4 de maio de 2004

Diversificar...

No mesmo pedaço de terreno onde crescem os gerâneos, as fucsias, as rosas e os cravos, podem colher-se laranjas, limões, limas e goiabas; a palmeira, a cana-de-açúcar e a bananeira desenvolvem-se ao lado da planta do tabaco e da borracha; a camélia, de folha lustrosa, torna-se árvore como os nossos loureiros, e o loendro, com suas folhas cor de carne, é um arbusto de grande floração- Joseph e Henry Bullar in “Um Inverno nos Açores e um verão no Vale das Furnas”. Os Irmãos Bullar chegaram aos Açores em 1848 e ficaram espantados com a diversidade de culturas que era possível extrair das nossas terras ricas e húmidas, desde plantas tropicais até culturas de altitude.
E nós deixamos que esta terra se transformasse numa monocultura do pasto, só onde não dá pasto é que estão vinhas e silvados e fetais. Ou é pasto ou é vinho ou é abandono. Que desperdício. E não há quem tenha a coragem de falar a esta gente em diversificação da nossa agricultura, em novas experiências, em novas soluções. E a Universidade dos Açores? Onde está? Que respostas tem dado aos nossos agricultores? Que soluções? Que experiências? Não nos bastam engenheiros doutores.

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