28 de fevereiro de 2005

Os números de uma "gateway"

SATA - INTERNACIONAL
Movimento Aeroporto de Santa Maria

Assim visto a cru, poderíamos concluir que o nº de passageiros de e para Santa Maria não difere escandalosamente do nº de passageiros em trânsito para Ponta Delgada no mesmo voo. Isso servirá para alguns dizerem que Santa Maria com 4.800 habitantes recebe cerca de metade dos passageiros que São Miguel com 150.000 recebe.

Ora isso não pode ser lido dessa forma tão linear. De facto, o que se passa é que essa rota de Santa Maria com trânsito para Ponta Delgada, corre o risco de abortar por ser escandalosamente dispendiosa. Na verdade, com o passar do tempo, os passageiros vão saber que ao voarem nesse horário, escalam Santa Maria, perdendo cerca de uma hora e sendo submetidos a uma aterragem e uma descolagem, os passageiros para Ponta Delgada evitarão esse tal voo. Ao suceder, isso encarecerá de tal forma a operação que a tornará inexequível, mesmo com a garantia de ter 50 turistas seniores (INATEL) semanais entre Março e Maio de cada ano.
Para a economia mariense, este voo directo, terá mais efeitos negativos do que positivos, pelo menos a curto e médio prazo. Servirá mais para esvaziar do que para encher. Facilitará que a classe média, que ainda tem algum poder de compra, embora não sendo muita sempre vai contribuindo para que a Ilha seja um oásis entre as Ilhas mais pequenas das Ilhas dos Açores, vá mais facilmente gastar as suas fracas economias noutros mercados mais apetecíveis, quem sabe com passagens compradas mais baratas ao abrigo dos acordos de facilidades existentes entre as companhias aéreas, a ANA e a NAV.
Em relação ao chamado turismo sénior, este é de facto, um turista remediado que não gasta muito dinheiro, não trará grandes mais valias à Ilha, servirá apenas para manter as estatísticas do nº de camas ocupadas em alta. Mesmo assim, cerca de 50 por semana numa Ilhas que tem como capacidade instalada cerca de 5 vezes esse número, parece-me manifestamente pouco.
Que fique bem claro que eu não tenho nada contra as reivindicações das forças vivas de Santa Maria e até acho que um voo directo em regime de charter com uma boa promoção da Ilha poderia ser uma solução para a rentabilização das unidades hoteleiras que incautamente foram construídas na Ilha com subsídios do GRA ou seja com dinheiro de nós todos. Contudo, não posso admitir que isso se faça à custa de um aumento do preço das tarifas para as outras ilhas, com prejuízo claro e inequívoco para São Miguel e servindo como argumento para não se liberalizar as rotas e se continuar num regime de monopólio controlado e encapotado, com a SATA e a TAP, antes concorrentes, agora entendidas em Cartel.
Quem vive em Ilhas mais pequenas tem que saber medir os prós e os contras de viver onde vive, e tudo tem o seu lado bom e o seu lado mau, as coisas não podem ser iguais em todo o lado.
Quem governa os Açores, seja ele quem for, tem que perceber que São Miguel é a locomotiva da economia Açoriana, se não lhe for adicionado combustível e ainda por cima lhe meterem mais carga nos vagões, a coisa acabará por ficar ainda mais negra.

Curiosidades


Fotografia importada do Lua Fotolog
Este ano as festas móveis são muito baixas. No dizer do nosso Povo as festas são baixas ou altas consoante se colocam no calendário. De facto o entrudo foi muito cedo e o Santo Cristo também o será. Isso porquê? Porque são duas festas indexadas ao Domingo de Páscoa. E porque é que a Páscoa é tão baixa. A resposta é: Por uma feliz coincidência. Na verdade, a data para a realização da festa da Páscoa é achada a partir do equinócio da Primavera. De facto, a Páscoa realiza-se no primeiro Domingo após a primeira Lua cheia depois do equinócio de Primavera. Como a primeira lua cheia está muito próxima do dia 22 de Março, dia 25 que é Sexta-feira, a festa da Páscoa fica muito baixa.
As coisas que eu guardo no meu disco rígido!

27 de fevereiro de 2005

Domingo

O meu Domingo foi eclético. Foi um dos melhores e, mais produtivos dias deste ano que vai com 58 dias apenas.
Comecei cedo, como costume, fui ao escritório e limpei parte da secretária que se havia conspurcado ao longo da campanha eleitoral. Depois? Bem depois fui carpinteiro, pedreiro, jardineiro e electricista. Um sem-número de coisas que estavam por acabar desde que me mudei há mais de um ano para esta casa, ficaram, finalmente, alinhavadas. É tão bom saber fazer qualquer coisa e chegar ao fim do dia, tomar um banho e navegar pela net desenfreadamente com a sensação de ter passado um Domingo bem produtivo. Tive a companhia da minha filha mais nova que não se calou um único minuto o que ajudou a distrair já que o rádio de pilhas estava fanhoso.


