O caso Vale de Almeida é mais um daqueles casos que pouco ou nada dignificam a instituição parlamentar e a política em geral.
Menos ainda abona –se é que há abono possível - à comunidade gay/lésbica a que o Professor Miguel Vale de Almeida pertence e defende com as unhas roídas e os dentes ralos.
Nada impende que os políticos eleitos representantes da nação tenham uma agenda pessoal. Nada obsta a que essa agenda seja de cariz sexual de género ou religiosa, para com a sua freguesia o bairro, o clube dos amigo de Apolo ou simplesmente para comer a secretária boa do grupo parlamentar. Importa no entanto que essa agenda pessoal não se sobreponha aos mais altos desígnios da nação para e pela qual o eleito tem que trabalhar e é por isso que é eleito por escrutínio secreto e universal e não escolhido paritariamente.
Ao demitir-se ao fim de um ano de mandato por entender que está cumprido o seu desígnio (a defesa dos direitos da “paneleiragem”, permitam-me a boçalidade por ser um direito que me assiste), o Deputado da nação, não só reduz os interesses nacionais a esse facto como se revela portador de um enorme “umbiguismo”. Espero bem que, de futuro” e ao ir a votos, a nação se lembre bem deste caso, mais um do tipo “limiano” a conspurcar as já pouco límpidas águas da política à portuguesa.
5 comentários:
O que é que são «os mais altos desígnios da nação»?
Caro Nuno Barata
Não gosto do estilo do dito deputado, nem comungo dos seus gostos sexuais, mas considero que ele tem todo o direito em se demitir e nisto até faz um "favor" aos eleitores, pois não se arrasta nas bancadas sem animo e sem acrescentar nada, como tantos outros(eu até sou dos que consideram haver deputados a mais)e nas bancadas PS/PSD então é que é vê-los calados e sempre a olhar o chefe para votarem de acordo( o mal é que na distribuição errada dos votos e dos lugares, estes partidos ficam sempre com mais deputados do que deviam, qualquer que seja a redução efectuada).
Dito isto não concordo que no século 21 ainda exista gente que descrimine as pessoas pela sua opção sexual e use uma terminologia no mínimo desnecessária(isto independentemente do seu direito ao mau gosto.)
Açor
O que está em causa, se souber ler, não é a descriminação sexual (direito que me assiste bem como assiste o do mau gosto) é o não cumprimento de um mandato nacional em prol do bem comum (designio nacional na ética republicana) e a renuncia de mandato quando a agenda pessoal está cumprida. O resto é fait-divers.
Barata
Caro Barata
Finalmente tenho o "privilégio" de obter umas palavras aos meus comentários(até pensei que fosse profissão de fé, não responder...)seja como for(ou da época natalícia ou da crise...)obtive as ditas palavras.
Mas a verdade é que não se amofina quem quer, nem a falsa questão de ( eu entendi, perfeitamente que a questão principal era o não cumprimento do mandato, mas a questão acessória(ou não?) era a "paneleiragem" pois nem a desistência é inédita, nem o referido deputado tem um valor especifico relevante,(não duvido que a atitude é susceptível de critica, mas opino que a razão foi mais a orientação sexual do individuo e nisto peço perdão pois de facto tem direito a ter outra opinião e eu não tenho qualificação para ditar o bom gosto, mas apeteceu-me a bem da alteração dos costumes ou duma birra de pretenso critico...
Para que saiba mesmo o arranjo jurídico para casamento gato não é o mais consentâneo com a técnica jurídica nem é em si um avanço civilizacional revolucionário, mas pronto, não vem mal ao mundo e o "deputadinho" que já tinha saido do Bloco saiu agora do PS com a "imodestia" de ter feito uma Lei que serviu para testa de ferro do PS que não quiseram assumir a sua orientação sexual Gay...
Um bom Natal
Açor
caro Barata
Com a consciência que o comentário está um pouco confuso vou dizer mais o seguinte:
1-O sistema eleitoral vigente releva o partido de onde pertencem os deputados eleitos e não os personagens A ou B que a maior parte dos votantes não sabe quem é!
2- A desistência de um ou outro deputado em si, não cria celeuma nenhuma, a não ser que entrem em rota de colisão com os partidos ou como foi o caso existem factos polémicos por detrás da personagem....
3- O caso concreto é dum personagem emproado, convencido e que quis sempre ser uma figurinha( talvez para "marcar território",) talvez porque como Doutorado não consiga trazer nada ao convencimento...
4- na minha opinião a vida privada é com cada um(sobretudo a vida sexual)e tudo o que ponha em causa esta liberdade, ou que ridicularize as opções privadas é de combater criticamente.
5- Se calhar não foi esta a minha mais feliz participação, mas deu-me a alegria de obter resposta.
Aproveito o ensejo para dizer que não comungando das tuas ideias, aprecio o espírito critico e de intervenção politico e social.
Açôr
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