativa ao alcance da Região Autónoma.
Carlos César marcou pontos ao denunciar que Cavaco Silva divide os portugueses e que anda à caça do voto.
Por seu lado, o Sócrates engoliu em seco mais esta «cesariana», pois ele próprio é o autor de muitas excepções, inclusivé aquelas que aplica retroactivamente impostos sobre as empresas e pessoas singulares, enquanto isenta os milionários dividendos extraordinários da majestática e imperial PT, que já tinha sido beneficiada pela isenção de tributação das mais-valias pela venda da brasileira «Vivo».
Quanto a esta matéria que atinge a «igualdade» consagrada constituicionalmente, não ouvimos nem lemos nenhuma declaração do actual PR.
Não resta dúvidas que Carlos César já decretou as regras e as condições para a sua inevitável reeleição...
No inquérito localizado no canto superior deste blogue, o Dr. Barasta deve acrescentar mais uma hipótese: o «Dr.Carlos César»...
Meu caro Cãotribuinte,
Concordo co "quase tudo" o que disseste, e bastante mais havia a dizer.
Mas atrevo-me a sugerir uma pequena correcção:
Cavaco e Silva gosta, e bastante e bem, dos Açoreanos. Somente não gosta da "catreva" e forróbódós.
Uma pequena prova, passou por cá este ano em férias, e ainda trouxe a familia.
Cavaco Silva, como politico profissional que é, agendou o ano passado uma visita de férias aos Açores.
Marketing eleitoral.
Puro e duro.
Caro Cãotribuinte
Quanto ao plano externo, estou de acordo- tratou-se de um "golpe de mestre" de uma genealidade quase "einteineana"- para quem critica " violas e brasileiras", estamos conversados.
Pelos vistos também não deve considerar , por exemplo os professores, como trabalhadores, a não ser com aspas.É claro que , neste aspecto, tal visão é sectária, mas pega bem, tal como pega bem instituir medidas pão e circo- o povo é sábio!
Trata-se de uma medida discutível.Sem dúvida.
E é um pouco, embora neste aspecto muito menos, como alguém definiu Socrates- forte com os fracos e fraco com os fortes.
Por outro lado, Cesar sempre se defez em elogios ao primeiro ministro.Todavia, à medida que se aproximam as eleições presidenciais e regionais, vemos o mesmo a ocupar grande parte do telejornal regional e a apoiar tudo o que seja comunicação social, " a bem do povo e da nação"...
Neste país de regras e muitas excepções, ofende-se quase todos os cidadãos, com medidas pouco equitativas e que provocam um sentimento de profundo desalento já que ninguém adere convictamente a esta palhaçada que traz grandes desigualdades sociais...
E também traz a vantagem de lá acharem que, afinal, andam é a mandar dinheiro a mais para os Açores... Pois nem sabemos o que já fazer com ele...
("sabemos" não são todos ; são eles...)
Edgardo
Caro Edgardo
É pena é não trazer a vantagem toda.Com efeito, eles deviam dar a independencia aos Açores e à Madeira- assim ficavam com a vantagem toda- não nos davam nada-ahahaha!
E a pobre da Drª Berta como é que se posiciona nesta novela mexicana?
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