António Costa e Silva foi apresentado à nação como uma
espécie de guru que nos ia salvar a todos, de todos os males do “lock down
covidesco”. Corria ainda o mês de junho de 2020, três meses apenas passados e
já os estados-membros da União Europeia - essa organização internacional
esdruxula - se apercebiam do preço que todos iriamos pagar pela cómoda decisão
do “fique em casa pela sua suade”, tarde ou cedo essa máxima se transformaria
no fique sem casa, sem emprego, sem trabalho. Rapidamente trataram de desenhar
um programa de assistência económica e financeira que redundou naquilo que
sempre redundam esses planos da União. Derramar dinheiro nos problemas, mas
sempre de cima para baixo e bem peneirado que é para fazer jus à tal teoria da
subsidiariedade que a Europa tanto propala, mas que não passa de um sistema de
distribuição pelos que mais têm para tentar chegar à base depois de bem
joeirado. Até mesmo a subsidiariedade nas competências tem tido esse resultado.
Mas nas questões financeiras e económicas, a joeira tem a malha tão fina que na
base os remediados estão a chegar ao ponto de serem quase indigentes. É um
facto, apesar dos triliões de euros que os Estados-membro têm distribuído em
apoios ao investimento e até à perca de rendimento, na base da pirâmide está um
conjunto alargadíssimo de cidadãos para quem esses euros não passam de uma
miragem e uma promessa vã.
O plano de Recuperação e Resiliência não é exceção a esse
processo de dependência e redutora distribuição de recursos no seio da União
Europeia.
Em debate radiofónico no Programa 2 Margens da Açores TSF,
decorria junho desse ano 2020 sobre o PRR, Eu e o Pedro Arruda, na altura
dissemos precisamente que ia acontecer isto que agora está a acontecer. O
dinheiro do PRR não chegará sequer às empresas e muito menos às famílias. Apenas
2% das verbas não foram, até agora, gastas pelo Estado. Somos governados por
medíocres porque os melhores não estão disponíveis para participar na vida
pública.
Este Plano de Recuperação e Resiliência é um logro, uma
mentira, é um plano de recuperação para uns poucos e de resiliência para a
grande maioria dos portugueses onde se incluem os açorianos.
O tal António Costa e Silva, guru dos planos extraordinários
que nos iriam fazer recuperar e que agora é ministro da economia veio dizer, entretanto,
aos açorianos que o PRR foi desenhado sem ter em conta a dimensão das nossas
empresas e a realidade das nossas Ilhas. Obrigado, António Costa e Silva por
assumir o erro. Mas isso não nos traz mais pão para a boca, bem pelo contrário,
retira algum.
Esse foi que mesmo António Costa e Silva que desenhou o PRR. Foi
o incompetente, o incapaz que nos “venderam” como se fosse uma águia da gestão
e da administração. Aliás esse facto,
mais comercial do que real, seria, de imediato, razão para a desconfiança de
todos os Portugueses. Na verdade, os poderes, têm andado a “vender-nos” Dons
Sebastião desde Alcácer Quibir e cada um é sempre pior que o outro.
Haja saúde.
In jornal Diário Insular, edição de 13 de julho de 2022
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