Sofia Costa Barata Almeida e Sousa

24 de fevereiro de 2005

Air Luxor proibida de voar para os Açores

O Instituto Nacional de Aviação Civil não autorizou a Air Luxor a voar para São Miguel, sem indemnizações compensatórias e fora do serviço público.Isto é o que eu chamo proteccionismo, politiqueiro e mesquinho.

Já se sabia e eu já aqui havia dito, que a liberalização encapotada das rotas de transportes aéreos para os Açores que culminou num acordo de code-share entre a TAP e a SATA era uma pouca vergonha.

Desta forma, os políticos não credibilizarão a política e não haverá círculo de compensação que chegue para as reclamações dos Micaelenses.
Tudo isso se resume a um capricho "eleiçoeiro" do Governo Regional dos Açores em exigir mais duas gateways, uma para o Pico e outra para Santa Maria. Do Governo da República veio a resposta na mesma moeda. Tomara se não o aprovassem perdiam os votos todos.
Era obvio, entrava pelos olhos de qualquer mortal que, Santa Maria e o Pico, não conseguiam rentabilizar essas rotas (no Pico ainda nem começou nem está para começar). Então tratou-se de subir os bilhetes. Tão simples como isso. Logo veio o Governo Regional que, se arrogou de "dono" das ditas gateways dispendiosas, dizer que a culpa da subida dos bilhetes era da Republica, isto por voz de Sua Excelência o Secretário Regional da Economia, que é quem tutela a SATA que teve 3.000.000 de euros de lucros mas não baixa as tarifas, deve ser culpa da república. Ou seja a existência das gateways é da autoria do GRA mas a subida dos preços por elas implicada é da responsabilidade da república. Não há paciência.
A única razão porque nós temos passagens caras para os Açores e entre as ilhas dos Açores é porque não há a coragem de acabar com mordomias e privilégios das Ilhas mais pequenas. Haja coragem de dizer basta e de dizer que também somos gente. Pague-se mais às companhias pelo serviço público mas tenham a coragem de liberalizar onde as rotas possam ser apetecíveis. Nós temos esse direito.

A lei eleitoral

O António Monteiro (Tony) que em tempos manteve bem activo o blogue Mariense agora meio em banho-maria chamado Azormonteiro, fez um blogue que se chama Revisão da Lei Eleitoral da Região Autónoma Açores
E que pretende ser um fórum de discussão sobre o assunto.
Participemos.

23 de fevereiro de 2005

Civismo. Onde e quando?

Entrei no parque de estacionamento, estava cheio, avistei um lugar vago logo ali do meu lado esquerdo. Cumpri o sinal de sentido obrigatório dei a volta ao parque e quando ia chegando ao tal lugar um "xico esperto" resolveu fazer uma transgressão, não cumpriu os sinais e tomou o meu lugar de assalto. Sim aquele era o meu lugar, fui eu que i vi primeiro, simplesmente fiz o que qualquer cidadão decente tem que fazer, cumpri o código da estrada. Essa atitude do "filho de puta esperto pa caraças" irritou-me solenemente. E ainda há quem acredite que o nosso povo está a ficar mais civilizado. Eu sei que vou educar as minhas filhas nos mesmos cânones em que fui educado, respeitando o próximo e as regras da sã vivência em sociedade, mas isso pode custar-lhes caro num futuro próximo. Sei que a maioria dos portugueses não educará os seus filhos assim.
Seremos um País de "filhos de puta espertos"?

