"Quero ver o que Terra me dá/Ao romper desta manhã/O poejo, o milho e o araçá/A videira e a maçã (...)" devia estar a fazê-lo com tanta afinação que alguém ali perto exclamou,: afinal também sabe cantar.
-Sim gosto de cantar mas não o faço mais amiúde por vergonha, disse timidamente.
- Vergonha? Mas qual vergonha, até canta bem!
-É por isso mesmo, disse eu, para não dizerem: Porra também cantas?
Mais adiante, num ambiente completamente diferente onde eu ia cansado, esfomeado, quase zangado mas cantarolando desta feita um poema do incontornável António Melo Sousa musicado pelo não menos incontornável Luís Bettencourt,
"Esta rosa que te ofereço,
é um dom que não tem preço
é a flor que em mim plantaste.
São pétalas são espinhos
que enfeitam os caminhos
do coração que assaltaste.
Há um jardim em teus olhos
feito de ternura aos molhos
e encantos de promessas…
hei-de ser o jardineiro
que cultiva a tempo inteiro
esse canteiro de esperanças.
Virão chuvas, virão ventos,
virão temporais aos centos
pra murchar nosso desejo,
esperaremos pelo Sol
como quem busca o farol
que anuncia o novo porto,
navegaremos os medos
como quem desfaz enredos,
que a vida sem aventura
é pássaro sem ninho,
é uva eu não dá vinho,
é um mal que não tem cura.
Esta rosa que te ofereço
é um dom que não tem preço
é o amor que em mim plantaste.
é a flor que em mim plantaste.
São pétalas são espinhos
que enfeitam os caminhos
do coração que assaltaste.
Há um jardim em teus olhos
feito de ternura aos molhos
e encantos de promessas…
hei-de ser o jardineiro
que cultiva a tempo inteiro
esse canteiro de esperanças.
Virão chuvas, virão ventos,
virão temporais aos centos
pra murchar nosso desejo,
esperaremos pelo Sol
como quem busca o farol
que anuncia o novo porto,
navegaremos os medos
como quem desfaz enredos,
que a vida sem aventura
é pássaro sem ninho,
é uva eu não dá vinho,
é um mal que não tem cura.
Esta rosa que te ofereço
é um dom que não tem preço
é o amor que em mim plantaste.
Perguntou-me
alguém em quem eu quase esbarrava: Quem és na verdade Nuno Barata, que ontem
eras atleta de maratonas, hoje cantas o amor e amanhã serás agricultor depois
da missa.
Entrei no café
Royal, o Pedro serviu-me um café entre duas piadas de circunstância e veio-me à
cabeça o Jorge Luis Borges:
"(...) somos aquilo que comemos, sem dúvida, mas
também somos cada livro lido, cada história vivida nesse mar de
letras e cada sensação experimentada ao longo de mil e um
romances(...)"
Sou todos os livros que li
Sou todos caminhos que percorri
Sou todos os amores que vivi
Sou um somatório
Sou matemática portanto.
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