28 de janeiro de 2023
17 de janeiro de 2023
40% do custo de construção de habitação fica nos cofres do Estado



7 de dezembro de 2022
Entre a responsabilidade e as escolhas certas
Mas voltemos aos rumores e às técnicas
que por cá, na gestão da coisa publica com endemismo açórico, se estão a usar
para fazer baixa política.
Esta semana fui confrontado com um
fornecedor do serviço regional de saúde que me disse que estava com faturas
muito atrasadas e que lhe tinham informado que não podiam pagar porque a
Iniciativa Liberal (citaram mesmo foi o meu nome) não tinha autorizado o
endividamento. Já no mês passado tinha sido abordado por um empresário de outra
área e que estava à espera do pagamento de uma última tranche de um incentivo a
quem deram a mesma resposta. É tudo culpa da Iniciativa Liberal e do seu líder.
Ora esse tido de politiquice tem perna curta, muito curta mesmo, é que ando por
aí e desde que as pessoas em causa se tentem esclarecer e vou informando. Na
verdade, a Iniciativa Liberal não gere o orçamento, apenas contribui para a sua
construção e aprovação, sendo que, quer em 2022 quer em 2023, não inscrevemos qualquer
despesa nem no plano nem no orçamento, nem aprovamos propostas de outros
partidos nesse sentido. Por isso, todas as opções de despesa são da inteira
responsabilidade da maioria de governo do PSD,CDS e PPM. Na verdade, o governo
e os respetivos serviços não pagam a quem contratam o fornecimento de bens e
serviços externos porque fazem opções erradas e diferentes daquelas que estão
previstas no orçamento ou fazem despesa não autorizada. Inclusivamente,
deixamos nos dois orçamentos um artigo (artigo 5ª do DLR que aprova o Orçamento
da RAA) que permite ao Governo Regional movimentar verbas entre rubricas do
orçamento o que facilita bastante a gestão orçamental e como tal a responsabilidade
das escolhas é obviamente de quem contrata serviços sem ter como os pagar ou
paga a uns e deixa de fora outros. Não! Não
é por causa do endividamento reduzido em 143 milhões de euros no orçamento de
2022 ou no endividamento zero previsto no orçamento de 2023.
Esse tipo de politiquice, mesquinha e
assente em rumores e maldizer pode até servir facilmente os que pouco têm que
fazer e que pululam pelos corredores dos cafés com cheiro a azedo das redes
sociais e os “troll” que ocupam até páginas de perfis pessoais com informações
erradas e desconversa por encomenda, mas de nada servem os interesses desta Região
que, começa a aperceber-se, se não formos mesmo capazes de mudar algumas
atitudes , se vai tornando ingovernável sem apoio externo. Ou seja, “estamos” a
hipotecar a nossa valiosíssima autonomia. Vamos nesse caminho a passos largos,
continuam as opções despesistas e socialistas, segue em frente o plano de ir
tapando os olhos dos eleitores com obrinhas públicas de fachada e migalhas para
fazer face aos mecanismos da inflação. Seguem em frente as iluminações para as
festas, as feirinhas, as festarolas, pistas de gelo e concertos de Natal (será
que sabem o que é o Natal?) e mais umas migalhas para o povão se alimentar um
pouco melhor e sentir o estômago mais aconchegado com a caridade de alguns que
se juntam em lautos repastos de marisco e bacalhau para angariar uns trocados
para distribuir sacos de arroz e massas aos pobres. Segue em frente o plano da
antiga Roma, Pão e Circo, sendo que também foi por esse caminho que Roma caiu,
lá por volta do ano 500 depois de Cristo.