22 de fevereiro de 2005

Choque de Gerações

Bem já sabem a nova geração Açoriana reúne-se hoje no CDG. O melhor programa da RTP-Açores. "Bem-vindo de volta, deixa-te dessas merdas", disse o Francisco referindo-se à Politica. Não, não deixo a politica nem deixo o meu Partido, está demasiado enraizado e sei que só poderei levar a bom porto o meu projecto para os Açores através de um partido político. Mas é disto que eu gosto, estou a adorar fazer televisão, era uma experiência pela qual aspirava há muito. Porque razão hei-de chatear-me com o raio da política se tenho esses amigos todos e esse programa maravilhoso para continuar a fazer? Bem, devo continuar a fazer politica porque é um dever que sinto ter como cidadão livre. Há poucos cidadãos livres, livres das pressões politicas, livres das pressões familiares, livre de dogmas e de estereótipos. Eu sou livre e prezo muito essa liberdade e é por isso, que gosto de fazer o programa e gosto de estar na política activa.
Muitas das coisas que digo no programa, não são bem aceites no meu partido, nem sequer na generalidade da classe politica. Contudo, ninguém ousou alguma vez dizer-me para ser mais contido.
Moderados pelo Joel Neto, o Miguel Monjardino, o Francisco José Viegas e eu, debateremos esta noite o resultado das eleições de Domingo e a questão Basca. Não esqueçam é logo mais à noite pelas 21h 30m na RTP-Açores ou em http://acores.net/rtp/
Não percam, o Amor de estimação do Luís Filipe Borges e o ódio de estimação do Alexandre Borges.

21 de fevereiro de 2005

In medium virtus est

O "Centrão" foi o grande vencedor das eleições de ontem na Região. Todos, com excepção para os partidos mais pequenos, trabalharam para a bipolarização. Na verdade, PS e PSD somaram 87,54% dos votos dos Açorianos. Enquanto P Partido Socialista no rectângulo recolheu 45,17% dos votos expressos, na Região atingiu os 53,13%. O PSD também teve aqui um resultado melhor do que lá, de 28,18% dos votos na república, o fenómeno Mota Amaral atirou o PSD Açores para os 34,41%. O CDS/PP foi uma das vítimas da bipolarização. Em condições adversas, saído de convulsões internas mas com o apoio de muita gente de fora do partido, devo dizer que não esperava um resultado tão mau. Em Santa Maria e São Miguel, Ilhas onde a minha candidatura poderia ter potenciado o resultado do CDS, isso não aconteceu. Pelo contrário, provoquei mesmo uma hecatombe, o BE ultrapassou o CDS/PP.
Uma nova batalha eleitoral nos espera, as Autárquicas de Outubro próximo. Não serei, depois deste desastroso resultado, candidato ou sequer dirigente do CDS/PP. Contudo, ficarei à espera de ver os quem vai ser o "corajoso" que o PS vai mandar para a frente de batalha contra as tropas da "Sóra" Berta.

20 de fevereiro de 2005

Maioria Absoluta

Agora mais livre do que nunca e totalmente na oposição, vai ser muito mais fácil escrever aqui. É sempre mais fácil fazer oposição do que governar. Isto vai-me dar um enorme prazer.
Sócrates que, não tem barbas para pôr de molho, que ponha outra coisa qualquer. Terá aquele poço de virtudes que é Louçã sempre à perna. Vem aí o aborto e a "ganza" leve. Sex anf drugs and rock n'roll. Cool.

Eu bem dizia

Ficaram todos "apespinhados" comigo porque disse que Mário Soares estava xexé. Agora foi a própria CNE a dizê-lo.

Segurança

Centenas de agentes da PSP de todo o país prestaram ontem a última homenagem a Ireneu Dinis, o polícia morto na madrugada de quinta-feira na Cova da Moura, em Lisboa.E se centenas de polícias, GNRs e Exercito tivessem mantido um cerco ao bairro da Cova da Moura até apanharem os assassinos? É assim que funciona nos países desenvolvidos. Não é?

19 de fevereiro de 2005

Reflexão

Conquistamos o direito de votar e de escolher os nossos representantes, com a conquista definitiva da democracia. Na verdade com o processo iniciado na madrugada do dia 25 de Abril de 1974 e que apenas se completou a 25 de Novembro de 1975, os Portugueses conquistaram um dos mais importantes direitos de todos os que já haviam conquistado na sua história, o direito de voto. Numa democracia Parlamentar, como é a nossa, os cidadãos escolhem os seus representantes no Parlamento, uma espécie de assembleia de Homens bons. Ao Parlamento cabe escolher o Governo. Vamos, por isso, eleger amanhã os nossos deputados. Votar não é, contudo, apenas um direito, é também um dever de cidadania. Não votar também é um direito, o direito à abstenção. Contudo, a abstenção que temos registado no nosso país, é mais do que um simples sentido de voto, é um desleixo, é, motivada por um enorme desinteresse, por um desacreditar na coisa pública, nas causas, nos políticos. A estes, aos políticos, cabe alterar este estado de coisas. A estes, aos políticos, cabe, depois de mais uma campanha e findo o processo eleitoral, repensar a forma de comunicar com os seus concidadãos e de lhes passar a sua mensagem.
Votar é um dever de cidadania, vamos cumpri-lo. Votar é um direito, vamos exercê-lo.

