Ainda estou a digerir (mal) os quatro discursos das comemorações do 25 de Abril passado. E, nem fazeis ideia o que para aqui vai de azia. Sobe-me do estômago passa a válvula gástrica e arde-me no esófago até chegar à boca.
Deixando escapar Ramalho Eanes por ser o menos culpado do estado a que o Estado chegou e Mário Soares pelo adiantado estado de senilidade que aparenta, deixemo-nos ficar pelas duas últimas “aves-raras” que andaram por Belém a fingir que eram o que não são para que a gente acreditasse que o poderiam ser mas agora já não querem. Eu explico este arrazoado to tipo “Zézinha” Nogueira Pinto: Os dois últimos inquilinos do Palácio de Belém fingiram sempre exercer o magistério de influência e condicionar as decisões dos governos nas áreas mais sensíveis da governação. Fizeram-nos (a mim nunca) acreditar que isso era possível quando na verdade eles e alguns de nós sabíamos que a única arma que Presidente da República pode usar é a chamada “Bomba atómica” ou seja a dissolução do Parlamento, todo o resto é fingimento como aliás se viu claramente visto com Cavaco e os Gays.
Ouvir Jorge Sampaio, falar de bom senso, quando usou da tal poderosa arma de forma terrorista e contra um Parlamento devidamente constituído e com uma maioria estável, não só dá vontade de rir. Mas, ouvir o mesmo ex-Presidente apelar ao rigor, à austeridade e à unidade nacional em torno dos interesses das conta públicas depois de ter dito e redito que havia “vida para além do défice” não só é de rir como é de levar às lágrimas o mais insensível dos seres da terra.
E que dizer de um Cavaco, vazio como sempre, sem qualquer habilidade e preparação para o cargo? Dizer, simplesmente que, não comemorar o 25 de Abril com os representantes do Povo é de uma grosseria anti-democrática inaceitável. Bons ou maus, mal educados ou assim assim, os Deputados que temos são os que foram eleitos directamente pelo Povo em eleições livres e por sufrágio secreto e universal, uma senão a mais importante conquista do 25 de Novembro de 1975 que nasceu a 25 de Abril de 1974.
1 comentário:
Só faltou dizer que, com a decisão de dissolver a assembleia, por parte do socialista Sampaio, tivemos a sorte de vir o ultra liberal Socrates!
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