À bolina no canal que foi de Nemésio.
O avião deslizava suavemente em direcção à montanha do Pico. No cockpit mal se ouvem os motores a hélice.
À direita avisto Angra de todos os heroísmos, vejo caravelas baía e mercadores na rua direita, um saltimbanco na Praça Velha. Um rapaz e um velho tocando bandolim no jardim dos Côrte-real, um pedinte na rua da palha, uma puta no Pátio da Alfândega.
Diante de mim uma montanha árida, terras pobres que fizeram dos Homens rijos lutadores que levantaram da terra as pedras e delas fizeram mistérios e paredes e currais. Plantaram videiras e tiraram o vinho e o pão amassado pelo diabo e os levou em busca de melhor vida em terras de “Oncle Sam” levados num navio da baleia.
Ali entre o Pico e São Jorge já com a colónia Alemã à vista, vejo aviões na baia, uma volúpia de navios baleeiros, um lança-cabos, dois rebocadores. Um monte de esperanças e a Santa da Espalamaca. O vulcão lança fumo e cinza, está morto.
É difícil viver nestas Ilhas que nos marcam e não nos largam. É difícil conviver sem ceder permanentemente. Foi mais difícil em tempos. Será melhor no futuro. Quero o presente.”Tá melhor que tava” quero melhor do que está.
Sem comentários:
Enviar um comentário