28 de julho de 2004

Nunca fiz nem volto a fazer

Sai da cama ainda o sol iluminava o hemisfério Sul. Era crepúsculo na Austrália. A madrugada rompia quando sai de casa e ele ali estava, subindo vagarosamente do mar em direcção ao Céu. Ali mesmo à minha frente a Baia de São Lourenço estava linda, estanhada como a lagoa das Furnas num final de tarde de Agosto. Nesses dias, não apetece sair dali. Muito menos se for para apanhar um avião e dar uma fugida a São Miguel (Japão) para uma reunião de manhã num Banco, outra à tarde no Notário uma baguete de atum comida à pressa e empurrada goela abaixo por um sumo de laranja quase morno. Entre a volúpia da vida de um empresário neo-liberal e que leva a vida a correr, dois encontros para troca de conversa. Encontrei o ToZé no canto dos Burros. Ficou a nossa indignação pelo aparecimento de um Blog anónimo para discutir a Independentismo/Nacionalismo Açorianos.
Mais à frente, uma distinta Professora da nossa Universidade conversava numa mesa de esplanada com um não menos distinto advogado da nossa praça. Entre ter-me feito convidado para sentar e já estar a debulhar alarvidades, foi um ápice.
Estivemos para ali uns bons 15 minutos a dizer coisas sem nexo e que no fim tinham todo o sentido do Mundo. Que se lixe o Gerente do Banco que está à minha espera mais à frente. Afinal eu até lhe pago boa parte do ordenado.
Não sei como, falamos de muitas coisas e acabamos falando de ?charros?. Ele nunca fumou, Ela também não. Eu nunca fumei nem volto a fumar. E ela, simples, serena, pálida diz sem malícia, sem qualquer pejo. "Eu sempre gostei muito de tomar uns copos que nunca precisei de fumar charros". Eu não bebo, sou abstémio, cada vez mais militante, mas também não preciso de fumar charros.

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