A Assembleia da República, que poderia chamar-se,
Assembleia dos Representantes do Povo, aprovou uma lei a permitir que os sócios
das grandes sociedades de advogados sejam eleitos e por isso, simultaneamente
legisladores. Todos podemos e devemos ter essa liberdade de ser eleitos Deputados,
ou sermos candidatos a. Mais do que tentar saber quais os interesses que os
dois grandes partidos têm nesse particular assunto. A questão mesmo é saber se
a bipolarização do panorama político-partidário e o monopólio dos partidos na
propositura de candidatos a Deputados não é, só por si, uma questão de enorme subversão
da democracia. Os responsáveis são aqueles que,
apesar de tudo, tendo opção de escolha variada, insistem em votar num dos grandes
partidos, como se não houvesse outro campeonato, como se os pequenos não fossem
capazes de fazer mudar o rumo do País e estejam condenados a não chegar a
grandes.
A letargia eleitoral e a abstenção permitem que uns decidam porque outros se alienam
e demitem da causa pública. O problema não está nos eleitos, está nos
eleitores.
In jornal Açoriano Oriental edição de 2 de Abril de 2019.
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