26 de dezembro de 2019

Fui ao Mar...



Buscar Laranjas” … Mas só encontrei tangerinas. Perdido nas páginas da poesia de  Pedro da Silveira, recentemente editada pelo Instituto Açoriano de Cultura e cujo título achei delicioso,  não resisti a completar o mesmo com um tema natalício. O Natal açoriano, católico, conservador, reserva aos aromáticos citrinos um lugar especial ao lado do trigo e da ervilhaca. Junto ao Menino, deitado numa almofada de damasco, deixam-se as mais bonitas tangerinas. Nunca soube o significado deste costume, mas também não é isso que interessa. Importam sim, as palavras de Pedro da Silveira no seu magistral poema intitulado “gazetilha” que calha bem nas nossas “guerras2 pelos assuntos do mar e dos foguetões.

 “A liberdade que sei
E tenho por minha lei
Senhores políticos de Lisboa
Temo que não seria essa de que vos fazeis promessa
Tão géneros tão boa… gato escaldado (demais insulano dos Açores)
Fazem-me suar terrores
As liberdades plurais
Desde russas a francesas
Em traduções portuguesas
Chamem-lhes só liberdades
E a vossa
Pois seja a vossa vontade
(…)
Adeus passem muito bem
Senhores filhos da mãe."



In jornal Açoriano Oriental edição de 24 de Dezembro de 2019

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