Estar na FIL e andar pelo Parque das Nações não dispensa uma passagem pelo Centro Vasco da Gama, essa mini catedral do consumo, mais não seja para uma refeição rápida. Foi o que nos aconteceu. Enquanto o meu parceiro de negócios engraxava os sapatos refastelado de fronte de um desses empresários em nome individual, no caso "engraxante individual", que dão a volta às contas da Manuela Ferreira Leite, fui dar uma olhada de roda. Foi então que vi um cubículo denominado "Gostinho Açoreano". Subiu-me o ego ao enredado de massa cinzenta que guardo, a custo, dentro do crânio e o Coração ficou cheio que nem uma bexiga de porco em dia de matança. Para meu maior conforto e regosijo, destacava-se no fundo da loja uma fotografia do lugar de São Lourenço, por enquanto, é um dos melhores lugares para se estar de entre os que conheço. Depois. Bem depois veio o pior. O pior momento do dia e o pior momento desta viagem de trabalho que sempre serve para descanso. Num letreiro dizia:
Gostinho Açoreano;
Specials of the Day , bem este specials of the day podia ser uma "calafonisse". Relevei, afinal as "calafonisses" também fazem parte da Açorianidade;
Depois a ementa do dia, aí não me aguentei e quase larguei um pingo de água salgada pelas "ventas" abaixo. Mas não, apetecia-me era dar pelas ventas do tipo que deu o nome de "Gostinho Açoreano" a um tasco que tem como ementa do dia:
Bacalhau à Gomes de Sá;
Esparguete à Bolonhesa;
Strogonoff de peru;
Picanha à Brasileira.
Para culminar numa campanha perfeita para promover os Açores, só faltavam as palavras do Pedro Mata ou da espanhola Patrícia Navarro que diariamente prevêem, Céu geralmente muito nublado com boas abertas, possibilidades de aguaceiros dispersos.
Por isso temos o turismo que temos. Duas dúzias de escandinavos sem dinheiro que vêm às nossas Ilhas porque é barato ( palavras de Sara Mortensen da Solresor à RTP -Açores há dias) e não têm dinheiro para ir a mais lado nenhum.
Estamos a transformar os Açores numa espécie de prostituta a 5 euros o serviço.
20 de maio de 2004
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1 comentário:
Aceito a critica acerca da analogia da prostituta mas é um factoa que estamos a vender os Açores e apreços bem reduzidos. Quanto ao "Gostinho Açoreano" é não Açoriano", acredito que tenha sido diferente mas agora foi o que encontrei.
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