Antes de me adiantar em
considerações sobre as comemorações do dia 10 de Junho em Ponta Delgada devo
fazer uma declaração de interesses. Eu votei em Marcelo Rebelo de Sousa. Não
que me sinta Português ou Republicano, mas antes porque quer no exercício da
cidadania quer nas minhas prestações profissionais cumpro sempre o melhor que
sei e posso mesmo quando estou em total desacordo com o que me solicitam.
Ponta Delgada está ao rubro para
comemorar o dia de Portugal, da Raça, do Camões e das Comunidades Portuguesas.
O Chefe de Estado está em Ponta
Delgada, quer ele queira quer não queira, está aqui para afirmar a soberania nacional. O Séquito
segue-o como sempre. Sem pejo afirma-se, exibe a força, impõe as regras. Os de
cá, deslumbrados vão anuindo. O séquito, como de costume, “é mais papista do
que o Papa”.
Apenas alguns focos de resistência
insistem em manter-se livres desses salamaleques próprios dos tempos coloniais.
Houve mesmo quem tentasse que esta fosse uma visita do tipo daquelas que
fizeram D. Carlos e Dona Amélia,
Carmona, Craveiro Lopes e Américo Tomaz não é que Marcelo não o
merecesse, o problema é que o séquito, quer o de lá quer o de cá, não estão à
altura. Felizmente houve uns poucos resistentes como os heróis daquela aldeia
gaulesa que nos contam Goscinny e Uderzo.
O chefe de Estado, comandante
supremo das forças armadas, está por aqui a distribuir os costumeiros afetos e
fez deslocar os quatro ramos das forças armadas munidos de um arsenal bélico
extraordinário e mais alguns brinquedos com que se entretêm a brincar à defesa,
mais valia jogar ao “risco”.
Depois dos discursos
circunstanciais na “colónia” vai rapidamente acabar a festa na chamada
“Diáspora portuguesa” para que nunca esqueçamos que somos uns pais de
emigrantes porque os que nos governam a isso nos obrigam.
O Diácono Remédios esse personagem
do pequeno ecrã interpretado pelo enorme Herman José diria, “ não havia
nexexidade” e digo Fogo-te-abrase.
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