In Jornal Diário Insular Edição de 06 de dezembro de 2022
2 de dezembro de 2022
29 de novembro de 2022
Equilíbro, responsabilidade e verdade para combater a esquerda ávida de poder
Vem isto a propósito dos dias difíceis que estamos a
viver e que vamos enfrentar. Para além de algum otimismo, estes dias carecem de
perseverança e de coragem, não de derrotismo cínico ou pessimismo cético. E
esta é uma diferença abissal e substancial entre quem está a política para
reformar ou quem está apenas pelo poder. Tomemos como cenário o que sucedeu, na
passada semana, no Parlamento dos Açores, com o debate e a votação do Orçamento
da Região para o próximo ano. Nós, liberais, com as alterações e linhas
vermelhas que conseguimos fazer vingar, introduzimos a esperança no futuro de
muitas gerações que, por via da aprovação do Orçamento Zero, não serão eternos
pagadores dos erros e das dívidas que fazemos hoje. Sim, é que há nesta coisa
do endividamento zero algo que vai para lá do equilíbrio das finanças regionais;
há também um compromisso intergeracional; há a garantia que deixamos aos mais
novos de que não vão ter que trabalhar pelo seu futuro e ainda para pagar os erros
e desmandos do passado.
Irresponsavelmente, o PS (e o seu satélite, o BE), primeiro, disseram
que era preciso fazer mais dívida para garantir investimento e apoio às
empresas e às famílias; depois, apresentaram um pacote de medidas que
depauperava totalmente todas as reservas da Região para 2023. Ou seja,
aprovando-se o pacote da esquerda, acabava-se, à partida, com qualquer
possibilidade de a Região ter fundos para fazer face a um cenário de emergência
que possa vir a suceder no próximo ano. Em síntese, seria fazer dívida em cima
de dívida na boa lógica socialista-bloquista de que “alguém há de pagar”!
O Orçamento dos Açores agora aprovado não é a quinta maravilha do
Mundo. Não é o maior de sempre, nem tem os maiores investimentos de sempre.
Mas, é um orçamento equilibrado e de responsabilidade, para agora e para o
futuro. Para além do endividamento líquido zero, prevê a alienação de mais de
51% da Azores Airlines (que, até ao final do ano, estará dissociada da
estrutura societária da SATA Air Açores – um dos nossos ativos mais importantes
e que está contaminado pelos desnortes das aventuras com frotas desadequadas e
rotas perdulárias que se vão fazendo).
O Orçamento dos Açores agora aprovado é também um orçamento de
rigor, sem ser de austeridade; de escrutínio, sem ser expiatório; de
acompanhamento, sem ser força de bloqueio. É que, ao contrário da esquerda que
só quer aumentar despesa, nós, Iniciativa Liberal, fizemos aprovar algumas
outras alterações que, apesar de parecerem minudências, garantem que o Parlamento
passe a ter mais ferramentas de acompanhamento das opções do Governo da
coligação PSD-CDS-PPM. Sim, porque o XIII Governo dos Açores é do PSD, do CDS e
do PPM, não é da IL! E por mais que o PS vá, desesperadamente, misturando tudo
e todos no mesmo saco, os Açorianos (pelo menos os mais atentos e menos tomados
pelos dogmatismos da insana ansiedade de voltar ao poder), saberão que a visão
catastrófica e “tremendista” que serve de base ao drama socialista está assente
em falácias (como os números que agora verborreiam, todos os dias, para
salientar que a dívida da Região cresceu em 2022 – pudera, só com os encargos
que deixaram para pagar a fornecedores e com os buracos da SATA, não queriam
que dívida crescesse). E esquecem-se (ou melhor, omitem propositada e
falaciosamente) que a dívida financeira da Região este ano não foi maior,
porque a IL, já o ano passado, conseguiu uma redução de necessidade de
endividamento em 143 milhões de euros.
O PS, partido com imensas responsabilidades políticas nesta
Região, não pode fazer hoje aquilo que tanto sempre criticou na oposição do
passado, lembrando-se de uma das frases que mais usou, nos seus 24 anos de
poder e governação, para contrariar os argumentos da oposição do passado: é que
uma mentira repetida muitas vezes, não se transforma em verdade, só porque sim!
