16 de junho de 2007

Eu não pago para fazerem abortos.

O ABORTO, A LEI E OS MÉDICOS DO DIVINO ESPÍRITO SANTO
Este é o titulo de uma peça de opinião da Fernanda Câncio Ontem no DN e sobre a qual importa tecer algumas considerações, poucas, aliás.
A Fernanda, numa ânsia de escrever um texto com graça e roçando uma tentativa de literário, acaba por partir de bases e presupostos errados.
Quando a Fernanda afirma que os Médicos do “Divino Espirito Santo” (nome de Hospital que me diz bastante já que, muito embora tenha sido batizado pelo Dr. Mota Amaral, fui eu que não permiti a sua alteração, Assembleia Legislativa Regional dos Açores, depois de um entendimento do PS com o meu CDS, furando a disciplina partidária e num golpe do qual não me orgulho muito mas que na altura achei que o fim justificava) “objectam ao cumprimento da lei”, além de dizer uma inverdade, comete um abuso de interpretação legislativa. Na verdade, a nova lei sobre a IVG, não obriga os médicos a efectuarem aquele acto dito médico, apenas despenalizou os autores e os actores desse acto. Ora, então não se pode falar de Objecção ao cumprimento da lei, mas só e apenas de uma objecção à execução de um acto médico, que deve ser voluntário e segundo a própria lei, deve ser bem ponderado, o que é totalmente legitimo.
Entretanto o Governo Regional dos Açores, que já gasta mais do que pode com a Saúde, porque gasta o pouco que tem, muito mal gasto (ver relatórios do Tribunal de Contas), vai criar as condições para que as mulheres que pretendam abortar, se desloquem, gratuitamente, aos hospitais onde o possam fazer, mesmo que seja necessário uma deslocação ao Continente.
Tudo isso, será pago com os meus impostos e, dirão eles, por culpa dos tais clinicos objectores de consciência.
Ora. Não sei se aí não estará um motivo reforçado para eu objectar o pagamento dos meus ditos impostos e contribuições para a segurança social.

Nota: Eu até nem sou sequer "adepto" do Divino Parácleto, mas era prefeitamente escusado ironizar no título, é bom saber respeitar as crenças e convicções dos outros, pelo menos em nome do pluralismo, da paridade e da tolerância, que a esquerda julga serem sua propriedade mas que estão muito longe de o serem.

Sem comentários:

Arquivo do blogue