Vão longe os anos em que me passeava pelo arraial do Senhor Santo Cristo, pela Avenida, pelo Campo, pelos Retiros Académicos. Há muitos anos que escolho sair da Ilha nesta altura, este ano porém, não foi possível, refugiei-me no edílico Vale da Furnas, onde vivi nos meus primeiros anos de casado.
Da infância recordo o ?Cantinho Vicentino?. Era ali na Avenida Conselheiro Luís Bettencourt, onde hoje está o horripilante edifício Costa Dias. (assunto tratado pelo Dr. Carlos Falcão no Indispensáveis)
Recordo as carrocinhas de madeira atreladas a um cavalo com uma roda. Hoje vi um ancião a vender dessas carrocinhas, numa banca a monte e a competir com as inúmeras bugigangas made in China que os Ciganos vendem nas sofisticadas barracas, globalizadas, mesmo ali ao lado.
Recordo os novelos de algodão doce, também conhecidas por Rocas de Açúcar.
Hoje ela estava ali, no mesmo sítio de sempre, frente às escadas que dão acesso ao lado sul do Campo de São Francisco. A inquilina da barraca ainda é a mesma. Era linda, de cabelos longos negros e escorridos, com um busto bem fornecido e firme, parecia uma Princesa Charazade de carne e osso, olhos negros , grandes e brilhantes de tanta esperança no futuro prometido pelo seu Príncipe encantado. Ele era o Nez Perces em pessoa, seco de carnes, cabelo igualmente negro e escorrido, grande como um tronco de árvore e parecendo ser forte como um toiro bravo. Sem sorrisos, na barraca ao lado da dela, vendia pipocas (freiras), simples com sal ou vermelhas com açúcar, era o seu Príncipe das mil e uma noites.
Eles ainda lá estão, vão de festa em festa, de vila em vila de terra em terra e tudo começa com o Senhor Santo Cristo dos Milagres e vai acabar não sei onde e quando lá para o Outono. Estão Velhos a beleza escultural dela deu lugar a um monte de banhas desmazeladas, os cabelos frisaram e esbranquiçaram, deixou de ser a minha Charazade, os seus olhos já não brilham, estão agora baços e fixados num horizonte distante. Ele está grizalho e igualmente desmazeladamente farto de sebos.
Igual mesmo está apenas a sua barraca de vender "Rocas da sucar" uma preciosidade digna de um Portugal no seu melhor.
Da infância recordo o ?Cantinho Vicentino?. Era ali na Avenida Conselheiro Luís Bettencourt, onde hoje está o horripilante edifício Costa Dias. (assunto tratado pelo Dr. Carlos Falcão no Indispensáveis)
Recordo as carrocinhas de madeira atreladas a um cavalo com uma roda. Hoje vi um ancião a vender dessas carrocinhas, numa banca a monte e a competir com as inúmeras bugigangas made in China que os Ciganos vendem nas sofisticadas barracas, globalizadas, mesmo ali ao lado.
Recordo os novelos de algodão doce, também conhecidas por Rocas de Açúcar.
Hoje ela estava ali, no mesmo sítio de sempre, frente às escadas que dão acesso ao lado sul do Campo de São Francisco. A inquilina da barraca ainda é a mesma. Era linda, de cabelos longos negros e escorridos, com um busto bem fornecido e firme, parecia uma Princesa Charazade de carne e osso, olhos negros , grandes e brilhantes de tanta esperança no futuro prometido pelo seu Príncipe encantado. Ele era o Nez Perces em pessoa, seco de carnes, cabelo igualmente negro e escorrido, grande como um tronco de árvore e parecendo ser forte como um toiro bravo. Sem sorrisos, na barraca ao lado da dela, vendia pipocas (freiras), simples com sal ou vermelhas com açúcar, era o seu Príncipe das mil e uma noites.
Eles ainda lá estão, vão de festa em festa, de vila em vila de terra em terra e tudo começa com o Senhor Santo Cristo dos Milagres e vai acabar não sei onde e quando lá para o Outono. Estão Velhos a beleza escultural dela deu lugar a um monte de banhas desmazeladas, os cabelos frisaram e esbranquiçaram, deixou de ser a minha Charazade, os seus olhos já não brilham, estão agora baços e fixados num horizonte distante. Ele está grizalho e igualmente desmazeladamente farto de sebos.
Igual mesmo está apenas a sua barraca de vender "Rocas da sucar" uma preciosidade digna de um Portugal no seu melhor.
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