NOTA FINAL:
A agência de notação financeira Moody’s, já depois da aprovação do
Orçamento para 2023, classificou a Região Autónoma dos Açores com um “rating”
negativo. Imaginem que tínhamos aprovado um Orçamento com endividamento ou que
nem tínhamos aprovado Orçamento, como pretendiam o PS e o BE. Seria uma
catástrofe a juntar à situação inflacionista que vivemos. A irresponsabilidade
da esquerda açoriana é assustadora. O PS e o BE queriam atirar-nos para a boca
dos credores, sem Orçamento e com um processo eleitoral que poderia demorar
meses. Será que julgam mesmo que andamos aqui todos a dormir ou à mercê dos
apetites dessa esquerda ávida de voltar ao poder?
Haja Saúde!
In Jornal Diário Insular edição de 29 de novembro de 2022
23 de novembro de 2022
Discurso final do debate do Plano e Orçamento RAA 2023.
Excelentíssimo
Senhor Presidente da Assembleia
Senhores
Deputados
Senhor
Presidente e Senhores membros do Governo
Açorianos,
O Estado, as Regiões e as Autarquias
(que é quem cobra impostos e os distribui) têm a obrigação de executar
políticas que sejam capazes de reformar, atualizar, ir ao encontro dos anseios
e responder às necessidades da população que servem, na busca incansável da
solução para os problemas e desafios com que, dia a dia, são confrontados os
povos.
O Estado, as Regiões e as
Autarquias somos todos nós.
Os que cobram os impostos são
os fiéis depositários do dinheiro de quem trabalha e gera riqueza.
Quem paga impostos espera responsabilidade
e seriedade de quem está incumbido de gerir o dinheiro colocado ao serviço da
coisa pública.
Por norma, os políticos –
legítimos representantes do povo, porque sufragados livre e democraticamente –
são os principais atores da cena pública. Mas não são os únicos. E existem
atores que, apesar dos papéis secundários, acabam por assumir responsabilidades
que não lhes deviam ter sido atribuídas.
E isto só acontece porque os
legítimos representantes do Povo sucumbem à força da teoria de que não se podem
contrariar os corporativismos, numa senda absurda de ser politicamente
corretos.
E é por causa dos discursos
politicamente corretos, que os populismos e os extremismos são exacerbados.
Os politicamente corretos têm
sido os que mais têm contribuído para o aumento das dívidas e dos défices,
responsáveis pela necessidade de aumentar ou criar novos impostos, sufocando
quem trabalha e produz, satisfazendo os interesses das corporações que, suposta
e alegadamente estão ao serviço do interesse geral dos empregados e dos
empregadores, mas que se limitam a fazer o lobbie necessário para que a
política continue ao serviço apenas de alguns (poucos, e sempre os mesmos).
Sindicatos, câmaras do
comércio, federações agrícolas e das pescas, todos são responsáveis pelo
empobrecimento das famílias e pelo desespero das empresas, mas nenhum quer
mudar a forma de fazer as coisas para obter resultados diferentes.
E a culpa, na boca deles, é
sempre dos políticos.
Durante anos, todos se
insurgiram contra a espiral de dívida que as governações socialistas foram
contraindo. Agora que se tem vindo a reduzir as necessidades de endividamento e
chegamos ao ponto de um governo assumir a intenção de governar sem se endividar
em mais um cêntimo de responsabilidades para as gerações futuras, o que ouvimos
é que não estamos no ponto de estancar a sangria.
Ainda ontem ouvimos dizer que
o endividamento zero é uma coisa importante, mas que este não é o momento!
Lamento, contrariar os doutos
académicos, mas este é o momento e quem decide somos nós, legítimos
representantes do povo do Açores, porque somos nós que seremos julgados e responsabilizados,
no futuro, pelas decisões tomadas aqui e agora.
Não vale a pena perder tempo:
só há uma forma do Estado, das Regiões e das Autarquias promoverem políticas de
defesa das famílias e das empresas: é apresentando e executando orçamentos que
reduzam impostos e evitem ou reduzam dívida futura.
Não há terceiras vias nas contas
do deve e haver;
Não há soluções “keynesianas”
milagrosas que funcionem;
Não há festas, luzes e
animação que devolvam rendimento às famílias para as fazer gastar no comércio
tradicional (isso são só formas de encapotar os problemas, de distrair os mais
tristes e empobrecidos, dos problemas do seu dia-a-dia).
Vivemos hoje constrangidos
como nunca antes.