18 de fevereiro de 2005

Memória curta

Aqueles que criticaram a coligação açores por utilizar os símbolos regionais nas suas acções de campanha, onde estão agora para criticar o Sr. José Sócrates Pinto de Sousa por usar os símbolos nacionais em acções de campanha?
Dois pesos e duas medidas?
Memória curta?
Eu estou cá para lembrar! OK?

Último dia

Hoje é o último dia desta longa caminhada que está sendo a campanha eleitoral. Percorri, ao longo dos últimos quinze dias, caminhos plenos de sobressaltos e contratempos, de afectos e de ódios, de beijos, abraços e de manguitos. Ontem tive casa cheia na Relva. Aliás casa mais do que cheia, pela primeira vez, que eu me lembre, foi necessário colocar mesas e cadeiras à última da hora. Noutros tempos a nossa preocupação era disfarçar os lugares vazios. Ainda bem que assim foi. Gente de toda a Ilha e de vários quadrantes políticos juntaram-se aos do CDS/PP para apoiarem a minha candidatura, ficarei desapontado se não corresponder às aspirações dessa gente boa que me apoiou e apoia e que me quer ver eleito. Esperemos serenamente os resultados de Domingo. Entretanto, até ao final do dia de hoje é preciso queimar os últimos cartuxos.

17 de fevereiro de 2005

Ainda a lei eleitoral para a ALRA


As minhas convicções e opiniões sobre este assunto estão em diversos "posts" de há uns meses a esta parte. Contudo, porque o tema veio à baila, muito embora, a julgar pela falta de assistência, não seja um tema muito importante para os Açorianos, aqui vai uma pequena (pequeníssima) contribuição. Eu só entendo uma alteração do sistema eleitoral que melhore o nível de proporcionalidade, sem diminuir o número de Deputados das ilhas pequenas. Proporcionalidade sim mas nunca em detrimento da representatividade das Ilhas. As propostas que preconizem a redução do número de deputados são apenas demagógicas e tendem a fazer desaparecer os partidos mais pequenos, reduzindo assim, a representatividade, não só das Ilhas mais pequenas mas também das minorias intelectuais. Bipolarizar, instrumentalmente, a democracia açoriana é diminuir essa mesma democracia.

16 de fevereiro de 2005

Do Pântano ao vazio

O debate de ontem, veio confirmar o teor do meu post. Nada de ideias, um vazio total. Sócrates esgrime palavras sem nexo, não diz nada, deita para o lado todo o conteúdo do seu programa de Governo, se é que o conhece. Apenas apela a uma maioria absoluta.
No princípio, no meio, no fim, em todas as acções de campanha, a única coisa que Sócrates sabe é que quer uma maioria absoluta e ousa dizer que o país dela necessita. O que o País menos precisa é de maiorias absolutas ou musculadas, o que o País precisa, urgentemente, é de gente capaz de governar e o Sr. Sócrates não está à altura de o fazer. É claro que quanto mais incapaz é o primeiro-ministro, mais musculada tem que ser a maioria parlamentar, não vá o diabo tecê-las. Além disso, depois do precedente gravíssimo que Jorge Sampaio abriu dissolvendo uma maioria parlamentar estável, Sócrates deve estar preocupado é que a partir de agora qualquer governo, com qualquer maioria parlamentar, pode cair "pelas razões que todo a gente sabe".Para debate de candidatos a primeiro-ministro e candidatos a ministro de estado, ficou muito por dizer e quase nada de novo dito. O melhor mesmo é continuar com a campanha das ideias que é delas que o País e a Região precisam.
Nos Açores, vamos eleger deputados que defendam os nossos interesses, combativos, esclarecidos, sem peias, e sem o olho posto nas suas carreiras politicas pessoais.
Quem estará nessas condições?

15 de fevereiro de 2005

Do pântano às trapalhadas e a caminho do pântano

Estamos a assistir a uma campanha eleitoral de muito baixo nível. Alguém é capaz de enumerar uma medida que um dos dois principais partidos do arco do poder tenha apresentado num comício um numa feira. Nada! Na verdade, nos seus programas eleitorais, que tive a paciência de ler, estão plasmadas algumas ideias e intenções interessantes, o que mais faltava era que não estivessem. Contudo, os líderes desses partidos e os seus candidatos distritais e regionais não as usam nem as divulgam. Uns apostam na capacidade comunicativa do seu líder, os outros estão com o seu líder porque estão contra o líder dos outros.
José Sócrates, ontem, teve a necessidade de vir dizer que os Portugueses não se devem esquecer que Paulo Portas também fez e faz parte do actual Governo. É verdade, os Portugueses não se devem esquecer que Paulo Portas esteve neste Governo, assim como não se devem esquecer da obra que os Ministros do CDS/PP, todos sem excepção, deixaram feita. Os Portugueses não devem também esquecer que o Sr. Eng. Sócrates fez parte já de um governo de Portugal, o famoso governo do "Pântano Guterrista". Mai nada!

