11 de dezembro de 2008

Democracia em perigo nos Açores.

A Assembleia Legislativa Regional dos Açores e a nossa democracia, sofreram hoje um dos mais rudes golpes algumas vez sobre elas perpetrados.
O Programa do Governo, em discussão surda durante três dias, foi proclamado aprovado sem que tenha decorrido qualquer votação. Bem me parecia que Francisco Coelho não estava à altura do cargo. Artur Lima parecia adivinhar o que aí vinha, logo no inicio do seu discurso final apelou ao bom senso e isenção do Presidente da ALRA, coisas que, ficou-se a saber, Francisco Coelho não tem. O teatro foi preparado ao pormenor. Cesar, logo no inicio da semana foi dizendo que este programa já tinha sido sufragado nas urnas e que nada mais havia a discutir, o debate foi todo só a fingir, neste país de democratas de pacotilha e formados pelos sorteios dos cupões das caixas da farinha amparo tudo é um pouco a fingir .
Não raras vezes tenho afirmado a necessidade de lastrar a nossa democracia. Fazê-lo, só é possível, com políticos capazes da grandeza de serem arrogantes nas derrotas e humildes nas vitórias.
Se dúvidas havia sobre o “carneirismo” do grupo parlamentar do PS, elas ficaram dissipadas. O verdadeiro líder parlamentar dos socialistas Açorianos é Francisco Coelho. Estamos, assumidamente no PJAEC, Processo de Jardinização dos Açores em Curso.

6 comentários:

Rui Coutinho disse...

Oh Nuno
Trata-se apenas de um (triste) procedimento regimental...

Jordão disse...

“Só temos os políticos que merecemos!”

Rogério Paulo Pereira disse...

É o desfiar dos sintomas de fim de ciclo. Tinha de acontecer.

maugastamanhas disse...

O pior golpe que a democracia sofre começa no modo de escolha e votação dos candidatos a deputados e governantes. É aí que tudo começa e onde o "carneirismo" de TODOS os grupos de deputados tem origem, com os resultados que estão à vista. Os açorianos, na sua maioria, porém, vão assobiando para o lado, mentes haja pão e circo, e até um dia ...
Viu-se hoje, tal como já se havia visto antes, como funcionam as coisas na maior democracia do mundo, com o Senado a rejeitar um plano de "bailout".

Ana F. Afonso disse...

Francisco Coelho mostrou ser um bom jurista...a norma do regimento de facto só fala em votação de moções de rejeição do programa.
Parece-me, porém, que o sentido da votação de um programa de governo, no quadro democrático, passa pela votação tout court...do programa, e de qualquer tipo de moção que lhe apresentem.
Que diria Francisco Coelho se deputados do PS tivessem pretendido apresentar moções de confiança ao programa? A tal norma não as prevê...

ZEZE disse...

É a politica que temos. Será que merecemos isso?

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