Uma grande maioria da
população já nem gasta o denominado 13.º mês em compras de Natal, mas sim a
colmatar os buracos que foram ficando ao longo do ano, depois de, já a meio do
ano, terem tapado outros buracos com o subsídio de férias (das férias que não gozaram).
Esta nova realidade que
atinge uma nova geração de pobres (todos aqueles que, na segunda metade do
século XX, designávamos por classe média) é que devia preocupar a grande
maioria dos políticos e das corporações. A mim preocupa e assusta!
Senhor Presidente,
Senhores Deputados,
Senhor Presidente e membros do
Governo,
A
Iniciativa Liberal entrou neste processo, em 2020, com um enorme sentido de
responsabilidade e com um compromisso assumido com os Açorianos: o de uma vez
eleito, o Deputado Liberal fazer a diferença!
Já
fizemos essa diferença. E continuamos a fazer.
Fizemos
a diferença na baixa dos impostos (IRS, IRC e IVA) que garantimos no orçamento para
2021;
Fizemos
a diferença com a redução das necessidades de financiamento em cerca de 143
milhões de euros, no orçamento para 2022 (e não foi menos porque foi preciso
assumir os buracos da SATA que a Região herdou da desgovernação socialista);
Fazemos
a diferença, neste orçamento para 2023, garantindo, de forma inequívoca, que,
no próximo ano, esta Região governar-se-á sem recorrer ao endividamento líquido
e com a garantia da alienação de mais de 51% da Azores Airlines e da separação
das empresas do Grupo SATA, estancando assim a sangria de recursos financeiros
que a companhia aérea já fez nos Açores e, consequentemente, nos bolsos dos
Açorianos.
Nos
últimos 20 anos, a dívida desta Região aumentou cerca de 900%;
Nos
últimos 10 anos, os encargos da SATA com a Azores Airlines dispararam para os
600 milhões de euros!
E o problema é só um: é que cada euro de dívida da Região e
das empresas públicas regionais é menos um euro que fica disponível para apoiar
as famílias e as empresas; é mais um euro de imposto que vai ter que ser
cobrado amanhã.
Senhor Presidente,
Senhores Deputados,
Quis
o calendário, que a discussão deste Orçamento da Região, coincidisse com a
discussão do Orçamento de Estado para 2023.
Foi
uma feliz coincidência de datas. Assim, podemos verificar a diferença de opções
políticas entre a austeridade socialista da República e as opções seguidas nos
Açores.
O
Orçamento de Estado socialista encerra aumentos dos salários abaixo da inflação
prevista e uma subida dos salários da função pública no valor médio de 3,6%,
muito abaixo da inflação estimada para 2023, o que vai levar a uma perda
generalizada do poder de compra de todos os portugueses;
O
Orçamento dos Açores aumenta o cheque pequenino, aumento o complemento ao
salário mínimo, aumenta a remuneração completar para os funcionários públicos.
No Orçamento de Estado para 2023, o PS recusa aprovar propostas que procederiam a uma
reforma estrutural nos escalões de IRS, deixando nos bolsos das famílias e das
empresas mais de 3 mil milhões de euros, que, assim, continuarão nos cofres do
Estado;
No
Orçamento dos Açores não se registará qualquer aumento de impostos, deixando na
economia regional, nas famílias e nas empresas, mais dinheiro disponível para
fazer face à crise inflacionista.
No
Orçamento de Estado para 2023 prossegue-se a epopeia esbanjadora de enterrar
dinheiro numa companhia aérea (a TAP), vendida, comprada e novamente posta à
venda, por muito menos do que todos nós fomos forçados a meter lá;
No
Orçamento dos Açores, separa-se a Azores Airlines das demais empresas do Grupo
SATA, salvaguardando-se a fundamental SATA Air Açores e não impondo aos
Açorianos a obrigação de enterrar mais um cêntimo numa companhia aérea que se
revelou um autêntico sorvedouro de dinheiro público por má gestão socialista.
