Buscar Laranjas” … Mas só encontrei tangerinas.
Perdido nas páginas da poesia de Pedro da
Silveira, recentemente editada pelo Instituto Açoriano de Cultura e cujo título
achei delicioso, não resisti a completar
o mesmo com um tema natalício. O Natal açoriano, católico, conservador, reserva
aos aromáticos citrinos um lugar especial ao lado do trigo e da ervilhaca.
Junto ao Menino, deitado numa almofada de damasco, deixam-se as mais bonitas tangerinas.
Nunca soube o significado deste costume, mas também não é isso que interessa.
Importam sim, as palavras de Pedro da Silveira no seu magistral poema
intitulado “gazetilha” que calha bem nas nossas “guerras2 pelos assuntos do mar
e dos foguetões.
“A
liberdade que sei
E tenho por minha lei
Senhores políticos de Lisboa
Temo que não seria essa de que vos fazeis
promessa
Tão géneros tão boa… gato escaldado (demais
insulano dos Açores)
Fazem-me suar terrores
As liberdades plurais
Desde russas a francesas
Em traduções portuguesas
Chamem-lhes só liberdades
E a vossa
Pois seja a vossa vontade
(…)
Adeus passem muito bem
Senhores filhos da mãe."
In jornal Açoriano Oriental edição de 24 de Dezembro de 2019
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