Porque hoje é Terça-feira...

...é dia de Choque de Gerações. Vai para o ar pelas 21h30m na nossa RTP-Açores.
Moderados pelo incansável, adorado por uns e abominado por outros, o grande Joel Neto, Miguel Monjardino, Francisco José Viegas e Pedro Arruda, debatem esta semana as, eleições legislativas antecipadas, o balanço das eleições no Iraque e o regresso da GNR a Portugal.


Descoberta: Francisco José Viegas.
Reportagem: Nuno Costa Neves.
Amor de estimação: Alexandre Borges.
Ódio de estimação: Luís Filipe Borges.

14 de fevereiro de 2005

O Aeroporto do Pico e as leviandades dos Senhores deputados do PS

Quando os políticos com responsabilidades apostam na incompetência dos Jornalistas e das oposições para dizerem mentiras e aleivosias, estamos perante um caso de escandaloso desplante. Mas quando os políticos são ignorantes e incompetentes o caso muda de figura, vira-se o feitiço contra o feiticeiro.
A notícia que eu transcrevo, é uma desses casos de incompetência e desplante. Sobre o aeroporto do Pico e as exigências feitas pelos Senhores Deputados do Partido Socialista. o Jornal TAKE-OFF, na sua página 15 (não disponível na edição on-line, escreve assim:
Política
Lemos há poucos dias nos Jornais um protesto de alguns deputados do Partido Socialista que exigiam a entrada imediata em funcionamento do Aeroporto do Pico e a obrigatoriedade de serem garantidas duas ligações semanais entre Lisboa e aquela Ilha Açoriana.
Os senhores deputados fizeram mal o trabalho de casa. Como deputados eleitos pelo partido que formou governo na Região Autónoma dos Açores, deviam saber que a responsabilidade das infra-estruturas aeroportuárias no Pico é do executivo regional e deviam saber, também, que a obra não está concluída, porque esse mesmo governo regional, não o equipou com as condições necessárias para paras exigir uma operação com aviões de médio porte com capacidade para transportar entre 100 e 200 passageiros.
Por tudo isso, manter-se-á o impedimento da operacionalidade do aeroporto picoense por aviões com capacidade para mais de uma centena de passageiros.

11 de fevereiro de 2005

No Faial com o olho no Pico

Estou no quarto 316 do Hotel Fayal, aproveito para descansar um pouco. Daqui a um par de horas vou participar num Jantar comício com militantes e simpatizantes do CDS/PP, sem mais figuras nem figurões que eu cá não gosto de enganar ninguém. Sou eu o candidato, é a mim que têm que ouvir e é em mim que têm que acreditar. O terreno não é dos mais fáceis para o CDS/PP. Farei o melhor que sei e posso. Não tenho jeito para falar a plateias, prefiro falar entre rodas mais restritas mas assim terá que ser hoje, na Praia do Almoxarife.
Dei uma volta às mobílias do quarto. A mesa redonda que estava a um canto, coloquei-a junto à Janela. Em frente, o Pico. Desde que estou aqui já mudou de cor três vezes. Anoitece, dentro de uma hora apenas verei as luzes da Vila da Madalena e que se estendem até à Areia Larga. Do outro lado está São Jorge, já cintilam algumas lâmpadas na Ilha de Francisco de Lacerda.
Ouço o Cristóvão inspirar o seu cachimbo e escrevinhar duas palavras no teclado do seu PC. Uma baleia falou-me do Dias de Melo e o canal lembrou-me o Nemésio.
Se bem me lembro, ainda agora havia por aqui caçadores de baleias, depois de atuns, agora de subsídios.
E o avião da TAP?
Está atrasado ? Diz-me envergonhado um quartel de vinha património da humanidade.
Espera turistas, espera visitas, espera o futuro.
Um "maroiço" mais informado segreda-me que a culpa foi do Governo.
Do da república?
Não do regional! Fizeram isso tudo com os pés no ar, não trataram da segurança e dos procedimentos exigíveis e agora está o aeroporto feito mas os aviões não podem vir.
Isto é porque o dinheiro não é deles, é de nós todos. Viva a folia que agora até já dá lucro.
Por quanto tempo?