Aqui, na Região, vamos travar a sangria no financiamento
dessa loucura que é a Azores Airlines e vai aquele Governo, do PSD, do CDS e do
PPM –sim Sr. Deputado Vasco Cordeiro, este Governo não é da Iniciativa Liberal,
é do PSD, do CDS e do PPM –, vai aquele Governo, dizia, apoiar as famílias e os
mais desfavorecidos em cerca de 15 milhões de euros.
É certo… Bom seria que não fosse preciso gastar um cêntimo em
apoios sociais – seria sinal de que a trajetória de pobreza que esta Região vem
seguindo nos últimos anos teria sido invertida. No entanto, o legado do Partido
Socialista deixou uma herança difícil de superar.
Senhor Presidente,
Senhores Deputados,
Senhor Presidente e membros do
Governo,
Não há um orçamento que acuda
às famílias e às empresas, de forma transversal e honesta, senão um orçamento
de rigor nas contas públicas e de rigor no investimento.
O melhor orçamento, o único
orçamento que serve, efetivamente, às famílias e às empresas é um orçamento que
reduz impostos e que não prevê a contratação de mais dívidas futuras, não se
assumindo mais encargos que onerem as gerações que nos seguirão.
O liberalismo
funciona e faz falta aos Açores!
Disse.
22 de novembro de 2022
Orçamentos de pobreza
A moda narrativa que agora, e há alguns anos, se propala aos sete ventos é que os orçamentos, sejam nacional, regional ou municipal, defendem as famílias e as empresas. Nada há de mais falacioso que isto.
Chegados ao
dealbar da terceira década deste século XXI, continuamos com os mesmos
problemas que trazemos do final do século XX, apesar de algum bem-estar
inegável. Aliás, tal como no início do declínio do império romano, o pão e o circo
vão alienando os mais incautos cidadãos. Acontece, porém, que a informação,
hoje, anda à velocidade da fibra ótica, pelo que os rumores são desmascarados a
cada esquina e cada notícia falsa gera o contraditório rapidamente.
O País, os Açores
e as Autarquias, salvo raríssimas exceções, continuam a ser governados por
gente sem escrúpulos e sem pejo de alicerçar as suas carreiras políticas em
fundamentos falaciosos e discursos vagos e erróneos. A par do discurso dos
políticos, das associações, dos sindicatos e das federações segue um povo feito
de famílias com cada vez menos disponibilidade económica e menos esperança e seguem
as empresas que, na sua larga maioria, desesperam numa luta diária pela
sobrevivência.
O Estado,
Regiões e Autarquias (que é quem cobra impostos e os distribui) tem
responsabilidades enormes em todo este processo. Políticos, corporações
sindicais, câmaras do comércio, federações agrícolas e de pescas, todos são
responsáveis pelo empobrecimento das famílias e pelo desespero das empresas,
mas nenhum quer mudar a forma de fazer as coisas para obter resultados
diferentes.
Não vale a
pena perder tempo: só há uma forma do Estado, as Regiões e as Autarquias terem
orçamentos que defendam as famílias e as empresas: é fazendo orçamentos que
reduzam impostos e reduzam dívida futura. Não há terceiras vias nas contas de
deve e haver; não há soluções “keynesianas” que funcionem; não há festas, luzes
e animação que devolvam rendimento às famílias para as fazer gastar no comercio
tradicional (isso são só formas de encapotar os problemas, de distrair os mais
tristes e empobrecidos dos problemas do seu dia-a-dia).
Vivemos como
nunca antes. Uma grande maioria da população já nem gasta o denominado 13.º mês
em compras de Natal, mas sim a colmatar os buracos que foram ficando ao longo
do ano, ou no último semestre – já que, a meio do ano, taparam alguns com o
subsídio de férias (das férias que não fizeram). Esta nova realidade que atinge
uma nova geração de pobres (aqueles que hoje estão ao nível dos que na segunda
metade do século XX eram designados por classe média) é que devia preocupar a
grande maioria dos políticos. A mim preocupa e assusta!
