10 de dezembro de 2007

SATA, comichões e outras confusões.


O meu primo João Nuno que adquiriu o inquestionável epiteto de maior cronista da imprensa Açoriana, tem andado com os bofes um nadinha azedos. Mas, se há por aí quem lhe apare os golpes de bílis, não vou ser eu, por seu família, que vou deixar de dizer o que penso. A minha liberdade custou-me bastante a conquistar, custou.-me amigos(julgava eu), vida social, e até dinheiro. Mas,contudo, está paga e vou bem empregue capital. Portanto, há que desfrutar dela.
Num comentário ao texto do seu colega de blogue e meu estimado amigo Pedro Arruda, o JNAS, faz insinuações que denotam, uma dor de corno de qualquer coisa e no seu melhor português quase queirosiano, desfere um um seriado de disparates e faz, ao Pedro, um ataque soez, barroco, quase rococó na forma mas, torpe no conteúdo.
O JNAS escreveu: "Pedro,...mas será que há prejuízos com os aviões cheios, listas de espera e code share com a TAP para vir aqui recolher umas migalhas ? Será que há prejuízos com os Açorianos condenados a viajar em regime de monopólio ? E quando digo viajar nem estou a pensar no lazer cultural de ir a Lisboa morfar ao Ramiro ou assim ! Digo viajar por necessidade permanente e regular : i. e. negócios, estudos, acompanhamento clínico ... and so on !"
Erra em várias frentes. Em primeiro lugar, não há regime de monopólio, o que há é um regime de indemnizações compensatórias para reduzir o custo das passagens para Lisboa e Porto, para residentes na Região Autónoma dos Açores. Esse regime de subsidio-dependência que todos reclamam e exigem majoração é que faz de nós (vós) os pobres de mão estendida que somos (sois). Quanto ao resto é um chorrilho de asneiras (podia repetir disparates mas seria demasiado brando). Quem viaja em negócios, não olha aos 250,00€ do bilhete, seja que negócio for que valha a pena ir fazer a Lisboa não fica preso por 250 ou 400€ quando é preciso pagar um bilhete de executiva para garantir lugar. Nem sequer é significativo o valor de 169,72€ que pago para ir semanalmente à Horta, é um custo que faz parte do negócio e esse é feito de custos e beneficios.
Quanto a quem viaja para estudar, tem já uma tarifa bastante reduzida e nem sequer é por isso que deixam de vir a casa, muitas vez mais de 5 por ano e 3 garantidas. Quem viaja para acompanhamento clinico, é pago pelos nossos impostos que é também quem paga as outras indemnizações compensatórias, ou seja, fica tudo em casa.
Pois quem vai “encher a mula” ao Ramiro, só pode é ter bom gosto, outros sim, preferem reclamar tarifas baratas para desbaratar o que resta do 13º mês em compras nas “catedrais do consumo” da Capital do Império e quando já não houver “cacau” para os agasalhos do inverno e para o supermercado, sempre se pode recorrer ao crédito nas lojas da Rua Machado dos Santos ou na mercearia da esquina.
O problema dos transportes aéreos, tal como outros sectores nos Açores é de excessiva participação do Estado (Região) na gestão e nas decisões estratégicas das empresas. A liberalização é o único caminho para podermos ter um ponto de comparação. O serviço que temos é de excelente qualidade, demasiada qualidade, e é por isso que é caro. Venham as Low Cost para os pelintras e forretas e para encher os hotéis, principalmente para isso. As Low Cost constituem um caminho sem retorno e se assim é, há que o percorrer com a brevidade possível. Contudo, eu continuarei a voar na SATA, pelo menos enquanto para a isso o “graveto” for dando.

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