Outra vez os tempos

Estou a caminho do Faial, já no aeroporto João Paulo II, com ingresso marcado para o voo SP570. Uma hora de voo e dá cá 158,96 euros. Felizmente o tempo está bom. Um anticiclone com cerca de 1030 hPa entendeu estacionar em cima das nossas ilhas. O tempo? O tempo do relógio irrita-me, ultrapassa-me na auto-estrada do dia-a-dia quase com desdém. Passa por mim, apita e olha para o lado e depois para traz e ri-se. Ri-se, porque me deixou para traz, porque não me permitiu mais vagar para fazer as coisas de que gosto. Há vezes em que nem tenho tempo para pensar, quanto menos para escrever. O tempo, o do relógio, é um chato, uma borbulhinha um pingo no nariz uma pedrinha no sapato.

O outro tempo, o meteorológico é algo que me fascina e atrai. Não passa dia que não leia pelo menos uma ou duas cartas de prognóstico. Depois? Bem depois comparo as minhas leituras com as da Sr.ª Navarro e com as sugestões do Pedro Moura para as senhoras irem ou não para o tanque lavara roupa. Quase sempre se diz que vamos ter céu geralmente nublado com boas abertas. Quais boas abertas, estamos com verão há 3 dias e eles a falarem de boas abertas.
Bem o que interessa é que até Domingo, queira ou não a Srª Navarro ou o Sr. Fernandes ou outro qualquer meteorologista de serviço, vamos ter bom tempo. Tempo para ir para o tanque, para o jardim, para a avenida, para o campo e até para a praia, a carta não engana, esta não é uma carta de cartomante é de meteorologista. 1040 hPa mesmo em cima das nossas Ilhas. E eu vou ver o Pico, lindo, descoberto erguendo-se no azul-cobalto do Céu, visto ali do Faial.

10 de fevereiro de 2005

Moto-locomotiva

Porque o João Pacheco de Melo, insiste em não ter espaço ao contraditório no seu Lugar da Ponta Delgada. Não percam a sua posta de hoje, uma composição ferroviária puxada por Mota Amaral onde vão vagões cheios de cruzes, a Presidenta, o Anjo e o Bolieiro, todos à Boleia da Velha locomotiva do PSD-Açores
Persistem alguns dos problemas observados aquando do projecto "Coastwatch Europe" do ano anterior (2003), esta é a principal conclusão do relatório de 2004 apresentado pela Associação Amigos dos Açores.Tal como no ano anterior, o lixo foi o factor mais preocupante nas várias zonas da costa visitadas: cerca de 50% das unidades analisadas apresentaram objectos de grandes dimensões - principalmente materiais de construção, lixo doméstico em sacos ou amontoados e objectos domésticos, estes últimos observados em grande número este ano. Destaque para o aumento dos resíduos sólidos, no ano corrente, com incidência em 90% das unidades visitadas, quando no ano anterior, as ocorrências de resíduos foram registadas em 70% das unidades. Em ambos os casos, os resíduos mais frequentes são as garrafas de bebidas em plástico, os sacos de plástico para compras, as garrafas de bebida em vidro e as latas de bebida. Papel, cartão e/ou madeira foi a categoria de lixo ou poluição encontrada, em maior quantidade, na zona supratidal, enquanto que, na zona intertidal, há uma maior ocorrência de recipientes de substâncias potencialmente perigosas. É de salientar o número de ocorrências de têxteis e artigos de vestuário e esferovite e/ou outros materiais similares.
In Diário dos Açores de hoje.
E depois digam-me que eu não tenho razão em falar de educação ambiental.

Botafaladura

O Blogue do Paulo Parece Batista saiu do banho-maria onde se encontrava há muito. Espero que desta vez voltes em força. Faz falta a Santa Maria. Passamos a vida queixando-nos dos nossos políticos locais e dos regionais e nacionais pela forma como tratam a nossa Ilha. E o que fazemos nós por este pequeno paraíso na terra?
Faça-se qualquer coisa que mais não seja Botarfaladura.

9 de fevereiro de 2005

Nova revista de grande informação


Vai para as bancas sexta-feira um novo título. A Factos é uma revista que dará prioridade ao jornalismo de investigação e será, para já, distribuída nas Ilhas de São Miguel, Terceira, Faial e Pico. Entre outras coisas contará com uma crónica do Foguetabraze.