Todos os
partidos, todos os políticos, todos os economistas, estejam no ativo ou “na
bancada” (entendam-se como políticos de bancada, os comentadores e analistas; e
como economistas de bancada, os membros integrantes das direções ou órgãos de
gestão de corporações e academias), todos sem exceção, têm falado de orçamentos
que acudam às necessidades das famílias e das empresas, esquecendo-se, todavia,
quem tem a responsabilidade de os elaborar e executar, que aumentar despesas,
sem aumentar receitas não leva a outro caminho que não o do aumento do
endividamento e da dívida que será paga por todos nós em impostos.
Assim, o que
importa dizer é que não há um orçamento que acuda às famílias e às empresas de
forma transversal e séria, senão um orçamento de rigor nas contas públicas e de
rigor no investimento. O melhor orçamento, o único orçamento que serve,
efetivamente, as famílias e as empresas é um orçamento que reduz impostos e
taxas, deixando disponível rendimento nas famílias e nas empresas (digam o que
disserem os manuais de economia, adeptos de mais Keynesianismo, ou mais
liberais). O orçamento que ajuda as famílias e as empresas é aquele que não
preveja a contratação de mais dívidas futuras, não se assumindo assim mais
encargos que onerem as gerações que nos seguirão. Um orçamento sem dívida é um
orçamento sem juros, sem amortizações, sem compromissos assumidos hoje, para as
gerações vindouras terem que pagar. Cada euro de dívida contraída hoje é um
euro de impostos que terá que ser cobrado amanhã.
Haja saúde!
16 de novembro de 2022
Ide-vos Qatar
Ainda a semana passada, escrevia, num
jornal local, sobre a liberdade e as liberdades, mal sabendo que vinham por aí projetos
de revisão constitucional de conveniência (se bem que, confesso, tinha uma
certa desconfiança que isso pudesse acontecer, considerando os atropelos que
esta “gentalha” cometeu durante a primeira fase da pandemia e sem estado de
emergência declarado). O estado de emergência configura aquilo que, em direito,
se qualifica como “estado de exceção”, ou seja, é um momento que, por absoluta emergência
do estado, excecional e temporariamente, se suprimem direitos e garantias constitucionais.
É, por isso, que o estado de emergência apenas pode ser declarado pelo Presidente
da República, com autorização da Assembleia da República, dois órgãos eleitos
por sufrágio direto, universal e secreto, o que lhe confere uma legitimidade
democrática ímpar. No passado ainda recente e por várias vezes, o Tribunal Constitucional,
que é quem fiscaliza o cumprimento da nossa lei fundamental, confirmou
atropelos ao texto de valor reforçado por via de medidas tomadas pelo Governo
do País, fora dos períodos em que esteve em vigor o tal estado de exceção. E, não sobram muitas dúvidas, que aos
governantes que não cumprem os preceitos constitucionais e que atropelam os
direitos, liberdades e garantias, impondo leis ilegais ao seu povo, chamam-se
tiranos.
Vêm
agora os partidos do grande centrão, a “reboque” da casuística, propor
alterações à Constituição. Um regime que altera, de corrida e por conveniência,
o seu texto fundamental tem um nome e não é Estado de Direito Democrático e
Liberal, é algo muito grave, algo assustadoramente grave, que se chama ditadura.
O custo
social, político e até económico que toda a humanidade está a pagar pelas
tomadas de posição absurdas e medrosas dos seus governos são o caminho para os
totalitarismos e para a desresponsabilização do indivíduo. Os governos estão-nos
a fazer pagar um custo enorme por decisões que não tomamos, nas quais não fomos
ouvidos, nem achados. Robert Heinlein, um escritor norte-americano de ficção
científica e um dos mais interessantes pensadores sobre a liberdade do século
XX americano, terá dito um dia: “There
is no worse tyranny than to force a man to pay for what he does not want merely
because you think it would be good for him” (“Não há tirania pior do que forçar um homem a pagar pelo que ele não quer,
apenas porque se acha que seria bom para ele”).
Afinal, os inimigos da liberdade estão
por aí, em cada esquina, e não são aqueles de onde se esperavam esse tipo de
ensaio de tirania. Os grandes inimigos das liberdades estão no socialismo, seja
ele o mais radical do PCP e/ou do Bloco de Esquerda, seja ele moderado e da
“terceira via” como no PS e/ou no PSD.
