13 de abril de 2005

Acomodados 2

Para continuar o debate que, no fim das contas é o que interessa, vem este post em jeito de resposta ao comentário do PJG (que parece toda a gente sabe quem é menos eu) no post "acomodados". Espero que os Bloggers participem mais neste debate, sei que alguns têm opiniões muito próprias sobre este assunto mas não as quiseram discutir aqui. Valia a pena fazer mais um esforço
Antes de passar à resposta propriamente dita gostava de lançar mais um tema ao debate ainda sobre a lei da limitação dos mandatos dos políticos ou de alguns politicos. O Dr. Jorge Coelho anunciou ontem que a lei, em alguns casos, terá efeitos retroactivos. Não sou jurista nem advogado, andei por lá mas sei pouco do assunto. Contudo, sempre me disseram que a retroactividade é um principio que se deve evitar quando se legisla e que este mecanismo só deverá ser utilizado em casos extremos de flagrante injustiça decorrente da aplicação da lei nova. Ora não me parece que a aplicação destas novas regras para os detentores de alguns cargos políticos promova qualquer injustiça retroactiva.
Caro JPG
É bem verdade que o anonimato decorre do direito à privacidade. Mas no caso das opiniões politicas, o anonimato, em meu entender, é um sinal de medo. Aqueles que sentem necessidade de opinar sobre as questões de interesse público devem fazê-lo usando o seu nome, sob pena das suas opiniões anónimas serem relevadas por isso mesmo. Não se trata de buscar as "luzes da ribalta" os holofotes da TV ou os flash dos fotojornalistas, trata-se de uma obrigação de cidadania. Não podemos generalizar. Nem toda a gente que opina o faz por ânsia de aparecer, muitos o fazem com sentido de servir o bem comum. É redutora a leitura de que quem dá a cara o faz só para aparecer. A imagem pública também se desgasta e isso tem um preço muito alto, devemos ser um pouquinho mais puros e acreditar que os que o fazem só para o retrato são a minoria.
Um silogismo é verdadeiro se as suas premissas também o forem. Ora o anonimato bloguista é, em meu entender, um reflexo do medo de debater de discutir de questionar o poder instituído que atravessa a sociedade portuguesa, essa atitude permite a proliferação do caciquismo e da prepotência. Se o cidadão comum não tiver pejo em pensar e em opinar, quem está no poder terá por ele muito mais respeito e logo muito mais cuidado na forma como exerce esse poder. Foram esses abusos e esse caciquismo que estiveram no espírito do legislador quando pensou esta lei. Dai a meu raciocínio dedutivo.

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