8 de fevereiro de 2005

Padre António Vieira



Impelido pela lembrança do JVC no seu Professorices, iniciei a releitura dos sermões do Padre António Vieyra. A minha edição não é igual à dele, é um nadinha mais antiga, é de 1678 e está em muito mau estado mercê dos anos em que vivi nas Furnas e a traça lhe entrou por folhas a dentro.
Sermão para amanhã Quarta-feira de Cinzas


"La Tomatina"




A batalha de tomates em Buñol, perto de Valência é a batalha mais parecida com a nossa "Batalha de Limas".

La Tomatina remonta a 1945, uma batalha acidental deu origem a uma tradição, ver a história da Tomatina aqui.

"A Batalha das Limas"


Eu nunca batalhei e só fui uma vez à avenida ver como era. Já era grandinho e a minha mãe que também nunca tinha visto pediu-me para irmos, de carro, ver a batalha. Na minha infância fiz muitas limas e depois sacos para as batalhas caseiras e até para alguns amigos irem batalhar para a avenida. Achava graça ao convívio e aos "salamalecos" de fazer limas. De resto, dia de entrudo era dia de fazer os enxertos, aprendi com o meu avô como os fazer , ainda hoje mantenho essa tradição. Hoje, talvez vá enxertar uma meia dúzia de cameleiras. Tempos houve em que fazia enxertos de citrinos, agora dedico-me mais às plantas ornamentais.

Se há tradição que devemos manter , esta é a da batalha das limas. Que eu saiba não se faz em mais parte alguma do mundo e nem sei que origens terá. Alguns dirão que é uma tradição bárbara, que já foi mais civilizada mas que derivou para a brutalidade. Admito. Contudo, é daquelas tradições que não se pode perder. Bem haja quem ainda investe muito do seu tempo e dinheiro em manter esta festa de entrudo tão especial e diferente.

7 de fevereiro de 2005

O Pacto de Estabilidade e Crescimento e o Défice Orçamental

Em relação ao Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), não o vejo como uma obsessão. Isto é: Manter o défice orçamental abaixo dos 3% impostos pelo PEC é desejável mas não pode constituir um constrangimento ao investimento público. O Estado Português e as Regiões Autónomas estão, ainda, demasiado presentes, senão mesmo, omnipresentes nas respectivas economias. Restringir o investimento público é diminuir a actividade económica, é como dormir numa cama com lençóis curtos, quando se puxa para cima fica-se com os pés de fora.
Urge implementar politicas de incentivo ao investimento privado e reforço do sector produtivo, de forma a tirar o estado, o mais possível, do circuito económico e manter um nível de investimento público capaz de sustentar o tecido económico que dele, ainda, está dependente. Este investimento público é, desde logo, recuperável nos exercícios seguintes por via das colectas do IVA e do IRC das empresas, bem como, do IRS dos seus trabalhadores. Essa teoria, por vezes redutora, que para cumprir o défice, é necessário apertar os cordões à bolsa, é falsa. Contudo, são necessários reduzir os gastos com a administração pública, nomeadamente com a despesa corrente. É necessário tomar medidas de racionalização dos recursos humanos e financeiros. Uma medida tomada pelo Ministro da Defesa e dos Assuntos do Mar, Dr. Paulo Portas e que serve de exemplo, foi a criação de uma central de compras para o exército que redundou numa poupança, no primeiro ano, de cerca de 22,5 milhões de euros. Medidas desta natureza terão que ser tomadas em outros ministérios e em outras áreas da governação.

6 de fevereiro de 2005

Coisas Velhas

Eu gosto de coisas velhas. É verdade, quando era miúdo chamavam-me sucateiro. Para quem não sabe fui criado no Nordeste, a décima Ilha dos Açores, passava grande parte dos meus dias no viveiro florestal daquela longínqua Vila da Ilha de São Miguel, mais propriamente nas suas oficinas, remexendo peças velhas e construindo carros de empurrar com os quais organizava Ralis com os outros rapazes da terra. Tudo servia, rodas velhas de triciclos, discos de embraiagem velhos serviam de volante eixos de madeira de buxeiro e os veios de direcção eram feitos com forcas de araçaleiro. Foi no Nordeste que nasceu a minha paixão por carros velhos. Os Land Rover são os meus predilectos, já recuperei alguns , um deles de 1961 que ainda circula e passa nas inspecções periódicas.



DB-80-03 Land Rover Série II de 1961 actualmente propriedade do Dr. Carlos Sebastião
BZ-17-13 Land Rover Série III de 1981 ainda minha propriedade
Ambos foram salvos da sucata há cerda de 8 anos.



Em 1969 com o Mestre Ferreira no viveiro Florestal do Nordeste.
Pode ter começado aí o gosto pelos Land Rover.