Haja saúde
In Jornal Diário Insular edição de 16 de novembro de 2022
10 de novembro de 2022
Não há razão para votar contra.
NB - Desta proposta de Orçamento realço, como pontos
mais fortes, a questão do endividamento nulo e o seu atrigo 20.º que prevê a
alienação da participação da Região em mais de 50% do capital da SATA
Internacional – Azores Airlines. Estas foram as linhas vermelhas traçadas pela
Iniciativa Liberal, no âmbito do acordo de incidência parlamentar que temos
assinado como o PSD. Paralelamente, deste Orçamento, destaco ainda
positivamente o vasto investimento na área da saúde. Estamos a falar, ao
contrário do que se registou durante 20 anos de maiorias socialistas, num
estrutural reforço de meios para combater as principais maleitas do Serviço
Regional de Saúde (SRS), desde logo o crónico e agudo problema do
subfinanciamento, mas também a valorização das carreias, o reforço da
contratação, o estímulo à fixação. Tem-se de vindo a intensificar os esforços
nestes domínios, mas o setor carece ainda de um forte investimento em pessoal (médico,
enfermagem e auxiliar).
Pela negativa, a IL tem que registar o enorme
crescimento na área dos apoios sociais. Mais do que criar medidas de apoio
circunstancial, o Orçamento para 2023 denuncia o fracasso das políticas
governativas dos últimos anos, incluindo estes dois últimos anos. Este
Orçamento deixa claro que a maioria de Governo não pretende alterar a política
errática seguida pelo PS, de um assistencialismo permanente e que provoca
letargias quando não mesmo maus vícios na sociedade. Fazer igual não se traduz
em resultados diferentes!
DI - O endividamento zero tem sido apresentado
por uns como uma "glória" e por outros como uma espécie de
"desgraça". Qual a sua visão?
NB - Mais do que uma visão, a IL não tem
dúvidas de que este é o caminho. Divida significa pobreza e continuar a
endividar a Região (ao ritmo que se tem vindo a fazer) é apenas contribuir para
hipotecar as gerações vindouras. Cada euro de dívida contraída hoje é um imposto
a mais que terá que ser cobrado amanhã. Alguns, de facto, continuam a defender
o endividamento, seja para melhor aproveitamento dos fundos da União Europeia,
seja para outros fins. São os mesmos que defendem que as dívidas não se pagam! O
endividamento do passado trouxe resultados que não foram brilhantes. Se o
objetivo é apenas “sacar” dinheiro à União Europeia, seja lá para o que for,
então esse não é, em nosso entender, o caminho certo. Os investimentos têm que
ser feitos com critérios de desenvolvimento e retorno, se não apenas servirão
para criar despesa.
DI - A atual governação tem três partidos
(PSD, CDS-PP e PPM) comprometidos com o executivo e outros dois (Chega e IL)
associados através do apoio parlamentar, havendo agora também um independente,
ex-Chega. Todos quererão ter palavra a dizer e deixar marca no Plano e
Orçamento. Pelo que já se percebeu, isso é bom, mau ou apenas assim-assim?
NB - Este é o sistema democrático, cada vez
mais lastrado, felizmente que temos nos Açores. Nós, liberais, entramos na
política açoriana em 2020 com a intensão clara de liberalizar os Açores e
libertar os Açorianos do peso da dívida pública e do Setor Público Empresarial Regional.
Estamos a trilhar esse caminho. Em 2024, os Açorianos vão, de novo, às urnas e julgarão
o nosso trabalho. Essa é a única marca que queremos deixar nos Orçamentos da
Região: a marca do liberalismo.
DI - Em que pilares sustenta o seu partido a
decisão que irá tomar face à proposta? E a decisão já está tomada (já
agora...)?
NB - Responsabilidade
reformista, com vista a chegarmos ao fim da Legislatura com uns Açores que
sejam melhores do que em 2020. Enfrentamos o
primeiro ano desta Legislatura com muita cautela, mas cientes de que era
necessário alterar a trajetória das contas públicas. Reduzimos impostos, no
primeiro Orçamento; baixamos o nível de endividamento, no segundo Orçamento;
chegamos ao endividamento zero, no terceiro Orçamento. Este é o caminho. Está a
ser seguido, pelo que não há razão para votar contra.
