O Artigo de José Guilherme Reis Leite (RL) no Expresso das Nove (EN)sobre o que está encerrado no livro do "Choque de Gerações" (CDG)suscitou-me algumas reflexões que tentarei sintetizar.
Alguns amigos com quem falei sobre o assunto, não acharam importante a publicação daquele texto. Alguém chegou mesmo a dizer que RL nem leu o livro, limitou-se a folhear e como não tinha assunto para a sua crónica semanal vai dai e saca de meia dúzia de considerações sobre o livro, os seus autores e o programa que lhe deu origem. Eu não sou dessa opinião.
Admito, também o faço, que a obrigatoriedade de escrever nos leva muitas vezes a ir buscar inspiração e assunto em coisas que não lemos com profundidade nem com grande interesse. Contudo, alguma motivação, para além daquilo que nos pagam as revistas e os jornais, tem que existir. Essa motivação vem de algo que encontramos, algo que nos incomoda, escrevo incomoda nos diversos sentidos que a palavra possa ter.
Parece-me ter sido isso que se passou com RL e com o livro do CDG "O programa que, mais do que sobre o saber, é sobre o pensar", incomodou-o. A primeira coisa que o incomodou foi "uma citação entre aspas e um conjunto de nomes por ordem alfabética". De facto, ter a ousadia de pensar nos Açores, é isso mesmo, uma ousadia, leva-se logo com o rótulo de presunçoso, vaidoso e outros epítetos com que os Açorianos se dão mal. Pelo contrário dão-se bem com outros como a modéstia, mesmo que falsa, a esperteza, mesmo que saloia, as brandas palavras, mesmo que hipócritas. Desbragado e desassombrado direi que vivemos uma sociedade medrosa, cobarde e hipócrita e que nós essa geração que ousou pensar e assumir que pensa, tem a virtude de, entre alguns deles, ter gente com "cojones" para pensar alto e dizer o que pensa em vez de pensar baixinho, demasiadamente baixinho e demoradamente, naquilo que vai dizer.
Não me parece presunçoso dizer que o CDG foi "O programa que, mais do que sobre o saber, é sobre o pensar", muito mais presunçoso é ter-se o desplante de dizer que se sabe tudo e não se precisa pensar. Terei o discernimento de morrer cuidando que sou ignorante? Terei a ousadia de viver pensado e tentando saber cada vez mais, vivendo cada dia como um ponto de partida e não como um patamar um ponto de chegada?
Não quero que passem por cima da minha geração como tentaram passar sobre outras que nos antecederam e sem entrar na discussão dos conceitos e da açorianidade, não posso deixar de lembra que se hoje podemos pensar alto e se hoje podemos dizer o que pensamos isso deve-se a uma outra geração á qual RL pertence, que lutou pela conquista da liberdade, se somos como diz ao autor a geração da globalização, eles são a geração da liberdade. Mais do que de um "generation gap" necessitamos é de falar mais uns como os outros, discutir mais as nossas ideias pensar mais o mundo, a humanidade e menos os Açores.
Alguns amigos com quem falei sobre o assunto, não acharam importante a publicação daquele texto. Alguém chegou mesmo a dizer que RL nem leu o livro, limitou-se a folhear e como não tinha assunto para a sua crónica semanal vai dai e saca de meia dúzia de considerações sobre o livro, os seus autores e o programa que lhe deu origem. Eu não sou dessa opinião.
Admito, também o faço, que a obrigatoriedade de escrever nos leva muitas vezes a ir buscar inspiração e assunto em coisas que não lemos com profundidade nem com grande interesse. Contudo, alguma motivação, para além daquilo que nos pagam as revistas e os jornais, tem que existir. Essa motivação vem de algo que encontramos, algo que nos incomoda, escrevo incomoda nos diversos sentidos que a palavra possa ter.
Parece-me ter sido isso que se passou com RL e com o livro do CDG "O programa que, mais do que sobre o saber, é sobre o pensar", incomodou-o. A primeira coisa que o incomodou foi "uma citação entre aspas e um conjunto de nomes por ordem alfabética". De facto, ter a ousadia de pensar nos Açores, é isso mesmo, uma ousadia, leva-se logo com o rótulo de presunçoso, vaidoso e outros epítetos com que os Açorianos se dão mal. Pelo contrário dão-se bem com outros como a modéstia, mesmo que falsa, a esperteza, mesmo que saloia, as brandas palavras, mesmo que hipócritas. Desbragado e desassombrado direi que vivemos uma sociedade medrosa, cobarde e hipócrita e que nós essa geração que ousou pensar e assumir que pensa, tem a virtude de, entre alguns deles, ter gente com "cojones" para pensar alto e dizer o que pensa em vez de pensar baixinho, demasiadamente baixinho e demoradamente, naquilo que vai dizer.
Não me parece presunçoso dizer que o CDG foi "O programa que, mais do que sobre o saber, é sobre o pensar", muito mais presunçoso é ter-se o desplante de dizer que se sabe tudo e não se precisa pensar. Terei o discernimento de morrer cuidando que sou ignorante? Terei a ousadia de viver pensado e tentando saber cada vez mais, vivendo cada dia como um ponto de partida e não como um patamar um ponto de chegada?
Não quero que passem por cima da minha geração como tentaram passar sobre outras que nos antecederam e sem entrar na discussão dos conceitos e da açorianidade, não posso deixar de lembra que se hoje podemos pensar alto e se hoje podemos dizer o que pensamos isso deve-se a uma outra geração á qual RL pertence, que lutou pela conquista da liberdade, se somos como diz ao autor a geração da globalização, eles são a geração da liberdade. Mais do que de um "generation gap" necessitamos é de falar mais uns como os outros, discutir mais as nossas ideias pensar mais o mundo, a humanidade e menos os Açores.
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