5 de fevereiro de 2005

Distribuição planetária

Os leitores do Foguetabraze, distribuem-se, por quase todo o planeta, conforme se pode ver pelo mapa abaixo.

É interessante verificar a distribuição de leitores e a sua densidade na América do Norte, mais propriamente na área da Nova Inglaterra. Estará a nossa comunidade emigrante, de endemismo açorico, assim tão abandonada que venha beber neste vosso humilde blogue alguma informação e opinião sobre o que se passa nos Açores e em cada uma das suas Ilhas?
A leitura atenta deste mapa levou-me a cuidar os temas tratados de forma a serem os mais abrangentes possíveis e dedicados ao maior universo possível.
Na minha opinião, este e outros regionais e nacionais, são um exemplo de como um blogue pode ultrapassar as fronteiras de um circuito fechado de amizades ou de interesses comuns e chegar a um universo de leitores mais abrangente.
Não descuidarei este pormaior.

4 de fevereiro de 2005

O debate



Já que a blogosfera regional, mais própriamento o João Nuno, exige um comentário e uma opinião sobre o debate de ontem, depois de ter ouvido Santana Lopes, na TSF esta manhã e de ter lido os principais Jornais nacionais, aqui vai a minha opinião.
Despido de qualquer "partidarite", e munido da liberdade que muito prezo, devo dizer que não gostei do debate. Não só pelo formato que, obviamente, coarcta o desenvolvimento de raciocínios mais profundos, mas também pela falta de espontaneidade dos participantes. Eu não gosto da política demasiado previsível, quase fui capaz de adivinhar as palavras de um e de outro conforme as perguntas iam sendo formuladas.
Jornalistas e políticos perceberam, finalmente que os Portugueses não querem ouvir mais paixões e intenções sobre os grandes temas da educação e da saúde. Os políticos sabem que estes sectores vão ser sempre problemáticos e que não vale a pena massacrar o Povo com promessas vãs e incumprireis. Todos, sem excepção, queremos mais e melhor saúde e mais e melhor educação. Contudo, estes são sectores cuja despesa corrente absorve de tal ordem o orçamento que não sobra muito para as despesas de investimento. Além disso, são dominados por interesses corporativos muito fortes que, não abdicam de regalias, nem em nome de um pacto de regime. Esse é um dos males dessa democracia corporativa que estamos a viver. Já o disse aqui há uns meses atrás que as corporações, em Portugal, começam a ter uma força tal que a democracia parlamentar, já de si pouco lastrada, começa a estar fortemente em risco. Não é por acaso que o grande trabalho de desacreditação do sistema parlamentar e dos senhores deputados nasce do seio dessas mesmas corporações. Convém estar atento.
De resto, não houve vencedor nem vencido, foi um debate morno ao bom estilo de um Portugal que necessita, urgentemente de agitação e de Homens bons.
Para melhor dizer o que achei do debate, escolhi, citando de cor (por isso, podendo conter imprecisões, um poema de Carlos Paião)

"Trocas e baldrocas,
Altas engenhocas
Que eles sabem inventar,
São palavras ocas
faz orelhas moucas
não te deixes enganar".
(obrigado Miguel)

3 de fevereiro de 2005

Outra vez sem tempo

O tempo está a correr com muita pressa, muita pressa mesmo. Entre uma entrevista uma fuga às empresas e um café tomado na volúpia dos dias, sempre vai dando para vir por aqui. Deixar um post de circunstância e visitar os blogues do costume. Não levem a mal a falta de resposta a algumas provocações ou ter deixado de comentar nos vossos Blogues. Não é estratégia nem falta de consideração, é simplesmente falta de tempo. Como compreenderão, comentar implica voltar aos blogues e responder, se for caso disso, a actividade frenética dos últimos dias e daqui até ao dia 20 de Fevereiro não irá permitir uma grande atenção à blogosfera. Pelo facto, peço desde já, as minhas desculpas.

2 de fevereiro de 2005

Blogues de Candidatos

Proliferam por este País fora dezenas de blogues de candidatos a deputados. O servidor da Telepac SAPO, disponibilizou espaço a alguns desses candidatados, José Sócrates, Santana Lopes, Paulo Portas e Jerónimo de Sousa. Dos principais, só Francisco Louçã (o homem que não ri), não aceitou e ficou de fora.
Este também é um blogue de um candidato. A diferença é que este já existia antes de eu ser candidato e continuará para além do próximo dia 20 de Fevereiro. Os outros? Bem os outros têm morte anunciada.

Arquivo do blogue