Mas se do Partido Socialista se pode
dizer que deixou a Região numa espécie de “purgatório político”, da atual
coligação de poder não se pode dizer que tenha tido a coragem de tirar a Região
desse estado de purificação. Pode-se, no entanto, dizer que, por não estar
ainda imbuída de pecado tem mantido a Região num “Limbo político”, para onde
vão aqueles que ainda não são dotados de razão e não são batizados. Não sei bem
o que é pior, se o purgatório se o limbo, mas sei, sabemos todos, que nem um
nem outro são lugares recomendáveis e esta Região carece, urgentemente, de um
impulso que só pode ser alcançado com reformas corajosas e determinadas. O
atual Governo não tem tido, nem a sabedoria, nem a coragem, de fazer essas
reformas e a resistência à mudança por parte das populações é confrangedora e
gera, a curto e médio prazo, mais problemas do que soluções.
Nós, Iniciativa Liberal, tentamos
reformar, apresentando, entre outras, uma proposta de reestruturação do Sector
Público Empresarial Regional que extingue o IROA S.A. e o IAMA – IPRA, criando
uma nova empresa de capitais exclusivamente públicos que assume as competências
de ambas as estruturas e que não só otimiza os seus recursos, como garante uma
gestão mais contemporânea e arrojada de um sector que, sendo monopolista e imprescindível,
tem que ficar na esfera pública. Existem enormes vantagens, neste projeto,
desde logo e em primeiro lugar para os seus trabalhadores que deixando de ser
trabalhadores em funções públicas pode e devem ter acesso a regalias e
condições de reforma e pré-reforma que, neste momento, não têm, pois embora, no
caso dos trabalhadores da rede regional de abate que podem, de direito, ir para
a reforma aos 55 anos, na verdade, de facto, a grande maioria não vai porque os
cortes nos seus rendimentos são enormes. Ora, assim ficam no serviço, sem
poderem desenvolver a sua função, pelas razões de desgaste que a própria Lei prevê,
e como a rede necessita e sem irem para a reforma. Tratando-se de uma Sociedade
Anónima, a negociação do acordo de empresa e caso a caso é possível o que torna
a solução melhor para o trabalhador que pode ir para a reforma ou pré-reforma
sem perda de rendimento, como também para a rede regional de abate pois a
empresa pode assim rejuvenescer o seu quadro de pessoal e garantir mais
eficácia na prestação do serviço e que pode resultar mesmo em ganhos de
eficiência.
Esta e outras reformas importantes para
a Região são o culminar daquilo que dissemos aos Açorianos na campanha eleitoral
e mesmo depois do apuramento dos mandados: estaremos aqui atentos e com ímpeto reformista,
para fazer a diferença, pois só fazendo diferente se podem obter resultados
diferentes. Não contem connosco para discutir lugares, cargos, pessoas, contem
connosco para discutir políticas e soluções. Reformar é fundamental para
obtermos resultados melhores a todos os níveis, onde faz falta mudar o rumo
para obter melhores soluções e resultados. Assim queira a maioria parlamentar
da coligação reformar e, consequentemente, sair do limbo; assim queira a
maioria vencedora das eleições se “redimir dos pecados” do passado e sair do
purgatório em direção a algo melhor.
In Jornal Diário Insular, edição de 28 de setembro de 2022.
Sem comentários:
Enviar um comentário