In Jornal Diário Insular edição de 10 de novembro de 2022
8 de novembro de 2022
Das liberdades
De quando em vez revisito textos que escrevi há algum tempo, ora para neles encontrar mote para novos artigos ora para garantir que a evolução do meu pensamento se faz com coerência o que, atente-se, não deve ser entendido como teimosia. Em política, digo-o amiúde, baralha-se muitas vezes coerência com teimosia. Um teimoso, em política, é um potencial pernicioso agente do erro. Mas, vem esta minha introdução a propósito de algumas mentes difusas que entendem medir o gradiente de liberalismo (como se isso fosse possível ou sequer recomendável) de cada um dentro do projeto liberal nacional em geral e dos Açores em particular. A esse respeito as opiniões divergem muito e vão desde aqueles que entendem que a Iniciativa Liberal nos Açores é mais democrata cristã do que liberal até aos que me apelidam e classificam a IL Açores de estar proxima do libertarianismo. Confesso que, nenhum dos dois epítetos me ofendem pessoalmente, bem pelo contrario, dizem muito mais de quem os utiliza do que do projeto que lidero. Nós liberais não procuramos rótulos para as pessoas, ajeitamo-nos melhor com políticas e soluções do que com nomes e cargos. O que é curioso é que fui encontrar essa expressão num artigo por mim publicado em 2007 e reforçado noutro de 2017, ou seja, numa altura em que o partido nem existia ainda. Nessa altura, nós, liberais de então e de sempre, ou estávamos acomodados no CDS ou acantonados no Bloco de Esquerda e outros, que eram e são liberais, mas ainda não sabem, estão perdidos nos partidos socialistas do grande centrão. Na verdade, não há liberais mais liberais do que outros, há simplesmente cidadãos que se revêm nas liberdades individuais e num estado menos presente nas suas vidas, uns mais preocupados com a presença do estado na economia, outros com a omnipresença assistencialista do estado nas pessoas e outros ainda que preferem que o estado não esteja se não naquilo que é a segurança de cada um e da sua propriedade seja ela o que for e o valor que tenha. O que mais me impressiona nestas incursões por textos com mais de 10 e 15 anos alguns, é constatar que os problemas seguem sendo os mesmos e as políticas que estão em cima da mesa supostamente para os resolverem são precisamente as mesmas que eram nesse tempo apontadas como “milagreiras”. Nada de mais errado se pode fazer. Cometer erros é normal, mas cometer os mesmos erros e sucessivamente e recorrentemente voltar às mesmas práticas cuidando que os resultados serão diferentes, já é sinal de teimosia não de coerência. Ao longo dos últimos anos, séculos mesmo, o caciquismo foi uma prática recorrente e não é exclusiva dos Partidos Políticos. No entanto, é a esses que se atribuem a maiores responsabilidades na construção desta sociedade clientelar e “agradecida” que vai alimentando uma “click” de carreiristas na gestão da coisa comum e que apelida de “mal-agradecidos” os que, tendo passado por lugares de decisão superiores possam ter alguma espécie de atividade cívica crítica do poder. Era só o que faltava. A liberdade de cada um pensar, expressar esse pensamento e agir de acordo com as suas opções éticas, jamais poderá ou deverá ser coartada por qualquer tipo de sentimento de gratidão. Quem desempenha lugares públicos deve fazê-lo sempre com a liberdade e o desprendimento como se o dia de hoje fosse o último e o dia de amanhã esteja longínquo, ora agindo como quem não teme a sua saída ora agindo com a segurança de que está a fazer o bem e pelo bem e por isso não teme pela sua manutenção num determinado lugar. A liberdade de cada um é a real dimensão da sua autodeterminação e essa é a garantia das boas escolhas. Homens mais livres decidem melhor e é de boas decisões que necessitamos.
Haja saúde.
In Jornal Diário Insular edição de 8 de novembro de 2022