Vivemos uma era em que a economia marca as mudanças e condiciona as atitudes dos cidadãos, marca o compasso do desenvolvimento e das esperanças da humanidade.
A Sociedade Açoriana, até aos finais do século XX, era essencialmente aforradora, mercê da condição de ilhéus, distantes e sistematicamente fustigados pela fúria dos elementos naturais, criamos hábitos de formiga, da formiga da fábula "A Cigarra e a Formiga". Em 1990 existiam, em contas a prazo nos bancos dos Açores, cerca de 200 milhões de contos, mais cerca de 30 milhões em diversos outros sistemas de poupança. Esse dinheiro era, essencialmente, canalizado para financiar investimentos de empresas de fora da Região. Vivíamos também uma época de grande emigração. Os Açores exportavam, assim, uma das maiores riquezas que um povo pode ter, massa Humana trabalhadora e capital.
Por um lado, os que cá viviam, poupavam com todo o seu esforço. Por outro, os que não conseguiam sequer ganhar o suficiente para viver com o mínimo de dignidade, procuravam novas vidas em terras do tio Sam.
Da América dos filmes de "ariuane" e "endezap" ( corruptelas de wath You want e hands up), vinham noticias de grandes "moles" (malls) onde se comprava de tudo a preços muito bons. Os "candiles", os "alvaroses de ganga" e as botas de biqueira de aço, faziam as delícias de pequenos e graúdos lá da terra em dia de chegada de barril da américa. No mesmo barril vinha um envelope com uma nota de 5 ou 10 dólares. As "dolas", naquele tempo, valiam alguma coisa e resolviam, por algum tempo, os problemas do fiado na "loje do sô chique ou da Sóra Sofia", os merceeiros da aldeia. Ter um filho, um Pai ou um tio na América era razão suficiente para ter fiado.
Hoje na euforia desbragada das compras no "shoping" e no hipermercado, os Açorianos parecem ter perdido o respeito pelo dinheiro. Isso trouxe vantagens à nossa economia e ao nosso bem-estar. Desde logo, as Açorianas passaram a andar na rua muito mais bem vestidas e perfumadas, deixaram de usar uns trapinhos fora de moda vindos nos barris da América para vestirem elegantemente "zara" e "stradivarius", deixaram no canto mais recôndito das cómodas os velhos vaporizadores da Avon e usam perfumes franceses com a chancela victor's, Maviripa ou Perfumes & cia, são autênticas bonecas Barbie de carne e osso, frescas e cheirosas pavoneando-se pelos corredores do Centro Comercial.
A Sociedade Açoriana, até aos finais do século XX, era essencialmente aforradora, mercê da condição de ilhéus, distantes e sistematicamente fustigados pela fúria dos elementos naturais, criamos hábitos de formiga, da formiga da fábula "A Cigarra e a Formiga". Em 1990 existiam, em contas a prazo nos bancos dos Açores, cerca de 200 milhões de contos, mais cerca de 30 milhões em diversos outros sistemas de poupança. Esse dinheiro era, essencialmente, canalizado para financiar investimentos de empresas de fora da Região. Vivíamos também uma época de grande emigração. Os Açores exportavam, assim, uma das maiores riquezas que um povo pode ter, massa Humana trabalhadora e capital.
Por um lado, os que cá viviam, poupavam com todo o seu esforço. Por outro, os que não conseguiam sequer ganhar o suficiente para viver com o mínimo de dignidade, procuravam novas vidas em terras do tio Sam.
Da América dos filmes de "ariuane" e "endezap" ( corruptelas de wath You want e hands up), vinham noticias de grandes "moles" (malls) onde se comprava de tudo a preços muito bons. Os "candiles", os "alvaroses de ganga" e as botas de biqueira de aço, faziam as delícias de pequenos e graúdos lá da terra em dia de chegada de barril da américa. No mesmo barril vinha um envelope com uma nota de 5 ou 10 dólares. As "dolas", naquele tempo, valiam alguma coisa e resolviam, por algum tempo, os problemas do fiado na "loje do sô chique ou da Sóra Sofia", os merceeiros da aldeia. Ter um filho, um Pai ou um tio na América era razão suficiente para ter fiado.
Hoje na euforia desbragada das compras no "shoping" e no hipermercado, os Açorianos parecem ter perdido o respeito pelo dinheiro. Isso trouxe vantagens à nossa economia e ao nosso bem-estar. Desde logo, as Açorianas passaram a andar na rua muito mais bem vestidas e perfumadas, deixaram de usar uns trapinhos fora de moda vindos nos barris da América para vestirem elegantemente "zara" e "stradivarius", deixaram no canto mais recôndito das cómodas os velhos vaporizadores da Avon e usam perfumes franceses com a chancela victor's, Maviripa ou Perfumes & cia, são autênticas bonecas Barbie de carne e osso, frescas e cheirosas pavoneando-se pelos corredores do Centro Comercial.
E se falta alguma coisa, não faz mal, vai-se pedir ao Governo, que o governo dá.
Os Açorianos deixaram de ter contas a prazo e prazo para pagar as contas.
Os Açorianos deixaram de ter contas a prazo e prazo para pagar as contas.
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