Como sempre, depois de sair o novo número da Factos aqui fica a crónica da última revista, para quem a não leu em formato de papel.
A entronização de César?
Ou depois de mim o caos?
Carlos César havia prometido que apenas faria dois mandatos como Presidente do Governo Regional dos Açores. Ainda não estava o segundo mandato a meio e César anunciou a sua recandidatura em 2004. Os resultados eleitorais das regionais daquele ano e a enorme vitória nas Legislativas antecipadas do passado mês de Fevereiro foram a conformação da "entronização" do líder dos Socialistas Açorianos. Escrevi líder sem qualquer pejo e convicto de que é isso mesmo que César representa para os Socialistas e até para algumas franjas da sociedade Açoriana que encontra no actual Presidente do Governo o liberal que Mota Amaral não soube ou não quis ser. Ser-se líder de uma força politica ou de um movimento é bem diferente de ser-se presidente ou secretário-geral.
A liderança de Carlos César é inquestionável, intocável mesmo, até que ele decida. Talvez por isso, tenha o próprio admitido, recentemente, ser candidato em 2008. Esta seria uma aspiração mais do que legitima se César já não tivesse dito, por mais do que uma vez, que não o faria.
Estamos perante uma situação similar ao que se tem passado na Madeira em que Alberto João Jardim, sucessivamente, anuncia e adia a sua retirada da vida politica Regional.
A entronização de César?
Ou depois de mim o caos?
Carlos César havia prometido que apenas faria dois mandatos como Presidente do Governo Regional dos Açores. Ainda não estava o segundo mandato a meio e César anunciou a sua recandidatura em 2004. Os resultados eleitorais das regionais daquele ano e a enorme vitória nas Legislativas antecipadas do passado mês de Fevereiro foram a conformação da "entronização" do líder dos Socialistas Açorianos. Escrevi líder sem qualquer pejo e convicto de que é isso mesmo que César representa para os Socialistas e até para algumas franjas da sociedade Açoriana que encontra no actual Presidente do Governo o liberal que Mota Amaral não soube ou não quis ser. Ser-se líder de uma força politica ou de um movimento é bem diferente de ser-se presidente ou secretário-geral.
A liderança de Carlos César é inquestionável, intocável mesmo, até que ele decida. Talvez por isso, tenha o próprio admitido, recentemente, ser candidato em 2008. Esta seria uma aspiração mais do que legitima se César já não tivesse dito, por mais do que uma vez, que não o faria.
Estamos perante uma situação similar ao que se tem passado na Madeira em que Alberto João Jardim, sucessivamente, anuncia e adia a sua retirada da vida politica Regional.
É claro que na Região Açores, Alberto João Jardim não tinha lugar na cena politica, alguns de nós podem gostar daquele desbragamento e daquela boçalidade mas a maioria de nós não o suportaria mais do que dez minutos, ou mais do que meia dúzia de cervejas e já o teria mandado para aquele sítio que dá mau nome às mãezinhas de cada um.
Também não perdoaríamos a qualquer Fátima Felgueiras que se nos apresentasse com tal desplante como essa "tipa" tem feito junto do seu eleitorado e com a cobertura dos órgãos de comunicação social que tem tido.
Certamente, já teríamos expulso um qualquer Avelino Ferreira Torres que nos insultasse a inteligência como faz aquele autarca do Marco de Canaveses todas as vezes que lhe põem um microfone na frente da enfezada fronha.
Mas a democracia tem dessas aberrações que temos que respeitar tal como respeitamos os mais bem formados dos políticos, afinal são todos eleitos por sufrágio universal e por escrutínio secreto.
Não sou, por isso, daqueles que defendem a limitação do número de mandatos dos políticos eleitos, pelo contrário, ou bem que confiamos na democracia e no saber do nosso Povo ou bem que o desacreditamos e limitamos a sua escolha por decreto.
Quero acreditar que o Povo é sábio e que os políticos por nós eleitos saberão respeitar essa nossa sabedoria e se na época do mensageiro de bicicleta havia o perigo da informação demorar a chegar a toda a gente e ao chegar ser deturpada. Hoje, com as chamadas auto-estradas da informação, só é despoticamente governado quem quer.
Estranhei, no entanto, o empenho de alguns avençados do Partido Socialista em condenarem a intenção do Governo da República, da sua mesma cor partidária, de limitar os mandatos dos políticos. Foi a única vez que assisti a uma atitude critica dos socialistas Açorianos às medidas propostas pelo Governo mais do que absolutamente eleito de José Sócrates. Essa atitude indicia os receios do Partido Socialista dos Açores sobre o que se passará na era pós César.
Resta adivinhar o que vai na cabeça do Presidente do Governo Regional dos Açores. Acreditará César que só ele é capaz de levar o projecto do PS para os Açores a bom porto? Ou, por outro lado, terá receio que depois da sua saída e tendo em conta o estado em que se encontra o PSD, Vasco Cordeiro ou Ricardo Rodrigues ou até mesmo José Contente sejam capazes de ganhar eleições? Terá César medo que, com a sua saída, o PS perca o poder ou pelo contrário terá receio que o PS se aguente? Quererá César garantir que o PS continua no poder depois da sua saída ? Ou, pelo contrário, o seu egocentrismo irá tão longe que apenas deixará o poder quando tiver a certeza que depois dele virá o caos?
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